sábado, 31 de julho de 2010

Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro...

Termina julho. Que marcou o 20º aniversário da morte de Cazuza, o cara que era forte, que era por acaso, e que estava cansado de correr na direção contrária sem pódio de chegada ou beijo de namorada.

Mês em que o jornalista Jefferson Lessa trouxe à tona o horroroso caso de bullying enfrentado neste país onde na rua ainda te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro.

Julho também foi o mês da aprovação pela Argentina da lei da igualdade no casamento. A vitória de um processo longo, fruto de muita luta por quem já estava cansado de sobreviver da caridade de quem os detesta.

Todos estes eventos se tornam símbolos fortes na luta contra o preconceito. Não dá mais pra ficar sentado esperando enquanto transformam o país inteiro num puteiro. Porque o tempo... o tempo não para.

Juntando a luta cá e lá, a versão que os irreverentes argentinos do Bersuit Vergarabat fizeram para música do Cazuza.


"...Nos tildan de ladrones, maricas, faloperos,
y ellos sumergieron un país entero,
Pues así se roba más dinero..."


Bersuit Vergarabat - El Tiempo No Para:

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Correndo atrás...

Enquanto isso, na Argentina, todos correm atrás do tempo para se adequar à nova lei da igualdade de direitos no casamento. Na primeira certidão de casamento com cônjuges do mesmo sexo emitida oficialmente na Cidade de Frías dava para ver que o formulário foi "adaptado". O nome do segundo cônjuge, que deveria estar precedido de "Y EL SR." aparece erradamente precedido de "Y LA SR." onde dá para se ver claramente que o "A" foi apagado de SRA.
Se fosse comigo eu já teria feito um escândalo!!!!

Una historia de amor

Diretamente da Argentina, a história de amor de Alejandro e Ernesto, que vivem juntos há 34 anos, e são o primeiro casal homossexual a contrair matrimônio pela nova lei. Casam-se hoje.
Ao casal, felicidades!!

Onde eu compro isso?

Alguém sabe me informar onde eu posso comprar esta camiseta? Já decidi trocar todo o meu guarda-roupa por esta marca.

Lei da igualdade pode ser aprovada no Brasil muito antes do que se pensa

A lei da igualdade que estende aos casais homossexuais os mesmos direitos dos casamentos heterossexuais pode estar bem mais próxima da aprovação no Brasil do que se pensa. Vejo indícios bastante fortes para concluir que a aprovação não vai acontecer através do legislativo, mas através do judiciário.

O nosso legislativo tem uma bancada religiosa cada vez maior. Fazer com que os deputados evangélicos somados aos conservadores votem a favor da lei é tarefa quase impossível. Estes deputados têm aquele tipo de mentalidade congelada no preconceito, que não muda e não evolui com debates e argumentações. Nosso legislativo é uma muvuca de interesses e preconceitos, e um debate destes no legislativo seria extremamente desgastante - com direito a piadinhas de mal gosto de deputados casca-grossa. É melhor esquecer este nosso Congresso, que só tem dado motivo para vergonha.

No entanto, existe a via judiciária, seja por iniciativa da própria suprema corte ou como resultado de uma ação de classe que exija a equiparação. É o que está acontecendo na California neste momento (ação de classe exigindo a equiparação de direitos), e foi o que aconteceu no estado de Iowa (iniciativa do próprio judiciário). A suprema corte é mais organizada, mas ilustre, e muitíssimo mais liberal em relação a direitos civis.

Para que este movimento via judiciário tenha sucesso no Brasil, é necessário que haja suficientes evidências que levem juízes da suprema corte a concluir que há uma situação que necessite correção legal. E esta situação está sendo criada por pequenos eventos que estão sendo cada vez mais comuns:

1. Grandes empresas já reconhecem a união homossexual para fins de benefício.

2. A receita federal acaba de aprovar a inclusão de parceiro homossexual como dependente.

3. Já existem várias decisões favoráveis à adoção por casais homossexuais.

4. Já existem várias decisões favoráveis quanto a herança para parceiro homossexual.

Basta olhar em volta. Já está acontecendo...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Falou e disse

"Para quem estiver interessado, e entendo perfeitamente se você não estiver nem aí pra isso: Hoje eu deixei de ser Cristã. Pulei fora. Mantenho meu compromisso com Cristo como sempre, mas não o compromisso de ser 'Cristã' ou de pertencer ao Cristianismo. Para mim é simplesmente impossível fazer parte deste grupo briguento, hostil, combativo, e merecidamente infame. Durante dez anos eu tentei. E falhei. Estou fora. Minha consciência não me permite nada diferente.


Conforme já disse, deixo de ser Cristã. Estou fora. Em nome de Cristo, eu me recuso a ser anti-gay. Eu me recuso a ser anti-feminista. Eu me recuso a ser contra o controle da natalidade. Eu me recuso a ser anti-democrata. Eu me recuso a ser contra o humanismo secular. Eu me recuso a ser contra a vida. Em nome de Cristo eu deixo o Cristianismo e deixo de ser Cristã. Amém".

Anne Rice, 28 de julho de 2010.

Até na África!

Paul Botha e Albert Marton pouco antes da cerimônia de casamento na
Cidade do Cabo, em foto publicada no New York Times
Um artigo publicado há dois dias no New York Times fala sobre a igualdade de direitos civis dos gays no casamento em um país tão cheio de contrastes como a África do Sul. Nestes três anos desde que a lei foi aprovada por lá, mais de 3.000 casais gays já celebraram as bodas. Um país que viveu tanto tempo com a política do apartheid sabe dar muito valor às liberdades individuais, e o vento das novidades parece carregar todo mundo com mais facilidade. Os dados são animadores, principalmente em se tratando de um continente onde impera o preconceito.

Um dos fatos que tem causado surpresa é que cerca de 80% dos casais são Afrikaners, a minoria branca que é tradicionalmente homofóbica e extremamente religiosa. A grande maioria negra e pobre que mora nas grandes comunidades ainda não teve a coragem de ficar de pé e se assumir. E ainda há empresas que simplesmente se recusam a prestar serviço nos casamentos homossexuais alegando "princípios religiosos".

