São Sebastião do Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 1814.
O romance Amor à Vida, publicado em fascículos diários que acompanham as edições deste jornal desde meados do ano passado, entregará aos leitores hoje o último episódio da saga em meio a muita commoção. Ao longo da história ganhou projecção o romance proibido de Nicolau e Felícia, um casal de negros. Alguns leitores mais liberais esperam que o autor dê ao casal um merecido final feliz descrevendo, inclusive, o que seria o primeiro beijo de amor de um casal negro na literatura do paiz.
Em entrevistas colhidas de diferentes leitores percebe-se que as opiniões não são unânimes. O Sr. Heráclito Praxedes Romualdo de Albuquerque, entrevistado por nossos repórteres ao deixar a Confeitaria Pão de Ouro com a família no último domingo, apressou-se em esclarecer: "Eu não tenho preconceitos. Lá em casa tratamos todos os pretos com respeito - minha filha mais nova, inclusive, é cuidada por uma mucama preta. Mas pretos se beijando é uma sem-vergonhice da qual precisamos poupar nossas creanças. O Brazil não está preparado para isso."
Em entrevistas colhidas de diferentes leitores percebe-se que as opiniões não são unânimes. O Sr. Heráclito Praxedes Romualdo de Albuquerque, entrevistado por nossos repórteres ao deixar a Confeitaria Pão de Ouro com a família no último domingo, apressou-se em esclarecer: "Eu não tenho preconceitos. Lá em casa tratamos todos os pretos com respeito - minha filha mais nova, inclusive, é cuidada por uma mucama preta. Mas pretos se beijando é uma sem-vergonhice da qual precisamos poupar nossas creanças. O Brazil não está preparado para isso."
A ver, no último fascículo, que será publicado hoje.
Um comentário:
Quando um autor de novelas foi indagado pela falta do beijo gay,respondeu a mesma coisa: fizemos uma enquete e o brasil não está preparado para isso. rsrs, 2012, ou 1814, parece que entendi o seu post. rsrsrs.
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