Eu ontem publiquei aquela foto linda da família do Ricky Martin. Coincidentemente o Tony Goes falou do mesmo assunto no blog dele e no facebook, e eu pude acompanhar os comentários e reações aqui e lá. Embora a maioria das reações tenha sido positiva eu fico sempre intrigado com um tipo de reação que invariavelmente aparece toda vez que uma foto assim é publicada. Eu me refiro àqueles que se manifestam em tom desanimador à "tentativa de imitar o padrão hétero de felicidade".
Juro que não entendo. Viver feliz ao lado de quem se ama nunca foi um anseio reservado exclusivamente aos héteros. Viver feliz ao lado de quem se ama é basicamente um anseio humano (e de outras espécies animais monogâmicas também). Os héteros simplesmente tiveram seu reconhecimento como unidade da família mais cedo.
A relutância em aceitar esta visão ideal plenamente possível me lembra um pouco esta síndrome do Aguinaldo Silva de achar que gays devem viver em guetos ou caçando homens em ruas escuras. Viver feliz ao lado de quem se ama é para todo mundo, independente de inclinação sexual, inclusive para mim e para você.
"Viver feliz ao lado de quem se ama".
ResponderExcluirPonto.
Pra começar que, "de quem se ama" é complexo demais e cabem várias pessoas e até mesmo, pq não, coisas, mas ok. Embora todos tenham sido programados para isso, esse não é o único caminho. O problema é que hj em dia tá tudo tão certinho, tão politicamente correto, tão careta, que se alguém diz que é feliz sozinho, soa como ofensa ou recalque. Contudo, existem pessoas que não querem morar junto, que prezam demais a sua individualidade, que não querem a responsabilidade de criar um ser humano, e não há nada de errado nisso.
Costumo dizer que eu amo minha a minha família, namoro meus amigos e transo com quem me dá tesão. That's all. Simples assim.
Daniel,
ResponderExcluirViver feliz ao lado de quem se ama não é simplesmente uma escolha "certinha" - é uma das escolhas possíveis, e não há nada de errado nisto. É este o meu ponto.
Concordo com todas as possíveis variações que você listou. Mas isto não faz de "viver ao lado de quem se ama" uma alternativa menor ou menos válida. O que eu não entendo é as pessoas olharem para esta alternativa com desprezo ou gozação - acho pessimismo demais.
Abraço,
**
Por mim todas as opções e escolhas de vida são pessoais e válidas ... posso me casar e ter filhos, posso só me casar, posso passar a vida namorando, posso ser tico-tico no fubá, posso ser um simples pegador ... isto é com cada um ... mas uma coisa vc está certo ... seja qual for a escolha os outros não têm nada com isto e muito menos têm o direito de olhar ou comentar com qualquer tipo de censura ...
ResponderExcluirTenho meu relacionamento de 37 anos, vou assinar a união estável no próximo dia 30, sou feliz assim e não tenho e nem quero filhos ... esta é a opção do Bratz com o Elian é claro ...
bjão
de certa forma, um casal gay querer ter filhos é imitar o padrão heterossexual... mas e daí?
ResponderExcluirVendo algumas pessoas falarem que "viver feliz ao lado da pessoa que se ama" é tentar imitar o padrão hétero parece tão estranho. Se vc acha isso mesmo, então não faça. Simples assim. E se, como eles mesmo dizem, há outras formas de ser feliz, pode incluir "ao lado da pessoa que se ama".
ResponderExcluirNo fundo no fundo todo mundo quer ser feliz e os "rótulos" só servem para tornar todo o processo enfadonho demais. Cada um deve saber o que quer pra si sem julgar as escolhas do outro, assim se vive melhor com certeza.
ResponderExcluirAbraços.
Desde quando duas pessoas do mesmo sexo que se amam é uma forma de imitar os héteros?
ResponderExcluirJá que são duas pessoas do mesmo sexo, nós não os imitamos.
Sabe quem imita os héteros?
Os gays enrustidos que se casam com pessoas do sexo oposto pra ser aceito socialmente, copiando uma família tradicional. Esses sim imitam os héteros! E nunca vai ser heterossexismo o casamento dos same-sex. Isso tem haver com direitos e cidadania.