Mas a grande vantagem é que a legalização dos casamentos está contribuindo para aumentar o debate e diminuir o preconceito. Todos sabemos que não há lei ou decreto que acabe com o preconceito da noite para o dia - este é um trabalho longo e lento, e ingrato. Até mesmo no Brasil, se a lei fosse aprovada hoje, isso não significaria que a população gay de Sapopemba do Riacho Comprido ou de Jaboatão da Vargem Grande poderia sair às ruas e se sentir segura.

Homens superlativos

Meu falecido amigo Hernâni costumava dizer que os gays vivenciam emoções com muito mais intensidade - uma teoria que nunca conseguimos provar apesar de os exemplos práticos abundarem entre os amigos. Segundo ele, era devido à repressão que os gays precisam normalmente imprimir a seus sentimentos que, quando liberados, os faziam explodir feito um vulcão avassalador.

Um dos sintomas que ele costumava apontar para comprovar sua teoria era o fato de os gays serem adeptos de superlativos para descrever algo. O produto não é muito caro, é caríssimo! Ela não é chata, é chatérrima, ou melhor ainda - chatésima!!!! De preferência assim mesmo, com um monte de exclamações. Homens héteros raramente usam superlativos.

Mas era no comportamento amoroso dos amigos que a gente mais encontrava confirmações para a tal teoria. E o nosso amigo Serginho fornecia, sozinho, material para uma verdadeira tese de doutorado para validar a tal doutrina. O Serginho era daquele tipo que costumava ligar no meio da noite chorando para tirar uma pequena dúvida: ele não sabia se cortava os pulsos ou se pulava do 15º andar. O namoro de 3 meses, 2 semanas e 4 dias tinha acabado. E justamente no dia seguinte àquele jantar que eles deram para todos os amigos para comemorar os 3 meses, 2 semanas e 4 dias. O mundo acabou. Ele estava ligando só mesmo para se despedir e para desculpar qualquer coisa.

O pior é que depois de uma ou duas semanas, quando a gente começava a ficar preocupado com o sumiço dele, chegava a notícia: "Estou aqui em Ilhabela com um cara ma-ra-vi-lho-so que eu conheci na boate na semana passada. Finalmente encontrei minha alma gêmea, o amor da minha vida, estou apaixonadíssimo!" E a gente sempre pensava "quanto tempo será que vai levar para ele me ligar no meio da noite desta vez?".

Perdi o contato com o Serginho há vários anos. Mas tenho certeza que ele não cortou os pulsos nem pulou do 15º andar. Muito provavelmente está, neste exato momento, em lua-de-mel. De novo.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Brendan James

Depois do grande sucesso do disco de estreia, Brendan James conta que "visitou 40 estados, comeu em 330 restaurantes, ficou em 210 hotéis, e dormiu em um barco". E logo deve por o pé na estrada novamente, quando lançar seu próximo disco daqui a 6 semanas, em 7 de setembro.

Em suas músicas Brendan James fala principalmente da crueza do dia a dia, explorando a intimidade entre a voz e o piano, como se fossem um único instrumento. "Eu tentei escrever de um jeito mais abstrato, mas não consigo. Você é o que você é, e o meu coração está sempre à mostra. Sou romântico e ao mesmo tempo otimista. E tenho opiniões muito fortes sobre algumas coisas - tem coisas das quais eu não consigo me livrar assim tão fácil. Então acho que as minhas músicas são isso mesmo - um cruzamento de profundidade com romance com positividade".

Visitando o site do moço é possível baixar de graça uma música do CD novo.




"Here I am in the desert again
A compass and a weapon, a lost American..."


Brendan James - Hero's Song:







Prostituição masculina

O excelente Profissão Repórter, da TV Globo, exibiu ontem um programa mostrando vários ângulos da prática da prostituição masculina nas grandes cidades brasileiras. O autorama no Ibirapuera e os michês no Largo do Arouche em São Paulo, um bordel masculino no Rio, uma sauna gay em Curitiba, um michê saradão que tem um site na internet, um cara casado que faz programas à noite enquanto a família pensa que ele trabalha como segurança, um assassino que caçava vítimas em uma sauna gay...

O programa na íntegra, abaixo:

Parte 1:


Parte 2:

terça-feira, 27 de julho de 2010

Papai, eu sou...



A gente já sabia que os filhos de um casal homossexual são crianças tão normais ou anormais quanto os filhos dos casais heterossexuais. Só faltava contar para eles - aquela turminha de gente mal-comida e com o cérebro do tamanho de uma ervilha que morre de inveja da felicidade dos outros (também chamados de 'fanáticos religiosos').

Até bem pouco tempo havia poucos dados oficiais que comprovassem a tese oficialmente. Mas isto está mudando com a grande quantidade de famílias homossexuais com filhos, que já formam uma base de dados considerável para validar cientificamente qualquer pesquisa. Uma das pesquisas mais recentes, realizada pela doutora Charlotte J. Patterson da Universidade de Virginia, comprovou que as crianças adotadas por casais homossexuais estão se desenvolvendo tão bem quando as crianças adotadas por casais heterossexuais. A pesquisa foi feita com 106 crianças adotivas vivendo em diferentes partes dos Estados Unidos, e deve servir de base para que no futuro a escolha de famílias adotivas não leve em consideração a orientação sexual dos pais.

Eu tenho ficado sem muita paciência para estes fanáticos religiosos. Por que essa gentinha não me faz um favor e cai morta de uma vez?

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Mocreias go home!

Eu juro que faço o maior esforço para não ficar misógino mas está ficando cada vez mais difícil de segurar a barra. Eu vou à academia em um horário frequentado geralmente por um bando avassalador de mocreias. Manja aquele tipo de mocreia de uma certa idade que capricha no batomzão e veste aqueles shortinhos atochados no rego da bunda com uma blusinha amarrada displicentemente na cintura? Que olha para o peso e para você, para você e para o peso, para o peso e para você, como se pedindo que você fosse lá dar uma ajudazinha? Que se espalha toda por uma área gigantesca, toalha em um aparelho, ficha em cima do outro, celular em cima do outro, garrafinha d'água em cima do outro? Que se junta em cardume ao redor da esteira falando todas juntas ao mesmo tempo sem parar e animadamente com vozinhas irritantes que mesmo o iPod no último volume não consegue abafar?

