Felizmente a Aline não cometeu o mesmo erro da Nina de Avenida Brasil, e as fotos comprometedoras mostrando Félix e seu Anjinho puderam ser usadas praticamente no mesmo capítulo em que foram tiradas para criar mais uma pequena revolução em Amor à Vida. Embora o texto de Walcyr Carrasco não prime por diálogos profundos, a cena de retirada à força de Félix do armário se estendeu por quase dois capítulos e teve momentos antológicos. É extremamente interessante a posição de antagonismo dos personagens de César e Félix porque são ambos imorais, ambos vilões, mas mesmo assim sempre ficou bastante claro o quanto a homofobia pode ser cruel e como pode destruir uma pessoa. Este tipo de reação de pais não é nada incomum.
Mas um dos pontos mais interessantes do embate entre pai e filho foi a inevitável pergunta: "quando você se encontra com este seu amante, quem é o homem e quem é a mulher?". Neste ponto Walcyr Carrasco realmente merece aplausos por mostrar claramente o cerne do pensamento homofóbico. César não consegue perceber que no encontro de dois homens homossexuais que se amam não há homem e mulher. Há dois homens inteiros.
Este tipo de preconceito é também muito facilmente encontrado nas pregações de pastores homofóbicos. O homofóbico não tem maturidade para enxergar uma relação homossexual como um ato de amor, uma relação entre duas pessoas inteiras, mas apenas como o encontro de genitálias.
11 comentários:
Em outras palavras: Viado é quem dá, não quem come!
Muito bom seu texto.Não vejo novela mas, o discurso homofóbico é assim mesmo.Eles não conseguem entender dois homens se amando.
Um grande abraço e continue postando
mais coisas bacanas prá gente ler.
Até mais.
Essa pergunta realmente mostrou que pessoas preconceituosas e homofobicas só veem sexo nas relaçoes homo. Incrivel como elas tem o pensamento limitado aos proprios interesses.
Pessoas assim nao conseguem relacionamento algum que lhes dê satisfação integral...nem fisica, nem psico e nem emocional. Sao frustrados e nao aceitam a completude do outro, principalmente numa relaçao amorosa entre iguais.
Bom dia Luciano e abraços
Muito se falou do capítulo exibido em 01/08, mas p/ mim o embate antológico foi, sim, entre os personagens César e Félix, no capítulo de ontem, 02/08. Fagundes e Solano mereciam um Emmy, desde as atuações de Adriana Esteves e Marcello Novaes naquela cena da morte de Max em Av. Brasil não via algo tão bem escrito e dirigido. Quando a Globo faz merda, é uma sra. duma merda, mas quando faz direito e faz com emoção é esse show que o Brasil inteiro viu ontem a noite.
Também concordo com o anônimo acima sobre o capítulo, e quanto ao texto aqui do blog disse tudo!!!
luciano, excelente texto mais uma vez. tou pensando até em começar a ver essa novela só pelas coisas que leio aqui e pelos vídess que você compartilha.
abraços!
Morando há 10 anos no Nordeste, a cultura homofóbica é que o ativo não é "baitola", o gay é somente o passivo. E assim vai, um monte de gente casada que não se acha gay no papel de "macho" ativo.
Preconceito + ignorância = palavras diferentes com o mesmo significado...
Ter um pai autoritário e reacionário como o Cesar vivido pelo Fagundes justifica e até humaniza muitas das canalhices do Félix, essa novela parecia mais do mesmo mas tá pegando a gente pela emoção, quem nunca viveu esse momento crucial: a temida conversa olho no olho com um pai ou uma mãe conservadora, a fatídica hora da verdade, onde abundam cobranças e chantagens horrorosas... Texto do Carrasco para a situação foi maravilhoso. Num país que quase ninguém lê e pouquíssimos adquirem senso crítico numa universidade, que venham mais novelas p/ esclarecer nossa gente sobre a barra pela qual os LGBTs passam.
Eu responderia: Nós dois somos s homens e o senhor é a mulher. Fim.
os*
ME POUPE, OS PROPRIOS GAYS SAO PRECONCEITUOSOS E CHEIOS DE ROTULOS, A PRIMEIRA PERGUINTA IMBECIL.VC É ATIVO, VC É PASSIVO, VC É ATIVO MAS CHUPA PAU ETC E TAL !
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