sábado, 31 de dezembro de 2011
Nos vemos em 2012!
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Deixando de gostar de quem se ama
Assisti ontem a Um Dia (One Day, 2011), o filme com Anne Hathaway e Jim Burgess baseado no livro de David Nichols sobre dois colegas de faculdade que mantêm uma amizade colorida e sempre se encontram no mesmo dia do ano, todo ano, durante vinte anos. Não vou falar do filme, mas desta cena que me impressionou bastante, quando a garota, muito decepcionada pelos rumos tortuosos que a vida do amigo tomou, o abraça apertado e diz "Eu te amo muito. Muito mesmo. Mas eu não gosto mais de você." E vai embora.
A frase ficou retornando várias vezes à minha cabeça mesmo depois do filme acabado. Acho que só agora me dei conta de que é possível deixar de gostar de alguém mas o continuar amando. E isto explica tanta coisa na minha vida...
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Eu gosto de meninos
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Para não broxar no Natal
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Missão: Impossível - Protocolo Fantasma
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Absolutamente fabulosas
Absolutely Fabulous especial de final de ano. Na íntegra.
The Videodrome Discothèque Vault Presents: The New Absolutely Fabulous Episode!!! from Videodrome Discothèque on Vimeo.
Punição para as igrejas
"O projeto [de lei que criminaliza a homofobia] quer a proteção da comunidade LGBT contra a injúria e contra o impedimento do acesso ao direito. Por exemplo: é um direito meu expressar publicamente meu afeto no teatro, no shopping e não ser banido desses lugares.
...eu não acho que os pastores que estão explorando uma concessão pública de rádio e TV tenham que aproveitar esses espaços para demonizar e desumanizar uma comunidade inteira, como a comunidade homossexual. Isso é uma injúria motivada pela homofobia. Ou seja, a promoção da desqualificação pública da dignidade dos homossexuais. Tem que ser enfrentada.
Sabe o que é inaceitável? As igrejas, por exemplo, financiarem programas de recuperação e de cura de homossexualidade.
Fernando Henrique Cardoso fez a minha cabeça como sociólogo. Lula é o que mais me inspira. Dilma? Não tenho uma avaliação ainda... Ela disse que o governo não serviria à propaganda de opção sexual nenhuma. Revelou profundo desconhecimento da ideia de que nós não optamos pela nossa orientação sexual. Não é uma questão de opção."
sábado, 24 de dezembro de 2011
Porque hoje é Natal
Nesta noite de Natal eu quero compartilhar esta história linda de dois homens que se conheceram em Nova York em 1957 e nunca mais se separaram. Durante quase sessenta anos, William I. Campbel e John V. Hilton juntaram suas vidas em uma única história, que atravessou até uma separação de continentes quando um deles foi trabalhar na Europa. Durante todas estas décadas eles se apoiaram e caminharam juntos, sempre preocupados em ajudar o outro a crescer.
No início deste ano eles concordaram em contar sua história para o projeto Devotion - que resultou no vídeo abaixo e comoveu gays e héteros sem distinção. A filmagem foi feita nos dias 15 e 16 de abril deste ano. William faleceu duas semanas depois.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
A dança do siri
Então... ficou 12 horas na fila, pagou quase 3 mil reais, e voltou pra casa com o seu novo iPhone 4S? Parabéns. Não se preocupe se você não entender muito bem a princípio para quê serve o recurso de voz Siri.
Logo tudo vai ficar muito claro...
Está frio lá fora
O Chris Salvatore é tão gato que até dói. Este americano de 26 anos, além de um corpinho talhado para o pecado, também tem tutano. Canta muito bem, dança muito bem, e é ativista para causas LGBT.
Foi um choque quando vazaram as fotos dele peladão. Só clique aqui se estiver preparado para cair de costas.
Esta semana, para celebrar o Natal, saiu a gravação dele cantando Baby, It's Cold Outside em dueto com o Mister Chase.
Agora o melhor: a música está à venda na iTunes brasileira (aqui) por 99 centavos de dólar e a renda reverte para as organizações de apoio e prevenção de suicídio de jovens gays. Compra lá para ouvir no Natal e ajudar uma boa causa. A produção ficou uma delícia, com clima de muita sedução e paquera.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
É segredo, bebê!
Eu não sigo Fina Estampa. Acho inverossímil, rasa e bem chatinha. Mas vejo alguns pedaços de capítulos sem compromisso (principalmente nas terças esperando Tapas & Beijos). E sei que muita gente deve estar curiosa sobre o tal segredo da Tereza Cristina (Christiane Torloni).
Se não inventarem algo realmente revolucionário a revelação vai ser broxante. O público das novelas das nove ainda não se refez da broxada que foi o segredo do Gerson de Passione.
Eu já tenho a minha teoria particular: Tereza Cristina foi homem! É trans operada. Isto explicaria, por exemplo, o fato de ela ser mais veada que Jorge Lafond à décima potência. Explicaria a relação complexa que ela tem com o veadinho do Crô. Explicaria a relação de ódio com Griselda (Lília Cabral), que é chamada por muitos de Pereirão: a trans a julga sapatão e não aceita o fato de ela não se assumir e ainda por cima vir roubar o homem dela.
Na minha história existia um casal de gêmeos. O homem, que era trans, fez uma operação de mudança de sexo e assumiu a identidade da irmã quando ela morreu. Virou Tereza Cristina.
