Deve ter muita gente sem conseguir dormir na Globo tentando entender como não aconteceu o esperado milagre de Fátima. O programa da Fátima Bernardes terminou a semana com metade da audiência do dia da estreia e a razão pode ser resumida em uma única palavra: chato. Se puder usar duas palavras fica ainda mais claro: muito chato.
O problema é que muita gente não está conseguindo entender as mudanças tão rápidas que têm acontecido ao público da televisão provocadas pelo advento da Internet. Quando eu estou matando tempo na Internet eu consigo, em cinco minutos, ler uns três artigos em jornais diferentes, zapear dois ou três vídeos, responder dois e-mails, e acompanhar as postagens dos amigos no facebook - tudo isto enquanto ouço música. O resultado é óbvio: a exposição contínua à Internet, com todas as distrações e interrupções, alterou nossa habilidade cognitiva. A Internet fica cada vez mais interessante e a TV fica cada vez mais chata.
Esta bola já foi cantada por Nicholas Carr há mais de dois anos no artigo How The Internet Is Making Us Stupid. Discordo um pouco do título - a Internet não está fazendo ninguém ficar mais burro, só está alterando a forma como nos alimentamos de conhecimento. Hoje preferimos a rapidez e a fragmentação, e com isto o tempo de atenção que conseguimos dedicar a algo antes de perder o interesse (o famoso attention span) é cada vez menor. Em comparação com o passado, é como se toda a população tivesse começado a sofrer de déficit de atenção.
Eu fui criado em frente à TV. Nos últimos anos, no entanto, a abandonei quase por completo. Assisto quase tudo que me interessa pela Internet, onde tenho controle de horário e posso zapear rápido para frente e para trás. Voltei a assistir TV depois que comprei um iPad, porque assim vejo TV com o iPad no colo e ao menor sinal que a coisa começou a ficar chata, abaixo o olhar e começo a checar e-mails e procurar outras coisas mais interessantes. Adoro Avenida Brasil, por exemplo, mas só presto atenção às tramas que me interessam - nas horas em que o Alexandre Borges está fugindo ou correndo atrás de seu harém eu estou olhando para a tela do iPad. Pela quantidade de gente twittando e facebookando sobre TV durante os programas dá pra perceber que muita gente está fazendo o mesmo.
sábado, 30 de junho de 2012
sexta-feira, 29 de junho de 2012
"Somos muitos na família..."
Você já conhece o Paulo Azeviche? Se ainda não o conhece, chegou a hora de saber o que você está perdendo. Este cantor brasiliense de 22 anos, radicado em Campinas, está lançando um projeto interessantíssimo viabilizado pelo Edital LGBT da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo: a gravação de um CD reunindo músicas homoeróticas de vários compositores brasileiros, alguns tão conhecidos como Chiquinha Gonzaga e Noel Rosa.
Para conhecer um pouquinho mais do talento deste garoto ainda tão novo, ouça esta entrevista que o Paulo deu à Rádio Cultura de Brasília. No minuto 04:55 ele canta Super-Homem, a Canção. Impossível não se emocionar.
Não é difícil adivinhar que o novo CD do Paulo não vai ser divulgado nas igrejas e nas rádios religiosas como os discos dos insuportáveis padres cantores. Ele está fazendo um incansável trabalho de divulgação quase homem-a-homem (adoro esta expressão), e você pode ajudá-lo a fazer seu trabalho ficar mais conhecido.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
E aí... comeu?
Quem entrar desavisado em E aí... comeu? corre o risco de se chocar um pouco com a conversa de bar franca de três amigos que gira basicamente em torno de sexo. No cinema era possível perceber alguns risos chochos de desconforto de quem ainda não havia entrado no espirito da conversa sem papas na língua que vai de tamanho de pau a como ensinar a namorada a chupar um, mas invariavelmente volta ao lugar comum da incapacidade dos homens de viverem sozinhos.
A conversa vai agregando os pontos de vista do casado (Marcos Palmeira), do recém-separado (Bruno Mazzeo) e do solteiro (Emílio Orciollo Netto), pontuadas pelas contribuições do garçom pegador (Seu Jorge). O texto é espirituoso e engraçado e chama a atenção a atuação bastante natural de todos, quase como se fossem pessoas normais em um reality show sem se darem conta que estavam sendo filmados.
Mas, como em toda novela que precisa acabar em casamento e beijo na boca, o filme também desemboca em um final moralista para lembrar que no fundo todo mundo estava falando de amor o tempo todo, deixando a gente com a impressão que o título moderninho E aí... comeu? poderia ter recebido a adição de um subtítulo convencional e careta como Em Busca da Felicidade.
A conversa vai agregando os pontos de vista do casado (Marcos Palmeira), do recém-separado (Bruno Mazzeo) e do solteiro (Emílio Orciollo Netto), pontuadas pelas contribuições do garçom pegador (Seu Jorge). O texto é espirituoso e engraçado e chama a atenção a atuação bastante natural de todos, quase como se fossem pessoas normais em um reality show sem se darem conta que estavam sendo filmados.
