quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Cenas de um casamento

Lindo, emocionante, divertido, cheio de significado. Parabéns ao Patrick e ao Scott pela data. Parabéns ao John Hoel por ter capturado em vídeo de forma tão mágica.


Patrick + Scott from John Hoel on Vimeo.

Nojo

Os brasileiros honestos levaram ontem mais um grande tapa na cara. Com a sessão que inocentou a deputada Jaqueline Roriz, mais uma vez recebemos a mensagem que nós, cidadãos brasileiros, somos um bando de idiotas e panacas.

Existe o vídeo (abaixo) que mostra claramente e sem a menor sombra de dúvida a deputada recebendo o maço de dinheiro para apoiar o então governador Arruda, no escândalo que ficou conhecido como mensalão do DF. Jaqueline Roriz é bandida e deveria ter ido diretamente para a cadeia assim que o vídeo veio à tona. Sendo filha de um dos piores políticos que este país já conheceu, é possível que tenha aprendido a agir assim desde a infância.

Mas não. Os deputados não votam pela cassação de um colega, mesmo diante de provas tão contundentes. Como todos têm o rabo preso, a corja de gatunos se protege para garantir o apoio dos outros.

Em determinado momento da sessão que decidia sobre sua cassação, a deputada Jaqueline Roriz levou a mão ao rosto. Um gesto coreografado, não há dúvida, porque gentalha desta escória não conhece o significado da palavra vergonha.

Eu ainda não perdi a esperança neste país, mas já deixei de sentir vergonha há muito tempo. Atualmente sinto muito nojo.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Até que a morte os separe

A indústria de artigos para casamentos gays começa a prosperar nos Estados Unidos principalmente depois da aprovação do casamento no estado de Nova York. Agora você já pode pensar em trazer algumas bugigangas para presentear os casais amigos na sua próxima viagem, ou comprar pela internet.

Já foi convidado para algum casamento? O cartão pode ser escolhido aqui.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Um dia, dez anos


Em duas semanas fecha-se a primeira década desde a tragédia de 11 de setembro. Difícil esquecer o horror transmitido ao vivo naquela manhã de terça-feira de 2001 enquanto o mundo olhava boquiaberto tentando entender o que estava acontecendo.

O mundo foi obrigado a mudar, não necessariamente para melhor. A ordem é olhar para a frente sem esquecer o passado. Pensando nisto a revista New York publicou a Enciclopédia do 11 de Setembro, com vários ensaios escritos a partir de verbetes cuidadosamente selecionados e que buscam descrever a extensão e as consequências da tragédia.

O tópico Windows on the World presta uma homenagem ao restaurante do 107º andar. Em Total Progressive Collapse é feita uma descrição técnica sobre como as torres desmoronaram. Outros tópicos são particularmente tocantes, como Jumpers, dedicado àqueles que se jogaram do alto do edifício em meio ao desespero.

domingo, 28 de agosto de 2011

Planeta dos macacos - a origem

Ainda me lembro do impacto de O Planeta dos Macacos, lançado há mais de 40 anos, que mostrava a equipe de uma missão espacial chefiada pelo icônico Charlton Heston descendo em um planeta estranho habitado por macacos inteligentes falantes e onde a raça humana era irracional. A grande surpresa vinha no final, quando os sobreviventes viam a Estátua da Liberdade em uma praia e finalmente se davam conta que não estavam em outro planeta, mas na Terra mesmo, centenas de anos no futuro.

Planeta dos Macacos - A Origem (Rise of the Planet of the Apes, 2011) é o que em inglês se chama de prequel - a história que acontece antes de toda a sequência de filmes do passado sobre os macacos inteligentes, e garante excelente divertimento para explicar como os macacos chegaram àquela condição do filme de 1968. Utilizando o mesmo tipo de técnica que em O Senhor dos Anéis deu vida ao personagem Gollum (e o mesmo ator, Andy Serkis) o filme traz chimpanzés extremamente convincentes, capazes de demonstrar mais expressão que Cher em Burlesque Nicole Kidman em Austrália juntas.

Will (James Franco) é um cientista de uma grande empresa farmacêutica que está prestes a descobrir a cura para o mal de Alzheimer. A nova droga, ao ser testada em chimpanzés, faz com que eles desenvolvam a capacidade cognitiva de forma espantosa. Daí até tudo sair do controle é só um pulo.

O ponto alto do filme é realmente o chimpanzé César, criado em casa por Will, e que é mostrado desde bebezinho. A técnica é tão perfeita que o bichinho é capaz de demonstrar uma variedade enorme de emoções convincentes. Impossível não se deixar cativar e torcer por ele, mesmo quando os humanos estão levando a pior. Memorável também é a participação do ótimo John Lithgow intepretando o pai de Will, que sofre do mal de Alzheimer e tem sua condição deteriorando a cada dia.

O embate final entre macacos e humanos se dá sobre a ponte Golden Gate em San Francisco - uma das primeiras vezes em que o fim da humanidade como a conhecemos não começa por Nova York. O sucesso de bilheteria deve garantir uma continuação.

Uma nova arma secreta

Glitter não é mais apenas o nome de um filme ruim estrelado pela Mariah Carey. As bombas de glitter são a nova arma secreta utilizadas pelos ativistas LGBT nos Estados Unidos para protestar contra os inimigos da causa, e a nova moda ganhou espaço especial na coluna de opinião do New York Times de hoje (aqui).

Segundo o jornal, a nova forma de protesto tem a vantagem de não ser tão agressiva quanto uma torta na cara, mas igualmente eficaz no seu significado. E o agredido seguramente continuará encontrando glitter nas dobras do corpo e da roupa por várias semanas após o ataque para lembrá-lo de uma causa que não pode se esquecida.