E, saindo da academia, na fila do restaurante self-service, se é uma destas que está logo à minha frente eu saio, dou um tempo, e volto depois. É impossível não se irritar com a complicação que uma mulher destas inventa na hora de se servir. Ela normalmente olha a travessa de comida, entorta a cabeça de um lado, entorta a cabeça de outro lado, faz um biquinho com o canto da boca, joga o cabelo para trás, pensa, repensa, tripensa. Às vezes eu acho que ela está tentando uma comunicação mental com a comida para ver se anula as calorias. Quem sabe um dia destes o arroz responde!

E na fila do caixa? Ela abre a bolsa, cisca e cisca lá dentro, finalmente tira uma bolsinha, e de dentro da bolsinha uma bolsinhazinha, e conta as moedas, e quando vê que não é o suficiente resolve procurar o cartão, e pega outra bolsinha, e abre zíper pra cá e zíper pra lá, e depois lembra que o cartão está no bolso de trás da calça.

Tem dias que só amanhã. Mas eu juro que estou tentando...

Este vídeo contém uma faixa de áudio que não foi autorizada

Já acessou um vídeo no YouTube e descobriu que o áudio foi desativado e que o vídeo está mudo? O nome disso é burrice. Não do YouTube, mas do detentor dos direitos da trilha sonora.

O YouTube tem ferramentas extraordinárias que checam cada uma das trilhas de áudio dos vídeos postados - e são mais de 20 horas de novos vídeos a cada minuto! O som é comparado com trilhas em arquivo e se o autor não autorizar o áudio é desativado.

Margaret Stewart, gerente de User Experience no YouTube, explica o fenômeno da música "Forever", do Chris Brown, depois de usada naquele vídeo que virou viral em que os noivos e padrinhos entravam na igreja dançando e cantando. Se você estava em outro planeta ou em coma no ano passado e não viu o vídeo, está aqui. A música, que já estava fora de catálogo, voltou para o quarto lugar nas paradas e rendeu mais uma pequena fortuna para a Sony, além de 26 mil dólares em doações para uma campanha contra a violência doméstica.

Em menos de seis minutos Margaret Stewart dá este interessante relato sobre a experiência do YouTube com o conteúdo gerado pelos usuários em tempos de web 2.0. Vale a pena dar uma conferida. Clique em "view subtitles" se preferir assistir com legenda.

domingo, 25 de julho de 2010

Paloma Faith

Paloma Faith parece resultado do improvável cruzamento de Lady Gaga, Carmen Miranda, e alguma pin-up girl dos anos 50. Esta efervescência toda pode ser efeito dos 50% de sangue latino que lhe corre nas veias por parte do pai espanhol, embora seja nascida na Inglaterra e tenha sido criada pela mãe inglesa.

Com apenas 25 aninhos completados na última quarta-feira Paloma Faith já provou a que veio com o lançamento no final do ano passado de seu disco de estreia Do You Want The Truth Or Something Beautiful?

Ela cita Etta James e Edith Piaf entre as fontes de inspiração, mas quando começa a cantar é Billie Holiday que toma conta da voz desta garota.




Paloma Faith - My Legs Are Weak:

O pastor e a cueca

Muita gente não consegue entender como num país tão supostamente liberal e avançado como os Estados Unidos ainda há tanto preconceito. A ideia de liberalidade talvez tenha sido firmada pelos indústria de cinema de Hollywood e pelas populações das grandes cidades costeiras como Nova Iorque, San Francisco ou Los Angeles. Mas no seu vasto interior rural, com raras exceções, o país é formado principalmente por famílias de nível intelectual medíocre que passam os domingos inteiros na igreja, confiam cegamente na bíblia, e estão armados de preconceito até a raiz dos dentes.

Esta semana, na cidade de Cullman, estado do Alabama, o Walmart se viu obrigado a recolher algumas cuecas que estavam a venda porque um pastor local fez uma reclamação das "fotos pornográficas" que ilustravam os pacotes. O imbróglio teve até o envolvimento do xerife da cidade.

Uau! Uma marca de cuecas que vende cuecas estampando homens só de cueca na embalagem... nossa, que coisa mais depravada! Tenho certeza que com este gesto a a cidade de Culllman acaba de ser salva do próximo terremoto.

sábado, 24 de julho de 2010

Sua vida 2.0 começa hoje

Uma das grandes maravilhas da tecnologia moderna foi a evolução da internet para o que chamamos de web 2.0. Na web antiga - parece que foi há uma eternidade atrás! - somente os grandes portais disponibilizavam conteúdo. Na web 2.0 o conteúdo disponibilizado é gerado pelos próprios usuários por meio de vídeos, textos, etc. É graças à web 2.0 que qualquer pessoa pode se tornar um cantor, dançarino, ou escritor e experimentar seus 15 minutos de fama - ou quem sabe um pouquinho mais. É graças à web 2.0 que prosperaram as redes sociais e a maravilha que é o YouTube. É graças a ela que você está lendo este blog.

Esta ferramenta tem provocado grandes mudanças sociais pelas vozes de pessoas que em outros tempos não seriam ouvidas. As barreiras de censura impostas ainda por governos repressores como a China ou o Irã cairão pouco a pouco derrubadas pelas tecnologias que se renovam praticamente a cada dia.

O novo filme dos diretores Ridley Scott e Kevin MacDonald, A Vida Em Um Dia, está sendo feito graças à web 2.0 com contribuições de bilhões de cineastas amadores ao redor de todo o planeta - gente como eu e você. O dia é hoje, 24 de julho, para fazer seu vídeo e encaminhar para o projeto pioneiro. Há um canal no YouTube criado especialmente para o projeto, que vale a pena uma visita, aqui. Chegou a hora de sair da poltrona de espectador e pular para a tela.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Analisando a aceitação, de cabo a rabo

O Latin American Public Opinion Project patrocinado pela Vanderbilt University traçou um perfil da aceitação do casamento de casais homossexuais em todos os países das Américas do Sul, Norte e Central por meio de uma pesquisa que contou com a participação de 42.238 pessoas em 25 países. O estudo está publicado na última edição da Americas Quarterly.

