sexta-feira, 28 de junho de 2013

Guerra Mundial Z

Guerra Mundial Z (World War Z, 2013) acabou se transformando em um dos mais caros filmes de horror da história porque foi praticamente feito duas vezes. Deveria ter estreado há um ano, mas os produtores não ficaram satisfeitos e resolveram refazer toda a segunda metade (leia aqui se tiver curiosidade de saber como era a primeira versão). Considerando-se todos os percalços (houve uma hora em que até se cogitou engavetar todo o projeto) é surpreendente que o resultado final tenha sido tão bom. Em vez da alternativa de ação desmiolada da versão original, optou-se pelo suspense. Assim, todas as cenas grandiosas de ação que enchem os olhos dos espectadores acontecem nos primeiros dois terços do filme, que então passa a se valer de menos ação e mais suspense para arrematar a história.

Os zumbis de Guerra Mundial Z são mais perigosos do que os mortos-vivos de qualquer outro filme do gênero. Movem-se a uma velocidade incrível (nada de ficar vagando com cara de tédio e sacudindo os braços como um sonâmbulo) e agrupados em verdadeiros enxames. A história é simples e sem grandes pretensões ou elucubrações filosóficas (como é o caso de "The Walking Dead") e tem o objetivo único de distrair.  E inclui boas sacadas, como a cena em que os zumbis começam a aparecer a bordo de um vôo comercial lotado a dez mil pés de altura - onde ninguém tem para onde correr!

O final deixa as portas abertas para uma sequência. Os fãs do gênero certamente vão aguardar ansiosamente.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Na alegria e na tristeza


Os jornais mal conseguem descrever a euforia que tomou conta de toda a comunidade LGBT americana com o anúncio das decisões da Suprema Corte ontem. Esta foto é um bom retrato do momento: assim que as decisões foram anunciadas, o policial Thomas Verni correu para pedir a mão do namorado Joe Moran. Joe aceitou o pedido.

Cutucando com vara curta

Para quem não viu a entrevista do deputado Jean Wyllys no programa Provocações da TV Cultura. O Jean é, seguramente, uma das vozes mais lúcidas do país neste momento, e um dos maiores provocadores do cenário político atual, especialmente neste momento crítico em que tanto carecemos de cabeças pensantes.



quarta-feira, 26 de junho de 2013

Lucky


Os Estados Unidos deram hoje dois dos mais importantes e emblemáticos passos na luta pela igualdade de direitos dos casais homossexuais com duas decisões da Suprema Corte Federal que eram ansiosamente aguardadas desde o início do ano.

Na primeira decisão, analisando o caso dos recursos que foram interpostos contra a decisão do juiz distrital que havia considerado a Proposição 8 inconstitucional, a Suprema Corte não analisou o mérito da questão, decidindo apenas que os requerentes do recurso não têm competência jurídica para impetrá-lo. Em resumo, fica válida a decisão do juiz Vaughn Walker que considera a Proposição 8 inconstitucional, e o casamento igualitário passa a valer para todo o estado da Califórnia.

Embora à primeira vista possa parecer que é apenas mais um estado americano a aprovar o casamento igualitário, há que se ter em conta que a Califórnia é o estado americano mais populoso. Com a decisão de hoje cerca de um terço da população americana passa a viver sob a jurisdição do casamento igualitário. A importância e a influência da Califórnia são também muito grandes - e a tendência ao reconhecimento do casamento homoafetivo deve aumentar acentuadamente daqui para a frente.

A segunda decisão foi a revogação da famigerada Lei de Proteção do Casamento (conhecida em inglês como D.O.M.A.) que rezava que a nível federal só poderiam ser reconhecidos os casamentos entre um homem e uma mulher. Embora nos Estados Unidos os casamentos sejam reconhecidos e regulados por leis estaduais, a federação oferece inúmeros benefícios (principalmente fiscais) para os casais casados - mas até o momento não reconhecia mesmo os casamentos realizados nos estados onde o casamento igualitário já havia sido aprovado. Com a decisão de hoje, os casamentos homoafetivos realizados nos estados onde são permitidos passam a ser reconhecidos também a nível federal para fins de benefícios.

