sábado, 30 de abril de 2011

The day after

As pessoas achavam que hoje todo mundo já teria virado a página e esquecido o casamento real. Afinal, é só um monte de detalhes fúteis de uma realeza idem. Ledo engano! Como alguém já disse antes de mim com palavras melhores, o povo gosta mesmo é de luxo e riqueza. Só os sociólogos gostam de pobreza. E os petistas. Tem um monte de gente que até hoje mantém um poster do Che na parede e usa palavras como "burguesia" e "império" (e agora "tucano") em cada frase e achou tudo aquilo um grande circo - mas está lendo todos os detalhes escondido no banheiro. Afinal, como resistir?

Fiquei tentando descobrir quando foi que eu pisquei que o Príncipe Andrew embarangou e eu não percebi. Quando a Diana ainda não fazia parte da família real era o Andrew a estrela daquela família de gente geralmente muito feia. Tá certo, todo mundo envelhece um dia, inclusive eu. Mas ele é nascido em 1960 e tem só 50 anos!

A estrovenga que a Beatrice escolheu para usar na cabeça - talvez a "coisa" mais fotografada em toda a cerimônia - não foi supresa para ninguém da família. Afinal de contas todos estavam ainda se recuperando da visão da prima no casamento do capitão Peter Phillips, filho da princesa Anne, em 2008. E naquela época nem ainda existia Lady Gaga para inspirar ninguém. Temos que admitir que ela é corajosa mesmo. E estou começando a achar que é a Lady Gaga que se inspira nela.









E a foto que poucos viram e que ainda vai dar o que falar. Aquele segundo capturado por um fotógrafo bem posicionado que já nasce como piada pronta:


Depois disto tudo, para aliviar a tensão, só mesmo dando cambalhotas na nave principal da Abadia de Westminster como fez um dos padres que auxiliaram na cerimônia:


sexta-feira, 29 de abril de 2011

As inexplicáveis tradições inglesas

O casamento real foi lindo. Mas o melhor de tudo é que agora existe farto material para todo mundo ficar metendo o pau durante pelo menos uns quinze dias.

Uma das coisas que eu mais gostei foi aprender sobre algumas inexplicáveis tradições inglesas. Como por exemplo a tradição anglicana da daminha-de-honra mal humorada. Repare à esquerda do casal na foto.


Esta tradição já era corrente há 30 anos:

O que será que ela fumou na véspera?

Eu juro que tentei assistir ao casamento real. Mas o tempo todo eu só fiquei pensando na Princesa Beatrice e imaginando o que será que ela fumou na véspera.

Uma situação típica para se perguntar: onde será que ela estava com a cabeça?




(E quem estava curioso para saber quem são os gays na foto da postagem anterior, coloquei a resposta lá abaixo no texto).

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Os Filhos dos Deuses


A revista holandesa Linda está lançando uma edição especial chamada L'HOMO. O tema da revista são os esportistas gays, a homossexualidade nos esportes, e a polêmica de sair ou não do armário quando se é um esportista famoso.

Na capa, 7 esportistas famosos descamisados e uma pegadinha: 2 são gays e 5 são héteros simpatizantes. Será que dá para notar a diferença, ou o mundo vai finalmente se convencer de que somos todos iguais?

UPDATE 29/04 08:50AM: Os atletas gays mostrados na foto são Jeffrey Wammes, ginasta, o moreno de calção vermelho e branco segundo da esquerda para a direita, e Mike Verschuur, automobilista, de calção vermelho último da direita.

O mundo é uma bola de gude

Ainda me surpreendo com todas as possibilidades que a Internet continua trazendo e a forma como o planeta Terra virou uma pelota do tamanho de uma bola de gude, onde pessoas se aproximam e se ajudam com mais facilidade. O Muque de Peão tem menos de um ano e já foi localizado por várias ferramentas de buscas que possibilitaram trocas interessantes:

Peter Bradley Adams
Fui contatado recentemente pelo pessoal que promove a música do ótimo Peter Bradley Adams, sobre quem eu escrevi em janeiro. Eles agradeceram a postagem e avisaram que o cantor está lançando disco novo em junho. E que está oferecendo para download de graça a música Full Moon Song do disco novo, lá na página oficial. Já baixei e a música é simplesmente linda, eu recomendo!


Justin Utley
No começo do ano recebi um agradecimento do Justin Utley, o mormon tesão que largou tudo em Salt Lake City e foi seguir a carreira artística em Nova York. Ele aproveitou para divulgar sua homepage oficial. (Será que já posso considerar este contato como namoro firme?)


Nesta semana mesmo, mal havia comentado sobre o trabalho da organização portuguesa ex aequo e recebo um recado super simpático deles avisando que eles disponibilizam materiais para serem fixados em escolas ou outras associações, é só escrever solicitando. Muito fofo!


E a postagem de dezembro sobre a casa do lago aqui em São José dos Campos me colocou em contato com uma revista de arquitetura de São José do Rio Preto que estava justamente planejando uma reportagem sobre o grande arquiteto Rino Levi. Eu voltei à casa do lago e fiz algumas fotos novas que remeti a eles, e uma das minhas fotos acabou virando a capa da edição de fevereiro da revista Obras & Dicas.

