quinta-feira, 28 de maio de 2015

Terremoto: A Falha de San Andreas


Já lá se vão mais de quarenta anos desde que o filme Terremoto, de 1974, trouxe um toque de realidade para as salas de exibição com a introdução do efeito sensurround que fazia a sala literalmente tremer às custas de excessos de decibéis. Terremoto inaugurou uma onde de filmes catástrofe que por várias décadas destruiu cidades, povos, planeta, ao ponto de saturação. E ninguém aguentava mais ver cenários e maquetes que se mostravam cada vez mais falsos com a evolução da imagem para níveis de resolução cada vez mais altos.

Terremoto: A Falha de San Andreas traz novo vigor para o gênero. O filme não tem nada de novo no quesito roteiro, muito pelo contrário. "Casal que enfrentou uma tragédia familiar recente e está em processo de separação mas descobre que ainda se ama no meio de uma grande catástrofe" é o resumo de uma linha que se aplica a todos e também a este. O que é diferente agora é o realismo. Os efeitos tridimensionais muito bem realizados, a ação ultra realista, e o suspense constante fazem o espectador ficar sentado na pontinha da cadeira. E o filme não economiza em imagens espetaculares e vertiginosas desde o começo até o fim.

Nunca antes no cinema uma hecatombe dessa natureza havia sido mostrada com imagens tão realistas, e os fãs do gênero certamente vão adorar. É o cinema catástrofe se redescobrindo exatamente onde começou.

domingo, 24 de maio de 2015

O primo

Se você está aí com uns quinze minutos sobrando enquanto espera o bolo assar para o café, aproveita para assistir a este curta argentino. O Primo. Tensão sexual em estado bruto.

The Cousin – Sexual Tension (English Sub) from Rome Grant on Vimeo.

sábado, 23 de maio de 2015

Irlanda: SIM!


O mundo ficou hoje um pouquinho mais verde, a cor oficial da Irlanda que normalmente marca as festividades do dia de São Patrício, padroeiro oficial do país. E a própria Irlanda ficou muito mais colorida, com todos os espectros do arco-íris. O país acaba de aprovar o casamento gay.

Por que é tão importante? Porque a Irlanda é o primeiro país do mundo a sondar a questão por meio de referendo popular. O país todo foi às urnas ontem para votar se aprovava a modificação da constituição, que anteriormente previa apenas o casamento entre um homem e uma mulher. O resultado acaba de sair dando vitória esmagadora para a aprovação do casamento gay: dois terços do país votaram SIM.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

A vara

Quando a gente descobre que o ator Matthew Lewis, que fez o personagem Neville Longbottom na série Harry Potter mudou de


para


fica muito mais fácil acreditar em magia e no poder de uma varinha de condão.

domingo, 17 de maio de 2015

Mad Max: Estrada da Fúria

A história de heróis anônimos que libertam um povo de um tirano opressor já foi contada milhares de vezes. Nesta volta da franquia Mad Max, trinta anos depois do último filme, a história é recontada em ritmo vertiginoso, alta octanagem, efeitos especiais de encher a tela, muita testosterona, violência à enésima potência, muita poeira, ritmo frenético - tudo isso junto e misturado e servido com dois ovos fritos em cima.

A experiência proporcionada pelo diretor George Miller pode ser comparada a uma viagem lisérgica por uma montanha russa descontrolada em alta velocidade ligada em loop infinito. Só para os de coração forte.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

O pequeno príncipe


Estou impressionado com a beleza do Maurício Destri e com o talento com que ele está conduzindo seu primeiro papel de destaque como protagonista de uma novela. Lembro-me dele fazendo o principezinho rebelde em Cordel Encantado e, de lá pra cá, ele simplesmente desabrochou.

Não estou acompanhando I Love Paraisópolis religiosamente mas o pouco que vi me surpreendeu positivamente. Se conseguirem baixar uns dois tons da Letícia Spiller a novela tem tudo para ser um grande sucesso.  

É a glória!

Em tempos em que todo mundo resolveu meter a colher no beijo entre Fernanda Montenegro e Natália ThimbergGlória Menezes, de 81 anos, afirma sem titubear: "se eu tivesse que beijar outra mulher em cena, eu beijaria". Que Ziraldo e Bibi Ferreira a escutem e morram de vergonha!

