domingo, 29 de abril de 2012

Hotel Room Portraits


Eu percebo que muita gente não tem ideia do que é conviver em uma relação a dois. Fico com a impressão que muitos estão preocupados em tentar evitar um "padrão hétero de comportamento" e, sinceramente, nem sei o quê é isto. Porque conviver a dois não segue padrões héteros ou homos, mas padrões de amor, amizade, cumplicidade e respeito, que são absolutamente universais.

Conviver a dois é fazer amor 24 horas por dia. E entender que fazer amor é assistir ao filme na TV juntinhos no sofá, trazer um cafezinho quente na cama, deixar a última fatia de pudim para ele, cantar juntos desafinados no carro, fazer a comida que ele gosta, e saber lidar a dois com os mau humores, os momentos de tristeza, as contas - e tudo que acontece na vida de um casal. Porque fazer sexo é fácil até com estranhos, mas fazer amor só é possível com quem se ama.

Fica muito mais fácil compreender um pouco da cumplicidade da vida a dois observando a intimidade do fotógrafo Richard Renaldi (da postagem anterior Touching Strangers) e seu maridão Seth Boyd nesta série especial Hotel Room Portraits composta de retratos do casal nos vários quartos de hotel pelos quais eles são obrigados a passar nas viagens constantes. Viver a dois é isto.




O ensaio é composto de 64 fotos de diferentes épocas e equivale a uma espiada na intimidade do casal.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Touching Strangers


Algumas culturas apresentam muito mais 'fisicalidade' do que outras. Nós brasileiros, como outras culturas latinas, gostamos de tocar e ser tocados. Não raras vezes presenciamos cumprimentos efusivos entre amigos, beijos, casais de mãos dadas. Embora ainda exista um certo pudor em se tocar estranhos de forma não consentida, o toque acidental no dia a dia é facilmente perdoado com um pedido de desculpas.

Nem todas as culturas são assim. Os americanos, por exemplo, têm uma sensação muito clara do espaço que precisam ao seu redor para que não se sintam invadidos em sua privacidade. "Don't touch me!" é frase usada com frequência por qualquer um que se sinta ameaçado com a proximidade de um estranho. Há uma grande resistência a tocar estranhos, o que explica o episódio acontecido no metrô de Nova York há duas semanas em que um rapaz interrompe uma briga simplesmente interpondo seu corpo entre os dois brigões enquanto calmamente come suas batatinhas chips. Ele ficou conhecido como snack man e foi matéria de reportagens e programas de TV.

A complexidade envolvida em tocar estranhos está muito bem retratada neste ensaio do fotógrafo americano Richard Renaldi (de onde sairam as duas fotos que ilustram esta postagem). Ele convidou anônimos estranhos entre si para posarem tocando-se como se fossem grandes amigos. Em alguns casos a tensão provocada pelo pudor de tocar estranhos é quase palpável. Outros projetos do fotógrafo podem ser vistos aqui (não deixe de ver Bus Travelers que mostra um lado pouco conhecido do interior dos Estados Unidos).



quinta-feira, 26 de abril de 2012

Confissões de um ex-hétero

A ciência e a política das sociedades mais avançadas dão sinais que devem em breve enterrar de vez a ideia das terapias reparativas para reversão de orientação sexual. Esta semana foi o professor Robert Spitzer, catedrático de psiquiatria da Universidade de Columbia, que veio a público pedir desculpas para a comunidade gay por um estudo escrito em 2001 em que afirmava que em alguns casos era possível reverter a homossexualidade de pacientes.

E há duas semanas foi o prefeito de Londres que proibiu uma campanha que circularia nos ônibus da cidade com os dizeres "Ex-gay and proud. Get over it!". O prefeito foi categórico "Londres é uma das cidades mais tolerantes do mundo, e não toleramos a intolerância. É claramente ofensivo sugerir que ser gay é uma doença da qual a pessoa pode se recuperar, e eu não quero este tipo de sugestão circulando pela cidade nos nossos ônibus".

Muitos gays já tentaram mudar, até mesmo por conta própria. Na adolescência, pressionados pela família e pela sociedade, grande parte dos gays já tentou viver uma vida heterossexual convencional antes de finalmente se assumir. O que prova que, embora não existam ex-gays, ex-héteros existem aos milhões.

terça-feira, 24 de abril de 2012

The times they are a-changing

Bob Dylan encerra hoje sua passagem pelo Brasil sem ter provocado muito barulho. Parece que seu significado ficou perdido lá nos distantes anos 70 quando suas músicas eram tão obrigatórias para qualquer jovem contestador quanto fumar um baseado ou ter um poster do Che na parede do quarto. Todo historiador sabe que é impossível entender as transformações sociais que o mundo atravessava nos anos 60 e 70 sem passar por Bob Dylan e suas canções que se tornaram hinos nas lutas por direitos.

