Se eu não soubesse que Contágio (Contagion, 2011) foi dirigido pelo excelente Steven Soderbergh, eu diria que o filme tinha sido dirigido por um médico. A história de um vírus mortal extremamente contagioso que se espalha rapidamente no mundo moderno altamente integrado é muito boa. Poderia ter gerado um excelente drama, um filme de terror, ou um suspense daqueles de roer as unhas. Melhor seria se o resultado tivesse mesclado todas estas possibilidades. Em vez disto, Steven Soderbergh optou por fazer um filme frio e científico.
Como resultado, tudo no filme parece ter ficado muito contido - inclusive as interpretações. Eu me senti como um paciente na mesa de operações com a barriga aberta e as entranhas para fora percebendo que o caso é gravíssimo enquanto o médico repete em tom calmo e controlado que tudo vai ficar bem.
Gwyneth Paltrow, Kate Winslet, Jude Law, Marion Cotillard, Laurence Fishburne, Jennifer Ehle e Matt Damon representam diferentes pontas da história da tentativa de contenção da ameaça em nível mundial. São personagens separados que quase não interagem entre si no grande quebra-cabeças que vai sendo montado para se entender o real inimigo contra o qual se está lutando.
A história é assustadora, principalmente considerando-se que é uma possibilidade muito real. Um vírus novo e letal mataria milhões de pessoas e poderia dizimar toda a população do planeta antes de perceber que está destruindo o próprio hospedeiro do qual depende para se multiplicar. Mas eu acho que a história teria ficado mais interessante se tivesse sido dirigida com um olhar mais humano e menos clínico.
6 comentários:
agora é ver pra concordar ou discordar de vc, né?
Concordo com você, Luciano. Gostei muito do filme mas não senti muito pelos personagens, com exceção da Kate Winslet e alguns outros. O Matt Damon por exemplo só me convenceu na ÚLTIMA cena dele. Até então achei a atuação mais cagada da história das atuações cagadas.
gostei do filme, da sequência inicial que mostra formas de contágio, já que a gente tá o tempo todo tocando em tudo e levando a mão à boca, ao rosto, aos olhos.
também é interessante notar como o vírus se espalha, já que nesse mundo globalizado, as pessoas rapidamente vão de um continente ao outro.
antigamente, quando se tinha que ir de navio, eram meses de viagem e as pessoas já chegavam mortas, não permitindo pragas mundiais como esta mostrada.
quando falei no blog sobre a peça a respeito da aids (aqui), uma coisa que falavam era disso, que é uma praga mundial, que continua crescendo e as pessoas não tem consciência e acham que já acabou. aliás, pra exemplificar que não gostam de abordar o assunto, foi uma postagem que teve menos comentários (três).
abraços,
raileronline
Assisti no Colinas ontem e achei assustador, quase morri de medo! Mas o toque bonitinho veio no final, com a minha querida canção "All I want is you", super emotivo sem ser piegas.
concordo. filme burocratico. em compensação assisti, com lagrimas nos olhos, a "o palhaço", com direção e roteiro do selton mello. excelente.
Eu li a sinopse dias atrás e tive a nítida impressão de que já tinha visto tudo isso aí em outros filmes...
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