A nova onda foi iniciada com o bombardeamento do candidato republicado Newt Gingrich e sua esposa Callista em maio durante uma sessão de autógrafos do livro Redescobrindo Deus na América. Fica uma dica: Callista Gingrich deve ter alguém infiltrado no movimento que a informou previamente sobre o ataque, ou ela não teria vindo para o evento usando um capacete.

sábado, 27 de agosto de 2011

Parente serpente

Severina Maria da Silva
Eu me emocionei muito ao ler hoje de manhã o depoimento de Severina Maria da Silva, pernambucana, 44 anos, que passou um ano na prisão e foi nesta semana julgada e absolvida da acusação de ter encomendado a morte do próprio pai. A história desta mulher é tão aflitiva e lancinante que até a Promotoria pediu a absolvição da ré.

Desde muito criança Severina só conheceu o trabalho duro dos canaviais. Aos 9 anos sofreu a primeira tentativa de estupro pelo pai. Uma semana depois conseguiu ser estuprada pelo pai com a ajuda da própria mãe. Durante os 29 anos que se seguiram Severina engravidou 12 vezes e teve 5 filhos do próprio pai, e só resolveu acabar com tudo quando o pai começou a assediar as filhas-netas.

"Eu nunca estudei, nunca tive amiga, nunca arrumei um namorado na vida, nunca saí para ir a uma festa". O restante do relato pode ser lido aqui e é quase um roteiro acabado para um filme triste e pungente. Por mais que a gente tente imaginar até onde se expandem os limites da maldade humana, a realidade sempre encontra uma forma de provar que pode ser ainda muito mais cruel.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Pai, eles não sabem o que fazem

Começam a emergir os detalhes cruéis dos assassinatos do modelo Murilo Rezende e de seu amigo Eugênio Bozola ocorridos na última terça-feira em São Paulo. Murilo estava hospedado no apartamento de Eugênio, de quem era amigo, enquanto realizava trabalhos na cidade - e os dois foram dopados e mortos a facadas por uma terceira pessoa.

A polícia ainda não concluiu as investigações, mas até o momento há fortes indícios de mais um crime motivado por homofobia. Eugênio era gay, e sua relação com Murilo, que não era gay, era de amizade. O assassino deixou a inscrição "viado" gravada em sangue na parede do local. Monitorando o Twitter do principal suspeito a polícia encontrou a mensagem "ainda bem q homofobia não é crime kakaka" postada há algumas semanas.

Tudo isto é cruel demais. A morte trágica de um rapaz de 21 anos com um futuro tão brilhante pela frente, a morte do amigo gay, a loucura de um assassino perturbado pela insensatez espalhada pelas religiões e por políticos homofóbicos. São declarações como as de Myriam Rios, Silas Malafaia, Bolsonaro, Magno Malta, Papa Ratzinger, e tantos outros, que criam monstros como estes. Está na hora de as religiões começarem a pagar sua culpa neste processo tão odioso.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

É o fim... da picada!

O rabino Yehuda Levin, que milita na Organização Nacional de Defesa do Casamento (uma associação americana formada por um bando de gente mal-amada que resolveu atazanar a vida dos gays porque não tem nada mais interessante para fazer) declarou que o terremoto que atingiu a costa leste dos Estados Unidos na última terça-feira é obra da ira divina pela aprovação do casamento gay em Nova York.

Pela cara do coitado é fácil concluir que ele não deve saber o que é sexo há pelo menos uns trinta anos. Daí a produção de espermatozoides sobe toda para a cabeça e dá nisso! Segundo este senhor, a mensagem divina é que "vocês balançaram o membro varão onde não deviam, então eu também vou balançar a Terra!". Pelo menos serviu para o mundo descobrir que o deus no qual ele acredita tem senso de humor. Mas é bom desconfiar de quem fica se preocupando com o pinto dos outros.

Para apimentar um pouco a história, o furacão Irene mudou a rota e está indo em direção a Nova York com previsão de chegada no final de semana. O rabino vai, certamente, emitir mais uma declaração incluindo agora o furacão como uma confirmação da sua teoria. O difícil vai ser ele explicar porquê a missa do Papa na Espanha no último domingo também foi interrompida por uma tempestade. Ah, já sei, a Espanha também aprovou o casamento gay! Mas a ira divina tinha que explodir justamente no dia em que o Papa estava lá? Isto é o que eu chamo de uma puta falta de planejamento!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A mordida da maçã

Steve Jobs é um dos grandes gênios deste século. É graças a ele que existem os iPods, iPhones e iPads, objetos de desejo de dez entre dez habitantes do planeta. E é triste, muito triste mesmo, ver um homem ainda tão jovem, aos 56 anos de idade, não podendo usar todo o potencial desta genialidade criativa porque precisa de forças para lutar contra uma doença terrível e implacável.

Steve Jobs renunciou hoje à presidência executiva da Apple para se concentrar mais no tratamento da saúde. E isto não é um bom sinal. É óbvio que ele se cercou de gente muito capaz e habilitada, mas genialidade criativa é algo que não se transfere nem se ensina.

Tim Cook é o novo presidente executivo da Apple, que vai comandar os novos rumos da empresa, e já foi considerado pela revista OUT há algum tempo como um dos 50 gays mais poderosos dos Estados Unidos. Não é irônico que a lei permita que ele dirija uma empresa que vale bilhões de dólares, decida sobre o futuro tecnológico de produtos que estão nas prateleiras do mundo inteiro, gerencie o emprego de milhares de funcionários, mas não permite que ele se case?

Will Young - Echoes

Da mesma forma que Robbie Williams, e por razões que ninguém sabe explicar direito, Will Young nunca conseguiu emplacar sucesso nos Estados Unidos. Ele é conhecido e adorado na Inglaterra, onde tem uma carreira sólida desde que despontou como o vencedor do programa Pop Idol de 2002. É bonito, simpático, faz um pop muito gostoso, tem uma voz deliciosa, e sempre foi assumidamente gay desde o início da carreira.