Eu curtia Bob Dylan, mas não era muito fanático pela voz meio esganiçada que me lembrava um violão com as cordas frouxas. Fui redescobri-lo décadas depois através de sua própria música na voz de outros grandes cantores. E fui ficando cada vez mais impressionado ao ir descobrindo que todas aquelas músicas que eu adorava eram dele. Bob Dylan criou um repertório invejável de clássicos.

Falco - It's All Over Now, Baby Blue:

Antony & The Johnsons - Knockin' On Heaven's Door:

Jason Mraz - A Hard Rain's A-Gonna Fall:

Randy Travis - Don't Think Twice, It's All Right:


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Herrar é típico do cerumano

É claro que todo mundo erra. Mas o erro de alguns pode ser mais engraçado do que o erro de outros. Como nesta legenda de Apollo 13, em um momento tenso do filme, em que o controlador anuncia "Launch Control, this is Houston. We are go for launch". E a legenda mostra:

Manda tinta

Eu não tenho nada contra tatuagens, mas acho que elas ficam muito melhores em caras atléticos e estilosos. Talvez porque evoquem contravenção e ousadia, ficam fora de lugar em pessoas muito comuns. Tenho o mesmo sentimento em relação a brincos e cabelos compridos para homens. Acho digno de pena aqueles homens de meia-idade parcialmente calvos no topo, com uma pança saliente, usando rabo-de-cavalo e brinco. 

Também não gosto das tatuagens muito pequenas e delicadas. Vi um homem na sauna outro dia com corpão atlético e tatuagem minúscula de uma borboleta na altura do quadril. Na hora já imaginei que ele deve ter também um quarto todo decorado com motivos Hello Kitty. Se vai pintar, seja macho e pinte com gosto.

Como ninguém consegue ser atlético e estiloso para toda a vida, vai ser engraçado ver a geração de velhos tatuados no futuro. Talvez pareça patético ou talvez a gente se acostume até lá com todas aquelas tatuagens deformadas pelo tempo.

Mas o que não dá realmente para aguentar é a falta de noção de algumas pessoas. Como este cara da foto que eu postei lá em cima que resolver tatuar o saco. Está aqui o vídeo. Não é de matar?

domingo, 22 de abril de 2012

O Instagram


O Instagram já é uma febre. Eu, que sou apaixonado por fotografia, estou curtindo e acho ótima qualquer iniciativa relacionada a este campo. Mas tenho algumas reservas sérias.

Hoje em dia a esmagadora maioria das fotografias não são produzidas por câmeras fotográficas propriamente ditas, mas por dispositivos acoplados a celulares. A disseminação indiscriminada da possibilidade de fotografar chega a ser irritante em shows e eventos, quando centenas de mãos ficam disputando o melhor ângulo da foto e atrapalhando a visão de quem está simplesmente tentando assistir ao show.

Mas o pior é que toda esta nova geração está se esquecendo do que é uma câmera fotográfica e todos os recursos que ela pode ter. Os dispositivos dos celulares já permitem tirar fotos com foco perfeito e altíssima resolução, mas estas são apenas duas das características de uma boa foto. Quem nunca manuseou uma câmera de verdade não tem ideia do trabalho do fotógrafo para encontrar a combinação ideal entre abertura do obturador e velocidade do diafragma, ou a escolha da distância focal - pequenos detalhes que são cruciais para se obter uma foto realmente especial.

Instagram não considera nada disto. Foi feito para uso em celulares, tendo em mente os dispositivos do tipo point-and-shoot. Utiliza um dos formatos mais inadequados de fotografia que é o quadrado perfeito, que havia sido abandonado há décadas em favor de outros formatos mais apropriados para retratos e paisagens. E disponibiliza alguns filtros fixos que não permitem ajustes, a maioria baseado nas antigas máquinas Polaroid que deixam as fotos com aspecto "lavado". O usuário fica com a falsa ideia que está produzindo uma foto "arte" enquanto está simplesmente conseguindo disfarçar alguns defeitos da própria foto.

Eu tenho a impressão que o Instragram vai cansar logo, logo. E teria ficado mais contente se o aplicativo despertasse nas pessoas o desejo de aprender alguns conceitos básicos de fotografia para produzir fotos mais interessantes. 

(Quem tiver curiosidade de conhecer algumas das minhas fotos meu nome de usuário no Instagram é luguima2011).

sábado, 21 de abril de 2012

Se eu fosse você

Se as pessoas preconceituosas parassem por um minuto para imaginar como é estar na pele dos que sofrem o preconceito, o mundo certamente seria muito diferente.

A morte


Minha bisavó Cristina viveu até os 104 anos. Lembro-me dela sempre velha, vestindo preto, sempre sorridente. Meu pai era um ótimo contador de piadas e minha bisavó dava grandes gargalhadas - depois escondia a boca com as mãos, como se estivesse envergonhada. Ela casou cedo, enviuvou cedo, nunca se casou de novo, e passou a maior parte da vida como viúva.