Nenhuma surpresa de ver que o Canadá encabeça a lista com 63,9% de aceitação - a lei da igualdade do casamento já está aprovada lá desde 2003. Surpreendemente, a Argentina vem logo atrás, confirmando a fama de Buenos Aires de uma das cidade mais gay-friendly do mundo. Em seguida vêm Uruguai, Estados Unidos e Brasil.

Em matéria de direitos dos gays os Estados Unidos, que se gabam de ser the land of the free, estão dando um grande vexame. E cuidado: se estiver planejando férias na Jamaica, melhor deixar a carteirinha do grêmio em casa e se passar por um bofe rude.

Clique aqui se você estiver morto

O Facebook está enfrentando um problema que logo vai ser comum também às outras redes sociais: o que fazer com a quantidade crescente de associados mortos? Principalmente devido à grande adesão por parte de associados com mais de 65 anos e com o envelhecimento natural dos primeiros associados, uma grande quantidade de fantasmas assombra agora o serviço.

Como existem softwares que gerenciam as funções de forma automática, estão sendo cada vez mais comuns os casos de associados que recebem sugestões pelo Facebook para retomar o contato com algum amigo já morto. As pessoas reagem de formas diferentes - alguns ficam contentes de relembrar o amigo, outros acham que isso é uma puta falta de desrespeito.

Quando li a reportagem eu senti o problema na própria pele. Eu tenho um amigo morto na minha lista de amigos do Orkut e até hoje não tive coragem de deletá-lo.

Memória de elefante

Ontem o Jornal da Globo mostrou reportagem sobre como as empresas têm cada vez mais utilizado as redes sociais para anunciar vagas de empregos, da mesma forma que vasculham a internet em busca de informações do candidato na hora da seleção e contratação. Isso na mesma semana em que o New York Times publica um artigo sobre como "ficam as relações pessoais e profissionais na era da internet que registra tudo e não esquece de nada?" Tudo que cai na internet - seja em blogs, redes sociais, Twitter, álbuns de fotos - fica registrado para sempre. Mesmo que o usuário apague a informação em seguida, há sempre as páginas arquivadas em cache e o risco de algum interessado já ter salvado a informação em seu computador.

Uma professora da Pensilvânia foi impedida de se formar no curso universitário de especialização por causa de uma foto publicada em sua página do MySpace em que ela aparecia bebendo com amigos vestida de pirata - conduta inadequada para o que se espera de uma professora que vai ter contato com crianças e adolescentes em período de formação. Na Inglaterra, uma mulher perdeu o emprego depois de se referir ao trabalho com "Estou de saco cheio" no Facebook.

Agora que já ficamos (mal-)acostumados com todas as quase infinitas possibilidades de massagear nossa vaidade com a publicação de fotos, confidências, opiniões, desabafos e confissões pela internet, não dá mais pra voltar atrás. Na sociedade do futuro talvez a privacidade seja um artigo de luxo. A memória dos amigos vai ficando cada vez mais débil com a idade, mas a internet tem memória de elefante.

Mas eu, pessoalmente, não vejo isso como uma coisa ruim. Toda nova tecnologia sempre veio acompanhada de previsões pessimistas que nunca se concretizaram. Uma sociedade mais transparente não é necessariamente pior. Por isso, não se preocupe se aos 80 anos de idade você continuar sendo assombrado por aquele seu vídeo dançando o rebolation totalmente chapado na casa de praia com os amigos usando só uma sunguinha de crochê. Pode ser uma excelente forma de nunca perder o contato com o passado.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Justin Utley é gente que faz

Justin Utley nasceu em Utah, o estado americano que é praticamente comandado pelos mórmons. A família conservadora o fez estudar piano desde os 7 anos de idade, e no começo dos anos 90 ele já era considerado o "melhor cantor e compositor de Salt Lake City".  Mas Justin tinha um segredo. Ele era gay e estava perdidamente apaixonado pelo namorado. Quando Justin resolveu se abrir com a família e com o pessoal da igreja, a reação veio rápida: Justin foi internado em um programa de terapia da igreja para a cura de homossexuais.  O namorado faleceu enquanto Justin estava no programa e o bispo mórmon veio dizer a Justin que isto era um alerta de deus sobre a sua vida errada.

Foi quando Justin finalmente descobriu o que eu poderia ter contado para ele desde o começo se ele tivesse me perguntado. O programa de terapia era tão eficaz para curar gays quanto caldo de galinha, e tinha chegado a hora de mandar aquela gentinha catar coquinho e enfiar no fiofó. Ele escreveu uma carta para a igreja se auto-excomungando e se mandou para Nova Iorque onde já gravou um disco e está, desde o ano passado, no principal papel do musical Our Country, além de ter se tornado ativista em defesa das causas gays.

Justin Utley, esta gracinha aí do lado, é gente que faz! Quem sabe um dia ele vai fazer lá em casa...

E se os gays fossem verdes?

A luta contra o preconceito e pelos direitos civis dos gays é muitas vezes comparada à batalha travada pelos negros ao longo da história. Mas há que se lembrar uma diferença fundamental: os negros trazem sua condição escrita na própria pele e não podem disfarçá-la quando estão em um ambiente hostil. O que seria, então, diferente, se os gays nascessem verdes?

Será que uma mãe ao ter um filho verde depois de tê-lo carregado no ventre por nove meses o rejeitaria? Será que haveria altas taxas de infanticídio de bebês verdes, como há na China altas taxas de infanticídio de bebês do sexo feminino?

Como seria o mundo se o homossexual não pudesse esconder sua condição? Haveria segregação e guetos, colônias e cidades apenas de homens e mulheres verdes?

Ou estariam os gays adultos melhor preparados por terem crescido aprendendo a aceitar o inevitável? Seriam melhor compreendidos e aceitos pelas próprias famílias, cientes de sua condição desde o nascimento? Haveria mais aceitação de uma condição que não pudesse ser escondida, camuflada ou dissimulada?

Para pensar...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Formalizado último passo da lei na Argentina...

Em uma cerimônia histórica, foi formalizado hoje o último passo da lei que iguala os direitos dos casamentos homo e heterossexuais na Argentina com a sanção da presidente Cristina Kirchner. Ninguém duvidava que ela aprovaria a lei - ela e o marido, o ex- e talvez futuro presidente Néstor Kirchner, defenderam a lei desde o começo principalmente como forma de irritar o arcebispo de Buenos Aires que estava desferindo duras críticas à política social da presidência.