Quem está sendo apresentado a Will Young agora não pode deixar de conhecer a belíssima versão de Your Love Is King (original da Sade) que ele canta na trilha sonora de Bridget Jones - No Limite da Razão, e a versão de Light My Fire (original  dos The Doors) presente em seu disco de estreia From Now On.

Na próxima semana Will Young está lançando Echoes, seu quinto álbum oficial, e as chances de estourar também nos Estados Unidos parecem agora mais favoráveis. As 13 faixas do novo álbum são baladas pop assumidamente românticas, muito apropriadas para se celebrar as reconciliações e reencontros que devem se seguir às separações que foram embaladas pela trilha de Adele nos últimos meses.

O disco novo abre com Jealousy, escolhida para primeiro single de trabalho do álbum, que já tem um vídeo bacaninha (abaixo) com imagens ambíguas que só ficam claras para um bom entendedor (para um bom entendido, meia imagem basta). Na segunda música, Come On, eu já estava completamente fisgado e apaixonado.

Will Young - Come On:



terça-feira, 23 de agosto de 2011

A união faz a força

Maicon Nachtigall
Houve um tempo em que a visibilidade dos gays estava restrita àquelas profissões como decorador ou bailarino, ofícios normalmente associadas com criatividade e delicadeza. Existia uma ideia errada e preconceituosa que gays não se encaixavam em ocupações consideradas mais "rudes", como soldados, policiais, bombeiros, ou lutadores. Mas este preconceito também está sendo derrubado de uma forma muito bacana.

Li, com bastante gosto, a reportagem do G1 sobre a associação de policiais gays e lésbicas que se uniram para lutar contra a homofobia (aqui). No Brasil! É um grupo de delegados, bombeiros, policiais, agentes penitenciários, vigilantes, e outros profissionais da área de segurança, todos homossexuais assumidos, que estabeleceram uma rede e lutam contra a discriminação na área em que atuam. Entre eles está o policial rodoviário Maicon Nachtigall, 33 anos, do Rio Grande do Sul, que é casado há 13 anos com um guarda de trânsito, e já foi até candidato a deputado federal.

Eu tenho um amigo policial civil, um que é policial rodoviário, e outro que é agente de segurança - todos gays assumidos - e atuando aqui na região. Todos os três tiveram o apoio dos colegas quando se assumiram na corporação, e costumam levar seus parceiros nas festividades do grupo. Eles são aceitos como família, e todos concordam que a fase de piadinhas entre os colegas passou rápido. Hoje têm o respeito de todos e adoram o trabalho que fazem.

Atitudes como a dos policiais desta reportagem, que se uniram, valem tanto quanto uma parada na avenida principal da cidade.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

I don't want love

Eu falei de Weekend em abril passado (aqui), quando o filme começava carreira em festivais de cinema LGBT.

Depois de vários prêmios e críticas excelentes, o filme ganhou nesta última semana um trailer oficial e data de lançamento em circuito comercial nos Estados Unidos para o próximo mês. Enquanto a gente espera, dá pra ir curtindo a belíssima música do trailer - I Don't Want Love (The Antlers) - que pode ser baixada aqui ou ouvida abaixo, e já virou o tema desta minha tarde fria e cinzenta.

The Antlers - I Don't Want Love:


domingo, 21 de agosto de 2011

Só as mães são felizes

Continua crescendo a repercussão do caso da mãe americana que escreveu em seu blogue a historinha verdadeira de seu filho de seis anos que está "perdidamente apaixonado" pelo Blaine, de Glee. A própria mãe acredita que uma criança de seis anos ainda não tem qualquer tipo de desejo sexual e que isto não deve passar de uma daquelas fixações típicas de alguém desta idade - mas deixa bastante claro que não tenta censurar ou "corrigir" o filho. Ela e o marido brincam o tempo todo que ou o filho é gay - o que não é problema nenhum, ou então eles terão em mãos o melhor material de chantagem que um pai pode ter quando o filho chegar aos dezesseis anos e se revelar hétero pegador de menininhas. Viajando de carro com o filhinho outro dia, esta mãe ouviu a seguinte confissão:
- Mamãe, o Kurt e o Blaine são namorados!
- São sim.
- Eles não gostam de beijar as meninas. Eles beijam os meninos.
- É verdade.
- Igual eu!
O texto é realmente lindo e escrito de uma forma que só uma mãe consegue (pode ser lido aqui). Os parágrafos finais me fizeram ficar bastante emocionado. E a história já recebeu quase quarenta mil comentários em menos de uma semana!!

A reação foi tão surpreendente que a revista OUT publicou um novo texto desta mesma mãe, avaliando o efeito que esta reação teve sobre sua família (pode ser lido aqui). E a parte mais surpreendente é justamente a dor que ela sente ao ler as várias cartas de adolescentes e crianças que relatam as agressões sofridas nas próprias famílias por serem diferentes. Isto uma mãe de verdade não consegue compreender.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Onde está a felicidade?

Sob a direção do marido Carlos Alberto RiccelliBruna Lombardi é Teodora, apresentadora de um programa de culinária na televisão que sofre uma desilusão amorosa no casamento de 11 anos e parte para a Espanha para percorrer o Caminho de Santiago de Compostela e tentar encontrar um novo rumo na vida, levando à tiracolo um amigo (Marcello Airoldi). Na Espanha se juntam a uma espanhola aloprada (Marta Larralde), formando o trio que vai junto percorrer os quase 800 km da peregrinação. No Brasil fica o marido (Bruno Garcia), um comentador de programa de futebol, que vai ouvir dos amigos futeboleiros e cervejeiros todas as piadas machistas e sexistas que conseguiram enfiar no filme.