Sei que muita gente vai perguntar sobre a filha (Adriana Birolli). Muito simples: ela simulou a gravidez e raptou um bebê. E assim vai ter a oportunidade de dizer "Obrigada de novo, Nazaré Tedesco!". Gostou, bebê?
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Inferno na Terra
Você sabia que Kim Il Sung é considerado presidente da Coreia do Norte até hoje embora tenha morrido em 1994? A Coreia do Norte é um país de mentira, criado nos mesmos moldes da aldeia do filme do Shyamalan (A Vila, de 2004), com uma população que foi levada a acreditar que além das fronteiras do país existe um mundo de inimigos e de trevas e que a Coreia é a melhor nação da face da Terra. Para quem está lá esta é uma verdade inquestionável. A população deste país pobre e atrasadíssimo vive isolada do resto do mundo e não tem a menor ideia de como vivem as pessoas aqui fora.
Para se ter uma ideia, imagine que alguém tentasse convencê-lo que a Terra não é redonda - mas tem o formato de um prato. Sua certeza de que a Terra é redonda é baseada em todas as informações que lhe foram transmitidas pela ciência, pelo conhecimento. Mas você nunca viajou ao espaço e nunca viu a Terra de longe, viu? E se todo este sistema de transmissão de informações for falso e criado especificamente para enganá-lo?
Pois é, tentar se convencer de que a Terra tem o formato de um prato não seria nada fácil. Da mesma forma, na Coreia do Norte as pessoas não têm capacidade para imaginar uma realidade diferente daquela que lhes foi imposta e que está gravada na mente como fato incontestável.
É desta mesmíssima forma que funcionam as religiões. Elas só fazem sentido para quem está dentro. É quase impossível convencer um religioso do quão absurdas são suas crenças. Estas imagens de hoje mostrando pessoas em estado de histeria, provavelmente montadas para mostrar ao resto do mundo como o líder Kim Jong-Il era querido, lembram muito as manifestações religiosas. O princípio é o mesmo.
sábado, 17 de dezembro de 2011
Trans-Tailândia
Por alguma razão que ninguém sabe explicar direito a Tailândia tem se mostrado solo fértil em termos de transsexualidade. Lá existem times de vôlei só de transsexuais, concursos de beleza bastante concorridos, e hordas de amigos transsexuais que passeiam juntos pelas ruas.
A última novidade é a empresa aérea PC Air que tem quatro ladyboys (como são chamados na Tailândia) contratadas como comissárias. Nong Film, a segunda da direita, já participou até de comerciais e novelas.
Ainda não conheço a Tailândia, mas talvez lá seres escrotos como Magno Malta ou Silas Malafaia é que sejam considerados aberrações. Os tailandeses devem estar muito mais perto do dia em que o mundo vai descobrir que o transsexual é um ser humano mais evoluído, que reúne o melhor dos dois sexos.
The facebook is on the table
Esta semana o facebook liberou o recurso da linha do tempo para todos os usuários. Pena que no Brasil não vai dar certo. Explico-me. O recurso, como dá pra ver pelo vídeo acima, teoricamente transforma a página do usuário em uma biografia contada através de suas postagens - nascimento, formatura, noivado, casamento, e por aí vai. Acho que os americanos usam o facebook assim como ele foi projetado - para dar notícias aos amigos do quê está acontecendo nas vidas deles.
No Brasil o facebook não é usado deste jeito. Não é melhor nem pior, é diferente. As pessoas postam indicações do que elas gostariam que os amigos vissem, ou lessem, ou assistissem. É uma infinidade de links de vídeos, artigos, reportagens e o escambau. E uma montanha de frases sem graça que parecem tiradas daqueles antigos almanaques de farmácia. E daí tem os bichos. Muitos bichos. E no meio disto tudo a gente continua sem saber como está o "amigo". O facebook no Brasil virou o substituto das apresentações PowerPoint dos primórdios da Internet (neste ponto estou batendo na madeira três vezes por termos nos livrado daquele mal).
Todos somos, no geral, gente de bem que adora animais. Mas muita gente usa o facebook como petbook, e aí é uma chatice sem tamanho. Me faz lembrar daqueles pais sem noção que obrigam os amigos a assistir àqueles intermináveis vídeos de festa de aniversário de criança. Ninguém tem nada contra crianças, mas ninguém suporta pai que só fala de criança. Gente que só fala de bicho está na mesma categoria.
Depois tem também o problema da frequência. Tem gente que passa o dia inteiro postando no facebook. Será que ele já desconfiou que se não recebe muitos "Curti" ou comentários é porque os amigos já desligaram as mensagens dele? Qualquer pessoa que poste mais do que dez mensagens por dia no facebook deveria procurar um médico. É sério! Felizmente alguns males duram pouco. Aquela febre do foursquare com pessoas anunciando a cada meia hora onde estavam (who cares, anyway?) parece ser coisa do passado.
É claro que é possível desabilitar tudo que a gente não quer ver. Mas é uma pena que esta ânsia por postar tenha forçado a gente a desabilitar mensagens de tantos "amigos". Quando ele postar algo realmente importante ou interessante a gente nem vai ficar sabendo.