Estou amando muito tudo isto.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Querida, cheguei!

Eles estrearam na televisão americana no dia 26 de abril de 1991 - há exatos 20 anos! E acabaram se tornando uma das melhores coisas que a televisão produziu nos anos 90.

Revendo estas cenas daquela época, dá uma certa tristeza que a televisão tenha contribuído para a extinção dos dinossauros. Quem não se identificou com este episódio sobre "ser diferente"?


Ex Aequo


A rede ex aequo é uma associação portuguesa de jovens gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros e simpatizantes. No site da organização há detalhes das várias campanhas e projetos em andamento, com ideias incríveis que bem poderiam ser aproveitadas por aqui.

Gripe cavalar

Esqueçam a gripe suína. A que me derrubou deve ser um tipo novo, de cavalar para cima. Passei os últimos dias como se estivesse com areia na garganta e fumaça nos olhos, e com uma puta preguiça de sair da cama. Meu corpo de repente passou a pesar 250 quilos. Na minha cabeça só vinha aquela frase dita pelo Toddy, de Vítor / Victoria: "Ugh. There's nothing more inconvenient than an old queen with a head cold."  Para se entender o desânimo que me abateu, basta dizer que se o Chris Evans batesse na minha porta me querendo eu iria pedir para ele voltar depois.

Felizmente acho que o pior já passou. Acordei hoje mais disposto e com saudades de ir à academia. Se o Chris Evans quiser hoje eu até topo.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Xô quaresma!

Vamos tirar o último ranço de quaresma do ar? A receita é simples: basta pegar Adele, Britney Spears, Pet Shop Boys, All American Rejects, Rihanna com David Guetta, Huey Lewis & The News, The Bloodhound Gang - e bater no liquidificador até dar liga.

A receita é do produtor alemão Marc Johnce. O resultado é The Power Of Rolling Along (Till The World Ends), um mashup espetacular para dar o tom do resto do ano. Ah, e pode ser baixado aqui para ouvir e dançar até dar bolha no pé. Se os sintomas persistirem, consulte seu médico.


domingo, 24 de abril de 2011

Por no gráfico

Em agosto do ano passado em escrevi aqui sobre como as opiniões nos Estados Unidos referentes à aceitação da igualdade no casamento haviam atingido um momento histórico: o empate técnico. Este é o ponto onde a curva dos que apoiam se encontra com a curva dos que se opõem, significando que a quantidade de pessoas dos dois lados é tecnicamente a mesma. A pesquisa é feita desde 1988, quando a quantidade de pessoas que apoiavam a igualdade no casamento era de apenas cerca de 12%.

Pois no último dia 20 de abril saiu o resultado da pesquisa mais recente, mostrando que no país a população que apoia a igualdade chegou a 51% e passou a ser maioria. Com a constatação que a aceitação continua crescendo a uma taxa de aceleração nunca antes vista na história.

Por ironia do destino ou homenagem ao grande momento, o gráfico acabou assumindo um formato que em matemática avançada deve ter algum nome técnico parecido com caralhiforme. E eu quero também aproveitar o momento para me solidarizar com estas pessoas que são contra o casamento gay e que agora são minoria: ser minoria é uma bosta, não é mesmo?

sábado, 23 de abril de 2011

Home alone

Eram 9 e meia da noite ontem quando resolvi fazer um telefonema e, ao perceber minha voz meio rouca e grave, me dei conta que estava falando as primeiras palavras do dia. Passei o dia todo só, curtindo uma preguiça imensa e colocando alguns trabalhos em dia - mas dando mais prioridade à preguiça do que ao trabalho.

O Mr. Ed está viajando desde o início da semana, participando de um campeonato de natação em Campo Grande, MS - só volta depois da Páscoa. Meus pais e minha irmã desceram para a praia no final de semana passado e resolveram esticar a semana toda. E os amigos parece que estão todos passeando pelo facebook, anunciando a cada meia hora sobre os lugares hiper fantásticos, maravilhosos, mega, hiper, blaster esplêndidos dos quais eles entram e saem rapidinho o suficiente para tirar uma foto e postar na rede. E eu, às 2 da tarde ainda estava só de cueca sentado na frente do computador em estado quase catatônico.

Nada disto deve ser lido como uma reclamação. Adoro minha companhia e sinto que sou correspondido. Também adoro curtir preguiça e desconfio um pouco daquelas pessoas que acordam elétricas e saltitantes às 6 da manhã.

Mas hoje me bateu uma puta saudade. Saudade de ouvir aquele barulhinho familiar vindo da cozinha junto com aquele cheirinho de café passado na hora, e de gritar do sofá "já vai começar!" ao final do intervalo comercial.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Mac Arena

Existe alguma coisa mais brega e mais veada do que dançar a Macarena? Talvez sim, mas tenho certeza que a Macarena está entre as dez mais.

