O processo de votação no Brasil atingiu um grau de técnica sem paralelos em nenhum outro país. É fantástico o aparato que se mobiliza para que todos os milhões de eleitores tenham acesso a uma cabine de votação. Por outro lado as pesquisas de intenção de votos, mais uma vez, foram simplesmente desastrosas.
Há vários métodos estatísticos para se realizar uma pesquisa de opinião pública e vários parâmetros científicos que precisam ser obedecidos para que a pesquisa tenha valor. Todo mundo sabe disso, e tenho certeza que as pesquisas de intenção de voto têm sido realizadas dentro do que é prescrito. Mas talvez não estejam considerando uma qualidade única do brasileiro: a malícia. O brasileiro tem, via de regra, pecha de maroto e não hesita em brincar mesmo com as coisas mais sérias. Ele dá valor ao voto, mas não às pesquisas. Quando perguntam sobre sua intenção, fala ali qualquer coisa que venha à cabeça.
Só isto explica os disparates enormes das pesquisas. Eu acredito que Russomanno nunca chegou a ter 35% de intenções de voto. Teve, isto sim, 35% de pessoas dizendo que votariam nele simplesmente para "tirar um sarro". Campanha nenhuma muda a cabeça de milhões de eleitores em dois dias sem um grande acontecimento realmente inesperado.
Aqui na minha cidade não foi diferente: o candidato vitorioso venceu com 50,99% (tinha 62% nas pesquisas), e o segundo candidato obteve 43,15% (enquanto nas pesquisas não passava de 29%). São diferenças grandes demais para um processo científico controlado. Ainda temos muito que aprender neste campo.
7 comentários:
A eleição digitalizada é algo maravilhoso pra um país onde a fraude era institucionalizada. Mas as pesquisas deixam mesmo a desejar. Não que eu concorde em relação à malícia brasileira. Acho sim que existem interesses escusos orquestrando índices pra mais ou menos...
Enquanto o brasileiro não se levar a sério, isso não acontecerá conosco. A pecha de ser maroto é a mesma do "jeitinho brasileiro".
Quanto a ser pioneiro em eleição, com tudo informatizado, enquanto países ditos de primeiro mundo engatinham,... é uma honra, um orgulho.
Pena que os políticos, motivo pelo qual esse aparato todo é direcionado e existe, não valham a pena.
Beijos Luciano
Luciano, nos EUA as pesquisas são realizadas ligando para telefones fixos (que ninguém mais tem, e qdo tem não atende - e quando atende é velhinho). Essa a explicação mais comum para as disparidades por lá.
Você sabe como são feitas as pesquisas aqui?
@Lucas,
Não sei como são feitas aqui, mas acredito que reúnam vários métodos, inclusive a ligação telefônica. Uma única vez fui entrevistado, e foi por telefone, e a pessoa que ligou não me pareceu muito instruída. Acho que a garotada mais jovem (que representam um grande número de eleitores) não teria muita paciência de responder uma pesquisa.
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@Luciano
É muita preguiça por parte dos institutos que fazem as pesquisas. Deveriam se preocupar mais com os métodos.
Pode até ser que a técnica de votação tenha atigido níveis sem comparação com os 195 países independentes existentes num mundo. Mas do que adianta se a técnica política dos políticos não funciona? Não importa se temos a tal maquininha de votação, se nos final de tudo a maioria dos políticos continuam sendo retrógrados e sem ideias.
E esse negócio de malícia, Me exclua fora disso Luciano, tô fora dessa prática comum de vocês. Prática comum dos brasileiros não é?.
E achei foi bom o Russomanno ter perdido a eleição. Muito, muito bom, apesar de ser teresinense e morar no maranhão...
Não acrediro em pesquisas ainda mais aqui no Brasil tudo é pago e comprado, e este pessoal que liga pra sua casa são cabos eleitorais trabalhando para estes candidatos, toda estrutura por de trás é de cabos eleitorais, o pior é o fator de quoeficiente a contagem, e eles os deputados não vão mudar tão cedo isto, é através desta contagem que eles se mantém no poder nababesco!!!! E ainda alguns aventureiros palhaços se metem na política e ainda levam mais dois desconhecidos, enquanto esta contagem for assim nada muda!!!!
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