Mas, como em toda novela que precisa acabar em casamento e beijo na boca, o filme também desemboca em um final moralista para lembrar que no fundo todo mundo estava falando de amor o tempo todo, deixando a gente com a impressão que o título moderninho E aí... comeu? poderia ter recebido a adição de um subtítulo convencional e careta como Em Busca da Felicidade.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Jay Brannan
30 anos, olhar de alcova, carinha de me-pega-e-me-leva-pra-casa-e-cuida-de-mim, Jay Brannan roubou meu coração desde a primeira vez que o ouvi cantando em 2008. Ele tinha acabado de lançar Goddamned, um álbum gostoso e cheio de músicas muito inspiradas cantadas de homem para homem. Na época ele passou pelo Brasil e fez show em Porto Alegre e deixou as impressões registradas em um blog que ele escrevia.
O segundo álbum, In Living Cover, veio na metade de 2009 com duas músicas originais e sete gravações cover que incluiam versões bem bacaninhas de All I Want (original da Joni Mitchell) e de Zombie (original dos Cranberries).
Depois de um hiato de dois anos ele está de volta com Rob Me Blind, um disco que já me pegou de jeito desde a primeira música. No encarte ele escreve "Eu tenho medo, sou inseguro, e só boto fé em mim nos dias realmente bons". E o que dizer deste vídeo da música que dá nome ao álbum, em que ele imagina uma paixão com o estranho do elevador?
No disco novo Jay Brannan repete Beautifully, que já tinha aparecido em In Living Cover e que agora ganhou um vídeo bem transadinho. Este garoto ainda vai muito longe.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
O monstro do armário
Você consegue adivinhar o quê os homens listados acima têm em comum? Todos eles foram inimigos figadais dos gays e combateram a comunidade gay com veemência, e todos eles mais cedo ou mais tarde se revelaram gays enrustidos. A reportagem está na edição desta semana da Salon, comprovando mais uma vez que homofobia pode mesmo ser só mais uma das caras do monstro do armário. Aqui estão os detalhes de cada um dos gays homofóbicos mostrados na foto.
Sombras da Noite
Sombras da Noite (Dark Shadows, 2012) é uma fábula de humor negro divertidíssima. A família Collins foi há cerca de 200 anos da Inglaterra para os Estados Unidos, onde fez fortuna com a indústria do pescado. Barnabas Collins (Johnny Depp), apaixonado pela burguesa Josette DuPres, recusa o amor da criada Angelique, que trama a morte de Josette e transforma Barnabas em vampiro, enterrando-o para sempre em um caixão de metal.
O "para sempre" planejado pela bruxa Angelique tem fim em 1972 quando o caixão é desenterrado por acidente e Barnabas volta à ativa para se vingar. Primeiro Barnabas se reintegra ao que restou de seus descendentes - uma família disfuncional à beira da falência. Os Collins de 1972 são uma comédia à parte: a casa é comandada pela matriarca Elizabeth (Michelle Pfeiffer, mais linda do que nunca aos 54 anos de idade) que tem uma filha adolescente problemática (Chlöe Grace Moretz, que já foi vampira na versão americana de Deixa Ela Entrar e mais recentemente deu outro show em A Invenção de Hugo Cabret) e um irmão parasita que tem um filhinho perturbado, David. Para completar o quadro a família hospeda uma psiquiatra alcoólatra (Helena Bonham Carter) que cuida do pequeno David. No castelo da família, agora caindo aos pedaços, moram também dois serviçais meio parvos.
A família é tão esquisita que nada parece surpreendê-los, nem o fato de ter um antepassado vampiro convivendo com eles, e tudo é motivo para tiradas engraçadas envolvendo principalmente a cultura pop dos anos 70. A trilha sonora é uma delícia que vai de Carpenters a Alice Cooper ("a mulher mais feia que já vi na vida", segundo Barnabas Collins em uma cena em que Alice Cooper aparece ao vivo).
O filme traz uma justa homenagem a Christopher Lee, hoje com 90 anos de idade, que faz uma breve aparição como o capitão de um barco de pesca. Christopher Lee foi o vampiro por excelência em filmes antigos, da mesma geração de Vincent Price, que fez a voz cavernosa da narração de Thriller. Também ótimo é ver como Barnabas Collins praticamente se transforma em Michael Jackson quando passeia pela cidade de óculos escuros protegido por um guarda-sol - uma semelhança que seguramente não é acidental.
O resto é resultado da transformação do macabro e do mórbido em pura diversão para se assistir comendo pipoca com sangue.
A família é tão esquisita que nada parece surpreendê-los, nem o fato de ter um antepassado vampiro convivendo com eles, e tudo é motivo para tiradas engraçadas envolvendo principalmente a cultura pop dos anos 70. A trilha sonora é uma delícia que vai de Carpenters a Alice Cooper ("a mulher mais feia que já vi na vida", segundo Barnabas Collins em uma cena em que Alice Cooper aparece ao vivo).
