Há coisa de uns quatro anos eu fui levar uns documentos na casa de uma pessoa onde eu nunca havia estado antes e, assim que entrei e sentei, um gato apareceu na porta. Ele me olhou de longe e em passos largos e rápidos correu até mim, pulou no meu colo e ali se aninhou. A moça se desculpou, e disse ter ficado muito surpresa porque a gata era normalmente muito arisca e nunca chegava perto de estranhos. Foi nesse dia que eu tive a certeza de algo que já desconfiava há muito tempo: eu sou o que muita gente chama em inglês de "cat person".
Gatos sempre me fascinaram. Sou incapaz de passar perto de um felino sem parar para olhar com admiração. Há uma conexão invisível entre a gente.
Pois no último sábado eu finalmente venci a resistência e resolvi adotar um gatinho para exercitarmos de perto este estranho amor. Procurei o CAV (Centro do Amigo Viralata), que faz um trabalho lindo de resgate de animais abandonados e intermedeia adoções responsáveis. Quando entrei no local eu e o Pipo nos escolhemos de imediato.
O Pipo tem quatro meses, é muito lindinho, e tem uma energia inesgotável. Ele tem o péssimo hábito de lamber a minha orelha e a minha barba, mas ainda estamos estabelecendo limites. Ele já destruiu uma planta que eu tenho na cozinha e está arranhando todo o sofá. E eu estou absolutamente maravilhado. De que vale um sofá se não tiver marcas dos momentos felizes que você já viveu nele?