sexta-feira, 26 de novembro de 2010

De coisas e mulheres veadas

Dizem que os esquimós têm dezenas de palavras diferentes para se referirem à neve e ao gelo. Para quem vive em um mundo cercado de neve e gelo é preciso distinguir as várias nuances e sutilezas destes elementos, imperceptíveis para os forasteiros. Isto é verdade em qualquer cultura. Experimente explicar para um americano a diferença entre banana-nanica, banana-prata, banana-maçã, banana-ouro, banana-do-brejo, banana-da-terra, e banana-d'água - e ele certamente vai dizer que você está louco.

O mesmo é verdade para a cultura gay, se é que se pode dizer que existe uma. Várias palavras que foram originalmente criadas para agredir e ofender os gays adquiriram um novo sentido quando utilizadas pelos próprios. Meu amigo Hernâni adorava usar a palavra "veada" (assim mesmo, no feminino) para se referir a tudo que tem aquela afetação exagerada - sem nenhuma conotação sexual e geralmente com sentido positivo. Para ele, Cláudia Raia era muito veada. Hebe Camargo também. Mas o supra-sumo, a quinta-essência da mulher veada, o troféu absoluto, sempre foi da Carmen Verônica (quem não se lembra daquela novela em que ela chamava o personagem da Camila Pitanga assim - ô Môôôôônica!!!!). Carmen Verônica sempre foi veadíssima! E é justamente isto que a faz única e ótima.

Na semana passada, quando passeávamos pelo Caminito em Buenos Aires, demos com esta estátua que eu fotografei exatamente no momento em que uma pomba apareceu do nada. Nós nos entreolhamos e rimos muito, sem precisar falar nada. O que todo mundo pensou foi "pode existir coisa mais veada que isso?"

5 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkk ... a foto ficou ótima mesmo ... mais veada impossível ...

    Carmem Verônica foi, é e será sempre a mulher mais "veada" ... simplesmente maravilhosa mesmo ...

    ;-)

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  2. Papai Urso do Interior26 de novembro de 2010 às 17:09

    No doubt, é a escultura mais afetada que já vi, rsrsrs... E esse fundo rosa-pêssego complementa ainda mais essa atitude, digamos assim, 'veada', rsrsrsrs... Me lembrei dos cenários de Barbarella (1967), era tudo tãããão 'veado' naquele filme que a primeira vez que assisti na TV lá pelos doze anos, eu pensei, 'Meu Deus, há algo de errado comigo, eu gosto desse filme, mas que ninguém nunca saiba disso'... rsrsrs...

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  3. Off topic: Adoro o Papai Urso do Interior! Me acabo de rir dos comentários dele!
    Ele tem uma das coisas que mais gosto nos gays: o ótimo humor.

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  4. Hoje um amigo gay me chamou de veada. Eu não sabia o que era, mas adorei!!

    Sandra

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