Barnabas Collins (Johnny Depp) e Michael Jackson: gêmeos separados no berço? |
O resto é resultado da transformação do macabro e do mórbido em pura diversão para se assistir comendo pipoca com sangue.
sábado, 23 de junho de 2012
Moças descabaçadas
Muita gente deve ter achado no mínimo pitoresco o comentário de Dona Arminda (Neusa Maria Faro) no segundo capítulo de Gabriela logo após a moça ter confessado que costumava se deitar com o tio: "Moça descabaçada não arruma bom casamento por aqui". A história se passa na década de 1920 e o mito da virgindade ainda estava longe de cair por terra.
Hoje atrizes e modelos solteiras famosas podem revelar a gravidez em rede nacional, casais jovens co-habitam sem nenhum problema, e a ideia de que as pessoas são seres sexuados e fazem sexo já não assusta mais. A instituição do casamento precisou completar centenas de anos para que o sexo fosse trazido para fora dela.
Ironicamente, a evolução dos costumes da comunidade gay conseguiu alterar a ordem das coisas. Até bem pouco tempo dois homens poderiam ser presos pelo crime de sodomia no Texas, por exemplo, simplesmente por compartilharem a mesma cama na privacidade de seus lares. Mas hoje em dia o sexo consensual entre adultos já não é mais crime na maioria das sociedades avançadas do mundo ocidental. E só depois de ter conseguido descriminalizar o sexo é que a comunidade gay está conseguindo o reconhecimento civil legal das uniões. Não deixa de ser um avanço: primeiro o sexo, depois o casamento.
Hoje atrizes e modelos solteiras famosas podem revelar a gravidez em rede nacional, casais jovens co-habitam sem nenhum problema, e a ideia de que as pessoas são seres sexuados e fazem sexo já não assusta mais. A instituição do casamento precisou completar centenas de anos para que o sexo fosse trazido para fora dela.
Ironicamente, a evolução dos costumes da comunidade gay conseguiu alterar a ordem das coisas. Até bem pouco tempo dois homens poderiam ser presos pelo crime de sodomia no Texas, por exemplo, simplesmente por compartilharem a mesma cama na privacidade de seus lares. Mas hoje em dia o sexo consensual entre adultos já não é mais crime na maioria das sociedades avançadas do mundo ocidental. E só depois de ter conseguido descriminalizar o sexo é que a comunidade gay está conseguindo o reconhecimento civil legal das uniões. Não deixa de ser um avanço: primeiro o sexo, depois o casamento.
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Tim
O Juliano Cazarré (que todo mundo já conhece de outros carnavais) interpreta em Avenida Brasil um rapaz inocente, de baixa inteligência e com um leve retardamento mental, que se apaixona por uma mulher muito mais velha (Eliana Giardini). Esta trama secundária não é muito explorada e serve apenas de alívio cômico para as intrigas mais centrais, mas daria uma ótima história por si só.
A ideia não é nova e sempre que assisto à novela me lembro do filme Tim - Anjos de Aço, uma produção australiana de 1979 com Mel Gibson em começo de carreira, estonteamente bonito aos 23 anos de idade. Mel Gibson é Tim, um jovem adulto inocente e aparvoado de corpo sensual, que desperta o olhar de Mary (a ótima Piper Laurie, que mais tarde faria a mãe fanática de Carrie, a Estranha).
Embora na novela das nove a abordagem seja cômica, em Tim a história pende para a suspeita de pedofilia instaurada pelas vizinhas invejosas de Mary. É um ótimo filme.
A ideia não é nova e sempre que assisto à novela me lembro do filme Tim - Anjos de Aço, uma produção australiana de 1979 com Mel Gibson em começo de carreira, estonteamente bonito aos 23 anos de idade. Mel Gibson é Tim, um jovem adulto inocente e aparvoado de corpo sensual, que desperta o olhar de Mary (a ótima Piper Laurie, que mais tarde faria a mãe fanática de Carrie, a Estranha).
Embora na novela das nove a abordagem seja cômica, em Tim a história pende para a suspeita de pedofilia instaurada pelas vizinhas invejosas de Mary. É um ótimo filme.
Cepê é fina nota?
Já aconteceu de você ouvir uma pergunta e ficar sem ação por alguns segundos tentando entender algo absolutamente indecifrável? O cérebro rodopia energicamente, abre arquivos, consulta possibilidades, e nada.
Aqui no estado de São Paulo costuma acontecer um caso curioso com quem vem de fora. Já vi acontecer com uma tia de Minas e uma amiga que mora nos Estados Unidos. O comprador chega ao caixa para pagar a conta e ouve "Cepê é fina nota?". A pergunta é repetida várias vezes com a intonação monotônica de quem já a disse milhares de vezes só naquela manhã. Para quem não está acostumado com o procedimento da nota fiscal paulista de fornecer o CPF quando faz uma compra não é fácil perceber que o vendedor está dizendo "CPF na nota?". Conhecer o contexto já é entender metade do texto.