Glória está estreando nesta semana a nova montagem da peça Ensina-me a Viver, que ela já havia protagonizado há alguns anos. Se você ainda não conhece a história e não viu o filme de 1971 (com a incrível Ruth Gordon no papel que agora é reprisado por Glória), corre lá porque todo mundo tem que ver este filme pelo menos três vezes antes de morrer.

terça-feira, 12 de maio de 2015

O gato que ri


Eu tenho uma certa resistência a tudo relativo à religião, e consequentemente não nutro nenhum sentimento especial por padres, cardeais ou bispos - e sinto até mesmo uma certa aversão por padres metidos a pop. Mas não tem como não admirar o senso de humor aguçado e inspirado do padre Fábio de Melo destilado através das mensagens curtas do Twitter. Veja aqui e aqui. Já começo a achar que ele seria boa companhia em momentos de descontração.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Ciência de araque

Tem coisa mais chata do que estes artigos de ciência de araque que alguém publica em algum veículo obscuro e que fica todo mundo repostando à exaustão nas redes sociais? A última é espalhar que a barba de um homem pode ser mais suja do que uma privada. Balela! Tudo que não se limpa fica sujo, e até algumas bocas podem ser mais sujas que uma fossa. Mas os homens que eu vejo e que decidiram adotar o estilo lumbersexual têm barbas muito bem cuidadas e bocas muito beijáveis.

Já não posso dizer o mesmo da cabeleira de algumas mulheres que eu conheço. Vixe! Algumas parecem conter verdadeiros ecossistemas que dariam um extenso tratado de biologia.

Kiss me

O Ed Sheeran passou pelo Brasil na semana passada e arrancou suspiros de fãs de todas as idades. Mas foi ontem, ao vivo na TV americana, que ele causou a maior comoção ao tascar um beijão na boca do ator Brent Morin. E eu que já era fã de carteirinha dele antes disso...


quarta-feira, 6 de maio de 2015

Homens de programa

Muito interessante e esclarecedora esta reportagem publicada hoje no UOL sobre garotos de programa que gostam do que fazem. Não é todo mundo que consegue aliar prazer ao trabalho.

Embora muita gente possa franzir a sobrancelha para esta afirmação, ter talento para o sexo deveria ser tão valorizado quanto ter talento para pintar, desenhar, cantar ou representar. Aliar técnica e aptidão a um talento natural é o segredo do sucesso em qualquer segmento.

Acho interessante conhecer um pouco mais sobre os meandros do mercado do sexo. Sempre que houver demanda haverá oferta, e o ser humano normal nunca deixará de demandar sexo - pago ou não.

Espero que breve possamos ler uma reportagem sobre o outro lado da moeda. Seria interessante conhecer um pouco mais sobre os clientes que costumam comprar sexo e descobrir que eles são gente tão comum quanto eu ou você.

A etiqueta do panelaço


Agora que o panelaço está definitivamente integrado à nossa cultura, é hora de conversarmos sobre o quê usar na ocasião. Comprovando o caráter democrático da manifestação, pode-se usar qualquer coisa, ou até nada, durante o ato. De preferência, o panelaço deve ser realizado em grupo - sendo uma ótima oportunidade para chamar aquele vizinho bonitão solitário que bate panelas sozinho no andar de cima. Depois da bateção de panelas todos se abraçam para trocar energias. Pode-se até roubar um beijo.

Good cop, bad cop

Para quem não está familiarizado com a expressão, "good cop, bad cop" é uma tática psicológica utilizada em interrogatórios pela polícia americana que todo mundo já deve ter visto em algum filme policial. Primeiro entra o policial durão que ameaça e toca o terror no suspeito, e quando o policial sai para atender um telefonema providencial entra o policial bonzinho que oferece um café e um cigarro e diz que está ali para ajudar e desarma o suspeito psicologicamente fazendo ele confessar até que roubava doce da vovó na infância.

Lula e Dilma resolveram brincar de "good cop, bad cop". Enquanto deputados se digladiavam ontem para votar as medidas impopulares que cortam benefícios dos trabalhadores enviadas para o Congresso pela "bad cop" Dilma, o "good cop" Lula aparecia em rede nacional de televisão em institucional do PT dizendo, entre outras balelas, que o PT sempre defendeu os trabalhadores.