Para celebrar este clássico brega da veadagem latina está sendo lançado pela Producciones Doradas o disco Macarena: Versiones Domésticas Desde El Procomúm (favor ler com a lingua entre os dentes fazendo aquele som sibilante do ceceio típico de algumas regiões que falam espanhol, para ficar mais veado). Tudo é preciosíssimo neste lançamento, desde o nome da produtora até o nome do disco. A obra reúne sete versões diferentes da música, e tem até uma versão meio "puxada" para o samba.

Nesta página aqui está a notícia do lançamento juntamente do link para baixar o disco totalmente grátis. E aqui tem um vídeo ensinando os passos da Macarena para ninguém fazer feio. Pronto, agora o mundo já pode acabar - não falta mais nada.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Weekend

Não é novidade para ninguém que os relacionamentos gays normalmente começam com sexo para depois se desenvolvem em relações duradouras ou não. Aquele ritual hétero de ficar semanas ensebando, depois pegar na mãozinha, depois dar beijinho, etc, não existe no mundo gay com muita frequência. É óbvio que com a liberação feminina os casais héteros correram do prejuízo e têm adotado a tática gay com mais frequência. Afinal, não deve ter nada mais broxante do que ficar meses namorando e depois descobrir a incompatibilidade na hora do sexo. É bem mais prático investir na relação já sabendo que o parceiro tem "pegada".

E não são nada incomuns as histórias de uma transa de final de semana, um one-night stand inicialmente sem importância, que acabam transformando para sempre as vidas dos dois parceiros. Weekend, filme do diretor inglês Andrew Haigh, fala justamente disto, com a história de Russell (Tom Cullen) e Glen (Chris New), que se conhecem em uma boate numa noite de sexta-feira, passam o final de semana juntos, e nunca mais são os mesmos. Já está na minha lista.

Emoções

Eu costumava dizer que sou uma pessoa que se emociona fácil. Foi só há pouco tempo que percebi que sou normal. Quem tem dificuldade de se emocionar é que está negando uma das características mais bonitas dos humanos. Aquilo que acontece com a gente quando vemos uma cena tocante, ou ouvimos uma música bonita, ou reencontramos um amigo - é uma reação que traz à tona o melhor de nós.

Hoje eu acordei logo cedo e me deparei com esta montagem na página do amigo Joaquin Perez. Achei linda! Definiu o tom para este feriado longo, com a certeza que os dias vão ser uma delícia, cheios de sol, cheios de música, cheios de emoções. E mesmo nas horas em que eu estiver sozinho em casa eu vou estar dançando de modo que quem me visse me julgaria louco.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Parem todos os relógios

A voz da minha amiga Zita ao telefone estava calma e controlada. "Chegou a hora. A Dag se foi." Estávamos todos esperando este momento nas últimas semanas mesmo sem querer que ele chegasse, apesar de inevitável.

Quando o câncer foi detectado há cerca de 4 anos atrás ela achava que deus não permitiria que isto acontecesse com ela. Eu, ao contrário, tive a última confirmação que deus realmente nunca existiu.

Acho que nunca vou conhecer outra pessoa tão engraçada e tão cheia de vida como a Dagmar. Tudo que ela contava ficava engraçado. Quando a gente se reunia, o auge do programa era sempre ouvir as "histórias da Dagmar". Os foras na viagem ao Egito. O jeito que ela se vingou da landlady chatérrima em Londres. As rodas de samba que ela passou a frequentar depois que se apaixonou perdidamente por um negão segurança de banco em São Paulo. As transas descritas em detalhes engraçadíssimos que ela contava sem nenhuma reserva, inclusive para o irmão e para a mãe, que também riam muito. Acho que eles sempre foram assim, nunca esconderam nada um do outro. Ela e o Zé eram tão amigos que nem pareciam irmãos.

Uma vez ela nos chamou para almoçar na casa dela. D. Bernadete fez um puchero divino com o qual eu ainda sonho hoje. A tarde foi tão divertida que eu voltei para casa com cãibra na boca de tanto rir.

Outra vez a Dag estava descrevendo uma transa fantástica com alguém que ela tinha conhecido em uma festa e a D. Bernadete fez uma cara meio apreensiva. "Dagmar, você não acha que você está ficando uma mulher muito fácil?" Ela respondeu rápido. As respostas dela eram sempre rápidas. "Mas, mãe, eu tenho 50 anos e não estou mais na idade de ficar fazendo cu-doce!"

A Dag acompanhou minhas paixões, minhas separações, minhas alegrias e minhas tristezas. A foto lá em cima foi tirada há três eternidades atrás. Eu olho e parece que foi ontem.

Uma da madrugada agora. Estou pegando o carro e saindo para São Paulo para estar perto dela pela última vez. A morte não combina com a Dagmar. Da última vez nós almoçamos no Ráscal e ela estava radiante e cheia de vida apesar do abatimento pela quimioterapia. A Dag fez muita diferença na minha vida.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Graham Colton





Dono de um irresistível olhar de alcova capaz de escravizar com uma única piscada, Graham Colton estourou em 2007 com Best Days, que hoje é tema obrigatório em séries de TV e formaturas de final de ano. O jeitinho de caipira é explicado por suas origens: nasceu e cresceu em Oaklahoma, e começou carreira cantando em bares do Texas.