Aqui no estado de São Paulo costuma acontecer um caso curioso com quem vem de fora. Já vi acontecer com uma tia de Minas e uma amiga que mora nos Estados Unidos. O comprador chega ao caixa para pagar a conta e ouve "Cepê é fina nota?". A pergunta é repetida várias vezes com a intonação monotônica de quem já a disse milhares de vezes só naquela manhã. Para quem não está acostumado com o procedimento da nota fiscal paulista de fornecer o CPF quando faz uma compra não é fácil perceber que o vendedor está dizendo "CPF na nota?". Conhecer o contexto já é entender metade do texto.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Desculpem qualquer coisa
O Fernando Haddad é bonito, jovem, simpático, educado, está sempre bem vestidinho - mas confesso que nunca vi uma figura política tão nula. O que Haddad - o maior interessado - achou do imbróglio com o Maluf? Ninguém sabe, nem perguntou. Será que ele sabe falar sem o Lula do lado?
Ao contrário de Marta Suplicy e Serra que não conseguem esconder a gana pelo cargo, eu tenho a impressão que o Haddad está quase pedindo desculpas por concorrer.
O plano gay secreto
Um "argumento" muito utilizado pelos homofóbicos é que os gays têm um plano secreto para engayzar o mundo. É uma ideia tão imbecil que nem merece que se perca tempo com ela, mas ainda funciona em algumas comunidades do centro-oeste dos Estados Unidos onde pastores preveem o fim do mundo a cada três meses.
Pois agora o tão temível "plano gay secreto" é finalmente desmascarado e revelado ao mundo. LZ Granderson, que escreve sobre esportes para a ESPN e a CNN, bolou esta apresentação que revela detalhes do plano até então desconhecidos do resto do mundo. Fomos descobertos!
A apresentação de LZ Granderson, que é gay e vive com o maridão Steve e um filho adolescente, é uma grande piada com base na ironia e no sarcasmo. Mas nem é isto o melhor da história. O que eu acho realmente admirável é o fato de a cultura americana ter produzido pessoas como ele, gays bem resolvidos que não têm falsos escrúpulos de vir a público e mostrar a cara, a família, o companheiro, e deixar todo mundo ver como eles são absolutamente normais. Neste quesito ainda estamos muito, muito atrás. Que personalidade gay brasileira já chegou a um evento público de mãos dadas com o namorado? Taí uma barreira que ainda precisamos derrubar.
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Para que eu preciso descer
Joe Manganiello estava com a Kylie Minogue nos bastidores do programa The Soup hoje e postou esta foto para os fãs. O que se viu em seguida foi uma onda de fãs decepcionados e desesperados cortando os pulsos e pulando do topo de edifícios que acabou congestionando as principais metrópoles do mundo. Mas era tudo brincadeirinha... Ele continua em forma como comprova a foto maior feita há três dias.
Eu sei que os lobisomens não costumam ter o mesmo poder de sedução dos vampiros, mas este homem-lobo me deixa completamente hipnotizado e sem ar.
terça-feira, 19 de junho de 2012
Um raio de sol
Eu não gosto da Erundina particularmente. Mas confesso que ela ganhou trezentos pontos comigo hoje ao mostrar que tem colhão peitando grandes caciques da política brasileira onde qualquer um é capaz de vender seus princípios por parcos trocados. Na minha cabeça veio uma frase que ficou guardada desde quando assisti à peça O Santo Inquérito, que me impressionou muito: "Há um pingo de dignidade que a gente não vende nem por um raio de sol".
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Cine Paratodos
Desligue o telefone, prepare uma pipoca quentinha, fique confortável. A Internet está cheia de filmes maravilhosos e disponíveis na íntegra (isto mesmo, inteirinhos!!) para a nossa alegria.
Não sei quanto tempo estes links vão ficar disponíveis. Muitas vezes as distribuidoras exigem a retirada do acesso, embora normalmente as pequenas distribuidoras até gostem da promoção. Alguns não têm legenda em português, mas encare isto como uma oportunidade para treinar um idioma estrangeiro e pesquise sobre o quê não entendeu. Estes são imperdíveis. Melhor do que isto só dois disto.
Contra Corrente (Contracorriente). Em uma cidade costeira do Peru, um pescador casado fica dividido entre as tradições locais e o amor por outro homem.
Orações para Bobby (Prayers for Bobby). Baseado na história verdadeira de Mary Griffith, cujo fanatismo religioso acaba levando o filho gay ao suicídio. Com Sigourney Weaver. Legendas em português.
Pecado da Carne (Eyes Wide Open / Einayim Petukhoth) - Um judeu ortodoxo casado e pai de quatro filhos se apaixona por um jovem aluno de vinte e dois anos de idade.
