terça-feira, 31 de julho de 2012
Duplo twist carpado
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Alécio + Luiz Felipe
Teaser // Alécio e Luiz Felipe from Grand Royal Filmes on Vimeo.
Everything But The Girl... plus!
O Everything But The Girl sempre foi o meu grupo favorito desde que os descobri. Ao longo dos anos fui comprando tudo deles que me aparecia pela frente, até os discos mais raros da Tracey Thorn de antes da fama. Ainda curto como se os tivesse conhecido ontem.
Pois agora eles estão relançando toda a discografia em versões ...Plus em discos duplos que incluem uma enorme bagagem de materiais inéditos. A versão ...Plus de Baby, The Stars Shine Bright (de 1986) por exemplo, inclui agora a versão de Alfie com um belíssimo arranjo de piano e até uma versão da balada country I Fall To Pieces que foi grande sucesso na voz de Patsy Cline. O álbum completo tem nesta versão 22 faixas.
Já sairam também as versões ...Plus de Eden (de 1984), Idlewild (de 1988), e Love Not Money (1985) - e outras devem vir em seguida. É fato que muito do material extra é composto de versões extended ou gravações domésticas que só vão agradar aos fãs incondicionais. É este o meu caso.
Estica e puxa
domingo, 29 de julho de 2012
Infância
Um dos grandes baratos de se viver a infância em uma cidade do interior é a inabilidade de percepção de separação social. Todos estudam juntos na mesma escola, e na mesma classe convivem o filho do prefeito, a filha da cabeleireira, o filho do pintor, o filho do homem que vende picolé na rua, o filho do fazendeiro - e são todos amigos. Brincam juntos, saem juntos. Só agora, depois de grande, visitando cada um, é que eu posso perceber as dificuldades que cada um deve ter passado.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Abertura
Assistido à abertura dos Jogos de Londres e imaginando como será no Brasil. Entra escola de samba, cruza Zeca Pagodinho, passa Neymar, Michel Teló canta, e no final entram crianças carentes sobreviventes de balas perdidas em um coral de mais de mil vozes.
quinta-feira, 26 de julho de 2012
A ladeira da memória
quarta-feira, 25 de julho de 2012
O invertido
segunda-feira, 23 de julho de 2012
O sal da terra
Natalie Duncan
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Na moral
Eu ainda não tinha visto o programa do Pedro Bial, mas o tema de hoje era imperdível: uniões gays. Achei muito picotado, parece que os convidados não têm tempo suficiente para se sentir à vontade e de repente tudo já muda de novo. Mas foi ótimo ter um programa todo dedicado à união gay com todo mundo a favor, pois ninguém aguenta mais os programas sensacionalistas que insistem em dar voz a pastores e políticos ogros de mentalidade retrógrada que só visam promover baixarias ao vivo em troca de audiência. O programa manteve o alto astral até o fim, mesmo quando falou de preconceito e homofobia. E terminou com a celebração de um casamento gay em frente às câmeras, com direito a beijo. E Bial justifica: "os gays sempre se beijaram - nós é que nunca vimos porque eles se beijavam longe dos nossos olhos".
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Chegou a hora de legalizar o amor
Alguém sabe a quantas anda a campanha pelo casamento civil igualitário aqui no Brasil? Parece que por aqui as coisas têm uma capacidade incrível de cair no esquecimento e irem para debaixo do tapete. Com as eleições se aproximando os candidatos tremem de medo de ser associados a qualquer tipo de causa GLBT. Especialmente agora que a ditadura evangélica começa a se desenhar no horizonte com evangélicos marchando contra outras religiões e invadindo e destruindo locais de outras denominações religiosas.
Enquanto isto, nos Estados Unidos há um grande esforço para se colocar a questão GLBT no centro da campanha política. Não dá mais para segurar, chegou a hora de legalizar o amor.
