domingo, 17 de fevereiro de 2013

Barbara, a valente

Continua fazendo ondas o texto fantástico assinado pela Barbara Gancia na Folha de S. Paulo de sexta-feira passada. Sob o título Bento, o Arregão, Barbara Gancia escreveu sobre a renúncia do papa em tom quase confessional, e perto do final usou uma frase profunda que mostra o rumo que resolveu dar à sua vida quando confrontada pelos dilemas da convivência com a família católica: "Bem, pessoalmente, opto por ser fiel a mim, da forma mais digna e transparente possível, caminhando no sentido contrário das farsas, da impostura e das trevas que me foram impostas pela herança de uma educação católica".

Barbara foi mais além, e confessou publicamente sua homossexualidade nas páginas do jornal de maior circulação no país: "O que significa impedir que esses malucos de batina queiram me afastar de Cristo sentenciando que minha homossexualidade não se encaixa no conceito que eles fazem de amor".

Segundo a ombudsman da Folha de S. Paulo, em coluna publicada hoje, a homossexualidade de Barbara não era propriamente um segredo, mas nunca tinha ido parar na primeira página do jornal. A ombudsman Suzana Singer conclui: "O único receio de Barbara é ter sua imagem reduzida ao fato de ser gay. "Não quero ter apenas essa dimensão. Tenho outros defeitos", brinca. Deve ter mesmo, mas covardia não é um deles."

Nosso país está precisando de mais gente como Barbara Gancia.

6 comentários:

  1. #fato ... eu vi toda esta saga e aplaudi muito a Bárbara e sua coragem e dignidade ...

    VIVAS!

    bjão

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  2. Entretanto, leia os comentários dos leitores sobre o artigo dela. Putz, que gente grossa, primária, rancorosa, imbecil, carola...
    Será que, pelos leitores da Foia que mandam cartas para o jornal, poderemos avaliar a população paulista? O resultado é abaixo do Mali

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  3. Bárbara Gancia é ótima! Ela escreve (e como escreve!) com aquela máscara de informalidade enquanto dá umas marretadas bem sérias! Ao contrário de muitos colunistas do eixo Rio-Sampa, não é esnobe, não detesta o Brasil, nem sua gente.
    Fora que deve ter sido duro ser uma adolescente homossexual no pedacinho mais conservador do país: a elite paulistana, onde até pouco tempo mulher separada era o anticristo, imagine lésbica...

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  4. Luciano,
    Desculpa minha ignorância, mas o que é ombudsman, e um publisher é o dono do veículo de comunicação?

    Não li o artigo mas toda figura pública no Brasil que se assume ganha um pouco de minha admiração!

    Abraço! :)

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  5. @Anônimo,

    A figura do ombudsman surgiu na Suécia, por isso é comum usar a palavra em sueco mesmo (mesmo em inglês usa-se a palavras sueca 'ombudsman'). No Brasil algumas empresas preferem chamar o ombudsman de "ouvidor", e é a pessoa encarregada de observar e criticar as lacunas de uma empresa colocando-se no ponto de vista do público (a definição é do Aurélio).
    A ombudsman da Folha escreve todo domingo, criticando a forma como o jornal fez determinadas abordagens ou até erros e exageros nas notícias - como se fosse um crítico oficial da empresa.

    **

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  6. Barbara você foi bárbara mesmo!!!!
    Show de atitude!!!!!!!

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