Cristina Kirchner se comparou a Evita, que 58 anos atrás presenciara a aprovação dos direitos da mulher. E disse: "Hoje somos uma sociedade um pouco mais igualitária que na semana passada".

LeoCaldo


Leonardo diCaprio é capa da edição americana da Rolling Stone nas bancas a partir de hoje, provando que, aos 35 anos de idade, ainda dá um bom caldo. Ele é nascido em 11 de novembro, assim como eu. Somos praticamente gêmeos.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Rodando a baiana...

Foi no começo de maio, mas eu ainda não tinha visto. Policial homossexual de Uberlândia roda a baiana ao ser chamado de veado. E vai à televisão falar de seus direitos, e fala bonito...

Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais...

Lembro-me muito bem de quando eu era um adolescente tentando entender tudo que estava se passando comigo, e como era reconfortante descobrir que existiam outras pessoas como eu, principalmente se estas pessoas eram famosas e admiradas.

Acho uma pena que justo no Brasil, país tropical cheio de calor e amor pra dar, que tem a pretensiosidade de ser liberal, não existam ídolos gays que possam servir de role model para esta juventude que está se descobrindo agora. As figuras públicas ainda têm um medo enorme do dano à carreira.

Por isso eu admiro muito o John Barrowman. Ele é lindo, charmosésimo, tem uma carreira de cantor com vários discos gravados, e faz grande sucesso em seriados da TV americana. Ele sempre se sentiu confortável com sua sexualidade e nunca manteve segredo de sua condição. Em sua autobiografia ele conta que no começo da carreira foi aconselhado a se passar por hétero - e que isso o fez se sentir muito ofendido.

No final de 2007 ele se casou com seu parceiro Scott Gill numa cerimônia seguida de festa para toda a família, e depois compartilhou as fotos com os fãs.

Enquanto isso, outro dia li uma entrevista com a Maria Gadú em que ela dizia que talvez, que pode ser, que não tem muita certeza, que sei lá, mas que ela achava que tinha sentido atração por uma garota um dia. Eu quase caí da cadeira porque só aí eu me dei conta de uma coisa: eu sempre tinha pensado, até então, que Maria Gadú fosse nome artístico e que ela era homem!

Trevor Hall

Você já teve a impressão de que a voz não combina com a cara de uma pessoa? Eu sinto isso com o Trevor Hall. Ele tem só 24 aninhos, cara de menino sapeca, mas quanto canta... Realmente, não dá pra entender de onde sai aquela voz.

Com esta voz única e estilo todo próprio, é difícil enquadrar o Trevor Hall em algum gênero de música conhecido. Ele parece estar desbravando um caminho que ainda não foi trilhado por ninguém.

Foi depois de ter a música Other Ways incluída na trilha sonora do terceiro filme do Shrek que Trevor Hall começou a receber atenção fora do circuito dos cantores independentes para ser disputado pelos grandes selos fonográficos.

Ele é mesmo uma gracinha, e pensando bem... how could it be any other way?





Trevor Hall - Other Ways:

segunda-feira, 19 de julho de 2010

IGUALDADE JÁ!


Um dos resultados da reunião de blogueiros do último sábado, segundo o Tony, foi a sábia decisão de se adotar uma estratégia que há muito já é utilizada nas várias campanhas estaduais nos Estados Unidos e que se provou também vitoriosa na campanha argentina pela igualdade de direitos nos casamentos hetero e homossexuais. É preciso que passemos a dar nomes corretos aos bois, e isto é muito mais do que uma simples questão de semântica.

"Casamento gay" é uma expressão a ser evitada, e é fácil compreender porquê. Os homossexuais não querem que seja estabelecida uma nova instituição para cobrir as suas reivindicações. Ninguém espera que os legisladores se sentem durante anos para estabelecer um novo instituto legal que proteja os interesses dos homossexuais. O que os homossexuais querem é bem mais simples: a extensão do já estabelecido estatuto do casamento, sem uma vírgula a mais ou a menos, para os casais formados por dois cônjuges do mesmo sexo. Com isso, o reconhecimento que uma família formada por dois cônjuges do mesmo sexo merece a mesma proteção do estado. E que uma família de cônjuges homossexuais não é uma família de segunda classe, não é uma coisa menor, não é um desvario passageiro de duas mentes insanas.

O que se busca é simplesmente RECONHECIMENTO. RESPEITO. DIGNIDADE. IGUALDADE. JÁ!

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UPDATE (08:15 h) - Ótima notícia ver que a FOLHA DE S. PAULO publicou hoje um editorial com o título "Casamento Gay". Apesar de usar a expressão equivocada, o editorial é simpatizante. E termina assim:
"Curiosamente, países onde se imagina ser mais forte do que aqui a influência do clero - como Portugal, Espanha e a própria Argentina- foram mais rápidos em aprovar o casamento homossexual do que uma nação supostamente liberal em termos de costumes, como o Brasil.
O elogio da informalidade, a indiferença pelas formas jurídicas, tantas vezes presentes nos discursos apologéticos sobre o país, esconde aqui um lastro de timidez e subserviência ao preconceito que cobra, de muitos casais de homens e mulheres, o preço de dificuldades na vida prática e de uma semiclandestinidade no mundo legal sem nenhuma justificativa, exceto o obscurantismo religioso".
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Na mesma edição de hoje da FOLHA, excelente artigo de Alexandre Vidal Porto, diplomata de carreira, mestre em Direito por Harvard e autor de "Matias na Cidade", sob o título "Chore Por Nós, Argentina", traz:
"Mas as autoridades brasileiras insistem em continuar de olhos fechados para essa questão. O Congresso se recusa a discutir qualquer direito homossexual. É como se os legisladores decretassem a inexistência dos homossexuais no Brasil. Acontece que eles existem e estão em toda parte. São homens e mulheres, filhos e irmãos. Têm amigos. Dedicam-se a todas as profissões. Pertencem a todas as classes sociais e grupos étnicos. Pagam impostos, votam e contribuem para o progresso."
E termina assim:
"Para um homossexual, tanto faz viver no Brasil ou no país mais subdesenvolvido do mundo. O país continuará a envergonhar seus cidadãos enquanto as minorias continuarem no abandono".

domingo, 18 de julho de 2010

I ♥ NY!