Muita gente chama isto de orkutização do facebook. Mais exato seria abrasileiramento, ou tropicalização, do facebook. É cultural. Como eu disse antes, não é melhor nem pior. É diferente.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
O maior espetáculo da Terra
Foram anunciados hoje os indicados ao Globo de Ouro e já dá pra ver que, independente do resultado, uma grande injustiça vai acontecer. Meryl Streep, Glenn Close, Tilda Swinton e Viola Davis concorrem na mesma categoria e só uma vai poder levar o prêmio. Isto vai ser briga de gente grande!
E não demora muito eles criam a categoria "melhor montagem com cenas de vários filmes". Estas montagens de final de ano estão ficando cada vez melhores e incrivelmente profissionais. Há dois dias eu tinha publicado esta aqui. Hoje soltaram esta outra aí embaixo que está ainda melhor - um verdadeiro arraso. Me deu vontade de rever um monte de filmes.
Os fundamentalistas são invejosos enrustidos
"Por isso, no debate (ou na gritaria) entre homossexuais e evangélicos, por exemplo, nem preciso decidir se gosto mais de Oscar Wilde ou do apóstolo Paulo.
Pois, bem antes e independentemente disso, a oposição relevante é a seguinte: os homossexuais não pretendem que os evangélicos passem todos a transar com parceiros do mesmo sexo ou a frequentar baladas gays, enquanto os evangélicos pretendem que os homossexuais se convertam e renunciem a seu desejo (transformado em "pecado") - ou, no mínimo, que eles sejam impedidos de viver segundo suas próprias disposições e convicções."
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Quando o carteiro chegou e o meu nome gritou com uma carta na mão
Recebi ontem pelo correio um cartão postal de uma amiga que estava de férias em San Francisco e uma conta. Detalhe: minha amiga já retornou de lá há cinco semanas, e a conta tinha vencimento para dia 14 do mês passado! Não é triste ver uma organização como os Correios, que nos anos 90 estava entre as instituições mais confiáveis do país, se esfacelar desta maneira?
Este atraso não teria me deixado tão indignado se na semana passada eu não tivesse recebido outro sinal do atual estado de degradação dos Correios. A secretária da minha associação profissional me ligou para verificar se eu havia mudado de endereço depois que o jornalzinho que há 12 anos me é enviado para o mesmo endereço foi devolvido com o carimbo de "Endereço Inexistente". E no mês anterior, um amigo aguardava o recebimento de uma encomenda que foi devolvida ao fornecedor com o aviso de "Mudou-se".
Carteiros e outros funcionários sérios vivem uma luta inglória por melhores salários nesta instituição que é hoje só uma mina de dinheiro para a corrupção política. Alguém ainda se lembra que foi lá que começou toda a história do mensalão?
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Cinescape
Se você já está cansado de ouvir aquele mash-up com as melhores músicas de 2011 então chegou a hora de relembrar os melhores filmes do ano. E achar que o mundo parece estar mesmo girando mais depressa. Janeiro parece que foi ontem!
O galego da cabeça quebrada
Juro que não consigo entender o que está a acontecer com o João Pereira Coutinho. Há exatamente um ano ele escreveu na Folha criticando o fim do Don't Ask Don't Tell nos Estados Unidos (na época comentei aqui) em um artigo estranho onde dava a entender que a visão dele de gays nas forças armadas era de uma eterna pool party na caserna.
Hoje ele surpreende novamente com o artigo Homofobia não é crime (link para assinantes). Segundo ele, é perfeitamente legítimo não gostar de gays, da mesma forma que gays podem não gostar de héteros. Até aí morreu o Neves. Como já dizia meu falecido avô, e com o quê eu sempre concordava prontamente, "mais vale um gosto do que um caminhão de bucetas".
As ideias ficam turvas quando Coutinho parte para "no vasto mundo da estupidez humana, é perfeitamente legítimo não gostar de brancos; de negros; de asiáticos; de portugueses; de brasileiros; de judeus; de cristãos; de muçulmanos; de ateus; de gordos ou de magros". Aqui ele parte para a supersimplificação que destrói toda a ideia de liberdade democrática.
Não gostar de gays ou de negros ou de nordestinos não é o mesmo que não gostar de batata-doce ou não gostar de pimentão. Estes "estados de preferência" podem existir na cabeça de qualquer um; defendê-los em público é outra história. Será que este galego não consegue ver onde se iniciam os crimes de ódio? Será que ele realmente não vê as consequências de uma figura pública como a Ana Maria Braga, por exemplo, dizer em seu programa matinal "não gosto de negros"? Será que ele realmente acha que teria o mesmo efeito se ela dissesse "não gosto de jiló"?
domingo, 11 de dezembro de 2011
Falta de tato
O projeto acima, proposto por uma uma grande firma de arquitetura da Holanda para construção em Seul, na Coreia, parecia perfeito à primeira vista. As torres de 260 metros de altura levam em consideração avançados conceitos de meio-ambiente e aproveitamento do espaço. Só não contavam com o efeito de evocar lembranças recentes e feridas vivas que estão ainda longe de cicatrizar. Será que ninguém viu isto antes?
sábado, 10 de dezembro de 2011
Eu sou Jesus Cristo e eu aprovo esta mensagem
Recomendo fortemente que você leia o texto que o Tony publicou ontem, caso ainda não o tenha feito. O Tony soube explicar melhor do que ninguém os obscuros meandros por trás de toda esta história do uso do nome de Deus para a política e a dominação. A eleição presidencial americana está sendo solo fértil para aqueles que se consideram donos da verdade divina demonizarem principalmente os gays por estarem recebendo, pela primeira vez na história, um tratamento mais junto da administração federal.