Uma vez, aos 97 anos de idade, ainda com saúde boa apesar de frágil, ela pediu que a deixassem na porta do cemitério para ver se a morte se lembrava dela. Ela dizia que o mundo era dos jovens, que a morte a havia esquecido. Sentia-se pronta para partir mas não era chamada. Como ela viveu muito, quatro gerações da minha família conseguem se lembrar dela com muita saudade.

E foi dela que eu me lembrei assistindo a este curta espanhol muito bonitinho que foi indicado ao Oscar em 2010 sobre a velha senhora que vive esperando a morte para se encontrar com o falecido marido, mas é sempre salva por um médico presunçoso. Muito bom para a gente repensar nos limites da ciência.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Don't call me a hero. Just call me.

Por que será que a gente nem consegue piscar durante este comercial, mas no final nem se lembra direito qual produto estava sendo anunciado?

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Morten Harket


Com poucas exceções, o vocalista de um grupo é quem carrega o maior componente da identidade da banda. Quando o grupo se separa e cada um resolve investir em carreira solo é o vocalista que mais consegue lembrar a personalidade do antigo conjunto. E assim tem sido com o Morten Harket ex-vocalista do A-ha que tem me conseguido matar as saudades da banda de quem eu sempre fui fã incondicional. A voz do A-ha continua vivíssima com o Morten Harket e seus inconfundíveis falsetes.

Ele sempre teve uma carreira solo independente do grupo e desde 1993 vinha lançando alguns trabalhos esporadicamente. Os álbuns Poetenes Evangelium (1993), Wild Seed (1995) e Vogts Villa (1996) são muito bons, mas foi com a proximidade do fim do A-ha que os trabalhos começaram a atrair mais atenção.

Para mim, o melhor trabalho solo do Morten Harket é Letter From Egypt, de 2008, curiosamente um álbum difícil de achar, mas lindíssimo e que deixa qualquer fã do A-ha de quatro. Não sei o que pode ter acontecido com a distribuição deste disco, mas nem na completíssima loja iTunes ele aparece listado. Deste disco saiu o single Darkspace, que apenas na edição alemã incluiu a bela All Of You Concerned, versão em inglês para Jeg Kjenner Ingen Fremtid que tinha saído no álbum Vogts Villa.

Morten Harket - All Of You Concerned:

Não há nenhuma música descartável em Letter From Egypt. We'll Never Speak Again, também deste álbum, é outra que evoca doces lembranças do inesquecível A-ha


Para completar a alegria, Morten Harket está chegando com novo álbum: Out Of My Hands, que tem lançamento oficial anunciado para 1º de maio mas já está disponível na iTunes desde a semana passada. Estou ouvindo desde o final de semana e gostando muito, muito mesmo. A-ha não morreu.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Rodando a batina


É inacreditável como a Igreja Católica perde oportunidades excelentes de fazer relações públicas de forma eficiente sem gastar um centavo. Tem empresas que gastam milhões com agências especializadas neste trabalho e nem conseguem metade do que a Igreja poderia conseguir de graça. A Igreja vai continuar existindo por muito tempo. Os gays também. Então não seria no mínimo prudente que a Igreja começasse a trabalhar contra esta pecha de intolerância que tem atraído muito mais atenção e gerado muito mais manchetes do que qualquer notícia que exalte sua benevolência e benemerência?

A polêmica da vez é o cartaz que foi criado para promover a Parada Gay de Maringá que acontece em um mês. O cartaz aproveita a imagem da catedral símbolo da cidade em uma montagem baseada na capa do disco The Dark Side of The Moon (de 1973) do Pink Floyd. A ideia é simples e boa, e emprega elementos emblemáticos facilmente reconhecíveis da cultura pop (o disco) e do local (o símbolo da cidade). Mas foi o que bastou para que o clero local rodasse a batina.

Há muito que alguns locais perderam a significação meramente religiosa e passaram a ser marcos turísticos e pontos de referência. O Corcovado, no Rio de Janeiro, é talvez o melhor exemplo. Fui ao Corcovado pela primeira vez há pouco mais de um ano e quase entrei em êxtase com a vista realmente deslumbrante, mas nem de longe me passou pela cabeça que minha visita era uma peregrinação religiosa. Além disso, por serem isentas do pagamento de impostos, as igrejas são, sim, parcialmente financiadas pelo dinheiro público que sai do bolso de todo cidadão de bem. Só por isto já deveriam ter um pouquinho mais de cuidado com a intolerância que projetam contra os cidadãos que permitem que elas existam.