Quase Normal (Almost Normal) - você já parou para pensar como seria o mundo se o "normal" fosse ser gay, e todos os héteros sofressem preconceito e tivessem que se esconder?
Outra História de Amor (Otra Historia de Amor) - produção argentina. O que pode acontecer quando um funcionário declara seu amor para o chefe, um homem casado?
Delicada Atração (Beautiful Thing) - História de amor entre dois garotos adolescentes que se inicia quando a família de um acolhe o outro para protegê-lo do pai alcoólatra violento. Legendas em português.
Quem ama cuida
Este vídeo inspirador faz parte da campanha da ASAAP (Alliance for South Asian AIDS Prevention), uma organização canadense voltada para os imigrantes vindos de Bangladesh, India, Nepal, Paquistão, Sri Lanka, e arredores. O foco é a prevenção contra a AIDS, mas a ideia de proteção se estende mais além.
domingo, 17 de junho de 2012
Garantindo a relação
No próximo capítulo de Avenida Brasil Carminha e Monalisa vão trocar sopapos por ciúmes de um mesmo homem. Enquanto isto, cinco homens (Diógenes, Leandro, Darkson, Iran, e Lúcio) compartilham a mesma mulher (Suélen) sem o menor problema. Mais do que comprovar a velha máxima de que as mulheres podem ser muito mais complicadas que os homens, isto me faz lembrar de outro aforismo que tem circulado por aí: "As mulheres costumam fingir o orgasmo para garantir a relação; os homens costumam fingir a relação para garantir o orgasmo". Decididamente, vieram de planetas diferentes.
Eu, meu marido gay e o namorado dele
A história do mórmon gay casado com filhos deixou muita gente indignada. Mas a verdade é que não há como julgar o relacionamento de ninguém. Só quem está envolvido no relacionamento sabe onde aperta o calo, e é admirável quem consegue libertar-se das amarras das convenções sociais para traçar o próprio caminho. Os americanos defensores do casamento tradicional lutam veementemente contra isto que eles chamam de "redefinição do casamento" e não aceitam nenhuma outra configuração além de "Adão + Eva". Eles não sabem que a receita da felicidade pode vir com ingredientes diferentes para pessoas diferentes.
Veja por exemplo o caso desta família da Alemanha. Depois de um casamento de vários anos e um filho de 20 anos do casamento anterior, Erika descobre que o marido é gay. Mas eles têm um relacionamento excepcional, se gostam e se respeitam muito. Erika, inclusive, afirma que depois de se assumir gay o marido melhorou muito da depressão que o afligia. A solução: convidaram o namorado do marido para vir morar com eles. Hoje Ewald e Gothard moram juntos e dividem o quarto, e compartilham a casa com a ex-esposa que agora virou melhor amiga e o filho. A foto ao lado é o cartão de Natal da nova família há quatro anos.
A reportagem original em alemão pode ser lida aqui, e o assunto também foi comentado recentemente no G1 (como era de esperar, na seção "planeta bizarro"). Acho melhor o mundo ir se acostumando com a ideia.
sábado, 16 de junho de 2012
Rio ±
Acho digno preservar o meio-ambiente, até mesmo por uma questão de educação. Acho bacana buscar formas de se viver um futuro melhor, de preservar recursos, de cuidar do mundo. Mas acho que grande parte dos temas abordados nas mesas de discussões por um desenvolvimento sustentável são balelas fundamentadas por teses não comprovadas de naturalistas exagerados.
Uma cidade como São Paulo, por exemplo, realmente assusta. Estive lá na última terça-feira, enfrentei congestionamentos em todos os lados que fui, senti dor de cabeça pelo ar impuro, e saí me perguntando como realmente as pessoas vivem ali. Mas foi só sair daquilo que é só um pontinho no mapa e retornar para o verde do meu vale que tudo voltou ao normal. Realmente, não consigo comprar a ideia de um mundo vivendo em função de créditos de carbono.
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Fica, vai ter beijo
Para quem está pensando em se casar e não gostou de nenhum daqueles vídeos de casamento luxuosos e cheios de viadagens que pipocam no YouTube todo dia (já publiquei alguns aqui no blog), há sugestões de cerimônias mais simples. Até mesmo com o estritamente essencial: os noivos e o juiz. Como no casamento de David e Paul, um militar e um civil, em Iowa. É quase palpável a emoção do noivo civil na troca das alianças, no beijo, e no orgulho na troca do adesivo da farda do maridão para o nome de casado.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Richard e Mildred
Em muitos aspectos a aprovação do casamento entre cônjuges do mesmo sexo nos Estados Unidos segue trajetória parecida com a aprovação do casamento inter-racial. E eu não tenho a menor dúvida que o resultado vai ser exatamente o mesmo: mais cedo ou mais tarde o assunto chega à Suprema Corte que derruba as proibições estaduais e o casamento igualitário passa a ser permitido em todos os 50 estados americanos.
