segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A invenção de Hugo Cabret


A Invenção de Hugo Cabret (Hugo, 2012) é talvez um dos filmes mais bonitos que eu já vi. A beleza das imagens com detalhamentos apurados que remetem à perfeição das ilustrações de livros infantis é impressionante, alguns movimentos de câmera chegam a ser vertiginosos, e o uso do 3D é feito com perfeição absoluta. Mas o filme não empolga - parece estar o tempo todo engatado na primeira, esperando uma mudança de marcha que nunca vem. E no final acaba ficando com jeito de filme Denorex: parece aventura mas não é, parece filme infantil mas não é, parece ficção científica mas não é.

O que o filme é na verdade é uma grande homenagem ao cinema, àquelas pessoas que se dão de corpo e alma  para que um filme aconteça. Em alguns aspectos me lembrou Cinema Paradiso com o menino órfão que amava cinema e que acaba por "desenterrar" um grande tesouro na forma de filmes que muita gente não tinha podido ver.

É uma pena este filme tão lindo ter este ritmo tão capenga. Muitos pais desavisados levaram a prole numerosa para ver um filme que vendeu aventura no trailer e tiveram que sair para o corredor no meio do filme para distrair as crianças que não aguentavam o desconforto.

Mas eu ainda acho que vale a pena atravessar os 126 minutos pelo visual. Que é realmente espetacular e exuberante. E pelo elenco. O garoto Asa Butterfield (que faz o Hugo e que já tinha brilhado antes no tocante O Menino do Pijama Listrado) e a menina Chloë Grace Moretz são tão fofos e tão competentes que dá vontade de levar pra casa e terminar de criar.



2 comentários:

Valter Vanir Coelho disse...

Luciano, uma dica pra vc comentar no seu blog: Luis Salém, interpretando Ana Girafa, a unica travesti da tv brasileira, numa manobra inteligentissima de Miguel Falabella foi aos poucos, discretamente, sem alarde, ir virando protagonista da novela Aquele Beijo, como ele havia comentado com amigos, ela ia começar comica (pra despistar a censura global) e ir tornando o grande mote dramatico da novela. Como travesti é ainda mais alvo de preconceito ainda do que gays, achei interessante se vc (q eu admiro muito) comentasse.

railer disse...

eu vi o filme (ainda vou comentar no meu blog também)e também achei que faltou aventura, mas é muito bacana e valeu a pena vê-lo.