Pois o mancebo está de volta às paradas com um novo album: Pacific Coast Eyes. Eu tenho a impressão que a gente ainda vai ouvir falar muito de Graham Colton.

                          Graham Colton - Pacific Coast Eyes:
 

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Posso te chamar de veado?

Por muitos e muitos anos palavras foram criadas para achincalhar os homossexuais. Bicha, veado, boiola, e talvez uma centena de outras - todas com uma pesada carga de preconceito. Para diminuir o impacto do escárnio provocado por estas palavras, os homossexuais se apoderaram delas usando-as no trato entre amigos. Assim, não há nada de errado se o gay cumprimenta o outro amigo gay na boate com um "Falaí, bicha, tá boa?". Mas a frase pode ter um significado muito diferente quando é dita em outro contexto. E é justamente aí que o jornalista Rica Perrone erra redondamente quando afirma que não há nada de errado quando a torcida chama alguém de veado.

Rica Perrone parece ser daquele tipo burrinho que para entender precisa fazer um desenho. É uma pena que, apesar de patrocinado pelo Globo Esporte, ele não esteja assistindo a Coração Insensato. A lição está sendo passada direitinho na novela. Natalie Lamour (Deborah Secco) e Roni (Leonardo Miggiorin) se tratam de bicha e veado o tempo todo, carinhosamente. Mas quando o irmão dela (Ricardo Tozzi) chamou Roni de veado o mundo veio abaixo. Roni reagiu com "Repete se for homem!" e Natalie explicou didaticamente com mais uma de suas pérolas impagáveis "Eu posso porque sou veado honorário, só que nasci operada. Na sua boca é ofensivo!"


No último sábado houve outra cena ótima para repassar a lição. Desta vez foi o próprio irmão da Natalie, Douglas - agora já mais bem informado - que saiu em defesa do amigo Roni, explicando ao homofóbico Kleber (Cássio Gabus Mendes) a diferença que a palavra faz dependendo da boca de quem sai. Esta lição deveria ser obrigatória no ensino médio.

E agora, Sr. Perrone, ainda vai precisar do desenho?

domingo, 17 de abril de 2011

O arco-íris da Apple

As grandes empresas americanas têm se apressado em passar uma mensagem positiva contra a homofobia e o projeto It Gets Better tem sido uma ferramenta de valor inestimável. Com isto, os funcionários gays destas empresas estão tendo uma oportunidade de mostrar a cara e ganhar força. O vídeo produzido pelos funcionários gays do Google no final do ano passado bombou e emocionou muita gente.


 Agora chegou a vez da Apple vir a público mostrar que abraça a diversidade entre seus colaboradores. A publicação do vídeo esbarrou em um pequeno problema que ainda não foi explicado oficialmente. Publicado na última quinta-feira, o vídeo logo foi tirado do ar pelo YouTube que passou a exibir a mensagem que o vídeo infringia as políticas de exibição de atividades nocivas. Hellooooo??! Obviamente que tudo não deve ter passado de um engano que ainda vai ser explicado por alguém - afinal o YouTube é parte do Google, que é hipersimpatizante.

O bom é que o vídeo já voltou ao ar. Traz, como em todos os outros vídeos do projeto, depoimentos emocionantes e inspiradores que certamente vão trazer esperança a muita gente que está precisando de uma palavra de apoio.

sábado, 16 de abril de 2011

O homopride escapou do armário

Torcida do Vôlei futuro se coloriu de rosa em apoio a Michael
Ele era um bichinho esquálido, feinho, fraco, que morria de vergonha de si mesmo. Foi trancado em um armário e todos se esqueceram dele. Mas, de repente, o homopride chutou a porta do armário. E, para surpresa de muita gente, o homopride tinha virado um bicho enorme, um dragão devorador e faminto, com muita fome pelos vários anos em que foi obrigado a viver trancado.

Tem muita gente por aí assustada e com medo - não imaginavam que o bicho pudesse ter se transformado nisto. Daí aparece um deputado boçal e nazista e um jornalista engraçadinho crentes que o homopride ainda é aquele bichinho insignificante e levam um baita susto com a chama do dragão que lhes chamusca até o último pelo do fiofó.

 

Tem também aquela doceira da Alameda Campinas que expulsou no ano passado dois caras que se beijavam, exatamente o mesmo que aconteceu em um pub de Londres esta semana. Em ambos casos o homopride surgiu furioso e disposto a comer muita gente. Comer no sentido de destruir, não no bom sentido. O vídeo mostra a manisfestação na porta do pub londrino ontem à tarde.

Nós que acompanhamos o crescimento do homopride sabemos que ele virou o que é graças à união de todos nossos semelhantes, nossos amigos, e nossos familiares. E que ele está cada vez mais forte e com mais fome e sede. Por isso eu queria avisar para estes deputados bundas, estes jornalistas engraçadinhos, e estes bispos insignificantes: o homopride vai te comer!!!! E não é no bom sentido.

