sexta-feira, 27 de abril de 2012

Touching Strangers


Algumas culturas apresentam muito mais 'fisicalidade' do que outras. Nós brasileiros, como outras culturas latinas, gostamos de tocar e ser tocados. Não raras vezes presenciamos cumprimentos efusivos entre amigos, beijos, casais de mãos dadas. Embora ainda exista um certo pudor em se tocar estranhos de forma não consentida, o toque acidental no dia a dia é facilmente perdoado com um pedido de desculpas.

Nem todas as culturas são assim. Os americanos, por exemplo, têm uma sensação muito clara do espaço que precisam ao seu redor para que não se sintam invadidos em sua privacidade. "Don't touch me!" é frase usada com frequência por qualquer um que se sinta ameaçado com a proximidade de um estranho. Há uma grande resistência a tocar estranhos, o que explica o episódio acontecido no metrô de Nova York há duas semanas em que um rapaz interrompe uma briga simplesmente interpondo seu corpo entre os dois brigões enquanto calmamente come suas batatinhas chips. Ele ficou conhecido como snack man e foi matéria de reportagens e programas de TV.

A complexidade envolvida em tocar estranhos está muito bem retratada neste ensaio do fotógrafo americano Richard Renaldi (de onde sairam as duas fotos que ilustram esta postagem). Ele convidou anônimos estranhos entre si para posarem tocando-se como se fossem grandes amigos. Em alguns casos a tensão provocada pelo pudor de tocar estranhos é quase palpável. Outros projetos do fotógrafo podem ser vistos aqui (não deixe de ver Bus Travelers que mostra um lado pouco conhecido do interior dos Estados Unidos).



9 comentários:

  1. Pô, mas quem não queria o barbudinho da primeira foto te tocando?

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  2. Hmmm... Fui no site ver as fotos. Oquei, as pessoas se tocam. Mas apesar de eventualmente terem partes do corpo próximas, em raras exceções a proximidade parece ter sido alcançada. Uma coisa que, a mim, pode dar uma pista do quanto esta sensação se acentuou é a escolha (?) do fotógrafo de que os retratados olhassem para ele (ou para a câmera). Olhar para quem se toca (mesmo que você não toque ;-) aproxima mais do o contato físico em si.

    Uma das fotografias mais belas que vi foi feita por Annie Leibowitz após a morte de sua companheira, Susan Sontag. Annie está na varanda de seu apartamento em Nova Iorque (as duas nunca moraram juntas), olhando para em direção ao prédio em que Sontag morou. A outra não está mais lá e a imagem promove um agudo senso de proximidade absoluta e distância, agora, infinita.

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  3. Luciano:

    Muito bacana esta postagem. Graças a Deus somos brasileiros e podemos nos tocar livremente sem pudores e constrangimentos..rs.
    Lindo fim de semana. Abraços.

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  4. Esse negócio de dizer que brasileiro gosta de se tocar, isso não é verdade, é tudo pra inglêsver.

    Eu mesmo acho que um cumprimento com um aperto de mão basta, nada de beijos no rosto, tapinha nas costas, estas atitudes sempre me soam com falsas ou chamativas.

    E o brasileiro na real, não é tão cordial, como a gente finje ser. somos frios, calculistas, corruptos, hipócritas, fofoqueiros, briguentos, estressados, sexualizados, mentirosos, falsos e fingidores e interesseiros. É isso nós somos um povo fingidor, passivo e acomodado. abaixamos a cabeça toda vez que o William Bonner com aquela cara de bosta, divulga uma notícia.

    Cordialismo, toques, é só pra inglês ver. O nosso país é o que mais mata e estupra mulheres, negros, índios, crianças e gays. Realmente, gostamos muito de nos tocar mas pra fazer o mal.

    Na Inglaterra (que tem um povo frio, não muito cordial)tem um prefeito que defende os gays. É só lerem o outro post do Luciano.

    o Brasil é uma mentira.

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  5. O Aldo ai dos comentários tá carente, precisando de abraço; eu acho que nós brasileiros somos mesmo adeptos da "fisicalidade" mas é óbvio que também não com todo mundo, rola com pessoas mais próximas, natural né?

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  6. adorei isso!
    mas acho que os franceses são mais chatos nesse lance de 'não me toque'.

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  7. Gente! O primeiro cara é igual ao Henry Castelly e o cara sortudo se sentiu meio esquisito mesmo assim.

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  8. Aldo disse tudo, eu particularmente detesto excesso de contatos, acho muito antipático, têm gente que não tem noção.

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