Durante toda a exibição do filme eu fiquei lembrando que Bruna Lombardi fez 59 anos há três semanas e minha cabeça ficava repetindo "isto não é possível!". Bruna tem uma beleza madura sem esconder os sinais naturais da idade, e continua estonteantemente linda.

Mas infelizmente o filme não é tão engraçado quanto o trailer faz supor. Os espectadores são submetidos à eterna discussão da relação e à interminável dissertação das diferenças entre os homens e as mulheres, acontecendo simultaneamente nos dois lados do Atlântico. Há algumas piadas engraçadas, há paisagens bonitas, Marcello Airoldi é ótimo e rouba todas as cenas em que aparece, mas o resultado final é fraco. Além disso, o trio na Espanha é o tempo todo histérico, o que começa a cansar depois dos primeiros "ataques".

Ao final o filme dá uma guinada de 180º que quase dá uma vertigem no espectador, e desemboca no Piauí. Com todo mundo cantando uma música cuja letra aparece na tela com aquela bolinha seguindo as sílabas e convidando o espectador a cantar. Exatamente como no final rasteiro de Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo! - um péssimo exemplo para ser seguido.

Pais nervosos, filhos insensatos

Insensato Coração chega ao final hoje, com muitos marcos a comemorar. Foi a novela com o maior número de personagens homossexuais e talvez a primeira novela a mostrar a celebração de uma união gay (prometida para o capítulo de hoje). Teve uma trama ágil cheia de historinhas curtas interessantes que deram à novela o fôlego de várias minisséries, uma personagem que passou mais da metade da novela na prisão, e dois personagens masculinos (Pedro e Douglas) que passaram a novela inteira desempregados.

Mas uma das coisas que mais me chamou a atenção é que, diferentemente de outras novelas, os grandes amores renderam histórias chatas. Os autores parecem ter desejado fixar primariamente nas relações entre pais e filhos - estas sim mostradas de forma muito mais complexa. Teve o amor incondicional de mãe (Haidé) pela filha destrambelhada, a compreensão de pai (Júlio) frente às filhas que viram adultas e começam a fazer as próprias burradas, a decepção e apoio de filha (Leila e Cecília) ao descobrir que a mãe é uma vagaba, o amor inquebrantável de pai honesto (Raul e Oscar) pelo filho bandido, o amor natural pelo filho não programado (de André e Carol), o amor protetor de mãe (Sueli) pelo filho gay, o amor de filho (Rafa) transformado em ódio com a perda da visão inocente de que todos os pais são perfeitos, e o amor doentio e cego de mãe superprotetora (Vanda).

Aliás, por achar que a novela foi uma grande ode ao amor entre pais e filhos é que eu estou apostando que a morte da Norma está relacionada com este tipo de amor. Estou apostando que a Norma foi morta pela Vanda, que acabara de chegar e escutara as ameaças feitas ao filho (Léo). Possuída daquela força que só as mães têm para cega e incondicionalmente (e, neste caso, doentiamente) proteger suas crias, a Vanda eliminou a ameaça sem hesitação. Vamos conferir mais tarde.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Cunhado famoso

Depois de todas aquelas coisas muito bacanas que o Adam Levine do Maroon 5 falou à revista OUT sobre seu irmão gay, só faltava conferir se o irmão mais novo também carregava o gene da beleza. E não é que o Michael Levine é realmente uma gracinha? Ele tem o semblante sereno de alguém que viveu em uma família odara de cuca aberta e de gente que se apóia.

E agora eu tenho uma razão adicional para gostar ainda mais do Adam Levine. Eu sempre quis ter um cunhado famoso.


Simijando de tanto rir

Você já teve um acesso de riso durante um enterro? Eu já, e não é nada agradável. No meu caso o acesso foi disparado pela simples visão de um garotinho com os pés dos sapatos trocados, e agravado pelo fato de que rir era a última coisa apropriada naquela situação.

E quem não se lembra daquele vídeo de alguns anos atrás com a Lilian Wite Fibe tendo um acesso de riso no ar com a notícia de um idoso preso com a mala cheia de Viagra? Pois a vítima mais recente do ataque de riso no ar é o repórter-gato Anderson Cooper que literalmente simijou de tanto rir ontem à noite durante seu programa The Ridiculist ao comentar sobre o caso de Gérard Depardieu, que também simijou, mas de outra forma. Veja a partir do momento 2:20 e me confirme uma coisa: ele não fica uma gracinha rindo descontroladamente deste jeito? E, se alguém ainda tinha alguma dúvida...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Uniformizando o esporte

Não é uma pena que os uniformes masculinos tenham passado por um processo de dessexualização apesar de toda a evolução ocorrida nos costumes no decorrer dos últimos 30 anos? Qualquer partida da seleção brasileira de futebol dos anos 80 (o YouTube tem vários vídeos) é muito mais interessante que os jogos de hoje, pelo menos no quesito uniforme. Os jogadores de hoje usam ceroulões enormes e sem-graça que deixam qualquer um com jeito de boneco joão-bobo.

Não dá saudade daqueles programas matinais de ginástica na TV dos anos 80 onde sempre dava pra ver mais do que eles pretendiam mostrar?

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Griffin House

Griffin House é de Ohio, lá no interiorzão dos Estados Unidos. Mora atualmente em Nashville, no Tennessee, de onde tem trazido um pouco da influência country para seus trabalhos.

Ele compõe, toca e canta desde muito cedo, e bancava seus próprios lançamentos no início. Agora, aos 30 anos, começa a alcançar a notoriedade e finalmente desfrutar do reconhecimento e do sucesso.


