Ver a Ellen Degeneres fantasiada da gostosíssima Sofia Vergara para o Halloween não tem preço!
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Ovos fritos
Em meu segundo emprego como engenheiro eletrônico eu trabalhava com um radar de rastreio de mísseis de artilharia terra-terra para saturação de área. O nome é lindíssimo, mas a rotina do trabalho pode favorecer a exposição à radiação. Então, era comum que o pessoal do grupo fizesse, 3 ou 4 vezes por ano, análise de esperma por espermograma para verificação de níveis de fertilidade (um dos danos da radiação é provocar esterilidade). Éramos todos jovenzinhos reprodutores na faixa de vinte e poucos anos e a ideia de ficar esterilizado não era muito agradável, independente de querer um dia ter filhos biológicos ou não.
Entrar em um quartinho no laboratório clínico e sair carregando um recipiente cheio de esperma não é uma situação muito agradável. Todo paciente sai com cara de bunda, afinal todo mundo sabe o quê ele estava fazendo lá dentro. Mas, com a frequência dos exames, a gente acaba acostumando.
Lembrei-me disto tudo quando li ontem esta reportagem sobre o veto da igreja à masturbação mesmo para exames clínicos. Me adveio um sentimento enorme de pena de ver como as próprias religiões se enforcam no ridículo do que pregam. E depois eu tive que rir muito, só de pensar que, para a igreja, aquele laboratório clínico que eu frequentava deve ser a própria extensão do inferno.
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Só love
Eu curto uma paixão declarada pelo Brendan James e pela música dele (em 2010 eu já tinha falado dele aqui). Desde julho último eu tenho ouvido o disco novo Hope in Transition e curtido todas as músicas. E ontem ele me ganhou para sempre com o lançamento do clipe de Nothin' But Love - uma homenagem à igualdade no casamento. Brendan, eu aceito!!
domingo, 28 de outubro de 2012
Para todos os gostos
Esta é aquela época do ano em que os discos natalinos começam a pipocar pelas lojas. Com a crise no mercado fonográfico cada vez mais intensa, todo mundo que é alguém no mundo da música resolveu lançar o seu e garantir alguns trocados extras para os presentes de final de ano. Tem para todos os gostos.
Para a vovó antenada tem o Merry Christmas, Baby, do Rod Stewart. O disco traz versões de Silent Night (Noite Feliz) e a infalível Auld Lang Syne, poema escocês do final do século 18 que foi musicado e é hoje a música preferida sempre que há mais de 3 pessoas comemorando alguma coisa (no Brasil é a famosa Valsa da Despedida "adeus, amor, eu vou partir, ouço ao longe um clarim..."). Tem também duetos com Mary J. Blige, Cee Lo Green e Michael Bublé, além de um dueto póstumo com Ella Fitzgerald.
Para o sobrinho surfista tem Christmas in the Sand, da Colbie Caillat, com a promessa de um Natal com menos neve e mais sol. Colbie Caillat tem uma voz gostosinha que mais ou menos padroniza tudo que canta, e que acaba sendo ideal para as cantigas de Natal ouvidas como música de fundo na noite com a família. Também inclui uma gravação de Auld Lang Syne que resultou gostosa de ouvir, e outra música infalível nesta época: Baby, It's Cold Outside, em dueto com Gavin DeGraw.
Para o tio moderninho tem Tinsel and Lights, da Tracey Thorn. O disco traz Ben Watt no violão e piano, para matar as saudades do Everything But The Girl. Além de dez canções tradicionais de fim de ano, o álbum traz também duas inéditas compostas para este projeto. O ponto alto fica com a interpretação de River (da Joni Mitchell), uma das dez músicas mais bonitas já feitas, e que depois de adotada como música de final de ano passou a ser obrigatória nos discos natalinos.