Nova Iorque pode não ser o centro do universo. Mas estas 67 fotos aéreas da cidade publicadas pelo Denver Post são de tirar o fôlego! Ótimo passeio para um domingo.

Efeito Orloff

Logo após a aprovação da lei que iguala os direitos dos casamentos hetero e homossexuais na Argentina já se podia sentir os primeiros resultados do "efeito Orloff" nos países vizinhos.

O principal grupo de defesa dos direitos dos gays no país se apressou em parabenizar os argentinos pela conquista. Na quinta-feira mesmo já aconteceu um debate na televisão com a presença de deputados e senadores para discutir uma possível aprovação da lei em outubro nos mesmos moldes da lei aprovada na Argentina. O debate contou com a participação de um senador que é favorável à aprovação.

A igreja católica já esboçou a esperada reação e pretende iniciar de imediato uma ampla campanha nacional para reforçar os valores religiosos e tentar barrar a iniciativa da lei.

Tudo isso, no Paraguai!!!!!

Será que até eles vão passar na nossa frente?

sábado, 17 de julho de 2010

Analisando o tamanho

Nate Silver é um escritor e analista de dados americano que concebeu uma maneira original de analisar dados. No site FiveThirtyEight ele e seus colaboradores publicam análises de cenários políticos e econômicos a partir de perspectivas inusitadas.

Logo após a aprovação da lei da igualdade no casamento na Argentina, Nate Silver atualizou o gráfico que mostra a evolução da população que vive atualmente em jurisdições que reconhecem a igualdade entre os casamentos hetero e homossexuais:


No dia de hoje, cerca de 250 milhões de pessoas já vivem em jurisdições que reconhecem plenamente a igualdade dos casamentos hetero e homossexuais.

O gráfico permite algumas observações interessantes. O pico verde (Estados Unidos) no final de 2008 é causado pela situação da California, que reconheceu a igualdade e depois voltou atrás. O último degrau roxo (Europa) em 2010 representa a adesão de Portugal. Pelo gráfico é fácil perceber que o impacto da aprovação da lei na Argentina é muito maior uma vez que a população da Argentina é de cerca de 40 milhões  de habitantes, enquanto a população de Portugal é de apenas pouco mais do que 11 milhões. Hoje, a soma de todas as populações dos países europeus que reconhecem a igualdade representa menos da metade da população do Brasil.

Por aí é possível prever o impacto que teria a aprovação da lei no Brasil. Um país populoso como o Brasil - com quase 200 milhões de habitantes - praticamente dobraria o número de pessoas no mundo vivendo atualmente em jurisdições que reconhecem a igualdade dos casamentos.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Don't cry for me, Argentina...

Engana-se quem pensa que acabaram-se todos os problemas dos casais homossexuais na Argentina. A batalha da obtenção de proteção legal foi ganha. Mas isso não assegura que, de uma hora para outra, acabou-se o preconceito, a discriminação e a intolerância. Dois dias após a aprovação da lei uma juíza da cidade de General Pico diz que se recusa a celebrar casamento gay. Pelas palavras dela, "a Bíblia me ensina que primeiro eu tenho que obedecer à lei de Deus, e depois à lei dos homens". Para uma pessoa como eu, para quem a bíblia tem tanta importância quanto o dicionário Aurélio, isso é ultrajante - para se dizer o mínimo.

Mas pelo menos por lá a luta pela aceitação dos casais homossexuais conta agora com o amparo da lei. Como diz o velho ditado em latim "Dura Lex, Sed Lex" que significa mais ou menos "agora é lei e quem não gostou que coma menos".

Em homenagem aos nossos vizinhos do sul, com quem ainda temos muito que aprender, vale a pena relembrar a belíssima Santa Maria (del Buen Ayre) do Gotan Project:

Perigosas Peruas

Entre as melhores coisas da televisão aberta no momento está a dupla de vilãs que não metem medo em ninguém interpretadas por Débora Falabela e Zezé Polessa na novela Escrito nas Estrelas. Elas são peruésimas, completamente sem noção e crentes que estão abafando. Como se isso não bastasse elas se julgam muito espertas e fazem planos mirabolantes baseados em pistas falsas que só elas enxergam em todos os lugares errados


Nas mãos de atrizes menos experientes talvez as personagens Beatriz e Sofia tivessem descambado para uma caricatura pouco convincente, mas sob as rédeas das duas veteranas as personagens levantaram um vôo que transcende a novela - elas poderiam muito bem ganhar uma minissérie própria. 


O enredo bem tramado alimenta o delírio das duas a cada capítulo, colocando-as praticamente em uma realidade paralela que só elas não percebem. As caras, as bocas, os diálogos impagáveis, a viadagem explícita - tudo é muito engraçado. 


Todo dia, às 6 da tarde aqui em casa eu me planto em frente da TV esperando as duas aparecerem.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Formas de Penetração

Em se tratando de formas de penetração, parece que o tango sempre surpreende. Conta a história que, rejeitado na Argentina por ser associado às classes baixas, o tango teve que primeiro ir à França - de onde voltou para a Argentina, penetrando sem muita resistência. Vindo da França era mais chique e, portanto, aceitável.

Agora o assunto é uma dupla masculina que dançou um número de tango acrobático em um programa do SBT, aquele canal que ninguém viu e ninguém sabe, que não tem nenhuma penetração por aqui. Tudo teria passado despercebido se a dupla não tivesse encerrado a apresentação com um beijo na boca. Uau!! Agora o assunto foi descoberto lá fora e está sendo noticiado pelos sites especializados - já deu no Towleroad e no Boy Culture. Vindo de fora vai penetrar por aqui sem muita dificuldade.

O número é realmente bacaninha. Alguém só precisava explicar para o rapaz o significado de "deixar a desejar" que acho que ele não entendeu muito bem.

Greg Laswell

Greg Laswell vem da California e tem aquele tipo sujinho com cara de tímido que dá vontade de levar pra casa e tomar conta direitinho. O timbre de voz grave é perfeito para as músicas introspectivas que parecem sair direto do fundo de um coração partido.