Griffin House - When The Time Is Right:






"It can be a real long road
It can be a lonely night
When you're on your own
When you're running out of light
It can be a real long ride
When you're running out of time...
"

Casar não é para qualquer um


Acostumados a uma vida inteira sem pressão dos pais ou dos parceiros para o casamento, alguns gays que vivem em áreas onde o casamento já é realidade estão demorando a se acostumar com a ideia. Como Aaron e Dan, os rapazes da foto, que são de Nova York e já namoram há um certo tempo. Eles curtem a vida juntos, passam férias com as famílias - que os apóiam em tudo, e agora começaram a ouvir aquela pergunta insistente: "quando é que vai ter bolo?"

Este foi o tema de artigo publicado no New York Times há algumas semanas (aqui, em inglês), que leva a algumas reflexões realmente interessantes. Embora muita gente veja a instituição do casamento como algo ultrapassado e falido, não há dúvida que na vida civil muitos casais dependem do casamento para reger o regime de bens conjugais, adoção, herança, visitação hospitalar, disposição de última vontade, ou até a relação com a família de um cônjuge falecido. O papel assinado não aumenta ou diminui o amor de ninguém, mas na vida civil as relações entre as pessoas são determinadas por códigos estabelecidos na forma da lei e isto ninguém pode mudar.

É claro que nem todo mundo precisa se casar, principalmente em uma classe da sociedade onde a possibilidade de casamento era um sonho impossível até bem pouco tempo atrás. Todos conhecemos amigos imaturos que mal conseguem segurar um namoro por mais do que três meses - para estes, então, a ideia de casamento talvez assuste tanto quanto uma sentença de prisão perpétua. Mas esta não é a regra.

Independente de QUERER casar ou não, ou de precisar de um casamento para melhor estabelecer uma relação que envolva o patrimônio comum do casal, o mais importante no momento é PODER casar. O simples direito ao casamento reveste a relação de respeito e dignidade e retira os gays da posição de cidadãos de segunda classe. A vontade de casar pode vir depois. Ou não.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A evangelização do país

Embora o prefeito de São Paulo já tenha anunciado que não vai aprovar o projeto de criação do Dia do Orgulho Hétero na cidade, o problema está longe do fim. Esta é só a ponta de um grande iceberg que move em perigosa rota de colisão com a evolução dos costumes no Brasil.

No final de 2007 a jornalista Anita Lobato, da Folha de S. Paulo, assinou a reportagem "Universal chega aos 30 anos com império empresarial". Foi o que bastou para que nos meses seguintes a jornalista fosse bombardeada por mais de 100 diferentes ações ajuizadas por pessoas que "se sentiram ofendidas com a reportagem". Detalhe: a fundamentação de todas as ações trazia exatamente o mesmo texto, com os mesmos erros de português, e as ações pipocaram nos juizados das mais diferentes localidades do interior de 20 diferentes estados pelo Brasil afora. A vida da jornalista virou um inferno para se defender das ações e impedir que não fossem julgadas à revelia. Estas ações ajuizadas em tribunais especiais cíveis requerem a presença do réu nas audiências e advogados contratados localmente que acompanhem o trâmite do processo. O que ficou claro no caso da jornalista da Folha foi a organização da Igreja Universal para promover um ataque a nível nacional.

A notícia ruim é que este plano de dominação está apenas começando. Todos acompanhamos a forma como os deputados da direita religiosa fundamentalista têm tentado imiscuir suas crenças atrasadas na vida civil dos cidadãos do país. Mas poucos têm se atentado para uma ingerência ainda mais grave: aquela feita a nível municipal, pelos vereadores religiosos fanáticos nas milhares de cidades do país. As câmaras municipais têm elegido estes vereadores sem nenhuma dificuldade, como resultado da campanha constante que eles desenvolvem nos púlpitos de suas igrejas, usadas como se fossem palanques. As pregações sempre têm fundo eleitoreiro com campanhas de uma pretensa luta pela moral e os bons costumes e principalmente contra os gays.

Kassab não vai aprovar a criação do Dia do Orgulho Hétero em São Paulo. Mas a mesma medida acaba de ser proposta na câmara de Fortaleza e provavelmente em centenas de outras pequenas cidades onde a repercussão não vai ser muito grande a ponto de brecar esta sandice. Na semana passada a câmera de vereadores de São José dos Campos também já aprovou a proibição de qualquer menção à homossexualidade ou à homofobia em escolas da região, prevendo multas pesadas para as escolas que descumprirem a lei, e medidas semelhantes estão pipocando pelas câmaras de outras cidades do país.

Está passando da hora de o país abrir os olhos...

domingo, 14 de agosto de 2011

Super 8


É fácil perceber como Steven Spielberg foi atraído para este projeto. Este seria, talvez, o filme que ele teria feito nos tempos atuais se tivesse começando agora e se não tivesse feito E.T. - O Extraterrestre e Contatos Imediatos do Terceiro Grau antes. Os elementos spielbergianos ficam claros desde o início: as famílias partidas, o grupo de garotos amigos inseparáveis que faz o contrário do que ordenam os pais, as conspirações do governo para manter um grande segredo, o poder das crianças de compreender mais rapidamente algo tão grande que escapa à compreensão humana adulta normal. De diferente, talvez apenas alguns elementos que denotam a perda da inocência nestes 30 anos: em Super 8 as pessoas morrem de verdade, há sangue, há violência, há a maconha - itens impensados em um filme como E.T. em que até as armas dos soldados foram posteriormente eliminadas digitalmente das imagens.