Outra ótima resposta àquele famigerado comercial do candidato Rick Perry surgiu hoje pela turma do Funny or Die. Agora é Jesus de Nazaré em pessoa que aparece para reclamar. E com razão. Afinal, de repente parece que todo mundo tem procuração para falar no nome de Deus. Se a notícia de que Jesus voltou começasse a se espalhar por aí, tenho certeza que haveria muito pastor evangélico e muito cristão radical se borrando nas calças...
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
This is an eye-phone!
Eu sou de uma geração que cresceu na frente da TV da mesma forma que as gerações atuais crescem na frente do computador. Naquela época o humor era um pouco mais ingênuo e a gente adorava Os Três Patetas.
Hoje está tudo mudado nesta realidade onde a gente é obrigado a dizer que eles são "mentalmente prejudicados". Não sei se a juventude de hoje, acostumada a rir de coisas mais pesadas como Se Beber Não Case ou Missão: Madrinha de Casamento vai achar graça numa comédia pastelão à moda antiga.
Mas, tem o Sean Hayes (o eterno Jack McFarland de Will & Grace), quase irreconhecível na pele do pateta Larry. E também Jane Lynch e Sofía Vergara - o que já é razão suficiente para se sair de casa. E eu tenho que confessar que este trailer me deu uma puta saudade da infância!
Sleeping at last
Sleeping At Last é o nome artístico de Ryan O'Neal, este americano de Illinois que criou a banda em 1999 e de lá para cá vem se apresentando, às vezes com amigos, na maioria das vezes só. A voz do Ryan O'Neal se enquadra naquela categoria como-é-que-ele-consegue? Quando a gente olha para este rosto tão comum não consegue fazer ideia do talento extraordinário do moço.
Sleeping At Last - January White:
Os discos do Sleeping At Last são obras de arte não apenas pelas músicas belíssimas, mas também pela arte gráfica das capas com aquarelas de cores vivas. É como se os trabalhos já viessem embrulhados para presente.
Apesar de mais de uma década de estrada e do sucesso relativo (a música Quicksand faz parte da trilha sonora de Grey's Anatomy de 2006), o merecido reconhecimento internacional deve vir agora com a belíssima Turning Page, escrita especialmente para a trilha sonora de A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte I.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
A dama de titânio
O discurso de Hillary Clinton para as Nações Unidas ontem em Genebra é realmente histórico. Nunca na história daquele país uma administração federal havia mostrado tamanho comprometimento com a causa GLBT. As palavras foram firmes e as posições bem definidas. Principalmente nos pontos em que o país mais poderoso do mundo se compromete até com sanções econômicas contra os países que não respeitarem os gays.
Na prática a história é bem outra. É claro que nada muda de uma hora para a outra com um discurso. Principalmente saindo da boca de um país que mal tem feito a lição de casa. A maioria dos gays americanos nem pode ainda se casar com seu parceiro, e é justamente dos Estados Unidos que vem um dos mais cruéis resultados da homofobia da sociedade: o suicídio de gays adolescentes.
Mas há que se atacar por todos os flancos. Esta é uma guerra de muitas frentes. E as sanções podem sim funcionar em alguns casos específicos como Uganda, onde ser gay é uma sentença de morte. E tem aquele velho ditado, muito verdadeiro: água mole...
"...It is violation of human rights when people are beaten or killed because of their sexual orientation, or because they do not conform to cultural norms about how men and women should look or behave. It is a violation of human rights when governments declare it illegal to be gay, or allow those who harm gay people to go unpunished..."
Já vem tarde
Já houve rumores que a loja iTunes seria inaugurada no Brasil para a venda de músicas digitais, mas nunca tão fortes e sólidos como agora. E o melhor: o zum-zum-zum diz que a abertura será anunciada oficialmente amanhã em pronunciamento já confirmado pela Apple.
Eu, que sou consumidor voraz de música, me sinto como um garotinho na loja de doces toda vez que visito a iTunes americana, da qual sou comprador há alguns anos. A chegada da loja ao Brasil deve reacender o debate sobre o combate à pirataria e eu estou curiosíssimo para ver o que vem em seguida. O Brasil é um país suis generis e nada do que aconteceu lá fora pode ser tomado como padrão.
Há uma forte demanda reprimida de clientes que não compram música digital por falta de boas opções de fornecedores legais (os atuais disponíveis no Brasil são risíveis em termos de acervo e serviço). Também existe no país uma mentalidade bastante arraigada de pessoas que já se acostumaram a não ver o direito intelectual como bem comercializável, o que é fortalecido pelas situação de corrupção oficial quase institucionalizada, pela pseudo "esperteza" do brasileiro, pelo famoso "jeitinho", e por aí afora - em uma espiral histórica que não é fácil de mudar. Agora é esperar para ver. E ouvir.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
O começo do fim
Acho que uma das únicas vantagens de se dividir o tempo em anos é poder fechar o pacote de tempos em tempos. E mais um pacotão está quase pronto para ser embalado. É a hora de aparecer aquele monte de retrospectivas e listas para deixar a gente com a sensação que o ano passou e não aproveitamos como podíamos.
Este mashup dos principais sucessos musicais do ano ficou legal. Você consegue identificar as 29 músicas?
(Gostou e quer baixar a trilha sonora mixada? É só clicar em download aqui).
