sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Pensem no jiló

Eu não gosto de jiló. Portanto, não como. Simples assim. Mas nunca me passou pela cabeça fazer passeata ou abaixo-assinado contra o jiló.

Isto me faz lembrar desta onda atual de ser tão visceralmente "do contra". Agora querem fazer abaixo-assinado contra tudo. De onde será que vem tanta disposição?

Eu quero que o Michel Teló faça muito sucesso e ganhe muito dinheiro. Quero que a Apple e a Microsoft sejam muito felizes. Quero que o BBB dê muito o que falar e acabe logo. Achei o meme da Luíza no Canadá engraçadíssimo enquanto durou, e acho que o Carlos Nascimento perdeu o senso de humor. Aliás, se ele acha que as pessoas deveriam passar 24 horas por dia falando dos problemas brasileiros e da solucionática para a problemática da revisonática zzzzzzzzz zzzzzzzzzzzz....

Aliás, eu também odeio o BBB. Portanto, não assisto. Simples assim.

19 comentários:

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

eu tb não gosto de jiló mas dou na boa para quem come jiló ... rs

M. disse...

Ao contrário de vc eu gosto de jiló, mas para também odeio BBB e quero que ele acabe logo.... UFA!!!!... que programinha sem eira nem beira e mesmo sendo "dançante" dispenso o Michel Teló. Ab e até mais.

Daniel Cassus disse...

Eu morro com as "petições" online.
Cada vez que alguém traduz "petition" como "petição", Deus mata um panda.

o Humberto disse...

É uma lógica meio estranha a do texto... se eu não gosto do Silas Malafaia e do Bolsonaro, por exemplo, por conta do discurso homofóbico deles, devo simplemente ignorá-los (e deixá-los seguir "instruindo" outras pessoas? É isso?

Achei este seu post meio dissonante do caráter engajado que costumo notar em seu blog. A menos que os únicos problemas brasileiros que mereçam atenção sejam os que envolvem os homossexuais.

Também não acredito que seja uma onda de "ser do contra", penso que é uma nova configuração do papel de cidadão que está em formação e isso envolve a crítica (que também pode melhorar, claro). Mas ser obrigado a gostar de alguma coisa só porque "todo mundo" gosta também é um saco.

Enfim, dessa vez vou discordar de você porque não acho que seja tão simples assim. E, por favor, não estou apenas querendo ser do contra.


P.S.: Concordo, entretanto, que o editorial do Carlos Nascimento foi bem infeliz. Se ele acha que estamos mais estúpidos agora, deveria ter lembrado que logo após o jornal que apresenta vai ao ar o Programa do Ratinho, exibido pela emissora há mais de 10 anos, portanto...

TONY GOES disse...

Apoiadíssimo.

DPNN disse...

Concordo 1.000% com tudo o que você disse! As pessoas não percebem, mas é nestas coisas aparentemente triviais que elas revelam o quanto são intolerantes.

Luciano disse...

Oi,Humberto,

A diferença é que o Malafaia me atinge e me afeta. O BBB, assim como o jiló, não me atinge em nada.
Não fiquei nem um milímetri mais inteligente ou mais burri por causa do BBB.
Abraço,

Jota Farr disse...

Eu entendo a posição do Carlos Nascimento mais como um desabafo do tipo: dá pra brincar, mas chega um momento em que nós temos de prestar atenção para outras coisas realmente importantes, ficar na palhaçada o tempo todo, e cá entre nós essa coisa da Luiza foi longe demais, perdeu a graça no mesmo dia que apareceu!

Conheço muita gente alienada que só presta atenção nesse tipo de galhofa na internet e mais nada. Tanto pra se fazer nesse país, O Nascimento está 100% errado? O Brasil tá uma maravilha mesmo? Todos sabem que o Brasil não é um país maduro, culpa de quem? dessa parte da população cabeça oca e nada engajada.

o Humberto disse...

Eu vou confessar uma pequena decepçao com essa parte aí de só se interessar pelo que te atinge e afeta. Mas, de toda forma, entendo seu ponto de vista e agradeço a resposta.

grande abraço!

P.S.: adorei essa opção de responder a cada comentário, me ensina depois como faz isso pra eu por no meu blog tb? ;)

Luciano disse...

Oi, Humberto

Tentar escrever no tablet no bar da sauna não é fácil...
O que eu tentei dizer foi que o Malafaia me afeta muito - ele luta para que eu não tenha direitos, ele me acha uma aberração, ele fala mal de mim em público. Enfim, ele me atinge e me afeta diretamente. A luta a favor dos direitos homossexuais é, acima de tudo, uma questão altamente pessoal. Tem tudo a ver comigo.
Já o BBB é só um programa de entretenimento.

Abraço,
**

Anônimo disse...

Nossa eu adoro jiló, é uma delícia bem refogadinho, é simples fazer jiló, o jiló de self-service é que é uma porcaria, azedo, não sabem fazer, por isso o coitado do jiló leva a fama de ruim, aliás toda alimentação gosto amargo faz um bem danado para o estômago é fato e comprovado.

railer disse...

como diz o ditado, tem gente que é sempre a favor do contra.

Soteropolitano disse...

Eu entendi seu ponto de vista, mas eu concordo plenamente com o comentário do Jota Farr, o Carlos Nascimento só se manifestou quando a piada da Luiza(uma fofa!) já tinha perdido a graça.

Jota Farr disse...

Taí uma opinião bacana, via site Brainstorm 9: http://www.brainstorm9.com.br/28227/opiniao/luiza-no-canada-o-meme-que-morreu-cedo-demais/#more-28227

Lobo disse...