O casal da foto é Richard Loving e Mildred Jeter, símbolos da luta pela derrubada da lei anti-miscigenação. Richard e Mildred eram do estado da Virginia, onde negros não podiam se casar com brancos. Viajaram para se casar no estado de Washington, onde o casamento já era permitido, mas quando retornaram foram acordados em casa pela polícia às 2 da manhã e presos pelo crime de estarem casados. Foram condenados a um ano de prisão e a pena foi suspensa com a promessa de que o casal deixasse o estado e não retornasse por um período de 25 anos. Nove anos depois, em 1967, o processo interposto pelo casal finalmente chegou à Suprema Corte, que decidiu unanimemente pela suspensão da proibição dos casamentos inter-raciais a nível federal.
Mas a memória da sociedade é curta demais. Apesar da imensa vergonha que a história acima nos causa ante a constatação de como o ser humano pode ser infinitamente cruel, vivemos no presente casos muito parecidos de casais que se amam mas são vistos pela sociedade como uma "abominação", exatamente como eram Richard e Mildred em um passado tão recente. Richard e Mildred tiveram três filhos, oito netos e onze bisnetos. Richard faleceu em 1975, aos 45 anos de idade, em um acidente de carro provocado por um motorista bêbado. Mildred faleceu em 2008, aos 68 anos de idade, de pneumonia. A história deles me comove e me inspira.
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Boy magia
Os novos trailers de Magic Mike que saíram hoje elevam tanto a expectativa para o novo filme do Steven Soderbergh que eu já estou com medo de que o filme decepcione por melhor que seja. As expectativas estão ficando tão altas quanto a tesão tensão das cenas.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
34 anos, casado com mulher, 3 filhas, gay e feliz
A notícia invadiu vários sites americanos (aqui e aqui) na semana passada deixando muita gente de cabelo em pé. Josh Weed é gay assumido desde os 16 anos, mórmon, casado, tem 3 filhas e confessa que tem um casamento feliz. É claro que é perfeitamente possível e não há nenhum segredo nisto. Embora normalmente falemos de casamento como um contrato civil no contexto da luta pela igualdade de direitos, o casamento como acordo tácito de convivência entre duas pessoas pode ter regras tão flexíveis quanto os dois contratantes quiserem. E eu acho absolutamente fantástico quando um casal consegue dar as costas para as convenções e regras sociais e criar um modelo próprio de convivência que satisfaz aos dois.
Não estamos falando aqui das "esposas de Brokeback", aquelas que se casam enganadas enquanto o marido gay leva uma vida dupla na clandestinidade. A esposa de Josh sempre soube que ele era gay e eles resolveram construir uma família assim. Josh deixa bem claro que não é bissexual, que sente desejo sexual exclusivamente por homens, mas tem uma vida sexual ativa com a mulher e consegue viver bem sem exercitar seu desejo por homens.
O único perigo que eu vejo na divulgação deste tipo de arranjo é o de se começar a achar que qualquer homem gay é capaz de abandonar a prática homossexual e constituir uma família feliz com uma mulher. Este tipo de arranjo não é para qualquer um. Eu, por exemplo, não conseguiria sublimar meu tesão sem enlouquecer ou eventualmente quebrar minha promessa. Mas a realidade e as necessidades de cada um são diferentes. Cada cabeça, uma sentença. Josh Weed é uma exceção possível.
Prometheus
Prometheus não decepciona em nada, mesmo com as expectativas naturalmente altas de se assistir a um filme de um diretor como Ridley Scott que traz na bagagem nada menos do que Blade Runner e Alien: o 8º Passageiro. Quem perdeu o sono na juventude lendo Eram Os Deuses Astronautas? do suíço Erich von Daniken, como eu, vai se deliciar com a premissa do filme de pesquisar a origem da espécie humana no espaço seguindo pistas deixadas na Terra.
O trailer mais ou menos conta a história toda. No futuro uma expedição vai ao espaço investigar sinais deixados por uma civilização de trinta e cinco milhões de anos atrás aqui na Terra que podem esclarecer nossa origem. A tese do criacionismo serve de contraposição para a teoria da evolução e é explorada no filme na dose certa sem ficar chata. A ideia não é dar respostas, mas trabalhar teorias que possam gerar uma boa história que seduza o espectador com um entretenimento de primeira, e aí o filme acerta diretamente no ponto.
Pelo trailer todo mundo pode deduzir que os cientistas vão descobrir bem mais do que estavam buscando e que tudo vai dar terrivelmente errado. Como ninguém comprou o ingresso pensando em assistir a um documentário científico, é deste ponto para a frente que a gente vai sentir o maior prazer em se contorcer na cadeira com o suspense e o terror.