Igualdade ainda que tardia!

Venera Magazzu faleceu no final de 2009 aos 97 anos de idade. Enquanto o deputado Boçalnazi está no terceiro casamento, Venera Magazzu e sua companheira Caroline Leto viveram 72 anos juntas sem poder se casar. Elas se conheceram em 1939 e nunca mais se separaram. Será que alguém vai conseguir explicar algum dia de modo razoável como uma barbaridade destas é possível?

A foto de Venera e Caroline ocupa um lugar especial no projeto Couples for Equality. Um mural com fotos de casais gays e héteros em relacionamentos sólidos que decidiram compartilhar sua felicidade com o resto do mundo e lutam pela igualdade de direitos no casamento. Uma galeria inspiradora com casais lindos, irradiando uma felicidade contagiante. Casais gays à espera da oportunidade de oficializar suas uniões. Casais héteros juntos há várias décadas e com netos e bisnetos, que sabem que a igualdade no casamento não ameaça em nada suas uniões, só as fortalece.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Eu tô que tô

Quando resolvi começar o Muque de Peão eu estava maravilhado com todos aqueles blogs incríveis que eu frequentava religiosamente todos os dias (e continuo frequentando até hoje). A inspiração veio justamente daqueles que começaram bem antes de mim e serviram de incentivo para que eu desse o primeiro passo. O que eu jamais poderia ter imaginado é que o Muque de Peão me colocaria em contato com tanta gente interessante, tanta gente com tanto a dizer, tanta gente que eu quero muito conhecer pessoalmente um dia.

Meu sonho nunca foi ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar. Mas de repente a roda de amigos virtuais foi crescendo e a sensação foi boa demais. Quando estou escrevendo aqui, ou lendo comentários, ou revisitando postagens antigas, me sinto cercado de amigos. Quando alguém deixa de dar sinal por algum tempo eu fico imaginando o que será que ele está passando. Leio cada comentário várias vezes e fico imaginando como será a voz daquele amigo dizendo aquelas palavras, e o que o texto deve ter despertado nele.

A razão de eu estar falando tudo isto é porque o Muque de Peão ganhou hoje seu 100º seguidor! É como se o menino tímido da escola primária estivesse agora sentado na sala cercado de cem amigos especiais. Que progresso! Obrigado a todos que passam por aqui e às vezes entram na discussão ou deixam uma palavra amiga. E obrigado aos que se registraram como seguidores oficiais. Estou comemorando, e estou me sentindo um verdadeiro flautista de Hamelin!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Os papéis dos gêneros

O anúncio acima, distribuido esta semana em uma mala direta da loja americana J. Crew, está causando o maior furor nos Estados Unidos. A foto mostra Jenna Lyons, presidente e diretora criativa da J. Crew, passando esmalte vermelho nas unhas dos pés do filho Beckett, que parece adorar a brincadeira.

É óbvio que aquela gentinha mal-comida que vive achando que tudo é o fim do mundo sempre vai achar que meninos têm que brincar de dar porrada e dar tiro, e meninas têm que brincar de fazer comidinha e dar de mamar para as bonecas. Eu acho ótimo que uma pessoa de cabeça tão aberta quanto a Jenna Lyons, que não deve estar nem aí para as burrices do mundo contemporâneo e para as sandices deste bando de mal-amados, consiga produzir um anúncio tão bonito e tão radiante. Acho ótimo que ela consiga de forma tão elegante subverter a clássica ordem dos papéis dos gêneros.

Não é à toa que Jenna é presidente e diretora criativa de uma empresa como a J. Crew enquanto os reclamantes continuam criaturas insignificantes com suas vidinhas medíocres e melancólicas.

Desconexão Repórter

Acabei de assistir ao programa Conexão Repórter no SBT sobre violência contra gays e nunca imaginei que o Roberto Cabrini, que já foi um repórter bastante respeitado, pudesse comandar uma atração tão meia-boca. O programa se baseou em material requentado do Profissão Repórter sobre preconceito exibido pela Globo em maio do ano passado - este sim, muito bem feito e emocionante (e que pode ser visto na íntegra aqui). Mostraram a mesma D. Edite, que lidera um grupo de ajuda a pais de homossexuais e - pasme! - a mesma família Reder! Será a única família no Brasil que tem um filho gay e que venceu o preconceito??! A novidade na família Reder é que o Vítor já não está mais namorando o Júnior. E, é claro, o depoimento da mãe foi muito mais melodramático - com direito à encenação da suposta tentativa de suicídio. Alguém traga meus sais!

O bloco que cobriu o grupo de carecas que espalham violência pelas ruas mostrou algumas cenas chocantes de jovens gays sendo praticamente linchados nas ruas. Mas as fotos utilizadas foram as mesmas publicadas na Folha de S. Paulo há pouco mais de uma semana. As asneiras ditas pelos carecas foram mostradas para o apresentador Leão Lobo que fez declarações profundas do tipo "isto é um absurdo".