Eu sou um que só fui entender do que se tratava a Luiza no Canadá quando era tarde demais hahaha.

Mas enfim, tenho medo do excesso de "do contra". Sabe é só uma brincadeira, o mundo não vai acabar por conta disso. O que mata é o excesso, como bem vimos nesse caso, foi uma avalanche que veio com tamanhã força que cansou na mesma velocidade que surgiu, mas, ainda assim, é uma brincadeira. Ninguém fica menos inteligente por conta disso.

Uma Cara Comum disse...

Bom, Luciano. Vou discordar da sua argumentação.

Entendo que música é entretenimento e quem não gosta é só não escutar. Concordo!

Mas o caso do BBB por exemplo não é questão de ser só "do contra". Está rolando um vídeo que sugere que houve um estupro de vulnerável no programa ao vivo e em rede nacional.

Assim, a discussão não é a qualidade de um programa de TV, mas se produtores, câmeras-man e demais envolvidos com o programa foram ou não coniventes com um crime em nome da audiência.

E, se uma agressão desse porte contra as mulheres que é tratada com panos quentes e minimizada pela emissora não te atinge, eu não consigo reconhecer o Luciano que escreve aqui.

Sério mesmo!

RRL disse...

Concordo com o Luciano e acho que entendi o que ele quis dizer. Não é que não devemos nos indignar ou ser contra coisas com as quais não concordamos; mas é o excesso (como disse Lobo) que vem enchendo o saco. Quase tudo hj foi superlativisado; tudo cabe processo, reclamação,dedo apontado! A questão é: será mesmo que um programa de TV que interfere minimamente na sua vida deve lhe causar tanta comoção? Ou não seria mesmo melhor um "não gosto, simples assim..." ao inves de uma longa explicação sobre a banalidade da imagem, a exposição do homem como animal, ou a transformação daquele em coisa e blá, blá, blá que pseudo-intelectuais adoram falar na tentativa de mostrar quão brilhante é a visão de mundo deles.
Óbvio que devemos lutar contra Bolsonários da vida, ou melhor, é contra eles que devemos lutar e não perder tempo com um show de TV ou se a Luiza ficou famosa... Não é questão de se interessar só por aquilo que te atinge, mas se interessar realmente pelas coisas que merecem.
Sabe... cansa aquela pessoa que reclama de tudo, que tudo está errado, que fica 24h do dia mostrando como o mundo é uma bosta, que fala mal Ratinho, do BBB, da ignorância da população... O que eu acho q o Luciano quer dizer é: Dá um tempo, vai? Agora estou comendo jiló...

Luciano disse...

@Cara Comum:
Continua todo mundo discutindo um problema que simplesmente não existe.
Eu não posso ir até uma delegacia, por exemplo, e dar queixa que meu vizinho A estuprou minha vizinha B se a própria vizinha B declarar que não existiu estupro nenhum.
Não adianta o Brasil inteiro (e até a Luíza, que já voltou do Canadá) ficar discutindo um estupro se a própria "estuprada" e maior interessada já alegou publicamente e oficialmente para o delegado que não existiu estupro nenhum - que tudo que as pessoas viram foi consentido.
Ela é maior de idade e a declaração dela encerra o caso.
Portanto, não há crime nenhum. A qualidade do vídeo não permite que se tire nenhuma outra conclusão diferente.
Não entendo - parece que todo mundo está querendo que o estupro tenha existido para ver mais lenha na fogueira. Mas isto não depende da opinião de quem acha que viu algo mais naquele filme. Legalmente e oficialmente falando, a página já está virada.
Abraço,
**

Uma Cara Comum disse...

Luciano, meu caro!

Eu entendo que legalmente não há muito o que fazer já que a "vítima" diz que não houve nada. Mas isso não quer dizer que não há nada a fazer.

É importante lembrar que ela estava alcoolizada, afirmou no dia seguinte que não se lembra direito do que aconteceu e questionou os outros participantes do programa perguntando "será que eu fiz?". Mas, depois de uma conversa com o diretor do programa (a qual o público não teve acesso), magicamente ela passou a afirmar que nada aconteceu (como se ela se lembrasse de tudo subitamente). Bom, ela tem um contrato com a emissora e pode ter sido coagida a negar, não? Assim, além do crime propriamente dito, estariam em jogo também a cumplicidade da emissora com tal fato, com coação da vítima (e isso pode ser investigado).

Toda a discussão, a meu ver, não é questão de colocar mais lenha na fogueira. É questão de esclarecer tudo relacionado à questão para que, se não houve tal estupro (considerando que a legislação sobre estupro de vulnerável diz que não é preciso penetração para caracterizar o estupro), todos saibam claramente. Ou, se houve realmente tal estupro, os responsáveis sejam punidos (o praticante e os cúmplices por omissão) e, de preferência, que a própria emissora adote uma postura de repúdio a tal ato. Tudo isso é bem diferente do cenário que se apresentou com a emissora nitidamente botando panos quentes no assunto e o apresentador do programa (diante do vídeo nebuloso que não permite conclusões com 100% de certeza de nenhuma natureza) afirmar que "o amor é lindo!". Como assim o policiais vão até o Projac investigar o caso e, antes de qualquer conclusão se houve crime ou não, ele dispara uma frase dessas?

Aceitar que tal assunto seja página virada seria aceitar a impunidade para tais crimes sem que se tenha uma conclusão da investigação.

Aliás, de qualquer forma, a página não está totalmente virada, já que as investigações sobre o caso continuam.

Por isso, mantenho o que eu disse.