São dois passos gigantescos e extremamente positivos que alteram todo o cenário da igualdade de direitos não apenas nos Estados Unidos, mas em todo o mundo. Parece que, lá como aqui, estamos todos dispostos a chegar ao final do ano vivendo em um novo país com novos valores de justiça e igualdade social.

Mostrando o Muque (2)

Mostrando o Muque (2) from Muque de Peão on Vimeo.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Espanando o parafuso


Existe uma anedota que a gente costuma repetir no curso de engenharia quando alguém pergunta sobre o torque exato para apertar um parafuso. "Aperte até um quarto de volta antes dele se quebrar". A graça está em justamente não se poder saber quando o parafuso vai quebrar ou a rosca vai espanar - quando a gente ouve o estalo já é tarde.

O que está acontecendo com a revolta causada pela indignação dos brasileiros é fácil de se entender por aí. Os governantes e políticos acharam que poderiam continuar arroxando até o máximo. Agora que finalmente ouviram o barulho das ruas estão tentando amolecer, mas um parafuso espanado não tem conserto. É preciso voltar lá atrás e começar de novo, desta vez diferente.

Uma falta de visão que tenho visto nas matérias dos analistas políticos é quando dizem que não conseguem entender a mensagem das ruas porque as reivindicações são múltiplas e difusas. Estes analistas estão tentando entender o mundo de hoje pela mentalidade do caminhando-e-cantando-e-seguindo-a-canção que já ficou décadas lá atrás. Mas a geração de hoje usa um terço da concentração para participar da reunião de família enquanto outro terço da cabeça ouve a música no iPod e o outro terço tecla com os amigos pelo celular. A atenção da geração da Internet é fragmentada e constantemente compartilhada - ninguém aguenta ficar falando de um mesmo e único assunto por mais de uma hora. Esta moçada que está aí nas ruas está reclamando de tudo sim. Não querem consertar só o telhado e deixar as janelas quebradas. Querem reconstruir a casa toda. E não tem nada de errado nisso.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Atitude D&G

Um homem pelado invadiu a passarela durante o desfile de Dolce & Gabbana em Milão hoje. Até aí, tudo bem.

Agora, tem como não amar a legenda da foto no Globo? "O rapaz chamou a atenção pela atitude e pela boa forma".

Mostrando o Muque

Mostrando o Muque from Muque de Peão on Vimeo.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Amor e revolução


Já imaginou daqui vinte anos vocês explicando para os netinhos que se conheceram no meio de uma demonstração? Que o primeiro beijo foi roubado atrás de um alambrado enquanto um tentava proteger o outro do gás pimenta?

Uma boa causa já é motivo suficiente para fazer qualquer um tirar a bunda do sofá. Demonstrar ao lado de um monte de gatinhos cheios de testosterona então é a cereja no topo do bolo. Já existem vários tumblrs e blogues que estão compilando imagens de gatos e gatas dos protestos (como este). E a luta continua!

terça-feira, 18 de junho de 2013

17 de junho de 2013


17 de junho de 2013. Dia histórico em que os brasileiros saíram em massa às ruas para protestar. Embora muita gente esteja comemorando o fato como se fosse um fenômeno, trata-se do resultado de um processo lento e demorado.

A imagem acima das cruzes fincadas na praia de Copacabana é de março de 2007, e era parte do protesto silencioso organizado pelos integrantes da organização Rio Paz contra a violência bárbara que assolava o Rio de Janeiro (e, diga-se de passagem, todas as grandes cidades do Brasil) há seis anos! Achávamos então que tínhamos chegado no limite com a morte do garoto João Hélio em fevereiro daquele ano. Daí vieram as balas perdidas, as chacinas, os arrastões, os estupros...

Depois vieram as notícias da falta de atendimentos em hospitais do país inteiro. E todo dia víamos gente morrendo nas filas, trabalhadores suplicando por tratamento, idosos deitados nos chãos frios, mães dando à luz em corredores imundos, médicos atarantados com a falta de recursos.