Para o primo descolado tem Cee Lo's Magic Moment, do Cee Lo Green que também traz uma gravação de Baby, It's Cold Outside (aqui em dueto com Christina Aguilera) e também traz uma gravação de River (da Joni Mitchell), músicas que nunca são demais em qualquer compilação de final de ano. Numa das faixas mais animadas (All You Need Is Love) Cee Lo Green faz dueto com os Muppets.
Esta temporada de final de ano parece estar sendo realmente uma das mais produtivas já vistas em termos de lançamentos. Lady Antebellum e o country Blake Shelton também disponibilizaram seus álbuns natalinos nas últimas semanas.
Mas se as músicas temáticas de final de ano não são o seu forte, não se preocupe. Há muitas outras opções de presente musical sem necessidade de recorrer aos sininhos de Jingle Bells. Macy Gray, por exemplo, acaba de lançar um disco bastante corajoso. Em comemoração aos 40 anos do lançamento de Talking Book, do Stewie Wonder (o disco aniversaria exatamente hoje, tendo sido lançado em 28 de outubro de 1972), Macy Gray refez o disco faixa por faixa em gravações super inspiradas. Para se ter uma ideia da importância do projeto, Talking Book é simplesmente o álbum de onde saíram You Are The Sunshine Of My Life, Superstition, Blame It On The Sun e I Believe (When I Fall In Love It Will Be Forever).
Outra opção para quem não se amarra nos sucessos natalinos é American Soul, do Mick Hucknall (a voz do Simply Red) - talvez o melhor lançamento do mês. Exatamente como Seal fez em Soul e Soul 2, Mick Hucknall regravou antigos clássicos da música soul americana. Simplesmente uma delícia. Tem Don't Let Me Be Misunderstood, It's Impossible (que me fez relembrar com saudades de Johnny Mathis tocando nos bailinhos românticos da minha juventude), e uma gravação tocante de I'd Rather Go Blind que já coloquei de imediato entre as melhores versões já feitas deste clássico da Etta James.
Neste final de ano pode faltar tudo, mais algo que decididamente não vai faltar é música.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
007: Operação Skyfall
007: Operação Skyfall é o melhor filme do James Bond das últimas duas décadas. Além de tudo que já estamos acostumados a esperar da franquia, o filme aproveita para retornar à sua essência dando uma pisada no freio da despirocação geral em que estava se tornando com a profusão de traquitanas tecnológicas. James Bond está um pouco mais soturno, menos mulherengo mas ainda extremamente sedutor, e bastante irônico em diálogos secos, curtos e memoráveis - não sorri uma única vez. O significado da palavra Skyfall, revelado perto do final, traz a certeza da volta ao passado e às raízes.
Os primeiros minutos de filme, uma sequência de ação na Turquia, são de paralisar a respiração e deixar a gente imaginando como aquilo tudo foi feito. A cena do guindaste no trem (mostrada parcialmente no trailer) é um assombro com desfecho surpreendente. Daí entram os créditos e a música da Adele - e estes são praticamente os únicos minutos do filme em que a gente consegue relaxar um pouco.
A trama é relativamente simples e gira em torno de um HD roubado que contém arquivos secretos com as identidades dos principais agentes secretos do MI6 britânico. Além de toda a ação, há espaço para um interessante embate cerebral com exercício de culpa e remorso entre James Bond (Daniel Craig) e M (Judi Dench).
O vilão de Javier Bardem é aterrorizante, e a cena carregada de sedução no primeiro encontro com James Bond é roteirizada de forma brilhante. Também brilhante é a concepção visual da cena em uma empresa de tecnologia dentro de um edifício high-tech em Xangai - quase um videoclipe com efeitos de luz de encher os olhos.