A história de se passa nos anos 70 com um grupo de garotos que está realizando um filminho em super 8 para uma tarefa de escola. Em uma filmagem noturna próxima a uma estação de trem, enquanto a cidade toda dorme, os garotos testemunham um grande acidente que vai se revelar muito mais do que parece à primeira vista. Os detalhes surgem aos poucos conforme os garotos vão juntando os pontos da história - que desde o início prova ser algo sobrenatural que desafia qualquer conhecimento humano. Também fica claro que a visão romanceada que os garotos têm do mundo será muito mais importante na solução do mistério do que a força bruta e o poder do exército americano.

Muito se tem falado sobre o diretor J. J. Abrams estar, de fato, homenageando Steven Spielberg.  A verdade é que o filme homenageia o espírito do menino que todos fomos um dia quando achávamos que poderíamos salvar o mundo. Super 8 é uma história deliciosa de mistério, aventura e ação conduzida por adolescentes dos anos 70 que hoje em dia muito provavelmente estão em Hollywood fazendo filmes como este.




sábado, 13 de agosto de 2011

Aaarghhh...

Michele Bachmann, a candidata louca-fanática-anti-gay-casada-com-um-marido-que-todo-mundo-sabe-que-é-uma-bichona-que-tem-uma-clínica-para-"curar"-gays, certamente não vai chegar ao fim da corrida presidencial nos Estados Unidos. Mas pelo menos ela poderia ter aprendido na campanha a nunca se deixar fotografar em um momento como este. Alguma ideia de uma boa legenda para a foto?


Vazando sem cerimônia

Nos Estados Unidos, a publicação da foto da ficha policial ("mug shot") dos famosos sempre foi muito comum. A moda chega ao Brasil com os acusados de desvios no Ministério do Turismo. As manchetes dizem que a presidente Dilma ficou irritadíssima com o vazamento das fotos.

Irritados também ficaram Gilberto Braga e Ricardo Linhares com o vazamento dos detalhes e diálogos dos capítulos finais de Insensato Coração enviados pelos autores para a produção da novela. E mais irritados ainda ficaram os cantores com discos programados para lançamentos nas próximas semanas, que vazaram para a Internet esta semana mesmo e já estavam disponíveis para downloads gratuitos nos sites de sempre.

Até informações sigilosas guardadas sob sete chaves por embaixadas, consulados e representações estrangeiras nos quatro cantos do planeta vazaram no ano passado sem a menor cerimônia sob os auspícios do WikiLeaks.

Ainda vai levar um tempo até as pessoas perceberem - principalmente aquelas que se julgavam donas da informação e da verdade - que na era dos arquivos digitais e da banda larga é praticamente impossível manter alguma informação importante em sigilo. A palavra do momento é "vazar".

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

W.E.


Começam a emergir as primeiras fotos promocionais de W.E., filme dirigido por Madonna que deve estrear no festival de Veneza. Nas outras vezes em que Madonna se arriscou na direção o resultado foi quase tão bom quanto o de Glória Maria cantando, ou seja, uma tragédia de proporções bíblicas. Espera-se que ela tenha aprendido a lição.

Mas uma coisa é certa: o trabalho da competentíssima figurinista e designer Arianne Phillips não deve decepcionar. Cartier, Dunhill e Dior são só algumas das marcas que vão brilhar na tela nos figurinos da história do Rei Edward VIII que abdicou do trono inglês para viver uma linda e louca história de amor com Wallis Simpson, uma americana divorciada. A última edição da Vanity Fair (aqui) faz um ensaio fotográfico com Andrea Riseborough e James D'Arcy, o casal de atores do filme, caracterizados nos papéis do rei e sua amada plebeia.

A novela do beijo

Como eu já disse antes, o beijo gay na novela agora virou questão de honra. E já tem até campanha:

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Os brutos também amam

Em um planeta muito, muito, muito distante... a centenas de anos-luz de Gay World existe um mundo onde homens são pagos para brigar enquanto outros homens pagam para assistir. Eles chamam este "esporte" de MMA - Mixed Martial Arts.

Meu interesse por estes embates sempre se limitou ao modelo dos calções, ao físico dos atletas, e à famosa "encarada". A encarada é aquele momento para fotos após a pesagem oficial em que os dois oponentes se encaram, olho no olho, nariz quase encostando em nariz... sentindo a respiração ofegante do oponente, o suor, o cheiro de macho, o hálito quente, o desejo nos olhos...

Ah, mas eu sabia que era só questão de tempo até isto acabar em beijo!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Just Jack

Jack Mackenroth é americano e tem 42 anos. É atleta, ator, modelo, e participa ativamente da luta pela busca da cura da AIDS. Ele é HIV positivo há 22 anos e nunca se sentiu tão bem.

Jack Mackenroth está promovendo a venda do 2012 Calendar for the Cure, um calendário de parede com 17 imagens suas feitas por 17 grandes fotógrafos, cada um com um conceito fotográfico criativo e diferente. O calendário, que cobre de janeiro de 2012 a maio de 2013, custa apenas 14,95 dólares e pode ser comprado aqui. Todos os calendários serão autografados pessoalmente por Jack Mackenroth e 100% da receita da venda será revertida para a American Foundation for AIDS Research.  O que você está esperando?

Vai ter bolo

O jornalista Marcelo Coelho da Folha de S. Paulo pediu, em coluna da última semana, que os gays não percam o bom humor. O artigo é bem intencionado mas obviamente desnecessário. Ou ele não sabe que foram os gays que inventaram o humor?

E numa mescla interessante de bom humor com ativismo, teve início nesta semana pela Internet uma campanha pelo casamento do Ênio com o Beto (Ernie e Bert, em inglês), personagens de Vila Sésamo que dividem o mesmo quarto há 40 anos! No início do ano passado os jornais já haviam anunciado que Ênio e Beto apoiavam a igualdade no casamento.