Footsteps on the dancefloor
Remind me, baby, of you
A excelente Joss Stone lança no final deste mês Soul Sessions 2, dez anos depois do primeiro Soul Sessions que tomou o mundo de assalto quando a cantora tinha ainda apenas 16 anos de idade. O disco vazou hoje por todos os poros da Internet e eu, claro, fui correndo conhecer o que ele traz de novo.
Estou há horas ouvindo e ainda não consegui mudar de faixa. Fiquei preso em Teardrops, regravação do sucesso do final dos anos 80 da dupla de irmãs Womack & Womack. Viajei na música, que me levou por um passeio delicioso pelas ladeiras do tempo em que a gente usava cabelo repicadinho, paletó de ombreira e calça boca-de-sino. Meus vizinhos devem estar prestes a chamar o carro do manicômio.
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Se fica bem em mim, imagina na senhora que é um filé!
O José Loreto é um pedaço de mau caminho. Tem um ar rude que esbanja virilidade e eu não tenho dúvida que ele vai ser na TV o novo José Mayer (que em Tieta se gabava de ter "a maior trosoba do agreste"). Em seu primeiro papel de grande destaque o rapaz está dando um show em Avenida Brasil. Como nesta cena de hoje em que ele aparece vestido de periguete sem tropeçar no salto.
Michelle, ma belle
Eu gosto muito da Michelle Obama. Para mim ela é um dos melhores exemplos de pessoa que não ficou mascarada pelo poder e pela fama. É inteligente, interessante, e consegue manter seu brilho próprio sem ofuscar o marido. O site Michelle|Pictures tem uma coleção de fotos muito interessantes e pouco divulgadas da primeira-dama, como este momento íntimo com Nelson Mandela há um ano atrás. Ou nesta festinha surpresa dentro do Air Force One a vários quilômetros de altitude. Ou descalça fazendo um lanchinho no escritório do presidente enquanto assistem à TV com as filhas. Ou esperando, ansiosa, que o orador fale seu nome para entrar no salão em evento oficial.
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Reação em cadeia
As redes sociais são, sem nenhuma dúvida, o grande barato da Internet 2.0. Muito além da infindável coleção de mensagens fofinhas com carinhas de cachorrinhos peludinhos, do povo maldizendo a segunda-feira e idolatrando a sexta, ou das indiretas dirigidas aos ex-namorados mas que são jogadas na cara dos oitocentos amigos, as redes agregam conteúdo gerado por usuários em outras plataformas como YouTube ou nos blogs e reúnem um incalculável poder de mobilização.
Ontem senti esta força e vi como o efeito ripple carrega rapidamente a informação em círculos cada vez maiores. Minha mãe teve uma crise aguda de diverticulite e sofreu uma internação de emergência pela manhã. Eu estava ao lado dela no hospital o tempo todo e para me distrair navegava pela internet. Postei a notícia no facebook e no minuto seguinte comecei a receber mensagens de parentes e amigos. Meu irmão que mora no Japão, as tias de Minas, os primos do sul, a amiga que está na Alemanha, colegas de trabalho, amigos virtuais... a notícia desencadeou uma reação que eu não esperava.
Minha mãe já está em casa e está melhor, mas a realização da velocidade da mobilização me deixou surpreso e maravilhado. Nos dias de hoje Zuckerberg é muito mais poderoso que Obama.
domingo, 15 de julho de 2012
Fernando Collor era bruxo ou era trouxa?
Um tipo de atitude que eu simplesmente abomino é a daqueles que depois da separação saem espalhando que o ex tem pau pequeno e que era ruim de cama. Acho baixo, torpe, desonesto. O ex despeitado que saiu da relação com o orgulho ferido e que sai por aí revelando detalhes sórdidos da intimidade do casal é simplesmente patético.