E houve um bloco inteiro dedicado a travestis bem baixaria que se prostituem em esquinas escuras da cidade. Este é o tipo de tema que deveria ser tratado a parte e com muito tato, principalmente neste momento que os gays tentam provar que são pessoas normais e que não vieram de Marte.

Há algum tempo atrás, quando um amigo de 30 anos se assumiu gay, o maior medo da família era que ele passasse a usar roupas de mulher ou que fosse fazer uma operação para mudar de sexo! A desinformação é muito grande e acho sempre um pouco perigoso colocar homens e mulheres gays, travestis e transexuais no mesmo pacote. Todos estes grupos merecem respeito e devem estar juntos na luta contra o preconceito, mas vivem realidades muito diferentes. Na confusão que se cria as pessoas acabam achando que qualquer homem ou mulher gay tem vontade de mudar de sexo. Eu queria, nestas horas, poder dizer que tenho muito orgulho de ser homem - um homem gay - e que nunca me passou pela cabeça ser mulher ou agir como uma.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Não gosto dos meninos

Acabei de ver no blog do Tony. O projeto parece ter ficado lindo! Aguardando a estreia com ansiedade...

O "muque" do Chris Noth

Esta foto aí do lado esquerdo mostra um detalhe do corpo do gostosão Chris Noth, o Mr. Big de Sex & The City. Se hoje você acordou casto e sem pensamentos lúbricos e pecaminosos, então você deve ter enxergado um braço com um muque bem desenvolvido. Aproveita para visitar uma igreja, acender uma vela, e cumprir a promessa que aquela tia de Minas fez em seu nome para você arrumar namorada. Mas corra, antes que passe.

Agora, se o "muque" realmente não o enganou, seus instintos continuam afiados. Olhe aqui e confirme suas suspeitas.

terça-feira, 12 de abril de 2011

O iBoy

iPods, iPhones e iPads já são tão 'ano passado' que breve devem ser vistos apenas em museus. O quente agora é o iBoy. Todo mundo sabe como a Apple guarda segredo absoluto de seus futuros lançamentos e como o Steve Jobs adora anunciar pessoalmente as novidades. Mas desta vez não teve jeito. O furo foi dado por uma TV de Israel, com imagens exclusivas do novo produto em uso. Dizem que para o Brasil vai vir nas versões loiro europeu, moreno jambo, ruivo assanhado, e negro grafite - mas isto ainda não foi confirmado.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Mostra a tua cara

Entrou em vigor hoje na França a polêmica lei que proíbe que pessoas saiam em público com o rosto coberto de forma que não permita identificação. Divulgada erroneamente como a "lei contra o véu islâmico", a lei não tem nada contra religião ou seita nenhuma, mas sim a favor da clareza e facilidade de identificação individual num mundo que se tornou perigoso demais. A lei não é contra quem se cobre, mas a favor de quem não tem o que esconder.

Eu entendo perfeitamente que pessoas estejam se debatendo pelo direito das mulheres permanecerem cobertas, seja por princípio religioso ou pela simples liberdade de expressão. Mas todo país é soberano para definir códigos de vestimenta que ache mais adequados para a decência e segurança de seus cidadãos. Os países dominados por religiões ultra conservadoras, exatamente de onde se originam os cidadãos que protestam contra a lei na França, também têm códigos bastante severos de vestimenta. Uma mulher ocidental usando minissaia, calça justa ou blusa decotada em um país destes seria presa, açoitada em público, humilhada, e deportada. Não acho, portanto, que os seguidores de religões ultra conservadoras estejam em posição de protestar contra qualquer código de vestimenta em um país laico.

Imagens de câmeras em lugares públicos já se tornaram um recurso essencial no combate a crimes e atos de terrorismo. Mas o sistema não funciona se todos estiverem cobertos e impossíveis de ser identificados. Andar com a cara à mostra virou um mal necessário nos tempos atuais.

domingo, 10 de abril de 2011

Irma

Teve um momento que Irma decidiu que as fronteiras de sua terra natal, a República dos Camarões, eram muito pequenas para seu talento e seus sonhos. Isto foi há cinco anos, quando ela partiu para Paris para tentar ganhar a vida fazendo o que mais gosta - cantando. Cantou nas esquinas, no metrô, e foi ficando conhecida principalmente pelos vídeos postados na Internet. No meio de 2008, já resolvida a lançar seu próprio disco, conseguiu levantar em apenas 48 horas a impressionante quantia de 70 mil Euros  pelas mãos de quase 500 doadores que acreditaram em seu talento. Agora Irma apresenta ao público Letter to the Lord, um disco brilhante que transborda originalidade.
















Não se deixe sugestionar pelo título. Irma não tem nem um pouco do ranço religioso que se convencionou chamar de gospel nos dias de hoje. A prova disto é a própria faixa 8: In Love with the Devil. Nesta e em todas as 12 faixas deste album homogêneo e bom do começo ao fim, Irma ocupa seu espaço e prova que veio para ficar.