Não teria sido muito mais apropriado de uma organização que professa o amor ao próximo uma declaração do tipo "nós da diocese de Maringá aproveitamos esta ocasião para abraçar nossos irmãos homossexuais na luta por uma sociedade mais justa e livre de preconceitos"? Fica a dica.

(Obrigado ao amigo Clóvis, que é de Maringá e que está acompanhando tudo diretamente do epicentro da celeuma).

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Nada haver

Existe uma ideia generalizada por aí que o brasileiro está escrevendo cada vez mais errado. Eu discordo. O caso é mais simples: o brasileiro está cada vez escrevendo mais. Ponto. E isto é bom.

Até bem pouco tempo a necessidade de redigir era rara, mas aí veio a Internet trazendo o e-mail e as redes sociais e de repente todo mundo precisa escrever. E nesta nova realidade surgiu um novo fenômeno: o bullying ortográfico. A atitude do tipo que não perde uma oportunidade de lançar uma grosseria em cima de alguém que cometeu um erro. Ou de pegar o erro de alguém famoso e repeti-lo com fins de humor (daqui dois anos, quando todo mundo tiver esquecido a piada, o texto vai simplesmente ser um texto errado). 

A língua portuguesa é muito complexa e eu prefiro pensar que estamos todos em constante aprendizado. Gosto quando me apontam os erros que eu cometo, e procuro ensinar quando tenho a oportunidade. Mas é importante não esquecer a educação. Bullying, não!

Titanic


Titanic é um dos melhores filmes já feitos. Poucos outros filmes conseguiram um equilíbrio tão bem dosado entre história de amor e aventura conseguindo ser sucesso absoluto em todas as faixas etárias. A insistência de James Cameron - que muitos julgaram loucura a princípio - de filmar cenários móveis em tamanho real montados dentro de um tanque de água gigantesco rendeu imagens de um realismo impressionante. Não me lembro de nenhum outro filme que tenha sido relançado quinze anos depois e ainda consiga atrair multidões e lotar salas.

Tudo em Titanic é grandioso, até o ódio dos detratores. Sempre é possível gostar ou não gostar de um filme, mas o grupo dos que não gostam de Titanic é mais visceral. Há vários sites na Internet dedicados a explica-los, onde eles são referidos como Titanic trolls pelo fato de nutrirem uma antipatia gratuita por algo tão popular. A explicação é justamente esta: alguma pessoas se autoproclamam defensores de uma contracultura alternativa e não suportam a ideia de serem associadas a algo que faz sucesso ou seja popular, precisam ser sempre do contra. É uma história parecida com a dos grupos que odeiam o iPad, ou o iPhone, ou o Windows - a velha 'mágoa de caboclo' com o sucesso alheio.

Junte-se a isto a música tema My Heart Will Go On. Uma balada romântica padrão interpretada por uma cantora de voz impecável. Que tocou nas rádios pelo menos um bilhão de vezes na época do filme e acabou se açucarando demais. Mas qualquer pessoa que coma 1 kg de açúcar com uma colherinha de chá vai depois sentir náuseas só de pensar. O injusto é colocar a culpa no açúcar.

Assisti ao filme ontem - data do centésimo aniversário do naufrágio - em sessão lotada que terminou perto da 1 da manhã, e me diverti mais uma vez. Eu até tenho o DVD, mas Titanic é filme para a tela grande. E embora não tenha sido originalmente executado em 3D, é inacreditável o que se consegue fazer com alguns milhões de dólares na mão. Não que o filme precisasse, afinal foi feito para que o espectador se sinta no meio da ação o tempo todo, mas as cenas tridimensionais ficaram impecáveis! Titanic ainda tem muito fôlego.


sábado, 14 de abril de 2012

War is over

A raça humana viveu milênios de guerras que dizimaram grandes civilizações. O homem nunca perdeu sua tendência belicosa de invadir e dominar, mas até hoje ainda não tinha conseguido encontrar a arma eficaz. Até hoje. E ninguém poderia adivinhar que sairia exatamente do Brasil esta arma infalível que está fazendo os povos se curvarem e se renderem nesta que já se transformou em uma das maiores revoluções da história da humanidade sem o derramamento de uma única gota de sangue.

Até lugares que a gente nem consegue pronunciar o nome estão capitulando. De todos os cantos do planeta chegam relatos de rendição. Finalmente, vencemos!



A festa da firma na televisão

Imagine que você acorda toda manhã e toma uma xícara do delicioso Café Pilão. Isto lhe obrigaria a assistir a festa de confraternização de final do ano dos funcionários da empresa Pilão? Acho que não.