No final a ação dá lugar a um momento de emoção. E o filme termina com a certeza de ter retornado ao seu caminho original
Como papai e mamãe
Os mórmons têm um livro, The Book of Mormon Missionary Positions, que descreve as posições sexuais sancionadas pela religião (missionary position é o que em português chamamos de posição papai-e-mamãe). Um fotógrafo de Portland teve a brihante ideia de exemplificar as posições com dois homens - o que faz o livro ficar muitíssimo mais interessante. Consulte aqui e, usando a seta para a direita (->) do teclado, descubra um mundo de novas possibilidades.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Onde há amor, há heróis
Um grande abraço para o Herbert, que me enviou o link deste comercial institucional patrocinado pela ILGA de Portugal. Que comprova, mais uma vez, que preconceito é um padrão de comportamento doentio assimilado. Nenhuma criança nasce com preconceito.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Um monte de papeizinhos
Uma vez eu estava esperando um vôo no aeroporto do Rio e a Regina Dourado se sentou em um banco do meu lado. Abriu a bolsa e tirou um monte de papeizinhos amarrados por um elástico, manuseou todos até encontrar a anotação que procurava, e voltou a prender todos com o elástico de novo. Na época ela fazia aquela novela em que aparecia gritando "Salgadinho!!!" para chamar o marido, e eu já gostava dela. Fiquei um tempo pensando naquilo - na quantidade de papeizinhos que a gente junta a vida toda.
Hoje fiquei muito triste de saber que ela está internada já inconsciente e sem esperanças. Fico um pouco assustado de constatar como a incidência de câncer tem aumentado vertiginosamente nos dias atuais, e quanta gente ainda jovem está passando por este calvário.
Abaixo a igualdade. Só que não.
Vale a pena esforçar um pouquinho no inglês para entender este vídeo do ator canadense John LaJoie. Aqui ele representa ele mesmo, como se tivesse sido convidado para improvisar um depoimento contra o casamento igualitário em troca de dinheiro. Adoro deboche!
domingo, 21 de outubro de 2012
The Tallest Man on Earth
A música dele ficou mais conhecida no Brasil depois que Revelation Blues foi escolhida para tema do comercial do EcoSport da Ford exibido atualmente. The Tallest Man on Earth é o nome artístico do sueco Kristian Matsson, 29 anos, que já tem quatro álbuns lançados e, além de gato, é multitalentoso.
Impossível não lembrar de Bob Dylan com suas poesias quilométricas e a voz que às vezes lembra o som de uma taquara rachada, mas no bom sentido. As composições, desde o primeiro álbum Shallow Grave de 2008 até o mais recente There's No Leaving Now lançado há poucos meses, têm consistência e uniformidade de estilo impressionantes. Muito gostoso para ouvir no sábado à tarde em uma estrada de campo cheia de manacás em flor e pontes de madeira.
sábado, 20 de outubro de 2012
Não provoque uma mulher de TPM
O mundo da propaganda ficou muito mais interessante depois que as grandes empresas aprenderam a aceitar críticas com bom humor e a reverter as reclamações em marketing positivo. A jogada mais recente é a da inglesa Bodyform, fabricante de absorventes higiênicos íntimos. Tudo começou depois da repercussão de uma mensagem no facebook postada por um tal Richard Neill, que reclamava dos comerciais falsos da Bodyform mostrando mulheres lindas, leves e soltas quando na realidade a mulher dele virava uma "leoa" naqueles dias. A resposta foi dada pessoalmente pela diretora presidente da Bodyform. Atenção para o detalhe no minuto 1:27 - você sabia que elas faziam isto?
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Oi, Oi, Oi
Avenida Brasil chega ao final hoje com a fama mais do que justificada de ter se transformado em um dos maiores fenômenos de massa da atualidade. Os especialistas têm várias teorias, mas a verdade é que a novela foi uma coincidência feliz de vários fatores: texto, enredo, direção, desenvolvimento, atores, personagens - tudo muito acima da média a que temos sido submetidos ultimamente. Some-se a isto o fato de uma novela boa acontecer no momento exato em que a comunicação em massa atingiu a maioridade. O twitter e o facebook já estavam aí há um certo tempo, mas foi só no último ano que atingiram massa crítica para determinar tendências.