Por outro lado, há rumores de fontes confiáveis que dentro dos próximos dias alguns Muppets sairão do armário em entrevista coletiva pra a imprensa.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mondo cane

Há pouco menos de dois meses a Marta Matui publicou uma história chocante. Era a história de um colega que sofrera um acidente de moto na Marginal e quando recobrou os sentidos percebeu que tinham levado seu relógio, carteira, camisa, tudo. A Marta lembrou da história logo em seguida ao episódio do turista francês que despencou dos Arcos da Lapa e teve seus pertences roubados enquanto agonizava na calçada. Imediatamente todos pensamos, "este país não tem mesmo jeito!".

Engano nosso. Talvez a perversidade seja muito mais inerente à natureza humana do que produto da cultura em que estamos inseridos. Como comprova este vídeo feito hoje de manhã em meio aos distúrbios de rua em Londres. Um rapaz desnorteado e com a boca sangrando depois de levar um golpe no confronto com a polícia é aproximado por outro que parece querer ajudá-lo mas na verdade só está interessado no conteúdo da mochila do pobre agredido. É chocante.

Há males

Não existe ditado mais batido que "Há males que vêm para o bem". Nem mais verdadeiro. E isto tem se verificado com cada vez mais frequência nos atos insanos da cruzada religiosa de direita que tenta tomar conta deste país. Nossos políticos evangélicos são tão burrinhos, tão tapados, tão sem-visão de mundo, que vivem dando tiros nos próprios pés.

O desastre da criação do Dia do Orgulho Hétero é só mais um exemplo. Sem querer, o vereador paulistano desencadeou um debate ótimo em toda a imprensa. O assunto voltou para cima dele com a força de um furacão. O projeto foi desancado por todas as mentes pensantes do país. Agora a câmara de vereadores de São Paulo já percebeu a cagada que fez, está morrendo de vergonha, e os vereadores estão correndo de um lado para o outro, batendo as cabeças como é de hábito, para encontrar um meio legal de brecar este desatino.

O próprio governador declarou ontem na televisão que o projeto é "ridículo" (palavra dele). Alckmin disse, "Você faz isso [criar um dia] para defender uma minoria que está sendo discriminada. O heterossexual não está sendo discriminado." E olhem que estas palavras vêm de um governador que já foi apontado como membro da Opus Dei!

No final das contas, está sendo ótimo que o vereador evangélico tenha tido a oportunidade de trazer à tona este projeto pelo qual brigava há 4 anos. Assim ele finalmente afunda abraçado ao projeto e os dois se afogam juntos.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Aquela coisa da baleia

Eu fui para a cidade despreocupado
Quando cheguei na serra vi um povoado
Oi minha gente eu fiz um perguntado
Responderam que a baleia que tinha chegado
Eu vi o caminhão da baleia
Também vi o cabeção da baleia
Olha eu vi o barrigão da baleia
Eu também vi o umbigão da baleia
Mas eu vi foi o rabão da baleia
Eu só não vi aquela coisa (vixi!) da baleia...


Quem curte a música Baleia da Sé do grupo Moinho não precisa mais se lamentar por não ter visto "aquela coisa da baleia". Esta zoóloga do Channel 4 fez muita questão de mostrar o pinto de uma baleia para quem nunca tinha visto. Agora, o quê eu nunca tinha visto era uma pessoa tão eufórica por segurar um pinto!

domingo, 7 de agosto de 2011

Não se preocupe, nada vai dar certo!

Depois de Cilada.com (que é medíocre mas pelo menos diverte) e Assalto Ao Banco Central (que é ótimo) eu já estava ficando mal acostumado com o fato de o cinema nacional chegar ao ponto de ter um lançamento bom por semana. Mas parece que a boa fase parou por aí.

Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo! se passa em uma realidade paralela onde espetáculos de stand-up comedy são cena comum no interior do Ceará, Tarcísio Meira é um galanteador lindo e irresistível, Ângela Vieira é sexy e gostosa, os bordéis de beira de estrada têm o charme e as cores do Bataclan com prostitutas amorosas e divertidas, e todo mundo fala como se estivesse recitando uma poesia ruim. Como se isto não bastasse, o enredo parece ter saído de algum concurso entre alunos do curso fundamental e a representação realmente lembra teatrinhos infantis.

Para completar o quadro, talvez temendo que os espectadores não entendam o enredo rasteiro, o personagem principal (Gregório Duvivier) narra tudo em off para ter certeza que as cenas foram compreendidas. E quando a gente pressente que o filme está prestes a acabar e dá graças que o constrangimento não vai aumentar ainda mais, os atores todos começam a cantar assim sem mais nem menos.  E a legenda com a letra da música aparece na tela como se convidando todo mundo para cantar junto!

Saí do cinema de fininho morrendo de medo de ser reconhecido. Preocupe-se. Muito!

sábado, 6 de agosto de 2011

Separadas no nascimento

Alguém ainda se lembra da Patti Austin? Estava revisando alguns discos antigos e me deparei com este, de 1988, e levei um susto.

Nesta capa ela me lembra muito alguém da nossa política atual. Será que foram separadas no nascimento?

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Numa estrada dessa vida, eu te conheci, oh, Flor...

Faltam duas semanas para o final de Insensato Coração, uma das novelas mais coerentes que já vi na televisão brasileira. Dá para perceber que todas as principais tramas e seus desfechos estavam traçadas em detalhes desde o início para se encaixar no final. O contrário da atual novela das 7 que para recuperar a audiência praticamente matou um terço dos personagens, sumiu sem explicações com o outro terço, e mudou a personalidade dos que sobraram.

Insensato Coração mostrou ontem o desfecho trágico de um garoto gay assassinado em um ataque homofóbico num momento em que na vida real os ataques continuam a ganhar manchetes. O garoto da novela tinha uma história comum a muitos adolescentes expulsos de casa pela incompreensão e machismo do pai. Esta cena curta e cheia de sensibilidade em que ele contou sua história na semana passada precisou de poucas palavras para que todos entendessem o enredo tão comum.