Mas isto é o que está acontecendo nas novelas brasileiras. Por algum motivo, alguém achou que seria uma boa ideia encerrar toda novela com cenas de confraternização do elenco e equipe - como no último capítulo de Aquele Beijo exibido ontem.  Entendo que a equipe de uma produção de novela desenvolva laços de amizade muito fortes depois de meses de um trabalho tão intenso. Mas para o público a novela é um produto como o café Pilão. Mostrar os bastidores dos profissionais só serve para destruir a aura construída pelo autor e pelos personagens ao longo de meses. É uma festinha particular que se encaixaria melhor em um programa como o Video Show.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Jason Mraz



Eu adoro o Jason Mraz. Gosto do jeitão descontraído dele de viajar com jeans rasgado só com uma mochila nas costas mesmo sendo uma celebridade. Gosto do jeito que ele luta por uma sociedade mais justa (ele prometeu não se casar até que os gays também possam fazê-lo). E, principalmente, adoro as músicas dele, as letras, o jeito todo especial de cantar, a voz. Se ele me quisesse eu casava com ele, mas ele já está noivo daquela chatinha da Tristan Prettyman, então tudo bem. Só perdoo porque o sobrenome dela significa "homem bonito". Ah, mas os sites de fofoca mais recentes estão noticiando que o noivado deles subiu no telhado, então, quem sabe...


Quem só conhece o Jason Mraz pelos sucessos de FM não sabe que ele às vezes se arrisca, e se sai muito bem, na seara do jazz e do soul - como nesta deliciosa versão de At Last que ele apresentou em um show acústico. Isto mesmo, aquela At Last de 1941 que ficou famosa com a Etta James.

Jason Mraz - At Last:

Ou ainda nesta versão linda de A Hard Rain's A-Gonna Fall do Bobby Dylan.

Jason Mraz - A Hard Rain's A-Gonna Fall:


Mas o que eu estava querendo contar mesmo é que ele está lançando disco novo. Love Is A Four Letter Word chega na próxima terça-feira. Já ouvi mais de dez vezes e ainda não cansei.



A minha favorita do disco novo? 93 Million Miles.


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Desde sempre

"Se se tratasse de uma decisão a respeito de homens, e não de mulheres, a descriminalização do aborto já estaria autorizada desde sempre”. Com esta afirmação brilhante o ministro Ayres Brito do STF resumiu toda a falta de altruísmo que vemos nos movimentos sobre direitos e garantias individuais na sociedade. As discussões só avançam com base no proveito pessoal.

Há uma hora começou oficialmente a campanha pelo casamento civil igualitário capitaneada pelo deputado Jean Wyllys, uma iniciativa inédita no país. Estou torcendo muito para que a campanha faça bastante barulho e chame muito a atenção e consiga fazer com que as pessoas passem a enxergar além do casulo de egoísmo em que se envolvem. Porque mesmo entre os homossexuais, os principais interessados, há pessoas que acham tudo isto uma grande bobagem pelo simples fato de que não pretendem se casar um dia. 

Em outras palavras, algumas pessoas não conseguem se sentir envolvidas por uma campanha da qual acreditam que não podem tirar nenhum proveito pessoal. É mais ou menos como estar pouco se lixando para uma hipotética volta da escravidão - "eu não sou negro mesmo, então para mim não faz diferença". Ou não se tocar pela batalha tão árdua que as mulheres desde país travaram até a decisão de hoje do STF - "eu não sou mulher e não vou nunca engravidar, então para mim não faz diferença".

O bonito desta campanha pelo casamento civil igualitário é justamente o fato de ela ultrapassar as fronteiras da comunidade homossexual. Pois ninguém deve lutar por direitos porque é negro, ou mulher, ou homossexual. Temos a obrigação de lutar porque somos cidadãos.



Millennium II - A menina que brincava com fogo

Com o sucesso da versão americana para o primeiro filme da trilogia Millennium parece que os distribuidores brasileiros resolveram sair do estado de letargia e finalmente trazer para o país os dois últimos episódios da versão sueca que já estavam no mercado desde 2009. No final de março finalmente veio o lançamento oficial em vídeo do segundo episódio, com o terceiro prometido para junho em DVD e blu-ray.

Millennium II - A Menina Que Brincava Com Fogo se passa praticamente um ano após o término da primeira história, e começa com Lisbeth Salander voltando para Estocolmo cheia de dinheiro. Ela compra um apartamento grande e se afasta do jornalista Mikail Blonqvist depois de vê-lo com outra mulher no final do primeiro filme. Neste filme Lisbeth se torna a principal suspeita de uma série de assassinatos e Mikail, que acredita na inocência da garota, vai ajudá-la a se livrar das acusações ao mesmo tempo em que investiga uma rede de prostituição e tráfico de garotas envolvendo nomes importantes do país.

O filme é interessante e cheio de suspense, mas não é tão bom quanto o primeiro. Talvez a história funcione melhor no livro (não sei, não li) mas falta-lhe exatamente um pouco de cinemática. Não há cenários exuberantes como a ilha do primeiro episódio e a trama intricada permite que se perca o fio da meada na menor distração. Mas isto não significa que o filme seja ruim, muito pelo contrário.