Se algo me incomodou em Avenida Brasil foi constatar que João Emanuel Carneiro, talvez o maior escritor de teledramaturgia da atualidade, ainda não consegue desenvolver um personagem gay com a mesma desenvoltura do Gilberto Braga. O personagem Roni, que carregava tantas possibilidades no inicio, não passou de uma reencarnação do Orlandinho, o personagem de Iran Malfitano em A Favorita. Começa apaixonado pelo melhor amigo e acaba se tornando pai em um casamento difícil de engolir.
Mas não dá para ficar reclamando; se fosse diferente seria a minha história e não a do João Emanuel Carneiro. Cada um dos milhões de espectadores sentados em frente à TV hoje para ver o último capítulo certamente teria algo para acrescentar, tirar, ou alterar na história. Isto é bom sinal, que não estamos assistindo a tudo passivamente, mas nos deixando contagiar pela emoção e aproveitando este momento lúdico para deixar a novela cumprir a sua finalidade mais primária: entreter e divertir.
E agora deixa eu correr e garantir o melhor lugar no sofá para hoje à noite. Ainda falta muito para as 9 horas?
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Tenso
Não consegui mais relaxar depois que eu li que em 007 - Operação Skyfall o Javier Bardem faz um super vilão de sexualidade ambígua (para bom entendedor, meia palá bas) e tem uma cena carregada de tensão sexual com o Daniel Craig amarrado. O arquivo secreto das habilidades do 007 diz que nobody does it better.
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Turn a different corner and we never would have met
Você já encontrou o grande amor da sua vida? Esta nova campanha pelo casamento igualitário nos Estados Unidos se baseia nos depoimentos de sete casais. Cada par relembra a primeira vez que se viram e o significado do outro na convivência. Emocionante e inspirador.
O título da postagem vem da música A Different Corner do George Michael. Eu sempre me pego pensando em todas as pessoas que conheci quase por acidente e que hoje são parte tão importante da minha vida, e como o destino às vezes conspira para aproximar as pessoas.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Questão de valores
A família de Jay e Bryan, da Califórnia, é uma delícia de conhecer. Durante muito tempo eles defenderam o direito à privacidade, mas daí perceberam o mal que a Proposição 8 estava causando devido à ignorância das pessoas e então resolveram abrir as portas e mostrar a família ao mundo. Criaram o canal Gay Family Values no YouTube e já postaram dezenas de vídeos sobre tudo que fazem em casa. Impossível não se apaixonar por esta família antes do final dos primeiros dez minutos de qualquer um dos vídeos.
Um novo tempo
Há poucos dias encontrei com um amigo que estava possesso por ter tido o carro apreendido. "A documentação tinha vencido há apenas dois dias!!", ele não cansava de repetir. Acho que ele não gostou muito quando eu disse que era bem feito e que eu ficava sempre muito orgulhoso de ver as coisas funcionando bem no meu país. Acho muito hipócrita esta nossa mania de ficar tecendo loas aos países nórdicos pela correção e justiça, e depois não aguentar as consequências de algo que começa a funcionar bem por aqui.
Pela mesma razão estranho muito esta declaração atribuída ao Pedro Cardoso e que tem circulado nas redes sociais. Duvido muito desta autoria atribuída a ele; o Pedro Cardoso é mais inteligente que isto. Sim, realmente temos um dos melhores, senão o melhor, entre os sistemas eleitorais do mundo. Mas qual seria o sentido de reclamar porque algo funciona muito bem?
É claro que há outras coisas que ainda não funcionam como deveriam em um país que está em formação. Até os Estados Unidos, que se encontram muito à frente, já conseguiram colocar um homem na lua mas não conseguiram acabar com a pobreza.