Ele está atualmente em turnê pelos Estados Unidos divulgando seu disco mais novo, Take A Bow, lançado em maio último.

Mas foi com uma versão muito especial de Girls Just Wanna Have Fun, da Cyndi Lauper, que Greg Laswell ficou realmente conhecido. Ele se apropriou de tal forma da música que a deixou quase irreconhecível, dando à composição um tom lancinante que faz a gente querer consolá-lo. A gravação foi incluída na trilha sonora de Os Delírios de Consumo de Becky Bloom (Confessions of a Shopaholic, 2009) e de Uma Prova de Amor (My Sister's Keeper, 2009).





Greg Laswell - Girls Just Wanna Have Fun:




Senado da Argentina aprova igualdade nos casamentos hetero e homossexuais


Que bom acordar com uma notícia destas! Faz até o frio lá fora perder completamente a importância quando a gente percebe que o mundo deu mais um passinho...

Já na madrugada de hoje, com 33 votos a favor, 27 contra e 3 abstenções, o Senado argentino peitou a igreja católica e os moralistas estraga-prazeres de plantão e deu à Argentina o título de 1º país da América Latina a garantir aos homossexuais os mesmos direitos que os héteros já têm há séculos.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Hoje à tarde em Buenos Aires

Queria estar lá...

Força na peruca!

Eu estava vendo algumas fotos das comemorações do 14 de Julho na França e me assustei com este cabelão ao lado da Carla Bruni. Fiz uma pesquisa e descobri que se trata de Chantal Biya, primeira dama da República dos Camarões.

Há que se tirar o chapeu para uma pessoa que tem coragem de criar um estilo tão audacioso. Que a d. Marisa não venha com ideias...








Chantal Biya já vem colocando força na peruca há muito tempo:



É o que temos para o momento?

É lamentável, para se dizer o mínimo, o início desta campanha presidencial. E pelo visto até agora o pior do circo ainda está por vir.

Fica evidente que os candidatos não estão nem aí para comprometimentos. Um programa de governo é só um documento pro forma para ser rasgado no dia seguinte à eleição. Depois de eleito faz-se o que der na telha mesmo.

PT continua com aquela ladainha que o Serra vai privatizar tudo, como se isso fosse necessariamente uma coisa ruim. Dá na gente uma preguiça mental enooooorme. Uma coisa tão anos 80! Tão poster-do-Che-Guevara na parede.

Serra tem na desorganização do próprio partido a maior pedra no sapato - para se eleger assim já é difícil, imagine então para governar. A coisa se enrolou a tal ponto que ele teve mesmo que engolir até um programa de índio.

Dilma manda avisar que aquela versão do programa não vale, que ela só "rubricou" e não "assinou". Então tá. Será que só eu tenho a impressão que injetaram guaraná em pó na veia desta mulher? Estas pessoas que vivem constantemente acima do tom me cansam tanto... (alguém manda desacelerar esta mulher, puh-lease!)

Enquanto isso a Marina corre de um lado para o outro feito uma barata tonta só rebatendo as declarações dos outros dois, ou desmentindo ou explicando as próprias.

Aécio, alardeado como a salvação da lavoura, fez que foi e acabou não fondo.

E o Lula resolveu que lei eleitoral só atrapalha. Lei boa é lei a favor da gente, lei que favorece os outros a gente deixa pra lá.

Nestas horas eu penso na Bolívia ou no Irã só para me lembrar que poderia ser muito pior. Será que é só isso mesmo que temos para o momento?

Mesmo que não seja comigo

Viver um romance homossexual não é fácil. Imagine então para quem mora em uma aldeia atrasada e cheia de tradições. Para piorar, imagine que um dos caras é casado e que a esposa dele está grávida do primeiro filho. Este é o mote do filme Contracorriente (em inglês virou Undertow), do diretor peruano Javier Fuentes-León. O filme já ganhou o Prêmio do Público no Festival de Sundance, e esta semana está sendo exibido no Outfest em Los Angeles.

Os atores Manolo Cardona e Cristian Mercado já valem o preço do ingresso. O trailer do filme estava rodando pela internet há muito tempo, mas mais recentemente foi liberada uma nova versão um pouco mais caliente que pode ser vista aí embaixo. E caso tenha ficado curioso com a música, trata-se de Aunque No Sea Conmigo, cantada por Celso Piña, que pode ser ouvida na íntegra logo abaixo do trailer. Agora só falta o filme aportar por aqui para a gente conferir.




"...Pero si ahora tienes tan solo la mitad del gran amor que aún te tengo
Puedes jurar que al que te quiere lo bendigo
Quiero que seas feliz... aunque no sea conmigo..."


Celso Piña y su Ronda Bogotá - Aunque No Sea Conmigo:




terça-feira, 13 de julho de 2010

Cara de safado, jeito de cafajeste

Por que um homem com cara de safado e jeito de cafajeste sempre desperta um tesão tão grande? Por uma razão muito simples: sexo é um instinto básico e animal que está muito mais ligado às nossas características de bichos do que de homens civilizados e evoluídos.

Como vivemos numa sociedade fundada sobre preceitos hetero-cristãos, existe uma grande confusão entre fazer amor e fazer sexo. Fazer amor é ficar juntinho, assistir a um filme de mãos dadas, trocar carinhos, compartilhar segredos, rir das mesmas coisas, beijar muito. Todo mundo deveria passar o tempo todo fazendo amor.

Agora, fazer sexo é uma coisa bem diferente. É um instinto primitivo que não evoluiu ao longo dos séculos, felizmente! É básico, é animal, vem das entranhas.

Alguns homens despertam a vontade de fazer amor, outros de fazer sexo. Os primeiros normalmente são os bonitinhos, certinhos, cultos, educados. Os segundos estão mais para homem de Neanderthal com pegada firme do que para metrossexual arrumadinho - são aqueles com "cara de bandido".

Minha grande amiga Zita uma vez definiu direitinho a diferença. Comentando sobre um colega de trabalho, ela dizia que ele era bonitinho mas certinho demais. Dava a impressão que na hora H iria virar e pedir com toda a educação "com licença, posso penetrar?"