Se no primeiro filme Lisbeth e Mikail só se encontram lá pelo meio da história, neste episódio eles não se encontram nunca, exceto na cena final. Eles agem separadamente o tempo todo e as descobertas de cada um vão se complementando. Outra surpresa é que a história não termina muito bem para Lisbeth, deixando a gente com muita vontade de ver logo o terceiro episódio para saber o que vem pela frente. Quem preferir esperar as versões americanas vai ter que esperar mais - os filmes ainda estão em pré-produção, as filmagens ainda não iniciaram, e não há data prevista para o lançamento.



quarta-feira, 11 de abril de 2012

Mau gosto


Achei de extremo mau gosto esta família ter levado a filhinha para participar das manifestações contra a legalização da interrupção terapêutica da gestação nos casos de acrania no STF hoje. Porque ela nasceu em um tempo em que não havia escolha, então sua mãe nada fez senão cumprir a imposição da lei. No futuro outras mães poderão dizer que escolheram continuar com a gestação embora a lei lhes desse outras opções - aí sim, será um caso de amor incondicional.

Para mim, esta senhora não está respeitando a dignidade de sua filhinha e está mostrando exatamente o contrário. Ela parece dizer: eu não tive escolha!

Pensando alto

De todas as características das religiões acho que a que mais me chama a atenção é a burrice. Religiões não permitem a evolução do pensamento nem o debate de ideias. Olhando para os argumentos religiosos nesta alavancada que o STF vai dar hoje em relação à interrupção terapêutica da gestação (que os religiosos preferem chamar de "aborto" para não perder a oportunidade de demonizar tudo que combatem) a gente percebe que eles não estão preocupados com a mulher, com a saúde, com o direito de escolha, com a vida plena, ou com a dignidade da criança. Não. O argumento deles é um só: aborto não!

O mesmo se aplica em relação aos homossexuais. Na discussão não entram direitos, não entra o progresso, não entra a nova sociedade e, principalmente, não entra o amor. Homossexuais não!

Não seria bom se existisse uma religião que evoluísse com o pensamento humano? Ah, já existe, e se chama CIÊNCIA.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Torpedos para Hillary


A Hillary Clinton tem um dos empregos mais ingratos do mundo - é uma espécie de mensageira de más notícias para o presidente. Enquanto o presidente está sempre sorrindo bonito na foto, ela tem que matar a cobra e mostrar o pau. E o pior é que ela faz isto melhor do que ninguém.

Eu gosto da Hillary Clinton, mas tenho que admitir que ela tem um ar de arrogante. Que cai feito uma luva para a função dela. Tudo isto deixa esta brincadeira que começou há alguns dias ainda mais interessante: usar fotos da Hillary mandando mensagens pelo celular e criar uma legenda. O site Texts from Hillary já viralizou e já é moda.

Minha favorita: a ex-secretária de estado Condoleeza Rice conversando com o Bush "Eu mandei um SMS para ela avisando que esqueci o meu óculos ray-ban predileto em cima da mesa" e a Hillary respondendo (usando o ray-ban) "Sinto muito, Condi, não vi". Meu segundo favorito: ela recusando um pedido de "adicionar amigo" do Zuckerberg no facebook.


O naufrágio

Já se programou para rever Titanic, agora em 3D? A Ellen Degeneres está animadíssima com o relançamento, especialmente depois que as cenas em que ela faz uma aparição especial foram reintegradas ao filme. Assim dá até para assistir mais uma vez.

domingo, 8 de abril de 2012

Melancolia árabe


Para um homem notadamente homossexual, principalmente se é efeminado, a vida no Marrocos não é nada fácil. Para a sociedade machista que domina o país, o homossexual efeminado não passa de um ser menor. Os garotos efeminados são frequentemente atacados e estuprados pelos homens mais velhos e não há muito que se possa fazer contra isto.

Abdella Taïa sabia desde muito jovem que era homossexual, mas aspirava a uma vida diferente. Tinha sonhos, tinha planos, mas a realidade sempre o lembrava de que aqueles planos não eram para alguém como ele. Ele nunca conseguiu se esquecer daquela noite enquanto dormia ao lado da família, quando foi acordado pelos gritos de homens bêbados do lado de fora "Vem cá, sua mulherzinha, vem cá que nós vamos comer você!" Ele esperava que seus irmãos e seu pai saíssem para defendê-lo. Mas não, ninguém ousaria contrariar "o jeito que as coisas devem ser". Sua família jamais ficaria do seu lado. Em muitos  momentos de sua vida, Abdella achou que não sobreviveria.

