quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Porque eu não sou obrigado!


Eu tiro o chapéu e me curvo para o Antonio Darden. Cabeleireiro requisitado de Santa Fe, capital do estado do Novo México, Antonio Darden já foi chamado várias vezes para atender a governadora do estado. Mas ontem ele disse "não, não vou!". Antonio vive com seu parceiro há 15 anos em um estado onde ainda não podem se casar e onde a governadora não move uma palha para mudar esta situação. E sentiu que seria hipocrisia atender uma cliente que o considera um cidadão de segunda classe, mesmo que esta cliente seja a governadora do estado.

Já imaginou a revolução que poderíamos fazer se passássemos a cuidar só de quem nos considera? Acho a atitude do Antonio Darden muitíssimo mais digna que a do cabeleireiro do Carlos Apolinário que se dispôs a posar para a foto junto do vereador pastor evangélico homofóbico como se fossem dois velhos amigos. Amigos verdadeiros querem que a gente melhore, e lutam por isto.

6 comentários:

Red disse...

"Régis conta que já sofreu agressão e que, na década de 80, gay “tinha que correr da polícia”. Hoje, diz, “não mais”. É por isso que ele é contra a Parada Gay. “Eu ia porque o gay tinha uma causa. Hoje não precisa. Tá na novela, nos shoppings. A Parada tem um sentido puramente comercial.” Para Apolinário, “tirando aqueles casinhos na avenida Paulista, não tem mais agressão a gay”"

Acho que pior do que ser o cabeleireiro gay de um homofóbico é ser uma toupeira. Imagina ser uma toupera cabeleireiro gay de um homofóbico.
Como dizem, o pior cego.

FOXX disse...

já assistiu The Wedding War? a ideia é se os gays entrassem em greve, parassem de trabalhar, até ver seus direitos reconhecidos. é divertido.

Anônimo disse...

É, bem que o Celso Kamura, cabeleireiro da PresidentA, poderia fazer o mesmo. Na época em que a Dilma deu aquela entrevista para a Patrícia Poeta para o Fantástico, ele apareceu dando um trato nas madeixas da toda poderosa e me lembro de ter pensado assim "como é que esse cara pode aceitar trabalhar diretamente por alguém que pouco se importa com seus direitos?"

Uma Cara Comum disse...

Começo minha greve hoje mesmo! rs

DPNN disse...

entendo a atitude dele, mas acho que é apenas revanchismo. Seria muito mais inteligente ir lá, fazer o serviço e mostrar que orientação sexual não define caráter nem competência profissional.

railer disse...

que foda isso. realmente alguns têm na mão o poder de fazer algo e deixam isso passar.

gostei da dica de filme do foxx.