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Falou e disse

De Jane Lynch, que interpreta a professora de educação física Sue Sylvester em Glee, ao receber o prêmio Achievement Award no Outfest em Los Angeles na semana passada:

"É engraçado. Quando eu era mais jovem eu ficava na cama pensando 'o que é que eu faço se um dia eu ficar famosa e todo mundo descobrir que eu sou gay?'. E isso me atormentava. Mas tudo aconteceu com tanta naturalidade, e eu não escondi nada...
Foram as pessoas que vieram antes de mim que abriram o caminho.
Ellen DeGeneres, Rosie O'Donnell, Melissa Etheridge, k.d. Lang, estas pessoas que ficaram de pé quando isso ainda não era comum e disseram: "eu sou gay - é melhor ir se acostumando com isso". Eu nunca deixei que uma coisa como a minha sexualidade me impedisse de ir atrás do que eu queria fazer, e o que eu faço não tem nada a ver com a minha orientação. Eu represento papeis héteros o tempo todo, acho que antes de ser uma pessoa gay eu sou uma atriz". 


Caixinha de surpresas

Hoje eu acordei muito antes do que o meu cabelo. Já estou sentado aqui há quase uma hora e o meu cabelo ainda parece um monho que ficou pressionado por mais de 6 horas contra o travesseiro.

A Copa do Mundo passou, chegou a segunda-feira, e o mundo não acabou. Não se concretizaram as profecias de caos total na África do Sul, epidemias, e desorganização. Nem tudo foram flores, obviamente, e vários jornais denunciaram os furtos em hoteis, o misterioso desaparecimento dos vendedores ambulantes e dos sem-teto das ruas, as poucas perspectivas que ficam para o povo local com o fim dos jogos. Mas, pelo menos já podemos respirar aliviados... ufa, passou!

Para mim talvez o que fique de mais marcante é a constatação, mais uma vez, desta incrível capacidade que os homens têm de ficar durante horas falando sobre absolutamente nada quando o assunto é futebol. Antes, durante e depois de todos os jogos os canais exibiram mesas-redondas intermináveis em que jornalistas esportivos conseguiam falar, quase sem respirar, das jogadas, de o-quê-tem-ser-feito-para-que-o-time-fique-imbatível, de estava-ou-não-estava-impedido, foi-com-a-mão-ou-não-foi-com-a-mão, estatísticas e o caralho-a-quatro, uma coisa de louco! Faz a gente relembrar aquele tipo de declaração de jogador de futebol que já é folclórica: "eu dei o melhor de si, e futebol é mesmo uma caixinha de surpresa, e comigo ou sem migo a gente vamos em frente pra trazer esta alegria pra galera!".

domingo, 11 de julho de 2010

Embromation

Todo mundo já deve ter passado a vergonha de descobrir que canta alguma música com a letra errada. Há muito tempo atrás tinha um site brasileiro engraçadíssimo chamado Di Bikini que registrava estes erros. O nome do site era uma homenagem à número 1 entre as músicas nacionais cantadas erradas: Noite do Prazer, de Cláudio Zoli, que dez entre dez pessoas cantam "...trocando de biquini sem parar..." (a letra correta é 'tocando B. B. King sem parar'). A segunda colocada era Alagados, do Paralamas, com "...Alagados, Flintstones, Favela da Maré..." (o correto é 'Alagados, Trenchtown, Favela da Maré'), e logo abaixo vinha Como Nossos Pais, do Belchior, com "...é você que é mal-passado e que não vê..." (o certo é 'você que ama o passado').

Mas isso não é privilégio nosso - acontece em todas as línguas. Em inglês tem até nome: mondegreen. A palavra foi cunhada a partir de um poema antigo cuja primeira estrofe terminava com "..and laid him on the green".  A criançada era obrigada a decorar o poema sem entender bulhufas e terminava a estrofe com "...and Lady Mondegreen".

No pop internacional, a música que tem mais mondegreens consagrados é, sem dúvida, Bennie and The Jets, do Elton John. Os adolescentes adoravam cantar "...she's got electric boobs, her mom has too" (ela tem peitinhos elétricos e a mãe dela também) no lugar de "she's got electric boots, a mohair suit".

Tudo isso foi só uma introdução para relembrar esta cena hilária na comédia romântica Vestida para Casar (27 Dresses, 2008), com Katherine Heigl e aquele docinho-de-coco do James Marsden assassinando a letra de Bennie and The Jets depois de uns goles a mais:







Mas nada, nada mesmo, supera o que este pessoal aprontou com a letra de Have You Ever Seen The Rain, do Creedence:




sábado, 10 de julho de 2010

Muito prazer, Cam e Mitch

Eric Stonestreet e Jesse Tyler Ferguson são o casal Cameron e Mitchel na série Modern Family. Eles acabam de adotar Lilly, um bebê do Vietnã e tentam, em todos os sentidos, viver uma vida de família normal.

Logo no segundo episódio eles enfrentam o desafio de participar de um evento que reúne pais e filhos na escolinha de Lilly. Mitchel teme que Cameron fique dando pinta na frente das outras mães, e os dois juntos estão muito preocupados que Lilly não seja tão inteligente quanto as outras crianças. O que se segue é uma sucessão engraçadíssima de situações geradas pelo medo de serem julgados e pela necessidade de aceitação social (este tipo de situação não lhe é meio familiar?).

Modern Family é uma delícia! Os episódios são curtos (cerca de 20 minutos cada) e podem ser baixados daqui em arquivos já legendados. A série está concorrendo ao Emmy na categoria de melhor comédia, com 3 indicações para melhor ator coadjuvante e 2 indicações para melhor atriz coadjuvante.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Jake Walden

Jake Walden faz parte de uma nova safra de artistas que, além de talentosos, têm muito orgulho de ser o que são e não ficam pedindo desculpas ou dando justificativas por serem gays.

No final de 2007 Jake Walden foi um dos idealizadores e integrantes do projeto Rock The Folk OUT, que reuniu os talentos de cantores gays em uma série de shows em diferentes cidades da costa leste dos Estados Unidos.

Quem visita seu site pode fazer o download em ótima qualidade de uma das músicas do disco Alive and Screaming.

"It takes a lot to love another
Even more to set them free
Even whores can fall for someone
Maybe someday you'll fall for me..."


Jake Walden - For Someone:





Jake Walden & Bonnie Somerville - Bleeding Love: