Muito maior do que os comentários homofóbicos do Ziraldo são as palavras do Fabrício Carpinejar publicadas em carta aberta no Globo de hoje.
MEU QUERIDO ZIRALDO,
Você diz que Fernanda Montenegro não poderia interpretar uma mãe gay, a decisão afrontou suas fãs.
Não entendo onde deseja chegar. Não sei o que mais lhe incomoda na novela Babilônia: a homoafetividade em si ou a homoafetividade na velhice ou a homoafetividade entre duas mulheres que dedicaram a vida uma a outra? Acredita mesmo - diante da extrema violência que os homossexuais ainda sofrem hoje, apanhando a troco de nada, sendo espancados na madrugada - que a homossexualidade está hiperdimensionada na tevê?
O que é natural deve ser mostrado. Só deve ser escondido o que provoca vergonha.
Não me convence o falso argumento de que esconder é manter a privacidade, que exibir é apelar e chamar atenção à toa. O inferno está lotado de eufemismos.
Não entendo nem o começo de sua opinião. O preconceito não combina com o humor, o humor é para destruir preconceitos.
E se o Menino Maluquinho fosse gay, deixaria de ser seu personagem? E se Jeremias, o bom, fosse gay, apagaria sua figura generosa de seus cartuns? E se a The Super Mãe fosse gay, será que não seria parecida com o papel de Fernanda Montenegro?
Realmente, Fernanda Montenegro não tem direito de fazer apologia do afeto homossexual. Sendo quem ela é, uma atriz maiúscula, tem o dever.
Um beijo em sua boca no horário nobre. Em caso de nojo ou medo, pode limpar com a manga da camisa.
Abraço de seu leitor,
Fabrício Carpinejar
2 comentários:
Magnífica resposta ... Este babaca do Ziraldo, desde sempre foi um imbecíl ... Em priscas eras aqui em BH ele era membro de um tal Clube dos Machões... Sei viu? Senta lá Claudia...
Que decepção Ziraldo tão tacanho. Gostei da resposta.Foi merecida.
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