O Fantástico aproveitou o fato de a ex-primeira dama não ser muito bem provida de massa cinzenta e a deixou lavar a roupa suja na frente das câmeras em troca da audiência promovida à custa da baixaria. Quando ouvi que Fernando Collor era assistido por uma bruxa que efetivamente amaldiçoou pessoas que tiveram mortes violentas, e que ela, Rosana Collor, se salvou porque entregou o coração a Jesus, juro que senti uma vergonha enorme. Um constrangimento sem tamanho por tanto desatino e tanta sandice ditos em tão pouco tempo pela boca da mesma pessoa. Eu desconfiava que ela era meio desequilibrada. Não sabia que era tanto assim.
sábado, 14 de julho de 2012
Glória
É olhando para esta foto de Glória Pires, cujo rosto já conhecemos de cor, que a gente entende o nível de excelência que o estúdio francês Harcourt mantém até hoje.
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Cabra-macho
Ainda sonolento pela noite mal dormida por conta de uma gripe chatinha, abri o jornal de manhã já esperando as tradicionais notinhas sem graça sobre a sexta-feira 13. E me deparo com esta notícia incrível de aceitação à diversidade lá no interior do Ceará.
É a história de Victor Kláus Queiroz de Oliveira, de 23 anos, que foi maquiado e de salto alto à formatura do curso de agronegócio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), em Quixadá. A atitude foi encarada com extrema naturalidade por todos, inclusive pela diretoria da escola. Victor é excelente aluno, carismático e querido por todos, e sempre foi aceito exatamente como é. Por ser querido, foi escolhido pelos colegas para ser o orador da turma e falar em nome da classe.
Esta é uma lição a ser aprendida inclusive pelas instituições de lugares tão avançados quanto a Califórnia, nos Estados Unidos, onde as escolas costumam ser extremamente homofóbicas. Por outro lado, é irônico que o exemplo não venha de São Paulo ou do Rio de Janeiro, tradicionalmente os centros mais liberais do país, mas do interior do nordeste - uma região marcada pelo machismo e pela tradição e também, como comprova o Victor, por pessoas de extrema coragem.
quinta-feira, 12 de julho de 2012
Feios, sujos e malvados
Beleza não se escolhe - alguns têm, outros não. Mas por que será que algumas pessoas deliberadamente optam por ostentar um visual grotesco? O dr. Antônio Carlos de Almeida Castro até pode ser um excelente advogado, mas não deve ter espelho em casa. Uma pessoa que está defendendo um senador em um dos processos de cassação mais ruidosos que o país já viu e que está sendo fotografado e filmado e exibido para todo o país quase em tempo integral, deveria ter no mínimo algum familiar ou amigo íntimo que o aconselhasse quanto à aparência. Que o prendesse e o amarrasse e o internasse se ele insistisse em continuar saindo assim.
Talvez ele esteja se aconselhando com as pessoas erradas. Talvez o personal stylist dele seja o mesmo do dr. Eros Grau, ministro aposentado do STF, que também gostava da linha cabelo-comprido-seboso-barba-horrorosa-mal-aparada. Será tendência?
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Veado!!
Os jornais de hoje dizem que o advogado de Macarrão vai processar o advogado do goleiro Bruno por ter chamado seu cliente de gay. Independente de isto ser verdade ou não, a pergunta que não me sai da cabeça é: é difamatório chamar alguém de gay?
Se uma das batalhas atuais da comunidade GLBT é provar que os gays não são inferiores ou diferentes dos héteros e que a orientação sexual é apenas uma característica, então chamar alguém de gay teria o mesmo efeito que chamar alguém de alto ou de loiro. É claro que a homossexualidade ainda carrega um estigma pesado e que a realidade é bem diferente, mas este argumento já é debatido judicialmente. Nos Estados Unidos, há apenas dois meses, um tribunal de primeira instância de Nova York sentenciou por unanimidade que chamar alguém de gay não mais consiste difamação. A decisão do tribunal esclarece que sentenças anteriores se baseavam na premissa falsa que ser gay, lésbica ou bissexual era motivo de vergonha ou desgraça.