Hoje Abdella Taïa mora em Paris, é escritor, e tem retratado aspectos de sua história em suas obras. Em 2006 ele fez questão de publicar o texto "A Homossexualidade Explicada para a Minha Mãe" em árabe e francês em uma revista do Marrocos, provocando um grande escândalo acompanhado também de pequeno apoio de uma sociedade que começa a sentir a necessidade de mudar. Há duas semanas ele publicou um artigo tocante no New York Times, Um Rapaz Para Ser Sacrificado, em que chama a atenção do mundo para os homossexuais nos países árabes neste período de transição.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Espelho, espelho meu


Quando vi o trailer de Espelho, Espelho Meu pela primeira vez imaginei que o filme teria uma pegada diferente para atrair adultos. Mas, não; o filme é voltado para a diversão infantil mesmo. Para ficar um pouquinho mais interessante e palatável para as mentes inquietas da petizada de hoje alguns ingredientes extras foram incluídos, como o visual estonteante dos figurinos e cenários que realmente parecem saídos de um conto de fadas, um príncipe aparvalhado que passa grande parte do tempo sem camisa mostrando o corpinho (em uma cena a rainha má Julia Roberts chega a dizer "alguém arruma uma camisa para o principe porque eu não estou conseguindo me concentrar"), uma Branca de Neve que não passa de uma mosca-morta mas ganha vida no decorrer da história, e sete anões com cara de tarados que roubam as cenas em que aparecem.

Mesmo para a garotada a história chega a ficar meio chatinha em alguns pontos, mas nada que não seja suportável até a próxima piadinha infame. O diretor indiano Tarsem Singh não nega as origens e durante os créditos finais transforma a festa de casamento da princesa em um animado musical de Bollywood. E quem prestar atenção aos créditos finais vai ver que o filme é carinhosamente dedicado à figurinista japonesa Eiko Ishioka, responsável pelos figurinos exuberantes do filme, que faleceu em janeiro último. Resumindo tudo em uma linha, o filme deve fazer sucesso nas sessões da tarde das TVs nos próximos anos.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

O olhar do demônio


Eu senti um arrepio na espinha hoje de manhã ao ver nos jornais a foto do assassino Charles Manson divulgada pela polícia americana. Ele está hoje com 77 anos, internado há décadas em uma prisão de segurança máxima, e nenhuma foto dele havia sido publicada até então.

O primeiro livro que eu li diretamente em inglês foi Helter Skelter, no começo dos anos 80. São quase 700 páginas de um relato tão bem escrito que a gente mal consegue piscar. O livro conta toda a investigação e o processo do assassinato da atriz Sharon Tate, casada na época com o diretor Roman Polanski. Sharon Tate foi assassinada em casa juntamente com outras quatro pessoas que a visitavam. Ela estava grávida de oito meses e meio e os assassinos lhe deixaram um garfo enfiado na barriga depois de a terem matado e comido a comida que ela servia aos convidados. Uma das descrições mais pavorosas que já li em toda a minha vida.

Charles Manson era o mentor deste grupo que cometeu vários crimes no final dos anos 60. Viviam todos juntos e se chamavam de "família Manson". Charles Manson se julgava uma reincarnação de Jesus Cristo, ouvia vozes transmitindo-lhe ordens sobre o quê fazer, e tinha uma personalidade carismática que arrastava os fracos sem muito esforço. O livro é fartamente ilustrado e durante muitos meses eu não consegui tirar da cabeça o olhar de demônio deste homem. O meu susto foi constatar que a pele ficou flácida e envelhecida, os cabelos ficaram brancos, mas o olhar de demônio não envelheceu um só dia.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

A bruxa está solta

Agora é oficial. Carmen Lúcia Moreira de Souza, vulgo Carminha, personagem de Adriana Esteves em Avenida Brasil, é a nova bruxa mór do reino encantado da teledramaturgia nacional. Durante esta semana o autor escreveu uma fala ótima para ela destilar seu veneno na filhinha de pouco mais de onze anos de idade: "Filha, você já não é bonita, e ainda bota um vestido horroroso destes?". Agora a filhinha já pode tranquilamente crescer e se tornar uma assassina serial ou uma drogada - isto se não se matar na adolescência.

Mães bruxas podem parecer personagens exclusivos da ficção, mas não são. Lembro-me da primeira conversa com uma mãe de aluno na minha encarnação como professor. Eu, meio apreensivo por ter que reclamar de um garoto impermeável ao aprendizado, escuto a mãe dizer "eu sempre achei ele meio burrinho também". Pois é, a novela das nove também imita a vida.

Acidente?

O entendimento do STJ que a embriaguez no trânsito só pode ser comprovada com o uso do bafômetro parece ir contra a tendência natural de construção de uma sociedade menos sujeita aos erros de alguns poucos. Dizem alguns juristas que a culpa é das leis mal escritas. Temos um código muitíssimo mal redigido, capenga mesmo, resultante de emendas que vão sendo agregadas e anexadas e juntadas para atender a interesses de parlamentares e partidos.

