O estado americano de Iowa, que teve a igualdade no casamento reconhecida em 2009 pela via jurídica por meio de votação da suprema corte estadual está prestes a sofrer um retrocesso. A campanha contra os gays e contra os juízes que votaram a favor do casamento igualitário foi tão grande que o estado começou a rever o processo. Ontem promoveram uma audiência pública sobre o assunto. Entre as pessoas agendadas para falar estava Zack Wahls, de 19 anos, que fez um belíssimo discurso.
"Boa noite, Sr. Presidente, meu nome é Zach Wahls, sou da 6a. geração nascida em Iowa, estudante de engenharia na Universidade de Iowa, e fui criado por duas mulheres", começou ele. Zach tem duas mães e é uma pessoa perfeitamente normal. Eu um dado momento ele consegue resumir tudo com uma lucidez estonteante: "Seu voto não vai produzir nenhum efeito sobre suas famílias. Seu voto vai ter efeito sobre a minha". E mais: "A orientação sexual das minhas mães não teve nenhum efeito sobre o conteúdo do meu caráter".
Pelo menos, no Brasil, toda doutrina é unânime para reconhecer a vedação do retrocesso das garantias e direitos fundamentais. Se uma corte suprema garantisse tal direito aqui com base nessas garantias, não teria como isso ser revertido.
ResponderExcluirFaz tempo que eu digo que a maré vai virar quando os filhos de casais gays crescerem e começarem a defender seus pais. O depoimento desse rapaz é arrasador, mas infelizmente não serviu para salvar o casamento igualitário em Iowa. Zuzo bem, o tempo corre a nosso favor.
ResponderExcluirBelíssimas palavras, certamente.
ResponderExcluirE educado, e bem vestido, e coisa fofa. Trocaria meu pai por mais uma mãe. E quem não trocaria?
ResponderExcluirDesde "1984" de Orwell, aprendemos que 'poder' é o poder de ferir. Penso que o que de fato move os grupos que batalham pela não concessão de direitos civis igualitários é a efetivação de "não gosto de você nem do que penso que você seja e por isso quero fazê-lo sofrer do modo que eu puder". Alguns usam lâmpadas fluorescentes para machucar e afirmar supremacia. Outros fazem o possível para dar ao golpe uma vestimenta jurídica. E isso é que é o mais cruel: ferir com ajuda da lei, impedir uma vida plena a quem de direito via arcabouço jurídico. Mas isso muda. Há menos de um século, no Brasil, as mulheres não votavam. Há pouco mais de um século tínhamos escravos por aqui. Isso vai mudar, sim.
ResponderExcluirmuito eloquente, e disse tudo que importava.
ResponderExcluiradorei o discurso. e o bonito.
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