E vieram as escolas sem janelas, os professores sem salários, as crianças sem futuro. Os portos sem saída, os aeroportos sem meios, o transporte público incerto, as estradas sem segurança. O medo. A incerteza. O telefone que não funciona. As enchentes de verão. Os deslizamentos de terra. Os mortos soterrados. Os sobreviventes sem esperança.

Presenciamos a falência de nossas infraestruturas enquanto pagamos nosso quinhão de uma das cargas tributárias mais pesadas do planeta e ainda nos vemos sediando um evento esportivo que rói ainda mais nossas finanças. Um preço muito alto que assolapa nossas economias para sustentar um sistema carcomido pela corrupção endêmica alimentada por políticos podres.

Mas neste ano o povo começava a dar sinais de que não estava disposto a dar a última gota de sangue. Veio o Movimento Fora Renan que conseguiu levar algumas pessoas para as ruas por alguns dias, mas que do próprio Renan só recebeu indiferença e desdém. Veio o Movimento Feliciano Não Me Representa, que de retorno recebeu somente escárnio e desprezo. Continuou o Congresso só se reunindo para salvar seus pares, para negar direitos a homossexuais, para impingir religião, para proteger mensaleiros, e para votar leis de interesse próprio. Vieram os governantes cheios de empáfia e soberba, e os políticos cheios de desfaçatez e descaramento.

Foi pelo João Hélio. Foi pelas vítimas de balas perdidas. Foi pelas crianças estudando em escolas sem porta e sem teto. Foi pelas vítimas das enchentes e dos desabamentos. Foi pela turista estuprada.  Foi pelo aposentado esquecido. Foi pela mulher que pega na enxada para sustentar o filho. Foi pelo pai assassinado na frente do filho. Foi pelo filho morto nos braços do pai em um corredor de hospital. Foi pelo Brasil. Não foi por 20 centavos.



sábado, 15 de junho de 2013

Piquenique


Este é o anúncio da Kraft que foi publicado em algumas revistas americanas e gerou protestos da organização One Million Moms, uma espécie de Liga das Senhoras Católicas Encruadas Que Não Suportam A Ideia De Que Pessoas Fazem Sexo E Gostam. Isso me trouxe à mente o excelente artigo do dr. Contardo Calligaris na Folha desta semana sobre o casal que foi flagrado fazendo sexo na escadaria do edifício Copan em São Paulo.

Escreveu o sábio doutor: "O extraordinário não é que um casal transe na escadaria, mas que tantos transem só em suas camas. [...] O síndico do Copan declarou inicialmente que o ato era "depreciativo". Que cada um escreva sua lista das coisas que depreciam nossa vida. Na minha lista, há corrupção, violência, insegurança, incompetência, intolerância, estupidez, são as coisas que atentam cada dia ao meu pudor. Um casal transando não está entre as coisas que depreciam meu dia, mas entre as que lhe dão valor".

Pode existir combinação mais perfeita do que piquenique e sexo? Da próxima vez, deixa que eu levo o vinho.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Há perigo na esquina

Uma das coisas que mais me chama a atenção nas recentes demonstrações de rua é a grande quantidade de gente jovem reunida. Todo mundo conhece a força desta garotada em idade universitária e é deste grupo que qualquer governo tem medo.

Esta força e este vigor passam rápido. A geração que saiu às ruas e pintou as caras pelas Diretas Já está hoje confortavelmente sentada, como eu e você, lendo este texto em algum blog ou rede social enquanto toma um cappuccino quente, mas não tem mais ânimo ou disposição para dar a cara a tapa. Apesar de termos feito tudo o que fizemos ainda somos os mesmos e agora vivemos como nossos pais.

Tome por exemplo uma das classes mais massacradas do país: os aposentados. As raras manifestações públicas que conseguiram promover mais pareciam, com o devido respeito, um desfile pacífico de bloco de carnaval. O governo não se importa com eles porque sabe que os velhos não têm mais vigor para incomodar. Só os jovens têm a inconsequência e a irresponsabilidade que os impelem a sair de casa dispostos a matar ou morrer.

Olhemos para esta garotada com mais respeito, porque está nas mãos deles a capacidade de mudar toda esta bandalheira da qual reclamamos todo dia sem deixar o conforto dos nossos sofás.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Juventude em desencanto


Foi este artigo escrito por Márcia Pinheiro, que eu não conhecia até hoje, que me abriu os olhos. Porque o texto poderia ter sido escrito por mim, tal a concordância que encontro com cada palavra que ela colocou no papel.

As manifestações que temos visto em países árabes e na Turquia tiveram um evento catalisador, mas não há dúvida que são impulsionadas por anos de muita raiva, descontentamento e desalento. E para mim não resta dúvida que as manifestações que estão acontecendo em vários lugares do Brasil, disparadas pelos aumentos nos preços do transporte público, estão também impelidas por muita raiva guardada de longa data e com outras origens.

Isso acontece quando se passou do ponto da indignação. E, convenhamos, indignação era papo de alguns anos atrás e de lá para cá as coisas parece que só pioraram. A gente abre o jornal pela manhã e lê sobre assassinatos de jovens na porta de casa, estupros de mulheres dentro de ônibus, arrastões em restaurantes, políticos corruptos que compram ilhas e castelos, escândalos sem fim, obras superfaturadas. Tenta fazer uma ligação e o celular não funciona. Tenta acessar a Internet e está fora do ar. Tenta sair de casa e encontra o trânsito parado. E se dá conta que nossa política é feita por um bando de salafrários que não consegue ser contido pelas poucas e honrosas exceções presentes no Congresso. O fato de a Comissão de Direitos Humanos ser presidida por um deputado abjeto de natureza reconhecidamente homofóbica e racista é só um retrato 3 x 4 da situação maior. 

E quando tentamos nos consolar que somos um país emergente e que tudo isso deve ser parte da fase de desenvolvimento, vem a sensação de estarmos num Boeing sem piloto a 30 mil pés de altura. Não há soluções à vista, não há esperança. Os governos vivem de tapar buracos, fazer remendos e criar puxadinhos em todas as esferas. Já não cola mais a falácia de que vamos consertar tudo nas urnas. Não vamos. Todos os governos estão povoados de candidatos reprovados no voto e que voltam como ministros, assessores, representantes e todas as outras formas possíveis de aspones. São como zumbis que não sucumbem nem a marretadas.

Tem uma multidão por aí com muita raiva represada, só esperando uma oportunidade para iniciar um dia de fúria. Isso tudo é o reflexo da situação de desalento e desencanto a que chegamos

sábado, 8 de junho de 2013

Manual de procedimentos

Manual de Procedimentos
Pag. 45
Situação: Uma evangélica desequilibrada está brandindo os braços para os céus e pregando em alta voz contra a homossexualidade e a indecência dos dias atuais e como todos precisam buscar a salvação e ter Jesus no coração patati patatá yada-yada yoda zzzzz... zzzzz....
Reação recomendada: Agarre seu namorado pelo braço, procure um lugar de destaque, e dê o maior malho.


Em apenas alguns segundos você vai perceber de que lado está a população presente ao local. Exatamente como aconteceu com os alunos de engenharia da California Polythecnic School em um dia de sol da semana passada.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Gostariam de saber o sexo do bebê?

Mais uma campanha corajosa de conscientização na Austrália.

Paper Aeroplanes


Foi mais um caso de amor à primeira vista - ou primeira audição, neste caso. Eu tinha selecionado um monte de links e referências de novas bandas e cantores que eu queria conhecer e estava pulando de um para outro de forma quase mecânica quando de repente uma voz me fez parar tudo. Era Sarah Howells, a vocalista desta dupla que vem lá do país de Gales.

A dupla Paper Aeroplanes está atualmente em todas as rádios do Reino Unido, principalmente depois que participaram de alguns programas musicais da BBC. É difícil acreditar que até bem pouco tempo eles ainda faziam shows gratuitos rápidos em cafés na região de Cardiff para divulgar a música.