Os seus, os meus, os nossos
Os inimigos dos gays foram programados para combater um bando de estranhos degenerados transviados viciados em sexo. Por isso ficam sem ação quando se deparam com seres humanos absolutamente normais. Quando a luta pela igualdade de direitos assume um ar familiar, os inimigos ficam sem ação.
Em países onde a causa está em estágios mais avançados já existe um forte engajamento de familiares. O vídeo do jovem Zach Wahls (postei aqui no começo do ano) defendendo suas duas mães na câmera legislativa de Iowa teve muita repercussão na época, e na semana passada ressurgiu nas redes sociais. As palavras e os argumentos de Zach são atemporais, e o vídeo realmente merece ser revisitado de tempos em tempos.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Vamos incendiar a chuva
Depois de ter suas músicas regravadas por todo mundo, da mulher do padeiro ao namorado do padre, Adele vai agora conhecer as sósias que ganham a vida imitando-a na aparência. A primeira a ficar conhecida é Michelle Meredith, que tem uma semelhança espantosa com a verdadeira Adele e que a dubla neste vídeo que o diretor Andrew Vallentine criou de brincadeira para Set Fire To The Rain. O vídeo mostra através da dança a velha ciranda garota-que-gosta-do-garoto-que-gosta-de-outro-garoto. Realmente, é cara de uma, focinho da outra.
If not now, when?
Agora é oficial. Há um novo vírus no ar. Um vírus bom. É o vídeo It's Time (postei aqui há dez dias), protagonizado pelo Julian Shaw (mais informações dele aqui), que tomou a Internet de assalto e viralizou com mais de 3 milhões e 500 mil visualizações em apenas duas semanas. Existe até uma campanha para que o vídeo seja exibido na televisão americana.
E Julian Shaw, que além da carinha linda é extremamente talentoso, virou celebridade. Ele foi entrevistado em um programa da televisão na Austrália, onde o assunto está em ebulição esta semana, e defendeu com muita propriedade a igualdade no casamento. Ele reforça a mensagem do vídeo: chegou a hora! "Se não for agora, então quando?"
domingo, 4 de dezembro de 2011
O menino e a bola
A relação dos gays com o futebol sempre foi considerada complexa. Eu não tenho parâmetros para analisar a situação a fundo por uma questão muito simples: nunca fui apresentado ao futebol, e agradeço imensamente ao meu pai por isto. Meus pais não gostavam de futebol. Na minha família nunca se falou em futebol, nunca se assistiu futebol, nunca se torceu para time nenhum - honrosa exceção feita apenas aos jogos do Brasil nas Copas do Mundo. Meus irmãos e irmãs também não ligam a mínima.
Por outro lado vi hoje na rua um homem gordo e seboso com o filhinho de mais ou menos uns 4 anos de idade fantasiado dos pés à cabeça com roupas do time do pai: meia do time, calção do time, camiseta do time, boné do time. Fiquei com muita pena. E entendi que a paixão exacerbada por este ou aquele time de futebol é genética - mais ou menos como a religião. Mais uma vez agradeço ao meu pai por ter me livrado deste mal.
Acho esta estética de roupa de time de futebol brega demais. Não consigo processar quando vejo casal com a garota de pretinho básico e salto alto e o namorado/marido de bermuda e camiseta de time. Fico com a impressão que a moça "catou" o cara na rua.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
E a mãe?
Buster Wilson, este aí da foto com esta cara macilenta de broa velha, é o diretor geral da American Family Radio, uma estação de rádio que faz parte da American Family Association, uma organização criada para atazanar a vida dos gays. Este distinto cidadão está empenhado na luta contra a igualdade no casamento porque, segundo ele, a liberação do casamento entre homossexuais é só o primeiro passo para que as pessoas comecem a se casar com árvores, edifícios, cachorros e, quiçá, a Torre Eiffel.
A coisa é tão absurda que nem dá para argumentar, mas a direita americana parece estar embarcando nesta história. E eu fico pensando cá comigo: não é engraçado que ele não esteja nem aí para a lei atual que permitiria, por exemplo, que eu me casasse com a mãe dele amanhã? Mas fica todo nervosinho com uma nova lei que vai permitir o casamento de pessoas que se amam e que convivem há tempos?
Mas é bom esclarecer. Eu não estou pensando em casar com a mãe dele. Ouvi dizer que ela é uma santa. Mas eu jamais me casaria com a mãe de um filho-da-puta.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Eu vi primeiro!
Você também ficou apaixonado pelo protagonista do vídeo It's Time? Então pegue uma senha. Eu, você, e mais quase 2 milhões de pessoas vimos o vídeo e nos apaixonamos por aquele rapaz lindo de sorriso-Ricky-Martin.
Julian Shaw tem 25 anos, é da Nova Zelândia e - além de ator - é também jornalista, novelista, escreve e dirige filmes, e ainda arruma tempo para um montão de outras coisas. Aqui você pode vê-lo em uma palestra em Toronto após a exibição de um de seus filmes. O YouTube tem também na integra o documentário All Blacks Don't Cry dirigido por Julian (ele também aparece como ator) que conta a história de um superstar do rúgbi que luta contra a depressão; e também o filme Darling! The Pieter-Dirk Uys Story (sobre o escritor e ativista sul-africano que criou o personagem Evita Benzuidenhout travestindo-se de mulher) . Tem também o trailer de Cup Of Dreams (dirigido por Julian).