Eu aprendi com um amigo algumas respostas prontas ótimas para situações em que alguém tentar me ofender desta forma. Ainda não precisei usar, mas estão ensaiadinhas na ponta da língua e podem ser usadas independente de crença religiosa. Para o grito de "Veado!!" responda no mesmo tom: "Graças a Deus!". E para "Vá tomar no cu!" responda "Deus te ouça!". Simples assim.
terça-feira, 10 de julho de 2012
O fim da "cultura gay"
Há três semanas o New York Times voltou a tocar na tecla do fim da "cultura gay", assunto que pelo menos desde 2005 vem aguçando a curiosidade dos americanos. A ideia é simples. Convencionou-se chamar de "cultura gay" ao conjunto de práticas e comportamentos típicos dos homossexuais da atualidade, resultados do desenvolvimento de uma série de sinais de afirmação no meio de uma cultura hostil. Ao mesmo tempo em que os gays americanos são cada vez mais assimilados de forma natural pela sociedade, os próprios héteros incorporam muitos dos sinais que eram exclusividade dos gays. Gays e héteros se mesclam cada vez mais.
O que os antropólogos preveem é que no ritmo em que as coisas andam, a "cultura gay" deixará de existir naturalmente e no futuro talvez não haja necessidade de diferenciações. Talvez neste futuro as pessoas possam flertar livremente e publicamente, e a tendência sexual só seja percebida pela receptividade ou não ao flerte.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Família Vende Tudo
Tinha muita vontade de ver Família Vende Tudo desde que vi o trailer no ano passado e fiquei imaginando o engraçado das possibilidades que a história do filme possibilitaria. Jamais poderia imaginar que fosse finalmente ver o filme de graça no Festival do Filme Nacional no teatro do Sesi ao lado da minha casa em um teatro de mais de 400 lugares absolutamente vazio em um domingo à tarde. Eu era a única pessoa na sessão e cheguei a perguntar ao organizador se a sessão aconteceria e ele me explicou que exibiria o filme até para uma plateia vazia - que estas iniciativas começam mesmo com público tímido e que o importante é não desanimar. E foi assim que pela primeira vez na vida tive uma sessão de cinema privé.
O filme é mesmo tão engraçado quanto o trailer faz supor, principalmente pelos personagens ricos de pequenas nuances que funcionam extremamente bem nas mãos de atores bem tarimbados. Tem o cantor brega pegador (Caco Ciocler) de calça justa que deixa as fãs loucas, uma apresentadora de TV (Beatriz Segall) que faz o tipo "velha assanhada", uma pastora evangélica (Marisa Orth) que no passado "conhecera na carne" um cantor famoso, e a esposa ciumenta e grossa (Luana Piovani).
Mas o melhor mesmo é a família de Lindinha, cujo nome verdadeiro é Sabineide (Marissol Ribeiro). Tem o pai (Lima Duarte), a mãe (Vera Holtz), um irmão pastor (Robson Nunes) e um irmão menor viciado. A família é pobre, pobre, pobre de marré de si, os filhos são a cara do vizinho e ninguém parece se importar, e não pensam duas vezes para arquitetar o golpe da barriga contra o cantor brega. Eu me diverti muito e até me esqueci que estava absolutamente sozinho no cinema.
domingo, 8 de julho de 2012
Lembranças da carochinha
Com o divórcio de Tom Cruise e a ascensão de Mitt Romney como oponente de Barack Obama nas eleições americanas, é certo que nos próximos meses vai se falar muito de Cientologia e de Mormonismo. A primeira é uma religião que acredita que um ditador intergaláctico chamado Xenu trouxe seres extraterrestres ao nosso planeta há milhões de anos atrás e os exterminou com bombas de hidrogênio. A segunda é fundada por um polígamo americano que ouvia vozes que indicaram onde estavam enterradas as placas de ouro que continham as revelações que servem de base para a doutrina.
As duas crenças são cheias de maluquices, e são coisas tipicamente americanas. Mas já me disseram que há outras crenças malucas também deste lado do Atlântico. Tem, por exemplo, uma religião que eu não me lembro o nome que prega que antes só existia uma mulher e que o homem foi feito por um ser superior a partir de uma costela dela. Eu não me lembro se o nome da mulher era Branca de Neve ou Eva, mas na história tem também um problema com uma maçã que não deveria ter sido comida, e tem ainda cobras que falam, mares que se abrem, mortos que se levantam, além de pregações à escravidão e ao apedrejamento de mulheres adúlteras.
