Eu tenho um amigo que costuma dizer que no nordeste todo mundo é mais ou menos bissexual. Exageros à parte, existe no nordeste, sim, uma grande aceitação da diversidade e uma maior fluidez entre as várias tendências sexuais. Especialmente por isto, é extremamente injusto que uma organização de disseminação de ódio homofóbico use o nome do estado de Pernambuco.
O anúncio acima foi veiculado em algumas publicações do estado e imediatamente gerou revolta nas redes sociais. Além de cair no velho erro de equiparar a homossexualidade com crimes como a pedofilia ou a prostituição, a organização fala em nome do estado sem ter recebido autorização para isto. O endereço mostrado no anúncio leva à página de uma organização de nome JAVÉ, seja lá que raios isto signifique. O site é um conjunto de asneiras, burrices e idiotices tão grandes que nem dá para comentar aqui (mas lendo-se o artigo Você é a favor da discriminação aos homossexuais? dá para se ter uma ideia do naipe da coisa).
Apesar de tudo, não consigo desejar a eles nenhum mal. Apenas gostaria que eles morressem de gangrena no cérebro. Lentamente.
"Grande aceitação da diversidade"?
ResponderExcluirOs números de 2010 do Grupo Gay da Bahia mostram o contrário:
"O Nordeste confirma ser a região mais homofóbica: abriga 30% da população brasileira e registrou 43% dos LGBT assassinados. 27% destes crimes letais ocorreram no Sudeste, 9% no Sul, 10% no Centro-Oeste, 10% no Norte."
Javé (assim como Jeová), é um dos nomes de Deus. Mais uma vez a religião. Até quando?
ResponderExcluir"Exageros à parte, existe no nordeste, sim, uma grande aceitação da diversidade e uma maior fluidez entre as várias tendências sexuais." Baseado em que?
ResponderExcluirAcho importante tomar cuidado com essa coisa de SP aceita melhor que o nordeste que aceita mais que o RJ que aceita melhor que a região sul que aceita... O grau de aceitação a diversidade(seja ela qual for!)é muito mais complexa do que a separação de regiões e suas características mais genéricas.
Axé!
caramba, que coisa mais sem noção...
ResponderExcluirAnônimo, informaçao perfeita. Luciano, sem querer meter o pau, mas uma coisa é o Nordeste mitico a la Jorge Amado onde todo baiano é malandro e comedor... e o Nordeste ultra homofóbico que o numero que o Anonimo acima divulgou torna impossível de contestar. Sei que vai chover informaçao de gente falando que deu/comeu horrores pelas capitais nordestinas afora, mas dado é dado.
ResponderExcluirNada contra o Nordeste, mas primeiro passo de trabalhar o problema é aceitar que ele existe, correto?
Fer
Nossa quanta HIPOCRISIA, só podia ter religião no meio, sem comentários, aliás até parece que não tem gente neste meio religioso que finge ser o que não é!!!!
ResponderExcluirTá cheio!!!!
Hipocrisia a lá Gabriela 1925!!!!
Ops, peraí..
ResponderExcluirEu sou nordestino (não tenho orgulho disso), nasci em Teresina e moro em Timon, uma cidade conglomerada com a capital piauense, mas que fica do lado maranhense, me diga aonde que seu amigo mora, pelo que eu sei é no nordeste onde os crimes de ódio são mais frequentes, contra mulheres e gays devido ao machismo, e preconceitos em geral. Aqui não se fala sobre isso, não se cogita, não se aceita os gays ou bissexuais tão fácil assim, como o seu amigo diz. Eu até poderia fazer um comentário enoooorme sobre isso, mas vai ficar chato, não combina com um ''blog''.
Luciano pelo jeito vc nunca veio pra estas bandas, né! ?????
o que vc tomou no café da manhã hoje? tá endoidecendo?
@Aldo,
ResponderExcluirComo é que a Kátia Tapety conseguiu tudo que conseguiu aí no sertão do Piauí? Certamente não foi fácil, mas me parece que o pessoal daí leva o sentimento de orgulho mais a sério. Por aqui a preocupação maior é com o esquenta, o durante, e o after da próxima balada.
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Esta propaganda homofóbica foi arduamente criticada em todos os meios, grupos e coletivos de direitos humanos e em particular de LGBT. Foram encaminhadas diversas Notas de muitas entidades, incluindo da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, do Deputado Federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), da ABGLT, All Out, entre outras. A coisa é séria e preocupante quando um jornal deixa ferir um código de ética da propaganda, elaborado em apoio do CNJ, mesmo que um dos veículos de comunicação se retrate como fez em sua página no Facebook, ainda se espera o outro jornal se manifestar, bem como uma retratação pública e impressa nos mesmos jornais.
ResponderExcluirCabe registrar que isso não é um caso isolado de homofobia, é toda uma cultura que vem se alastrando em nosso território, com total intolerância e desrespeito, com um aparato eclesiástico por detrás, que tem dinheiro, alianças e exercem poder.
Hum, tá querendo dizer que ela serve de inspiração pra nós gays? o.K.
ResponderExcluirSabe Luciano ela ''apanhou'' muito pra chegar onde chegou. É 1 em 1 milhão. Aqui a coisa não é fácil, tem que ser muito orgulho mesmo e ter coragem pra ser gay ou bissexual assumido no nordeste... e em tersina especificamente... Onde eu conheço mais.
beijo e não me liga.
Luciano, também sou nordestino (baiano) e não vejo esta aceitação à homossexualidade aqui não. Digo mais: a repulsa a homossexuais é pública e, muitas vezes, admirável. Até quem não odeia diz odiar, senão pensarão que fulano é gay e este viverá um inferno.
ResponderExcluirMeu chefe é gay... viadaço! Minha colega de trabalho uma vez levou seu filho para o trabalho e, quando ele se aproximou, ela levantou a voz para que ele não encostasse no menino. Depois nos confidenciou que não deixaria ele chegar perto de sua filha, quem dirá do menino!
Todos os outros apoiaram a decisão dela. Percebe? Ser homofóbico aqui é uma virtude.
Não podemos usar o exemplo (muito positivo) de Kátia Tapety, pois seria tomar a exceção como generalidade. Aldo escreveu acima: É 1 em 1 milhão. E é mesmo...
ResponderExcluirLi o artigo do tal pe. Nem merece o respeito da letra maiúscula... Estou horrorizada... mas nem devia estar... é mais um representante de uma instituição religiosa.
ResponderExcluirSem palavras Luciano, sem palavras.
Abraços
Nasci e moro no Nordeste e discordo do seu amigo. O que acontece é que existem muitos personagens folclóricos. Dentre estes, os mais famosos e polêmicos são as travestis que, devido ao preconceito enorme, se impõe com força e inevitavelmente caem no estereótipo. É essa a aceitação. Enquanto o gay for "escandaloso" e a lésbica for masculinizada, tá tudo bem.
ResponderExcluirAgora, sem dúvida a maioria dos homossexuais e lésbicas se casam, tem filhos e passam como bissexuais. Deve ter sido a isso que seu amigo se referiu.A Igreja ainda é poderosíssima, pelo menos oficialmente, e casar no padre é mudança de status certeira.
Kátia Tapety foi sortuda por ter nascido em uma das duas famílias que desde o Brasil Império dominam a macrorregião de Oeiras, todavia é exceção. Não fosse ela transgênero, estaria casado e repleto de filhos.