Quanto à pergunta que ele faz no final de It's Time, eu respondo sem pensar duas vezes: Sim, aceito!
Sacha
O jogador de rúgbi inglês Sacha Harding encarou com muito bom humor, e com total apoio da esposa, a sessão de fotos para a edição especial da Gay Times voltada para a conscientização para a AIDS. Esta edição especial da revista foi feita em colaboração com a Elton John AIDS Foundation.
Vale lembrar que hoje é o Dia Mundial da Luta Contra a AIDS. E é muito legal que esta causa tenha recebido o apoio de uma figura pública que é também um colírio para olhos cansados. Estou aqui descansando os olhos há horas...
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
As coisas que deixamos pelo caminho
Eu sou organizado ao extremo. Ainda não cheguei ao ponto de guardar minhas camisas por ordem alfabética de cor, mas estou quase lá. Por isso quase tive um ataque cardíaco no último domingo quando abri a carteira na fila de entrada do cinema e percebi que havia esquecido os ingressos em casa. Justo eu, que não deixo os ingressos com o Mr. Ed porque acho que ele é muito distraído.
A garota que recebia os ingressos era meio cheinha e com cara de poucos amigos. Devia ter brigado com o namorado. Ou namorada. Mas não estava com cara de quem está num bom dia.
Pensei em ir embora para evitar o constrangimento. Mas depois o Mr. Ed ia ficar falando na minha cabeça para o resto de nossas vidas todas as vezes que eu dissesse que ele é distraído, então resolvi ir em frente. Quando chegou nossa vez de entrar eu olhei para a mocinha e disse "você acreditaria em mim se eu te dissesse que esqueci nossos ingressos em casa?"
A moça cheinha com cara de poucos amigos olhou bem na minha cara, abriu um sorriso largo, e disse "Claro! Eu conheço vocês. Vejo vocês aqui toda semana. Tem problema não. Pode entrar". Daí eu peguei minha cara no chão e entramos, e fiquei pensando durante o filme todo sobre como podemos nos enganar pela aparência das pessoas. E como o mundo tem a incrível capacidade de nos surpreender sempre.
O mundo novo
Espero um dia viver em um país onde a gente possa ver um comercial destes na televisão. E espero que este país seja o Brasil.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
As esposas de Brokeback Mountain
Eu cresci achando que o propósito de todo homem era namorar, noivar, casar e ter filhos - independente de seus sentimentos. Não tive, na minha infância e adolescência, modelos de gays bem sucedidos que pudessem despertar alguma dúvida quanto à "ordem pré-estabelecida" das coisas.
Hoje a visibilidade dos gays é enorme - e é mais difícil para um homem não seguir seus instintos por falta de informação. Mas há quarenta ou cinquenta anos tudo era muito diferente. Por isso não são incomuns os casos de mulheres como Jane Isay, por exemplo, que publicou um texto bastante tocante na coluna Opinião do New York Times na semana passada (aqui). Jane estava casada há 15 anos quando o marido lhe disse que era gay, e ela descreve no artigo como o casal decidiu manter o casamento "pelos filhos" (que na época tinham 10 e 14 anos) e pelo medo da execração dos amigos e também por não entenderem muito bem sentimentos tão controversos.
Eles conseguiram adquirir a maturidade necessária para resolver o problema e superar os traumas. O mais bonito é que ela abre o artigo comentando sobre a festa de casamento do ex-marido com seu companheiro atual. Os dois vivem juntos há 30 anos e puderam finalmente se casar com a legalização do casamento no estado de Nova York. Quem organizou a festa foram os próprios filhos, e os netinhos serviram de damas de honra e levaram as alianças. Em uma família de verdade, o que importa é a felicidade. Como bem diz ela no texto, "a verdade vence a mentira sempre".
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
It looks as though your jeans have exploded!
Elas estão de volta, mais vivas do que nunca. Para elas pode ser só um especial de Natal, para nós vai ser um Natal especial.
domingo, 27 de novembro de 2011
Não sei como ela consegue
Não Sei Como Ela Consegue (I Don't Know How She Does It, 2011), sobre os malabarismos que uma executiva precisa fazer para conciliar as vidas profissional e pessoal não funcionou nos Estados Unidos. Mas não é um filme ruim. Sarah Jessica Parker transforma a personagem em uma espécie de Carrie Bradshaw com marido e filhos alguns anos depois que o sexo e a cidade deixaram de ter importância fundamental em sua vida.
É um filme feito para mulheres, mas que pode ser aproveitado também pelos homens. Há tiradas espirituosas e o recurso de falar com a câmera ou paralisar a imagem para que a personagem descreva o que está passando na sua cabeça é usado com parcimônia suficiente para não perder a graça e transformar o filme em um documentário confessional maçante.
Os personagens coadjuvantes são interessantes, principalmente a secretária fria e eficiente que odeia crianças, e os "inimigos": os homens do escritório que não foram programados para sentir culpa quando precisam chegar em casa mais tarde, e as mães fúteis que não trabalham e passam o dia na academia criticando a executiva/ mãe desnaturada.
Só é mesmo difícil acreditar que possa existir um marido (Greg Kinnear) com a paciência maior que a de Jó, sempre com um sorriso no rosto e uma palavra de apoio. Durante o filme todo eu fiquei pensando: como é que ELE consegue?
sábado, 26 de novembro de 2011
Sinal dos tempos?
