quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

É tudo tão simples

Teve um dia entre o Natal e o ano novo que eu acordei às 3 da manhã completamente sem sono e com disposição para começar uma aula de aeróbica. Depois de jurar mentalmente que nunca mais tomo café à noite, saí da cama e fui procurar algo para me distrair. Lembrei-me que a Amazon já está operando no Brasil há quase um mês e eu ainda não tinha testado o serviço. Achei um e-book bem baratinho e que desse para ler sem exigir muito dos neurônios (É Tudo Tão Simples, Danuza Leão, por R$ 13,20), fechei a compra, e em exatos 15 segundos o livro estava baixado no iPad pelo aplicativo do Kindle. Uma maravilha de serviço. E o aplicativo é excelente - permite anotações, compartilhamento de trechos, ajuste do tamanho e tipo da letra, cor do fundo, não falta nada. Totalmente aprovado.

Não dá mais para resistir à era digital. Eu também costumava dizer que jamais abandonaria o cheiro único dos livros de papel, mas daí me dei conta que era mais ou menos o mesmo que no século passado se opôr à chegada dos automóveis por apego ao cheiro dos cavalos, ou qualquer outra desculpa que a gente inventa para não sair da zona de conforto e tentar o novo. Você escolhe: ou fica parado no tempo ou embarca na onda. O tempo não para.

O livro? É uma grande bobagem, mas muito divertido. A Danuza Leão tem um estilo direto de frases curtas, bom humor sempre, umas tiradas engraçadas. Às vezes é preciso dar um desconto para tolices do tipo "Morra de sede mas nunca beba água em copo de plástico". A gente sabe que estando com sede no meio do deserto vai beber água até em lata de óleo usada sem lavar. Mas o livro não é um manual de sobrevivência no deserto ou na selva, mas de convivência na nossa sociedade que cada vez admite menos regras. E tem algumas tiradas deliciosas:

"Nunca fique mostrando fotos de netinhos [ou filhos, ou sobrinhos - inclusão minha]. Criança em fotografia é tudo igual".

"Se estiver louca[o] por um namorado, frequente os supermercados sexta e sábado à noite; se for preciso, alugue uma criança e leve a um teatrinho infantil, é lá que estão os pais recém-separados e ainda vulneráveis, com os filhos".

"Editoriais de moda são como textos de convite de exposição de pintura abstrata: ninguém entende nada".

"Quem mais quer casar nos dias de hoje são os gays".

"Ela tem uma mania: dá sempre uma garfadinha no que ele está comendo, seja lá o que for. No começo ele até acha graça, mas com o tempo vai se irritando, e, um dia, quando ela pega o último camarão, ele se levanta da mesa e não volta nem para pegar as roupas".

"Ter cara de rica envelhece".

5 comentários:

Anônimo disse...

Ela é a mulher mais chique dos trópicos! E ainda se bate com o porteiro do prédio dela em Paris...

M. disse...

Leio muitos e-books, mas, rsr, ainda gosto muito dos de papel. Principalmente aqueles livros que gosto de guardar.... ereler trechos.
abraços

Anônimo disse...

A Danuza tem sempre razão - uma coisa [essa sacada é dela]. Copo de plástico é um horror e ainda por cima dá cancer [tem um componente químico do mal]. Na Inglaterra é proibido.

Rodrigo disse...

Ainda prefiro, e compro, o velho e bom livreto.
Ebuquis me cansam a pouca beleza.

E Danuza sou suspeito, adoro seus escritos, inclusive as colunas bem mulherzinha para a revista Claudia.

Besos, cariño.

Fabio Santos disse...

Luciano Também tenho esse ebook no meu IPAD. Uma delicia de ler. Também sempro leio a coluna dela na Folha. As vezes ela viaja, mas no geral é uma leitura divertida.