Esta mesma reação furada tem acometido muita gente em relação ao julgamento do mensalão. No país consagrado pelo jeitinho e pela impunidade, finalmente políticos, banqueiros e empresários estão sendo julgados com o mais alto rigor da lei. E tem gente reclamando!!! Sempre deveria ter sido assim. Quiçá daqui pra frente sempre será.
domingo, 14 de outubro de 2012
Os mapas da Apple
Para muita gente, falar mal da Apple é heresia. Por isto foi como um balde de água fria na cabeça quando a Apple atualizou seu sistema operacional há algumas semanas e substituiu o antigo aplicativo nativo de mapas provido pela Google por um programa próprio com uma montanha de erros e defeitos visíveis. A reação em todos os jornais e revistas especializadas descrevendo situações bizarras não deixava dúvidas, e motivou um pedido formal de desculpas pelo presidente da empresa, algo inédito em toda a sua história.
Muita gente confia nos aplicativos de mapas para se locomover e orientar quando em lugares desconhecidos. Imaginem então se os personagens de cinema também utilizassem iPhones com o novo aplicativo Mapas da Apple com aquela vozinha chata da Siri!!
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Saindo do armário com estilo
Aaron Rogers, que tem um programa musical em uma rádio do estado de Wisconsin, tem a fórmula ideal para se sair do armário em grande estilo: no ar, ao som de I'm Coming Out. Foi assim que ele fez.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Condenado
O STF tinha dois caminhos: confirmar a fama de país do jeitinho ou mandar o recado de que chegou a hora de as coisas mudarem. Escolheu o segundo. Os votos da maioria dos juízes neste que é, sem dúvida alguma o julgamento mais emblemático da nossa mais alta corte em toda a sua existência, contêm mensagens bastante contundentes sobre o estado de coisas da nossa sociedade e a urgência de se apontar o caminho da ética para a nossa política e principalmente para os nossos políticos.
José Dirceu foi parte essencial do comando de um dos atentados mais nefastos contra a nossa democracia para garantir a perpetuidade do partido no poder. Estou lendo no Globo a seção de comentários de reação à carta que ele publicou hoje e é com alívio que percebo que ele já não convence nem intimida mais ninguém.
Josh Bray
Josh Bray mora em Londres, de onde está lançando uma carreira que tem tudo para explodir em nível mundial. A seu favor ele tem o mérito de ter lançado no ano passado um primeiro álbum simplesmente impecável com 12 faixas ótimas. A cada vez que eu ouço o CD Whisky and Wool eu sou tocado de forma diferente por uma música que se torna a minha favorita até a próxima audição. Acabo de passar a tarde na companhia dele e hoje foi Testify que fez morada na minha cabeça.
Josh Bray - Testify:
Segundo as informações da home page oficial, Josh Bray terminou a turnê de shows pela Inglaterra na semana que passou. Estou torcendo para que, depois do merecido descanso, ele comece logo a produção do segundo álbum. Mal posso esperar.
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Pesquisando
O processo de votação no Brasil atingiu um grau de técnica sem paralelos em nenhum outro país. É fantástico o aparato que se mobiliza para que todos os milhões de eleitores tenham acesso a uma cabine de votação. Por outro lado as pesquisas de intenção de votos, mais uma vez, foram simplesmente desastrosas.
Há vários métodos estatísticos para se realizar uma pesquisa de opinião pública e vários parâmetros científicos que precisam ser obedecidos para que a pesquisa tenha valor. Todo mundo sabe disso, e tenho certeza que as pesquisas de intenção de voto têm sido realizadas dentro do que é prescrito. Mas talvez não estejam considerando uma qualidade única do brasileiro: a malícia. O brasileiro tem, via de regra, pecha de maroto e não hesita em brincar mesmo com as coisas mais sérias. Ele dá valor ao voto, mas não às pesquisas. Quando perguntam sobre sua intenção, fala ali qualquer coisa que venha à cabeça.
Só isto explica os disparates enormes das pesquisas. Eu acredito que Russomanno nunca chegou a ter 35% de intenções de voto. Teve, isto sim, 35% de pessoas dizendo que votariam nele simplesmente para "tirar um sarro". Campanha nenhuma muda a cabeça de milhões de eleitores em dois dias sem um grande acontecimento realmente inesperado.