Dizem as escrituras sagradas que o final dos tempos será precedido de acontecimentos até então julgados improváveis ou impossíveis. A pouco mais de um mês para o início de 2012 ligo a TV no programa do Luciano Huck e dou de cara com Mike Tyson cantando Garota de Ipanema acompanhado de Daniel Jobim ao piano. Sinal dos tempos?
Silas Malafaia deu no New York Times
Deu no New York Times. O autor de "Como Vencer as Estratégias de Satanás", Silas Malafaia, é o inimigo público nº 1 dos gays e cresce de forma considerável na guerra de culturas dentro do país.
O fato dele estar no New York Times não significa muito. Jornais também (e principalmente) dão notícias ruins. Mas, como a própria reportagem diz, é espetacular o crescimento deste pastor que saiu da obscuridade para chegar a uma posição de influência que pode alterar os rumos de toda a política de direitos humanos do país. Convém dormir com um olho aberto.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Chegou a hora
Este comercial vem lá da Austrália. Pra avisar que chegou a hora de acabar com a discriminação contra o casamento igualitário. É produzido por uma organização independente chamada Get Up!. Para quem não fala inglês, get up! significa mais ou menos tira a bunda da cadeira! Fofo demais.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Mágoa de caboclo
Eu juro que não consigo entender de onde vem esta enorme mágoa de caboclo do Aguinaldo Silva. Um homossexual assumido que deu tanto a cara a tapa no passado pelo direito dos gays não poderia ter se tornado alguém assim tão amargo.
Ao defender a declaração do Caio Castro dizendo "...se alguém cismar que o coitado do galã de TV é gay... ele está perdido!" ele está insistindo numa falácia e se lixando para o fato de que ele é uma das pessoas que pode mudar isto. Também não está levando em conta que são declarações como estas que contribuem para que adolescentes se matem e homens sejam assassinados só pelo fato de serem gays.
Aguinaldo Silva parece ter parado no tempo, numa época bem antes de campanhas do tipo It's OK To Be Gay que vieram conscientizar as pessoas pela aceitação da diversidade. É muito triste. Sei que existe um nome para designar este tipo de gente, mas não consigo me lembrar agora.
Aguinaldo Silva poderia estar à frente de mudanças que vão fazer deste um mundo melhor. Em vez disso, prefere usar de amargura e destilar sua mágoa de caboclo em todas as direções. Ah, lembrei-me da palavra para designar este tipo de pessoa: fóssil.
Adele Laurie Blue Adkins
Passando a régua, 21 é realmente o disco do ano. Todo mundo sentiu vontade de cantar as músicas, desde anônimos em busca de fama até cantores já estabelecidos, passando pela filha da vizinha, a garotinha do lado, o homem da rua, a sua mãe, a minha, e até aquela tia velha que todo mundo jurava que já tinha morrido. Só falta agora uma versão do Papa cantando Rolling In The Deep com um coro de cardeais.
A maioria das regravações foram perfeitamente dispensáveis. Mas algumas resultaram interessantes, como a interpretação de John Legend para Rolling In The Deep que pode ser ouvida e baixada aqui. Ou esta versão de Someone Like You ao vivo para uma rádio da França pelo James Vincent McMorrow (que aparece neste blog pela terceira vez numa única semana; mais uma menção e estaremos automaticamente casados).
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Antes veado que imbecil
Ao ser questionado sobre a fama de pegador, Caio Castro saiu-se da seguinte forma: "antes pegador que veado!". Isto da boca de um ator jovem, que mora no Rio de Janeiro, e que certamente convive num meio com gente inteligente e avançada.
Quando a qualidade da massa cinzenta não ajuda é melhor não forçar. Ainda vai demorar muito para ele descobrir que é melhor ser veado que imbecil.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
James Vincent McMorrow
A voz lindíssima no vídeo A Year In New York que postei ontem é de James Vincent McMorrow, irlandês natural de Dublin, 28 anos de idade. A música é We Don't Eat. Se você ainda não viu o vídeo, dê uma olhada - ao menos pela música.
James Vincent McMorrow já tinha lançado alguns EPs com músicas que foram depois compiladas e incluídas no CD Early in the Morning, seu primeiro álbum oficial, lançado no início do ano passado.
Ele é avesso à vida urbana e passou um período vivendo sozinho numa casa em uma praia deserta na Irlanda, aproveitando o tempo para compor.
James Vincent McMorrow tem uma voz rara, daquelas que toca direto no coração, muito difícil de descrever. Quem curte Bon Iver e Patrick Watson vai entender do quê estou falando.
James Vincent McMorrow - And If My Heart Should Somehow Stop:
Doce vingança
A transmissão é da Al-Jazeera e o repórter no estúdio fala direto de Doha, no Qatar, com o jornalista fazendo a cobertura ao vivo em Madri sobre a vitória esmagadora do Partido Popular nas eleições da Espanha. O ambiente lembra homofobia dos dois lados (Partido Popular, televisão árabe). A doce vingança vem do casal de rapazes que se posiciona atrás do jornalista e tasca um beijo cinematográfico, para lembrar que we're queer, we're here - get over it!
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte I
Os livros de Stephenie Meyer são simplesmente uma obra juvenil de ficção e nunca se propuseram a ser mais do que isso. A obra conta a história de um grande amor envolvendo humanos, vampiros e lobisomens e nunca teve a ambição de ser nada mais do que diversão.