E cá pra nós as relações gays são bem mais dinâmicas e interessantes!
Kisses!!
Luciano,
ResponderExcluirEu sou exatamente uma dessas pessoas que olha para uma dessas fotos photoshopadas do Ricky Martin e boceja. Da mesma forma que eu bocejo quando vejo um comercial de margarina com uma família branca, morando numa casa estilo Alphaville com cachorrinho Golden Retriever em baixo da mesa.
O que eu critico não é o fato de estar junto, de querer montar uma família. Eu mesmo fiz isso, cruzei o Atlântico, estou morando aqui em Paris com o meu namorado! O que eu critico é a imposição do padrão da falsa perfeição. Dentes clareados, corpos sarados, camisetas mostrando os músculos na medida certa, crianças usando roupinhas combinando com as roupas, cenas de felicidade "Olha como somos uma família normal!" para a Vanity Fair. Por que tanto esmero para sair tão perfeito? Pra quê mostrar esse padrão perfeito de família que qualquer hetero inteligente sabe que é impossível de sustentar porque a vida é menos clean e bem mais bagunçada do isso?
O que eu meto pau é a tentativa de parecer perfeito, não é o fato de um casal gay estar com filhos. Porque essa tentativa de perfeição é um modelo falho, raso, fútil, do tipo que faz a mulher que deixa o filho com a babá culpada por não ficar 24h em função da casa e dos filhos. Um modelo que não funciona, saca?
Eu super entendo que a sua geração veja uma foto dessas e fique feliz com o avanço que estamos tendo. Mas é preciso também que você faça o esforço de entender que tem uma geração mais nova que você que já cresceu com esse conceito de casal gay como algo relativamente normal e que tem objetivo mais "avançados" do que os seus (que, caso pense como o Tony, é meio que colocar o carro na frente dos bois).
Entendeu?
Beijos,
Fer.
O negócio é ser feliz, em qual padrão se encaixa é o de menos, seria tão melhor cada um na sua e ninguém cuidado do jardim alheio, não?
ResponderExcluirBeijos e adorei o post
isso aí. felicidade é pra todos.
ResponderExcluirComplemetando o que disse o Fernando, isso daí é dar a uma sessão de fotos, na Vanity Fair sei lá de onde, o poder de criar a imagem da felicidade ideal, afinal, quantas outras capas ela vai oferecer mostrando outros "tipos" de felicidades além dessa? O que se questiona não é a felicidade de ninguém (até porque isso é subjetivo e pessoal), mas a manutenção do mesmíssimo padrão de felicidade, de beleza, até mesmo de moral, só mudaram de um casal hetero pra um gay. É isso que os gays querem? É isso que os gays são? Porque os heteros não são isso mas brincam de fingir ser.
ResponderExcluirTambém fico intrigado com essa aspiração gay pelo modelo de felicidade comercial de Molico. Filhos de casais gays não terão problemas? Não vão se revoltar na adolescência? Não vão se envolver com drogas? Não sofrerão jamais qualquer problema de relacionamento com os pais? Ou seja, problemas que a humanidade carrega desde que o mundo é mundo? Ou as famílias gays são a solução para os males do mundo? É tudo tão piegas.
ResponderExcluirgostei bastante do seu texto luciano assim como do texto do aldo. quando vejo comentários criticando essas uniões me lembro de conhecidos, drogados, beijando desconhecidos, em darks e baladas, que mal se lembram do rosto( e do resto) no dia seguinte...se gabando se serem os fodões. será que ser gay é isso aí SÓ? pô, ricky está vendendo uma imagem assim como brad e angelina, e tantos outros no showbizz, é bom não esquecer que gays ainda são apedrejados e e essa matéria é um grande avanço. e nem vou criticar alguns comentários especificamente pq entrei pra elogiar não pra causar. parabéns pelas palavras.
ResponderExcluirAchei otimo como esse post gerou discussões, percepções e visões tão diferentes sobre um mesmo tema.
ResponderExcluirLuciano, achei o texto maravilhoso até você colocar o nome do Agnaldo Silva no meio... Perdeu...
Outros textos como esse podem gerar mais discussões interessantes e necessárias.
Deixo como meu comentário como dica.
Abraço,
Gui.