Aqui na minha cidade não foi diferente: o candidato vitorioso venceu com 50,99% (tinha 62% nas pesquisas), e o segundo candidato obteve 43,15% (enquanto nas pesquisas não passava de 29%). São diferenças grandes demais para um processo científico controlado. Ainda temos muito que aprender neste campo.
Há vários métodos estatísticos para se realizar uma pesquisa de opinião pública e vários parâmetros científicos que precisam ser obedecidos para que a pesquisa tenha valor. Todo mundo sabe disso, e tenho certeza que as pesquisas de intenção de voto têm sido realizadas dentro do que é prescrito. Mas talvez não estejam considerando uma qualidade única do brasileiro: a malícia. O brasileiro tem, via de regra, pecha de maroto e não hesita em brincar mesmo com as coisas mais sérias. Ele dá valor ao voto, mas não às pesquisas. Quando perguntam sobre sua intenção, fala ali qualquer coisa que venha à cabeça.
Só isto explica os disparates enormes das pesquisas. Eu acredito que Russomanno nunca chegou a ter 35% de intenções de voto. Teve, isto sim, 35% de pessoas dizendo que votariam nele simplesmente para "tirar um sarro". Campanha nenhuma muda a cabeça de milhões de eleitores em dois dias sem um grande acontecimento realmente inesperado.
Aqui na minha cidade não foi diferente: o candidato vitorioso venceu com 50,99% (tinha 62% nas pesquisas), e o segundo candidato obteve 43,15% (enquanto nas pesquisas não passava de 29%). São diferenças grandes demais para um processo científico controlado. Ainda temos muito que aprender neste campo.
domingo, 7 de outubro de 2012
Versões
Uma das vantagens da idade é que as músicas que a gente curtiu na juventude estão voltando redescobertas por uma nova safra de cantores. Há por aí jovens talentosíssimos revisitando grandes sucessos do passado com versões super inspiradas.
Tome a Miley Cyrus, por exemplo. Nunca fui fã dela, embora tenha dois discos do pai dela, um da época em que o Billy Ray Cyrus ainda era gatinho e emplacou o sucesso country Achy Breaky Heart, e outro de 2007 (Home At Last) em que ele interpreta alguns sucessos do cancioneiro americano (tem You've Got A Friend e Over The Rainbow). Mas a Miley Cyrus nunca me significou nada. Isto até bem recentemente, quando a ouvi interpretando Lilac Wine (música de 1950), uma das 10 músicas mais bonitas de todos os tempos na minha opinião. Com esta interpretação Miley Cyrus passou a existir para mim.
Quanto ao Maverick Sabre, dele eu já gostei de cara (falei dele aqui, no começo do ano). Ouvir então Maverick Sabre interpretando Georgia On My Mind (que é de 1930) nesta versão acústica apenas com violão tem sido simplesmente uma delícia.
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Bibi - Histórias & Canções
A tecnologia do atual estado da técnica já permite que artistas sejam projetados em hologramas no meio de um palco, e não vai demorar muito para que o espectador possa receber uma imagem tridimensional do artista em sua sala de visita para um show particular. Mas, enquanto isto não acontece em escala comercial, temos as transmissões de imagem de alta definição em tempo real que já não são novidades há muito tempo. Ontem fui ver de perto o resultado do projeto de transmitir uma apresentação (o show Bibi - Histórias & Canções) em tempo real diretamente do Teatro Frei Caneca para 29 salas de cinema do Brasil. Assisti no CineFlix, em São José dos Campos.