O filme tem visual exuberante de encher os olhos e usa o 3D de forma absolutamente impecável. Tem também um elenco de nomes notáveis em atuações marcantes. Noomi Rapace (que fez a Lisbeth na versão sueca de Os Homens que Não Amavam as Mulheres) é a cientista que lidera a expedição, Michael Fassbender é um robô humanoide, Charlize Theron é a representante da empresa que bancou o empreendimento espacial, e Idris Elba é o piloto da nave Prometheus que começa como simples coadjuvante para ter participação decisiva no final.
Ridley Scott deve ter passado os últimos trinta anos pensando sobre o quê melhoraria em suas ficções científicas anteriores. Prometheus é a resposta.
sábado, 9 de junho de 2012
De homem para homem
É muito interessante observar a evolução dos direitos igualitários em diferentes culturas. A Argentina conseguiu avanços admiráveis que a colocam na frente até mesmo de países como os Estados Unidos - e tudo conseguido via Congresso, que teoricamente é a melhor representação da vontade popular. Os Estados Unidos têm promovido uma manifestação popular como jamais vista, mas ainda perdem com a aversão ao voto e a fragmentação em estados independentes. A última derrota nos Estados Unidos com a aprovação da Amendment One que proíbe a igualdade no casamento na Carolina do Norte foi conseguida com pouco mais de 34% dos eleitores - ou seja, um terço de votantes decidiu o destino de todo o resto do estado.
Há lugares piores, é claro, mas estes não são parâmetros. A Rússia, por exemplo, acaba de proibir a Parada Gay por um período de cem anos. Isto mesmo, cem anos!! Irã e outros países de cultura islâmica, então, nem dá para começar a falar.
Aqui no Brasil a situação é triste. A população é refém de um Congresso conservador e corrupto, marcado pelo fisiologismo. Esperar que mudanças venham a partir daí é realmente desanimador. Nosso Judiciário tem sido obrigado a agir para tutelar a população e ampará-la na falta de uma legislação que reflita o atual estado da nossa sociedade. Por isto é importante mandar o recado para a aprovação do Estatuto da Diversidade Sexual. Para acrescentar seu nome ao abaixo-assinado público nem é preciso tirar a bunda da cadeira; basta clicar aqui e seguir as instruções. Você não vai deixar os outros decidirem sobre seus direitos sem dizer o que você pensa, vai?
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Quero ser Neil Patrick Harris
Neil Patrick Harris é jovem, talentoso, bonito, bem casado, pai de família. No próximo domingo, mais uma vez, ele será o apresentador do Prêmio Tony de teatro. Como se tudo isto não bastasse, ele é também muito simpático, inteligente, espirituoso e bem humorado. Eu quero ser Neil Patrick Harris.
Eu já tinha falado dele aqui e aqui, mas nunca é demais falar de gente bacana assim. Precisamos compensar o tempo que perdemos falando de pastores homofóbicos, políticos corruptos e gente chata que não valem o nosso tempo.
E agora está no ar este episódio de Punk'd (aqui, a partir do momento 07:30 min.) que inclui uma pegadinha: Neil Patrick Harris sai para uma caminhada e quando volta encontra um urso de verdade dentro de seu carro, e não poderia ter uma reação mais cool, controlada e bem-humorada. Eu quero ser Neil Patrick Harris.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Susto do dia
As cantoras e irmãs gêmeas Pepê e Neném revelaram a Marília Gabriela que são lésbicas. E eu levei um susto que quase me matou do coração. Eu não sabia que elas eram mulheres!
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Gay no futebol
Wade Davis é um jogador de futebol que já foi da Liga Nacional de Futebol Americano e que se assumiu gay há pouco tempo. Nesta entrevista ele fala por quase dez minutos sobre o impacto de ser gay no mundo esportivo de hoje. Ele conta, por exemplo, da época em que tinha tanto medo de ser descoberto que chegou a gastar mais de mil dólares com garotas de programa em uma única noite só para reforçar a ilusão de que era hétero. Mas fala também do sentimento de liberação dilacerante quando finalmente conseguiu se assumir. A verdade é que cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.
terça-feira, 5 de junho de 2012
Colocando a voz
Eu nunca gostei muito de shows com ventríloquos. Não consigo imaginar a voz saindo do boneco, e sempre acho que o ventríloquo se trai movendo os lábios. Isto era verdade até ontem, quando vi esta apresentação da inglesa Nina Conti e quase me acabei de tanto rir. Em menos de uma semana o vídeo já viralizou e já ultrapassa um milhão de acessos.
Nina Conti é jovem, bonita, elegante, e espirituosa. Parece ter a piada sempre pronta na ponta da língua. E consegue ser uma ventríloqua como nenhuma outra antes; sem mexer os lábios enquanto faz a voz do boneco, e interagindo consigo mesma com uma velocidade impressionante. Não deixe de ver especialmente a partir do minuto 10, quando ela transforma um rapaz da platéia em boneco de ventríloquo. Simplesmente hilário.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
O André
Conhecemos várias pessoas no curso de uma vida. A grande maioria são pessoas boas, gente do bem. Uma minoria que dá para contar nos dedos de uma mão são pessoas excepcionais. O André era uma pessoa excepcional.
