Não há nada mais vergonhoso para a sociedade americana do que lembrar do apartheid racial que vigorava em muitos estados até pouco mais de cinquenta anos atrás. Havia bebedouros separados para brancos e para negros, cinema só para brancos ou só para negros, assentos reservados para negros no fundo dos ônibus. A cara da segregação é muito feia, por isso o preconceito só prospera nos dias de hoje quando é dissimulado.
Foi baseando-se nesta premissa que a deputada americana Emily Virgin teve uma ideia brilhante. O estado de Oklahoma está prestes a aprovar uma lei odiosa que permitiria que estabelecimentos comerciais recusem serviço aos gays com base em convicções religiosas. A deputada Emily Virgin propôs então uma emenda: caso a lei seja aprovada, os estabelecimentos que não concordam em atender aos gays deverão fixar uma placa na entrada e mencionar em todas as suas propagandas "não atendemos gays" para evitar o constrangimento de um homossexual entrar no estabelecimento e ser desprezado. Foi o que bastou para os legisladores do estado entrarem em polvorosa.
A identificação clara dos estabelecimentos homofóbicos permitiria que os simpatizantes e amigos dos homossexuais também identificassem e boicotassem estes lugares, e numa sociedade cada vez mais liberal e permissiva isso seria o mesmo que decretar a própria ruína.
Uma loja elegante dos Jardins em São Paulo cometer um ato de racismo contra uma criança negra, como aconteceu esta semana, é uma coisa. Ostentar na porta um cartaz dizendo "não atendemos negros" é outra coisa bem diferente.
2 comentários:
Toda forma de pré conceito deveria ser banido. Lamentável mesmo.
O mundo de ponta cabeça!!!
Lamentável..estamos caminhando em retrocesso!!!
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