Seus tataravós viram muito poucas mudanças nos costumes ao longo de suas vidas - eles praticamente nasceram, viveram e morreram em um mesmo mundo. A evolução social era lenta, e os costumes seguiam práticas tradicionais que permaneceram intocadas durante décadas.
No mundo atual os costumes mudam com maior velocidade. Nosso mundo já não é o mesmo de 10 anos atrás. Segundo o sociólogo americano Brian Powel, um dos autores do livro "Counted Out: Same-Sex Relations and Americans' Definitions of Family" previsto para lançamento no próximo mês, nenhum costume tem mudado tanto e tão depressa quanto a aceitação dos gays.
Quando Cristina Kirchner assinou no mês passado a lei da igualdade no casamento na Argentina, fez questão de frisar que, dentro de alguns poucos anos, vai ser difícil acreditar que os gays não podiam casar até então. A conquista de direitos civis por uma parcela da população sempre é assimilada com muita rapidez, principalmente porque o assunto é geralmente tratado como a correção tardia de uma injustiça vigente durante anos. Quando se pergunta para qualquer americano sobre o tempo em que negros eram proibidos de casar com brancos, eles geralmente acham que isso ocorreu há mais de cem anos atrás - e se surpreendem de descobrir que esta lei só foi derrubada em 1967.
A religião sempre foi a principal barreira à evolução dos costumes. Não é à toa que Caetano Veloso se referiu à "incompetência da américa católica que sempre precisará de ridículos tiranos" na música cujo título resume tudo: Podres Poderes. Por isso é notável o fato de estados onde o catolicismo sempre foi bastante arraigado, como a cidade do México, Portugal, Espanha e Argentina, já terem aprovado o casamento para os gays. Sinal evidente do enfraquecimento da igreja, o que tem permitido muitos avanços nos costumes sociais. Na Argentina, embora 92% da população se declare católica, apenas 20% realmente pratica a religião, que tem tido cada vez menos importância para as novas gerações.
As pesquisas sobre costumes da sociedade têm mostrado que os mais jovens aceitam as mudanças com muito mais facilidade, e já existe entre eles uma tendência a não enxergar o estigma que sempre acompanhou os gays. Os mais jovens tendem a considerar a orientação sexual como "uma variação benigna, de modo que a diferença entre um casal gay e um casal hétero não tem tanta importância".
Em todo o mundo é crescente o número de famílias que fazem questão que seus filhos convivam com a diversidade e participem da luta pelos direitos civis. Para estas crianças vai ser muito difícil acreditar que um dia houve preconceito contra os gays e que os gays já tiveram menos direitos que os héteros - eles vão jurar que isso só ocorria na Idade Média.
e estarão certíssimos ... estamos ou não estamos na Idade Média II?
ResponderExcluirbjux
;-)
Nenhum blogueiro carioca vai comentar sobre a prisão do Cabral/dealer/suicídio/TW (centro das drogas)e as drogas na noite gay????.....Quem vai ter coragem de falar???....
ResponderExcluirParabéns pela análise, excelente (e encorajadora!)
ResponderExcluirAssim seja... Tenho dois lá em casa que estão crescendo e uma hora virá a fatídica conversa em que terei d abrir p/ eles o real q nem sempre é o ideal, mas é melhor q a mentira... Ser pai e gay é uma benção! Ex-mulher é q é o cão!
ResponderExcluirPapai Urso do Interior:
ResponderExcluirPerto do dia dos pais eu comentei sobre uma reportagem especial da Folha de S. Paulo sobre pais que se assumem gays para os filhos. Dê uma olhada aqui.