Começam agora as apostas sobre as surpresas reservadas para o final. E ninguém me tira da cabeça que o Nando (Pedro Garcia Netto), o primo gaúcho com cara de aí-tem-Vanda, ainda vai fazer a felicidade do Roni ou do advogado Nelson.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Liza com L

Um fotógrafo que consegue deixar Liza Minelli assim MA-RA-VI-LHO-SA nesta idade (ela tem 66) merece ser canonizado.  O nome dele é Terry Richardson e as fotos foram feitas para a revista inglesa Love.



Comer, aprender, viajar

Este gracinha da foto é o Andrew Lees. Ele viajou ao redor do mundo passando por 11 países em 44 dias e cobrindo 38.000 milhas que foram muto bem documentadas pelo diretor Rick Mereki e pelo produtor Tim White em filmes de um minuto.

Conseguiu reconhecer muitos lugares familiares?


EAT from Rick Mereki on Vimeo.



LEARN from Rick Mereki on Vimeo.



MOVE from Rick Mereki on Vimeo.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Oximoros

Vereador evangélico Carlos Apolinário
que quer instituir o dia do orgulho hétero
em São Paulo
Hoje é um daqueles dias em que eu me segurei várias vezes para não tirar a metralhadora giratória do armário. Já está me dando uma pilôra de ler sobre este bando de religiosos ignorantes e mal-informados. Eu tenho uma preguiça mental enorme desta gentinha. Burrice, ignorância e atraso são coisas que eu não processo muito bem. Quando tudo isto ainda vem acompanhado de mal-gosto, ternos antigos de ombreiras quadradas, e muito Koleston no cabelo, aí a coisa fica ainda mais difícil de digerir.

"Temos que defender nossos filhos dos gays, mas não sou homofóbico". "Até meu cabeleireiro é gay e eu respeito, mas precisamos defender os costumes da tradicional família brasileira". "Não tenho nada contra os gays, mas casamento é um absurdo". "Respeito a opção de cada um, mas não admito um gay na minha família". Estes discursos dos políticos evangélicos cheios de expressões para disfarçar o preconceito se converteram em oximoros sem a menor graça.

Macho... Macho Man


Continua o mistério que envolve esta foto tuitada por Cory Monteith mostrando ele e outros atores do elenco masculino de Glee caracterizados como o icônico Village People. Seria de um episódio especial homenageando o grupo? Seria só uma brincadeira?

Conseguiu reconhecer todos? Aí estão Darren Criss (o motoqueiro), Cory Monteith (o índio), Harry Shum Jr. (o cowboy), Chris Colfer (o soldado), e Mark Salling (o policial). Ainda falta identificar o trabalhador de óculos espelhados.

Seja qual for o propósito da foto, a homenagem é justíssima. O Village People foi um dos grupos mais liberadores dos anos 70, que fez homos e héteros requebrarem juntos aos primeiros acordes de suas batidas inconfundíveis. Estas músicas são infalíveis anima-festas até hoje em todo aniversário de amigos héteros com mais de 50 anos.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Diferente

Acho sintomático da idade a rabugice de Aguinaldo Silva ao mencionar os gays de hoje na entrevista à revista VEJA online muito bem comentada pelo Tony em postagem de ontem. Aguinaldo Silva tem 67 anos e foi um dos primeiros homossexuais assumidos engajados na luta pelos direitos dos gays há 40 anos.

Junto com outros pioneiros Aguinaldo contribuiu para a conquista do direito de ser diferente. Mas esta página da história está virada. O movimento evoluiu. Hoje lutamos pela derrubada dos guetos. Aguinaldo lutou para que existissem lugares onde os gays pudessem se beijar, hoje lutamos para beijar em qualquer lugar.

Por isso o Aguinaldo Silva se incomoda tanto com o casamento gay e com as novelas cheias de homossexuais não afetados se apaixonando e trocando carinhos à luz do dia. Aguinaldo Silva lutou pelo direito de ser diferente. Hoje a luta é pelo direito de ser igual.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Botões

Eu sei que tem um monte de evangélicos que ficam mordidos com algumas coisas que eu escrevo aqui. Então eu quero dedicar esta postagem especialmente para eles.

Se você é um destes evangélicos mal-comidos que adoram acabar com a alegria dos outros, pressione o botão vermelho.
E se quiser saber porque eu não tenho medo de você, pressione o botão roxo.




Agora, para todos os outros leitores, aconteça o que acontecer, NÃO PRESSIONEM O BOTÃO ABAIXO!




A segunda-feira estava muito chata... não resisti!

Orgulho na Colômbia

A repercussão da igualdade no casamento está forçando mais e mais países e estados a tomarem uma posição. A última novidade vem da Colômbia, aqui na América do Sul. Pressionada pelas soluções argentina (aprovação pelo Congresso) e brasileira (aprovação pela Suprema Corte), a Colômbia partiu para uma solução intermediária.

A Suprema Corte do país deu um ultimato ao Congresso. O Congresso tem exatamente dois anos para aprovar leis que protejam os casais homossexuais ou a Suprema Corte o fará.

A comunidade GLBT do país ficou um pouco decepcionada; esperavam que a Suprema Corte tomasse uma decisão mais definitiva como aconteceu no Brasil. De qualquer forma, já têm uma luz no final do túnel e a certeza que, de uma forma ou de outra, até 20 de junho de 2013 a igualdade no casamento estará garantida na Colômbia.

É claro que houve um monte de protestos de religiosos nas ruas. Eu já estou começando a ver estes religiosos radicais como pessoas tentando estancar o estouro da represa colocando um dedinho no furo. Não dá mais pra segurar. Explode coração!