quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Trocando o óleo

Quem não está adorando o mecânico Jucelino em Amor à Vida, que agora resolveu dar em cima do Félix? Maroto e sempre com um sorrisinho safado no canto da boca ele já deixou claro que "não é gay, imagina que absurdo!', mas que "caiu na rede é peixe" e já tentou levar o Félix para o fundo da oficina. Quem nunca conheceu alguém assim?

Como se o uniforme sujo de graxa não fosse fetiche suficiente, o ator Werles Pajero é uma gracinha e está se saindo muito bem.

Em tempo: há muitos anos eu traduzi um relatório de conclusão de um estudo aplicado no Brasil sobre a disseminação do vírus HIV. Uma das conclusões mais importantes era sobre a necessidade de trocar a redação das perguntas e substituir as palavras "gay" ou "homossexual" por expressões do tipo "homem que faz sexo com homem". A razão era simples: existe no Brasil uma quantidade incalculável de homens que transam com outros homens com frequência, mas que vivem vidas tradicionalmente heterossexuais e não se consideram homossexuais. Isso, obviamente, não é novidade para ninguém - ou você nunca conversou com gente que costuma dizer "eu não frequento 'o meio'"?

Não vejo a hora de chegar logo o futuro quando ninguém vai precisar ser isso ou aquilo, e o sexo vai estar muito mais relacionado com o prazer saudável que pode representar do que com todas as outras neuras que atrelaram a ele. Agora me deem licença que vou levar o carro no mecânico para dar uma apertada na rebimboca da parafuseta.

8 comentários:

  1. Desde o primeiro momento encantei-me com o BOFE! Eu queeeero ... rs

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  2. luciano, muito boa sua análise.

    não tinha pensado nisso, nessa questão de como a expressão 'gay' ou 'homossexual' poderia influenciar na percepção dos 'homens que transam com homens'.

    concordo que essa questão de rótulos tá passando da hora de acabar.

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  3. Ei, pessoal, vocês viram que a Suprema Corte da Índia decidiu pela constitucionalidade da lei que criminaliza relações homossexuais? Pois é.
    Os americanos, os franceses e os ingleses foram mais espertos. Conseguiram reconhecimento na separação de Poderes, ao contrário do Brasil.
    A composição de uma Suprema Corte muda. A letra da lei é bem mais segura...

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  4. Como tenho acompanhado muito pouco a novela não sabia deste personagem, só vi um dia que ele passou pelo 'Fléx' (parafraseando a Valdirene) e fez "fiu! Fiu!" Adorei aquilo!Mas achei que tinha sido um caso genérico dentro da história, um fiu fiu qualquer e não um personagem com nome e endereço na trama. Gostei.
    E aproveitando o assunto, sim já sabia, óbvio, da existência desses homens que não são gays mas que se relacionam sexualmente com homens, já conheci um e não tive coragem de ficar com ele. Depois me arrependi.Tenho curiosidade mas acho que o que me trava é me perguntar até que ponto vale a pena. Sabe como é, o cara pode até ser hétero e gostar de ficar com homens e de repente ser daqueles que tacam pedras nos gays. Já pensou ficar com alguém assim e depois ser difamado pelo mesmo?
    Alguém aqui já teve uma experiencia com algum Jucelino? Divide com a gente

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  5. Gato mesmo, aquele sorriso maroto e aquela piscadinha de olho, que delícia de homem hehehe, quero um, mas pra ficar comigo, não tem essa de fingimento. Agora tocando no assunto aqueles que fingem não ser e que se enganam, muito chato mesmo, tipo de relacionamento que não dá certo mesmo.

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  6. A minha única pergunta é, será que o ator também curte quem mija em pé?

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  7. Adorei sua colocação, como disse o amigo Railer, boa sua análise, sempre tentei expressar isso, a política na conduta da visão sobre o sexo ou o homossexualismo, eu já tive fases que não podia andar na rua sem que fosse cantado por um heterossexual aflito, o macho latino americano é sexualmente muito mal resolvido. Difícil.

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