Irma - Letter to the Lord:

sábado, 9 de abril de 2011

Futuro

Depois dos ataques homofóbicos a Michael da equipe Vôlei Futuro na semana passada, todos estavam curiosos para ver o que aconteceria no primeiro jogo da equipe depois que o jogador se assumiu publicamente gay. O jogo aconteceu hoje às 10 da manhã em Araçatuba, domicílio do time, contra a mesma equipe cuja torcida hostilizara o jogador há uma semana.

Antes do jogo começar, uma declaração de repúdio ao preconceito expressa em uma grande bandeira na arquibancada.





























Dali a pouco o ginásio encheu e as equipes se prepararam para entrar em campo. O Vôlei Futuro, em solidariedade a Michael, entrou todo de rosa e bastante animado.

A torcida começou a agitar maciçamente bate-bates infláveis rosas com o nome de Michael. O nome do jogador era gritado o tempo todo, desta vez em apoio.

Na hora de iniciar o jogo, já com os uniformes oficiais, a última surpresa. Mario Jr., líbero da equipe, que atua com um uniforme diferente, apresenta a camisa feita especialmente para esta partida, com as cores do arco-iris, e que foi usada até o fim do jogo.

Ah, o Vôlei Futuro venceu a partida por 3 sets a 2.

Que outros torcedores e atletas aprendam com tudo isto que o povo e a equipe de Araçatuba mostraram hoje de manhã.

Chato Man

Estreou ontem a aguardada minissérie Macho Man sobre um gay que "vira" hétero depois de levar uma pancada na cabeça. Todos os temores que existiam antes da estreia se confirmaram - a história é, sim, construída sobre clichês que reforçam estereótipos. O argumento todo é baseado na premissa de que agora o protagonista precisa aprender a se portar como hétero ou não conseguirá "pegar mulher" nenhuma. Mais ou menos como se na versão contrária um hétero virasse gay e precisasse aprender a rebolar, desmunhecar, falar fino e se vestir de forma fechativa para "pegar homem".

Apesar de tudo isto não consegui nem ficar preocupado. Achei tudo tão chato, mas tão chato, que acho que não tem a menor chance de emplacar. Jorge Fernando é escolha equivocada para encarnar o protagonista - aos 56 anos ninguém seria tão ridículo, seja hétero ou gay. Um ator mais novo e em melhor forma física talvez pudesse, pelo menos, emprestar um pouco de charme para o papel. Embrulhado neste pacote de equívocos este Chato Man não tem chances de ir mesmo muito longe.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

This one is for you!

Para terminar esta semana que foi simplesmente foda, eu queria oferecer uma música em homenagem ao deputado Bolsonaro e dizer que não guardo rancor nenhum.

Bolsonaro, ofereço-lhe esta singela canção do fundo do meu coração!!



Look inside, look inside your tiny mind 
and look a bit harder 
cause we’re so uninspired 
so sick and tired 
of all the hatred you harbor

So you say it’s not okay to be gay 
well, I think you’re just evil 
you’re just some racist who can’t tie my laces 
your point of view is medieval

Fuck you, fuck you very very much 
cause we hate what you do 
and we hate your whole crew 
so, please don’t stay in touch

fuck you, fuck you very very much 
cause your words don’t translate 
and it’s getting quite late 
so, please don’t stay in touch

do you get, do you get a little kick out of being small-minded? 
you want to be like your father 
it’s approval you’re after 
well that’s not how you’ll find it 

do you, do you really enjoy living a life that’s so hateful 
cause there’s a hole where your soul should be 
you’re losing control of it 
and it’s really distasteful

Fuck you, fuck you very very much 
cause we hate what you do 
and we hate your whole crew 
so please don’t stay in touch

Fuck you, fuck you very very much 
cause your words don’t translate 
and it’s getting quite late 
so please don’t stay in touch 

Look inside, look inside your tiny mind 
and look a bit harder 
cause we’re so uninspired 
so sick and tired 
of all the hatred you harbor

Fuck you, fuck you very very much 
cause we hate what you do 
and we hate your whole crew 
so please don’t stay in touch

Fuck you, fuck you very very much 
cause your words don’t translate 
and it’s getting quite late 
so please don’t stay in touch

Fuck You (Very Much) - Lily Allen

Uma porta


Você já experimentou parar ao lado da porta de sua casa e discutir um assunto importante com ela? E esperar que ela entenda? Tentar argumentar com o deputado Bolsonaro é mais ou menos a mesma coisa. Com a diferença que uma porta provoca menos raiva.

O deputado esteve esta semana no programa Superpop da rede TV discutindo suas declarações polêmicas com um grupo formado pela Tammy (que é lésbica, filha da Gretchen), dois pastores gays que têm filho adotado, e outras subcelebridades simpatizantes. A apresentadora é fraca e o programa idem, mas acho que mesmo com um excelente facilitador e bons debatedores o programa não teria rendido. Bolsonaro é um caso perdido; não há como tentar convertê-lo ou convencê-lo de qualquer coisa. Sem saber ele vai acabar prestando um ótimo serviço porque vai virar um daqueles personagens folclóricos e ridículos que os jovens tomam como modelo do que não deve ser seguido.