O pior de tudo é que tem muita gente que acredita em tudo isto e acha que crença maluca é a dos outros.
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Nasce uma estrela
Você já ouviu falar de Jake Coco, Savannah Outen, ou Max Schneider? Estes nomes fazem parte de um grupo de jovens talentosos que, em vez de apelarem para a estrutura falida da indústria da música, estão cavando seu próprio caminho por meio da Internet. A receita é manjada: gravam-se uma série de vídeos cover de músicas famosas que são jogados no YouTube e promovidos de forma caseira com a esperança que caiam nas graças de alguém famoso. Tem milhares de jovens fazendo isto hoje em dia em busca da fama, mas obviamente pouquíssimos vão conseguir seguir o mesmo caminho vitorioso do Boyce Avenue. Jake Coco, Savannah Outen e Max Schneider, cantando juntos ou separados, estão a meio caminho de conseguir e o motivo é simples: eles têm talento.
Algumas gravações deles já são vendidas nas lojas iTunes do mundo todo e eles já começam a fazer um pezinho de meia para investir em discos com composições originais. Antes de dizer que "ninguém aguenta mais um cover da Adele", vale a pena dar uma chance para seu ouvido conhecê-los. Eles estão desafiando os paradigmas atuais da indústria da música e eu não tenho dúvida que eles vão vencer.
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Já vi este filme
The Aikiu é uma banda francesa que toca um popzinho gostoso. E super legal é este vídeo de Pieces of Gold, todo montado em cima de cenas recortadas de vídeos pornográficos gay. Familiar, não?
Pra que religião você torce?
Deveria existir uma palavra para designar quem não acredita em futebol. Seria o correspondente a "ateu". Porque futebol é ótimo como esporte, mas quando vira uma seita de seguidores fanáticos fica muito parecido com religião.
Os clubes são agremiações criadas por homens, amealham uma multidão de seguidores ao longo do tempo que passam a um estágio de adoração cega e irracional a partir do qual os seguidores dos outros clubes são vistos como errados. Pelo time se mata e se morre.
No futebol, como na religião, não se pode pensar muito. O risco de que tudo deixe de fazer sentido é muito grande.
É possível curar o sofrimento de quem sofre com a própria sexualidade
Na semana passada o assunto da terapia para curar gays voltou à tona com a reunião da
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Para Roma Com Amor
Para Roma Com Amor (From Rome With Love, 2012), novo filme de Woody Allen lançado esta semana, poderia ser um destes filmes bonitinhos que passa na televisão às 3 da tarde sem chamar a atenção. É uma coletânea de historietas sem relação uma com a outra exceto pelo fato de todas se passarem em Roma no presente, embora quase nada identifique a época atual e às vezes chega a dar a impressão que o filme foi feito nos anos 80.
As histórias são levemente engraçadas e insólitas, e têm uma ou outra tirada divertida, mas o filme passa muito longe do charme e da criatividade de Meia-Noite Em Paris, o filme anterior de Woody Allen.
Além disso, há dois deslizes imperdoáveis em uma produção de um diretor tão renomado. A passagem de tempo não é igual para todas as histórias, e uma delas em particular (a do casal que chega do interior) acaba ficando confusa porque acontece toda em um único dia enquanto as outras histórias se estendem por vários dias ou semanas. O espectador, a princípio, assimila a passagem de tempo (há anoitecer, dias de chuva, de sol, etc) para o filme todo, e demora a se dar conta que uma das histórias está estacionada no meio das outras. Além disso, parece ter havido pouco cuidado com os figurantes. Na cena em que o Roberto Benigni faz um escândalo na rua e tenta parar o trânsito, o mesmo bonitão de bermuda verde e tênis branco cruza ao fundo várias vezes em diferentes ângulos e vindo de direções diferentes.