Este novo episódio é praticamente só uma escada para o que vai acontecer no último filme da série. Vai lento até bem próximo do final - quase um videoclipe de cenas românticas caprichadas para mostrar o casamento de Bella e Edward e a lua de mel numa ilha paradisíaca no Brasil. Até que Bella descobre que está grávida de algo que ninguém consegue imaginar o quê pode ser - nunca antes um vampiro e um humano haviam produzido prole.
A partir da gravidez o filme assume o lado de terror, principalmente quando o bebê gerado começa a crescer de forma rápida e a matar Bella por dentro. Mas até aí não há novidade nenhuma; tudo isto já estava no trailer. O parto de Bella e a chegada da criatura híbrida marcam uma série de mudanças que servem de petisco para o próximo filme. Está lançada a isca. Até eu que não estava ligando muito para nada disto também quero que o próximo filme chegue logo.
O sucesso do filme tem incomodado muita gente, sem razão. O filme é honesto no que se propõe e é diversão muito bem realizada. Gostoso feito junk food.
As coisas simples
Voltar pra casa é tão gostoso quanto sair de viagem. O Mr. Ed está na cozinha preparando um omelete com salsichas, queijo e azeitonas enquanto eu vou trocando os discos que trouxemos da viagem. E não há música melhor para esta manhã de domingo que a Canción de las Simples Cosas, da Mercedes Sosa. A música foi relançada em um disco que está em todas as vitrines da Musimundo em Buenos Aires: Mercedes Sosa - Canciones Censuradas e Inéditas que traz 15 gravações que haviam sido censuradas das edições nacionais argentinas dos discos da cantora durante a ditadura militar. Eu tinha apenas a versão ao vivo desta música que eu adoro, tirada de um festival na Suíça de muitos anos atrás, e ainda não tinha a versão de estúdio.
"...Uno vuelve siempre a los viejos sítios donde amó la vida
Y entonces comprende como están de ausentes las cosas queridas
Por eso, muchacho, no partas ahora soñando el regreso
Que el amor es simple y a las cosas simples las devora el tiempo..."
Mercedes Sosa - Canción de las Simples Cosas:
sábado, 19 de novembro de 2011
Fotogenia natural
Para quem gosta de fotografar, como eu, Colonia del Sacramento é o êxtase. A cidade tem fotogenia natural. Para todo lado que se olhe há uma foto pronta esperando para ser capturada. Passamos a quarta-feira toda andando por estas ruas de pedras em um dia em que a cidade estava praticamente deserta e com um sol lindo. No intervalo de algumas horas fiz mais fotos do que costumo fazer em um mês.
Tenho a impressão que se soltarem um chimpanzé com uma câmera pelas ruas da cidade ele produzirá fotos sensacionais. Parece impossível errar.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Baixando o nível
Mas a Marta não falou de opiniões contrárias edificantes. A Marta se referiu claramente a comentários de trolls. Um troll esconde-se atrás do anonimato e não tem interesse em contribuir de forma positiva para nenhuma discussão. Troll "designa uma pessoa cujo comportamento tende sistematicamente a desestabilizar uma discussão, provocar e enfurecer as pessoas envolvidas nelas" (veja aqui); um dos objetivos do troll é "induzir a baixar o nível". As técnicas de trollagem são tão manjadas que a gente consegue identificar um troll na primeira linha da mensagem.
A discussão da postagem anterior foi iniciada pelo comentário agressivo de um troll. Eu também sei ser agressivo, mas não foi este tom que eu escolhi para a postagem.
Ao publicar este texto eu estou desobedecendo à regra número 1 para estes casos, que é: Não dê comida ao troll! Mas é só para avisar que eu também não gosto deles, e que eu também os acho deprimentes em suas vidinhas medíocres e melancólicas. Os trolls eu geralmente trato com indiferença ou com ironia - que eles raramente têm inteligência suficiente para perceber, o que ajuda a dar uma pitada de graça à situação.
Discutindo a relação
Hoje começamos a nos despedir de Buenos Aires; no próximo final de semana já estaremos de volta em casa. Comentei hoje com o Mr. Ed durante o almoço que se as férias durassem mais uma semana nós provavelmente voltaríamos divorciados para o Brasil. Não é fácil dormir, acordar, tomar café da manhã, almoçar, jantar, passear - enfim, passar o dia inteiro com a mesma pessoa durante vários dias seguidos.
As pessoas que mais amamos são também, ironicamente, as que têm a maior capacidade de nos exasperar. É assim em qualquer relação e é justamente a administração eficiente deste conflito que faz com que a relação perdure. Por outro lado, se o Mr. Ed se ausenta mais do que uma semana eu sinto uma angústia incontrolável. As relações humanas são mesmo um grande mistério.
Perua
Hoje assisti a um pronunciamento da presidente Cristina Kirchner na TV e não consegui me concentrar. Aquele cabelão dela me tirava a atenção, especialmente a franja que insistia em lhe tapar um dos olhos e era arremessada para trás com um solavanco da cabeça. Fiquei imaginando como uma pessoa consegue cumprir uma agenda presidencial, que deve ser pesadíssima, e manter este cabelo de perua com estes gestos de jogada de cabeça típicos de garota adolescente.
Cheguei a sentir saudades do capacete da dona Dilma. Acho que prefiro a nossa presidente com andar de caubói do que esta daqui com toda esta peruice que cansa muito rápido.