domingo, 15 de agosto de 2010

Agora eu sou um homem sem freio

Uma das vantagens de se ter uma irmã dentista é poder ser atendido a qualquer momento que surge um problema, mesmo sem ter hora marcada. E ontem, em pleno sábado à tarde, lá estava eu de boca aberta no consultório sendo submetido a uma microcirurgia para corrigir um problema no freio labial inferior, aquela faixa de tecido que une o lábio à gengiva. A cirurgia envolvia anestesia, cortar o freio, muito sangue, sutura - nada muito animador para uma tarde de sábado.

Mas nada disto me preocupou. Minha irmã é bastante segura e experiente, e eu não tenho muita frescura para este tipo de coisa. O meu maior problema é que a gente sempre tem muito assunto, e eu realmente nunca consegui entender como é que um dentista espera que você responda alguma coisa estando com a boca anestesiada e cheia de algodão com um tubo no canto drenando a saliva. Qualquer tentativa de dizer alguma coisa resulta em um balbucio gutural e a angustiante sensação de que a glote vai ter um espasmo. E a minha irmã continuava conversando como se estivéssemos em uma sala de visitas. Será que todo dentista é assim?

4 comentários:

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

por incrível q pareça é sim ... nunca vi coisa igual ... todos sofrem de carência crônica q se compensa no falar compulsivo, e ainda ficam com aquela cara de não sei o que esperando nossa réplicas ... eu só fico olhando para a cara deles com aquele ar de paisagem ...

bjux

;-)

Anônimo disse...

Rolando de tanto rir.

Somos exatamente assim.

Na sexta, o meu me perguntou: O que você quer fazer? Consegui balbuciar alguma coisa do tipo: Trocar de lugar com você.

Que pergunta...Pense!

Guilherme.

Anônimo disse...

hahahah mto bom!

Meu dentista é igualzinho, e eu, q tbm já gosto de um papo, ficava angustiado pra falar e não podia. ue raiva q dava! rsrs

Diego Rebouças disse...

E parece que eles só decidem começar a conversar quando te dão aquele canudo maldito de sucção, quando a fala fica mais comprometida.

Mas sabe o que eu faço? Falo como se fosse normalmente compreensível. É desesperador pra mim, mas é mais ainda pra ele, que não entende p. nenhuma.

Eu ali deitado e metralhando agá égué gogogó nhungu gunhu.