Para quem tiver paciência de assistir todo o programa (eu não tive), ele continua aqui: Parte 2 - Parte 3 - Parte 4 - Parte 5 - Parte 6.

A onda

Adriele
O país acordou triste, de cabeça baixa, ainda tentando entender a tragédia do atirador maluco. Este tipo de evento não tinha precedentes aqui no Brasil. Quando a gente lia sobre este tipo de acontecimento costumava achar que não corríamos o risco e que isto era coisa de malucos americanos. Agora a maluquice veio bater à nossa porta, deixando a gente com aquele vazio na boca do estômago de medo que seja só o começo. Os Estados Unidos também não conheciam este tipo de crime nos anos 60, mas a onda nunca mais parou depois de iniciada.

Outra nota muito triste nesta semana foi a notícia do assassinato de Adriele, de apenas 16 anos, em um crime bárbaro de motivação homofóbica. Adriele foi morta pelo irmão da namorada, a filha de um fazendeiro. Isto mesmo: por estar saindo com outra garota, esta menina de 16 anos foi morta a facadas e enterrada em um brejo. Um detalhe: o assassino também tem apenas 16 anos. Em um caso como este, não é preciso esticar muito o raciocínio para concluir que declarações nefastas como a do deputado Bossonaro contribuem para a criação de mentes doentias e cheias de preconceito como a deste outro jovem assassino.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Quando os roteiristas viajam na maionese

A cena com Meg Ryan fingindo orgasmo no meio de uma lanchonete é antológica. O filme fez um sucesso fabuloso. Mas 22 anos já se passaram desde o lançamento de Harry & Sally - Feitos Um Para O Outro e até agora ninguém tinha pensado em uma sequência. Até agora.

Considerando que Billy Crystal continua sendo um queridinho em Hollywood (quem não se lembra do quanto ele foi aplaudido de pé quando subiu ao palco nos Oscars?) a sequência seria sucesso garantido. Para dar um toque mais sentimental, Sally já estaria morta e Harry estaria morando em um asilo. Daí ele encontra Sharon - representada por ninguém menos que Helen Mirren! E, para dar um toque de modernidade, por que não fazer...bem, o que todo filme B faz para ganhar dinheiro. Adorei a brincadeira!


Sade ainda te ama

A Sade tem um estilo tão próprio que é praticamente um gênero musical por si só. Existe jazz, existe rock, existe MPB, e existe Sade. Soldier of Love, lançado no início do ano passado depois de um hiato de 10 anos vendeu bem para os padrões atuais mas não ficou na memória.

Por isso Sade está voltando daqui 4 semanas. No dia 3 de maio sai The Ultimate Collection, CD duplo e DVD com 28 faixas contendo uma compilação de sucessos e mais 3 inéditas que incluem uma versão de Moon & The Sky com a participação de Jay-Z.


Hoje saiu o primeiro single, Still In Love With You, regravação do sucesso de 1974 do grupo irlandês Thin Lizzy. Bastam os primeiros acordes e a voz inconfundível de Sade para qualquer um se derreter todo. Somada a um copo de whisky com gelo, a música é infalível para segurar o marido em casa.

Ah, ia me esquecendo. Alguém disponibilizou a música para download, assim de presente, aqui.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Reação contrária

Quem não se lembra da famosa lei da Física, da reação igual e contrária? No decorrer da semana houve vários sinais de algo até então inédito por aqui: ataques homofóbicos, que até muito recentemente não recebiam nenhuma reação, foram revidados com reações contrárias que trouxeram, na minha opinião, avanços muito maiores do que os danos causados. Passada a ira inicial e a vontade de tirar a metralhadora giratória do armário, o balanço final acabou positivo.


O ataque do deputado boçal gerou uma reação espetacular. Uma única frase proferida por ele em meio a um discurso todinho errado provocou uma reação em cadeia em toda a imprensa do Oiapoque ao Chuí. Foram raríssimos os apoios que o deputado recebeu. A imprensa literalmente execrou as visões preconceituosas e tortas do boçal. E foi lindo ver o Marcelo Tas expressar orgulho pela filha gay em rede de televisão. Isto vai virar tendência.




E foi muito bom o episódio do jogador Michael acontecer exatamente neste mesmo período. Não é a primeira vez que uma arquibancada inteira grita "bicha!" e "veado!" em coro uníssono. Mas é a primeira vez que o atleta vem a público afirmar "sou gay sim, e isto não vai ficar barato". Atente para as palavras do Michael no final do vídeo dizendo que resolveu abraçar esta causa para que coisas assim não voltem a acontecer futuramente. É isto que chamamos de "orgulho de ser gay", material que tem andado em falta em figuras públicas no Brasil.


 

Outra consequência boa do episódio envolvendo o Michael foi o pronunciamento dos colegas de equipe e da diretoria do time expressando apoio ao amigo. Isto também deve virar tendência.

Em tudo na vida, união e apoio são essenciais. Como no vídeo da campanha irlandesa contra a homofobia, quando os amigos e familiares dão a mão em apoio, os homofóbicos saem de fininho exatamente como o cachorro que late atrás do carro mas não sabe o que fazer se o carro para.