Tecnicamente, é perfeito. Imagem e som impecáveis, 8 câmeras captando os melhores ângulos, e a gente assistindo à tudo como se estivesse no melhor lugar da sala. Mas, infelizmente, ainda não inventaram um jeito de criar aquela emoção que se sente simplesmente por estar no mesmo ambiente de uma estrela, aquela sensação resultado da mistura de admiração com espanto. É tudo muito bom, é ótimo estender a oportunidade para outras pessoas virem um espetáculo como este, mas o calor da presença faz uma falta gigantesca.
Eu já tinha assistido Bibi Ferreira ao vivo em duas oportunidades: em A Gota D'Água e em Piaf. Ainda não inventaram adjetivos para descrever a força da presença desta mulher. Em Histórias & Canções ela entra em cena elegante em um vestido preto com decote generoso e sem mangas, exibindo sem falso pudor o corpo que traz sem disfarces as marcas dos 90 anos de idade. Ela faz piadas com a própria idade, agradece o carinho do público com humildade, esbanja simpatia por todos os poros, e através do canto e de pequenas histórias pitorescas faz um retrospecto de quase um século de música.
É absolutamente incrível como a voz de Bibi Ferreira não parece ter envelhecido nem um pouco. Qualquer ouvinte consegue distinguir as gravações de Ray Charles ou de Frank Sinatra na juventude e na senioridade, mas Bibi Ferreira continua, aos 90 anos, com a mesma voz potente sem demonstrar nenhum esforço visível com o fôlego ou a respiração.
Nunca vou me esquecer de uma declaração recente que Bibi Ferreira deu a uma revista: "Andaram espalhando por aí que eu tenho 91 anos, e agora vai ficar difícil arrumar namorado". Bibi Ferreira é simplesmente um assombro. Ela provavelmente é um daqueles ET's que vivem incógnitos entre nós como mostraram em Os Homens de Preto.
Minha mãe é uma peça
Já se imaginou fazendo uma longa viagem, de vários dias, com uma mulher do seu lado que não para de falar e se intrometer na sua vida? Para piorar um pouco, você não pode simplesmente abrir a janela do carro e jogá-la na estrada porque ela é a sua mãe.
Eu adoro road movies, e quando uma das passageiras é a Barbra Streisand fazendo a mãe judia supercontroladora tudo fica mais interessante. O trailer promete.
Eu adoro road movies, e quando uma das passageiras é a Barbra Streisand fazendo a mãe judia supercontroladora tudo fica mais interessante. O trailer promete.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Oh, God, it looks like Daniel must be the clouds in my eyes
Quando Daniel Radcliffe estrelou Harry Potter aos 11 anos de idade já dava para perceber que o bruxinho tinha tudo para virar um destruidor de corações. Mas não precisava exagerar, né? Ele não consegue ficar feio nem com um par de chifres, que é como vai aparecer no filme Horns (que ainda não tem título oficial em português). Está quente aqui ou sou eu?
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Same love
De repente me peguei curtindo pra caramba um rap. Same Love, de Macklemore and Ryan Lewis (feat. Mary Lambert), a música que conta em um vídeo emocionante a história de uma vida inteira de luta pela igualdade de direitos.
Terapia destrutiva
A Califórnia se tornou esta semana o primeiro estado americano a criminalizar as terapias reparativas para realinhamento de sexualidade. Parece coisa de filme de terror, mas não é incomum nos Estados Unidos que famílias tradicionais enviem filhos gays para estes acampamentos normalmente administrados por instituições religiosas conservadoras para uma lavagem cerebral. A proibição, é claro, não se deve somente ao fato de estas terapias serem ineficazes, mas principalmente por serem comprovadamente danosas.
Para mim, acreditar no poder destas terapias é mais ou menos como acreditar em tratamento psicológico para mudar a cor da pele ou dos olhos. É como acreditar que se pode rezar um mês sem parar e no final acordar negro ou de olhos azuis.
Para mim, acreditar no poder destas terapias é mais ou menos como acreditar em tratamento psicológico para mudar a cor da pele ou dos olhos. É como acreditar que se pode rezar um mês sem parar e no final acordar negro ou de olhos azuis.