Por isto eu acho bacana iniciativas como a da campanha Não Foi Acidente!. Só mesmo quem tem o hábito de voltar dirigindo bêbado para casa não apoiaria uma causa destas, e estes só vão mesmo mudar quando perderem um amigo ou familiar em um acidente provocado por um motorista bêbado. E aí vão entender, mas será tarde demais.

terça-feira, 3 de abril de 2012

O artista

Assisti ontem a O Artista. Achei criativo, interessante, bonitinho. A história é tão simplesinha que chega a ser ingênua. É interessante como a ausência de diálogos falados dá uma sensação de angústia no início, talvez porque vivamos em um mundo muito barulhento e em um tempo em que estamos acostumados a ser bombardeados por vozes vindo de todas as direções. A voz humana, ao mesmo tempo que pode ser extremamente agradável, pode também ser um dos sons mais irritantes do universo.

Mas, sinceramente, não entendi o sentido de presentear o filme com o prêmio máximo de Hollywood. A mensagem de que precisamos olhar para as origens não faz sentido. A evolução tecnológica que trouxe a cor, o som, os efeitos especiais, os novos formatos de tela, o 3D, é um fator positivo que deve ser comemorado e não desdenhado. Se o cinema está em crise de identidade ou se existem muitos filmes medíocres hoje em dia, a culpa não é da tecnologia. Há filmes bons e ruins de todas as épocas e de todas as faixas de orçamento.

Além disso, não acho necessário fazer um filme com cara de anos 30 para forçar a reflexão. Há dezenas de filmes bons originais daquela época. O Oscar de melhor filme para O Artista faz tanto sentido quanto dar para uma caverna o prêmio de arquitetura do ano só para lembrar como tudo começou.

Lembrei-me de 2008 quando a Academia desdenhou Avatar e premiou Guerra ao Terror, um filme menor que ninguém viu e ninguém gostou.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Becoming Me


Ainda estou sem chão depois de assistir a este programa excelente que foi ao ar ontem na televisão americana sobre crianças transexuais. Eu imagino que um dos maiores horrores da vida seja estar preso em um corpo do sexo oposto. Você já parou para pensar o que sentiria, independente de ser hétero ou gay, ao se despir agora e descobrir que seu corpo se transformou no sexo oposto mas a sua cabeça continua a mesma?

As crianças retratadas no programa parecem absolutamente em paz e acho que ninguém diria que são transexuais se o programa não o apontasse. Por sorte estas crianças convivem com pais maravilhosos que estão conseguindo fazer com que elas cresçam sem traumas. Espero que logo o vídeo seja legendado para que quem não fale inglês possa assisti-lo e se surpreender, como eu me surpreendi. Acima de tudo, é uma mensagem forte do amor incondicional de pais pelos filhos.

domingo, 1 de abril de 2012

Jogos Vorazes

Qualquer pessoa que se senta no cinema para assistir a um filme está assinando um acordo tácito com os realizadores aceitando abrir sua mente e se deixar convencer de uma plausibilidade construída para aquele filme. É isto que nos faz concordar que um homem pode voar e ter superpoderes, que vampiros existem, que o amor entre os protagonistas é real, que o sofrimento da mocinha é autêntico, que o vilão é mau. É o que nos faz embarcar na história, torcer, sofrer, chorar.

Jogos Vorazes (The Hunger Games, 2012) não funcionou para mim. Falhou em construir na minha cabeça a plausibilidade que me faria aceitar a história. Logo nos primeiros segundos, quando os letreiros explicam sobre os jogos anuais em que cada distrito sacrifica um casal, minha mente disparou uma campainha "Que ideia mais ridícula!". Esta resistência não me deixou embarcar na história por mais que eu tentasse.

Para piorar, não consegui odiar os vilões. Para mim o vilão era o sistema e não os outros jovens concorrentes. Senti pelos outros jovens o mesmo que senti pelo casal protagonista e não consegui me posicionar a favor de ninguém.

Uma pena. Devo ser a única criatura na superfície da Terra que não embarcou na onda dos jogos da fome. Tecnicamente o filme é muitíssimo bem feito, tem atores carismáticos, muita aventura, muito suspense. Mas quando a gente está pouco se importando com o destino dos protagonistas tudo perde a graça. 

Ricky Ricky Ricky

Eu gosto muito do Ricky Martin. Mas quando li que ele tinha feito um ensaio com nu frontal para a DNA australiana fiquei meio apreensivo. Justo neste momento que ele estreia nos palcos de Nova York e posa de paizão família com o maridão e os filhos, achei meio fora de hora.

Mas parece que o Ricky Martin consegue derreter qualquer insinuação de mau gosto com este big sorriso que só ele tem. As fotos (aqui) estão um luxo só - a perfeita combinação de sexualidade latina, tesão e falso recato.