Deu no que deu. A votação das medidas impopulares foi travada e a fala de Lula foi abafada pelo maior panelaço que o país já ouviu desde a invenção das panelas. O PMDB já percebeu que nesta história de "good cop, bad cop" quem sai com a fama de mau são eles, e o PT só fez aumentar a reputação de personalidade esquizofrênica nesta fase em que seus únicos dois destinos parecem ser a desimportância ou a clandestinidade, ou ambas. Já há um certo tempo que a presidente e o PT deixaram de comandar o roteiro dessa história.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Meu querido Ziraldo

Muito maior do que os comentários homofóbicos do Ziraldo são as palavras do Fabrício Carpinejar publicadas em carta aberta no Globo de hoje.



MEU QUERIDO ZIRALDO,

Você diz que Fernanda Montenegro não poderia interpretar uma mãe gay, a decisão afrontou suas fãs.

Não entendo onde deseja chegar. Não sei o que mais lhe incomoda na novela Babilônia: a homoafetividade em si ou a homoafetividade na velhice ou a homoafetividade entre duas mulheres que dedicaram a vida uma a outra? Acredita mesmo - diante da extrema violência que os homossexuais ainda sofrem hoje, apanhando a troco de nada, sendo espancados na madrugada - que a homossexualidade está hiperdimensionada na tevê?

O que é natural deve ser mostrado. Só deve ser escondido o que provoca vergonha.

Não me convence o falso argumento de que esconder é manter a privacidade, que exibir é apelar e chamar atenção à toa. O inferno está lotado de eufemismos.

Não entendo nem o começo de sua opinião. O preconceito não combina com o humor, o humor é para destruir preconceitos.

E se o Menino Maluquinho fosse gay, deixaria de ser seu personagem? E se Jeremias, o bom, fosse gay, apagaria sua figura generosa de seus cartuns? E se a The Super Mãe fosse gay, será que não seria parecida com o papel de Fernanda Montenegro?

Realmente, Fernanda Montenegro não tem direito de fazer apologia do afeto homossexual. Sendo quem ela é, uma atriz maiúscula, tem o dever.

Um beijo em sua boca no horário nobre. Em caso de nojo ou medo, pode limpar com a manga da camisa.

Abraço de seu leitor,

Fabrício Carpinejar

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Monogamia sexual



O meu guru Dan Savage conseguiu resumir de forma brilhante e em menos de três minutos uma verdade com a qual muitas vezes nos debatemos: a monogamia sexual não é natural. É possível, sim, assumir um compromisso com um único parceiro e viver feliz em um relacionamento de monogamia social, mas o desejo de fazer sexo com outras pessoas sempre existirá nas pessoas normais. A monogamia sexual envolve, portanto, uma certa dose de sacrifício. E a sociedade deveria encarar com mais naturalidade o fato de que qualquer casal estável pode cometer alguma "escapada" ao longo dos anos.

domingo, 3 de maio de 2015

Entre Abelhas


O distúrbio psicológico realmente existe e tem o nome científico de prosopagnosia, que significa em grego "incapacidade de reconhecer caras". A cegueira seletiva limitada a feições foi coberta em um dos intrigantes contos do livro "O Homem Que Confundiu Sua Mulher Com Um Chapeu" (The Man Who Mistook His Wife For A Hat), do célebre neurocientista inglês Oliver Sacks, cujos relatos baseados em casos clínicos raros já renderam outros filmes interessantíssimos como Tempo de Despertar e Rain Man.

Essas referências científicas nunca são mencionadas em Entre Abelhas, que aborda o problema de um ponto de vista mais pessoal e menos médico. No filme, o protagonista Bruno (Fábio Porchat), sob o estresse da separação recente de sua ex-esposa, de quem ainda gosta, começa gradativamente a deixar de enxergar as pessoas. O que a princípio é um pequeno incômodo começa a ficar cada vez mais sério conforme as pessoas vão desaparecendo da percepção de Bruno em ritmo cada vez mais rápido.

Com excelentes desempenhos e muito bom desenvolvimento, Entre Abelhas lembra muito os filmes do bom cinema argentino atual. Com a grande vantagem de ter, atrelado ao drama do protagonista, o humor tipicamente brasileiro. Entre Abelhas não é comédia, mas tem momentos de descontração inteligentes proporcionados pela própria graça dos personagens, pela ironia natural de alguns diálogos, e pelo absurdo da situação em si.

Entre Abelhas é cinema brasileiro em boa fase, com jeito de produto bem acabado, ótimo roteiro e boa diversão.

O melhor amigo

Se você está aí sem nada melhor para fazer neste domingo preguiçoso de outono, aproveita para assistir a este curta de pouco mais de quinze minutos. O Melhor Amigo, estrelando Jesuíta Barbosa. E regozije-se!