Muita gente compara os Paper Aeroplanes aos Cranberries, o que eu considero um grande elogio. O álbum Little Letters foi lançado mês passado e tem 11 faixas incríveis - uma delícia do começo ao fim que não tem absolutamente nenhuma faixa descartável.


quarta-feira, 5 de junho de 2013

A Nigéria é aqui


Uma pessoa desavisada poderia pensar que o mapa acima reflete o grau de desenvolvimento dos países do globo, mas na verdade trata-se do nível de aceitação da homossexualidade conforme divulgado hoje pelo instituto de pesquisas PewResearchCenter. Coincidentemente, e sem nenhuma surpresa, a aceitação é geralmente maior nos países mais desenvolvidos e o nível de rejeição cresce com o atraso do país. Como sempre se soube, homofobia e atraso andam juntos e são a mesma coisa.

É claro que toda estatística se baseia em médias e que populações não têm homogeneidade absoluta, por isso é possível encontrar homofóbicos no Canadá (que tem nota 80 de aceitação) e pessoas extremamente favoráveis aos LGBT no Brasil (que ganhou nota 60), mas no geral o retrato da aceitação corresponde ao que a gente já sabe pela observação prática.

Como nada é impossível, o Brasil sediou hoje em Brasília uma marcha com 40 mil pessoas em defesa do atraso, da intolerância e do subdesenvolvimento. A julgar pela disposição do homofóbico Malafaia, o Brasil desceria na classificação para os níveis de Tunísia, Paquistão ou Nigéria.

Intolerância

Ao ser sabatinado hoje pelo Congresso, o futuro ministro do STF Luís Roberto Barroso disse "Nós vivemos a época da tolerância. A época em que se deve respeitar todas as possibilidades". Suas palavras não poderiam ser mais exatas para refletir o momento atual.

As culturas mais impermeáveis a mudanças comportamentais viviam praticamente isoladas do resto do mundo até alguns anos atrás. E nas sociedades ocidentais mais abertas havia uma predominância das religiões católica e protestante que sempre conviveram mais ou menos bem com as diferenças.

Mas nos últimos anos o mundo vem mudando de forma radical com o surgimento de denominações religiosas neopentecostais fundamentalistas e com a disseminação do islamismo - duas correntes que oferecem resistência maior à convivência com o diferente. Para muitos dos seguidores destas vertentes não basta ser um bom religioso e seguir as recomendações de seus livros sagrados. Para muitos deles, é insuportável viver em um mundo onde o próximo não concorda com a realidade que eles estabeleceram para si, e faz parte de sua missão religiosa converter o mundo todo ao seu redor para a sua fé, mesmo que à força e à custa de muito sangue.

O que acontece na Turquia hoje é a consequência direta disso, e estes tipos de confrontos podem ser o futuro do Brasil. É como tentar misturar óleo e água - até hoje ninguém conseguiu. No final de 2011 o Dr. Contardo Calligaris fez o desenho que muita gente precisava para entender: "O fundamentalista não consegue praticar normas que ele prega e sente inveja de quem não as respeita".

segunda-feira, 3 de junho de 2013

A Parada andou


Para quem acompanhou a Parada Gay de São Paulo pela imprensa, como eu, uma constatação muito positiva: nunca houve uma cobertura tão isenta, tão preocupada em se expressar de forma correta sem ferir suscetibilidades. As coberturas nos principais veículos de notícias foram naturais e a população já fala da Parada como se estivesse falando do jogo de futebol do domingo. Sinal de que o principal objetivo já foi atingido: diminuir a estranheza por força da visibilidade. Estamos evoluindo.

domingo, 2 de junho de 2013

Faroeste Caboclo


Não pode existir sensação melhor do que ir ao cinema sem grandes expectativas e sair da sala com a sensação de ter assistido a um dos melhores filmes nacionais dos últimos tempos. Não há o quê criticar em Faroeste Caboclo: direção certeira, fotografia impactante, desempenhos impecáveis, e uma história árida e violenta mas que não deixa de ser extremamente envolvente em nenhum momento.

O diretor confiou na inteligência do espectador e conseguiu, com muita eficiência, desenvolver a maior parte da história através de imagens fortes que dispensam palavras. Faroeste Caboclo tem poucos e curtos diálogos, e com isso o filme se transforma numa viagem sensorial mais prazerosa. Uma grata surpresa.