O filme provavelmente nem ficaria muito conhecido se não tivesse o nome de Woody Allen agregado a ele e o elenco de nomes conhecidos que Woody Allen ainda é capaz de atrair.
terça-feira, 3 de julho de 2012
Tom Cruise alterou seu status para solteiro
Depois de ficar mais de cinco minutos chorando e dez minutos pulando em cima de um sofá velho, o Tom Cruise colocou pra fora toda a mágoa pelo fim do casamento e já está de novo no mercado. O site de relacionamentos gay Manhunt não perdeu um segundo e já está chamando o Tom no novo anúncio publicado ontem cheio de frases de duplo sentido. Adoro a sutileza de "maybe it's time to explore your options". Vou entrar lá e reativar minha conta, que andava um pouco esquecida. Quem sabe encontro com o Tom Cruise naquele grupo "sexo hoje sem compromisso"?
segunda-feira, 2 de julho de 2012
I'm gay
"A verdade é que eu sou gay, sempre fui, sempre serei, e não poderia estar mais feliz, à vontade com meio jeito de ser, e orgulhoso."
Anderson Cooper, hoje.
Existe pecado ao sul do Equador
Os jornais noticiam o crescimento das denominações evangélicas e o encolhimento da igreja católica no Brasil. É interessante acompanhar esta dinâmica, especialmente considerando que as religiões são as principais promotoras e fomentadoras da homofobia.
Toda religião tem um lado muito bonito que envolve caridade, fazer o bem, ajudar o próximo, e se esforçar para ser uma pessoa melhor. Mas tem um lado extremamente negro e cruel que é o conceito de "pecado" e de "punição divina". Há muitos séculos que já nos organizamos de forma civil e jurídica e que estes conceitos foram suplantados pelas instituições do crime e da pena, devidamente regulamentadas e periodicamente revistas para acompanhar nossos avanços. Mas o papel da religião como controladora da sociedade, que não tem mais nenhuma razão de ser, resiste a ser enterrado.
Os pais do americano Tyler Clementi, o garoto gay que se matou pulando de uma ponte depois de ter sido filmado por um colega da faculdade, estão empreendendo uma verdadeira cruzada para que a homossexualidade deixe de ser considerada um "pecado". O casal, que é muito religioso e tem outro filho gay, encontra-se na mesma situação extremamente desconfortável de Mary Griffith, o personagem de Sigourney Weaver em Orações Para Bob - aquele momento em que descobrem que o conceito religioso de pecado é uma grande bobagem e que o filho amado poderia estar ainda vivo hoje.
As igrejas não vão mudar sua posição, pelo menos não nos próximos novecentos anos. E a homofobia vai continuar sendo fomentada pelo ódio dos religiosos fundamentalistas que na nossa sociedade moderna se torturam por não conseguir seguir as normas que pregam enquanto invejam os que as desrespeitam.
domingo, 1 de julho de 2012
O Muque de Peão faz 2 anos
A novela das oito era Passione, Lula era um presidente falastrão, O STF ainda não tinha legalizado a equiparação das uniões estáveis, a classe C era só a classe C, e o Orkut era mais popular que o facebook no Brasil. Foi neste cenário que eu comecei a escrever o Muque de Peão em 1º de julho de 2010 inspirado por um monte de gente legal que veio antes de mim e que continua me inspirando até hoje.
Hoje a novela é Avenida Brasil, Lula é um cabo eleitoral falastrão, as uniões estáveis de casais gays já podem ser legalizadas, a classe C é a nova desculpa para tudo que os economistas não conseguem explicar, e o Orkut... gente, o que era o Orkut mesmo?
Mas o grande barato é esta rede de amigos que se forma em volta de um blog, muitos dos quais eu já tive a oportunidade de conhecer pessoalmente neste tempo. Deixo um beijo na boca, uma mordidinha na orelha e uma fungada no pescoço. Pode escolher.