Eu o conheci há cerca de vinte anos. Ele era dez anos mais velho que eu, magro, algo, precocemente grisalho, bonito. O que saltava aos olhos de qualquer pessoa que o encontrasse pela primeira vez era sua simpatia e educação e sua voz grave falando sempre devagar - ele nunca parecia ter pressa. Eu só conheci a família dele muito tempo depois. Ele tinha três filhos lindos.
O André era dono de uma empresa com cerca de 60 funcionários e gostava do trabalho. Era engenheiro aeronáutico por formação e, preocupado com o desequilíbrio que o aprofundamento técnico pudesse provocar no seu lado humano, foi estudar psicologia e psicanálise. Depois de formado nesta segunda especialidade abriu um consultório e começou a atender pacientes das 6 às 8 da manhã, antes de ir administrar a empresa de engenharia. Cobrava dos pacientes por sessão apenas o preço de uma passagem de ônibus.
Às vezes o André me ligava só para comentar uma foto minha que ele tinha visto no meu blog de fotografias. Ou para falar sobre uma expressão nova que ele tinha descoberto lendo um livro. Ele esteve na minha casa algumas vezes, a gente sempre tomava café e ele nunca saia antes de sentar um pouco na sacada e ficar admirando a vista. Uma vez ele me disse que minha serenidade o contagiava. O André era o cara mais humano que eu conheci em toda a minha vida, e eu o admirava enormemente.
A paixão do André, depois da família, era voar. Ele pilotava há mais de trinta anos, por puro prazer. Ele me disse uma vez que lá em cima, no meio das nuvens, os problemas daqui de baixo ficavam pequenos, e que depois era mais fácil resolvê-los. Há dois dias, no sábado de manhã, o André saiu voando e nunca mais voltou.
domingo, 3 de junho de 2012
O gaydar em tempos de Grindr
Eu nunca vi aquele cara antes, nunca falei com ele, mal olhei para ele agora, e no entanto sei que ele é gay. Há menos de uma semana estava pensando nisto, sobre como o gaydar se desenvolve com o tempo até atingir níveis de precisão altíssimos. E por mais que algumas pessoas possam parecer gays óbvios, eles não o são para olhares destreinados. Se minha mãe fosse uma noite à The Week ela talvez não conseguisse apontar um único gay.
Estas divagações me fazem lembrar da infância em cidade pequena do interior, quando a gente vê uma ninhada de pintinhos andando no quintal com a mãe galinha - todos absolutamente iguais - mas não demora para perceber que a galinha consegue identificar cada um. Ela sabe quem está alimentado e quem ainda não comeu, e o mais raquitinho sempre recebe mais atenção da mãe. Se duas ninhadas se encontram e todos os pintinhos se misturam, no momento em que se separam todos sabem que galinha seguir - e as galinhas sabem exatamente quem são seus pintinhos e quem são os outros. A resposta é simples: é o instinto, é da natureza.
A revista de domingo do New York Times traz hoje um artigo muito interessante sobre isto: The Science of 'Gaydar'. Segundo o artigo, o gaydar realmente existe e é exato, e seu funcionamento está intimamente ligado ao reconhecimento de algumas características do rosto. E eu fico imaginando o efeito que as novas tecnologias terão sobre o gaydar no futuro. Muita gente hoje já tem dificuldade de escrever com letra cursiva porque só está habituada a digitar. Será que no futuro o uso exacerbado do Grindr vai prejudicar o desenvolvimento do gaydar?
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Meu nome é Trabalho
Eu não sou mais fã incondicional da Madonna como já fui um dia, mas tenho que admitir que não existe no show business ninguém que sequer chegue perto do que ela consegue. Madonna estava há poucos meses terminando um filme, depois em turnê de lançamento do filme, depois lançando um disco, e agora começa a turnê do disco em grande estilo - tudo isto em um mesmo ano que ainda nem chegou à metade!
As críticas do lançamento da turnê MDNA ontem em Israel não pouparam elogios (alguns vídeos podem ser vistos aqui). É difícil entender onde uma pessoa arranja tempo para conseguir fazer tantas coisas que envolvem preparativos tão complexos. Madonna não dorme e não come - provavelmente só trabalha e trepa, trepa e trabalha.
De qualquer forma ela tem mostrado ao mundo o caminho da sobrevivência em tempos de mp3 e discos gratuitos na internet. E a resposta é "trabalho". Foi-se o tempo em que era possível lançar um disco por ano e passar o resto do tempo morando em mansões nababescas, coçando o saco, e vivendo de direitos autorais. Outros artistas ainda não acordaram e vez ou outra aparecem criticando as novas tecnologias e chorando o fim da mamata. Têm muito a aprender com Madonna. A garota material faz por merecer cada centavo de sua imensa fortuna.