terça-feira, 6 de março de 2012

Stop all the clocks


Lucio Dalla, falecido na semana passada, era homossexual discreto e vivia com seu companheiro Marco Alemanno sem levantar bandeiras. Lucio Dalla era queridíssimo em toda a Itália e teve um funeral católico suntuoso digno de uma personalidade internacional, celebrado pelo padre Bernardo Boschi, que era amigo pessoal do cantor. Marco Alemanno ganhou destaque como único leigo a falar durante a celebração, quando declarou publicamente seu amor e respeito pelo companheiro morto em um dos momentos mais emocionantes da cerimônia. É o véu da hipocrisia da igreja católica sendo rasgado de cima a baixo, e bem perto do Vaticano.

6 comentários:

  1. Armário = discreto. HAHAHA

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  2. Não fazia a menor ideia de que o Dalla era gay. Que lindo esse funeral, pelo menos é um avanço para a causa na Itália.

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  3. Informação surpreendente para nós aqui desse lado do Atlântico, imagine só para a Itália, aquela terra encantadora, mas complicadíssima e paradoxal. No que tange ao tema central desse blog então, sai de baixo.

    E muito impressionante a força do artista, o povo que reuniu e o clima de tristeza. Aqui, nem Chico Buarque deve esperar nem mesmo uma parte dessa comoção.

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  4. Fiquei impressionado com esse post. Estava na Italia, em 1971, quando 'Gesù Bambino' era um grande sucesso a tocar fundo os corações e Dalla já visto como 'bravissimo'. Gesù era autobiográfica, diziam, ou quase, e eu, que fazia análise, pensei que só Édipo comporia aquela música, para arrasar Dona Jocasta. E sendo o Complexo de Édipo, à época, muito ligado à homosexualidade, comentei essa hipótese em uma conversa e quase fui linchado, ficando todos ofendidos e eu chamado 'stronzo'.
    Só 40 anos depois o assunto voltou...

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  5. Além de tudo, o fato do funeral de Dalla ter provocado a maior saia justa na adormecida Italia da Igreja e, até há pouco, de Berlusconi, não tem preço.
    A 'vendetta dei gay', como tem sido chamada a cerimônia fúnebre, ficou para a história.

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