sábado, 27 de agosto de 2011

Parente serpente

Severina Maria da Silva
Eu me emocionei muito ao ler hoje de manhã o depoimento de Severina Maria da Silva, pernambucana, 44 anos, que passou um ano na prisão e foi nesta semana julgada e absolvida da acusação de ter encomendado a morte do próprio pai. A história desta mulher é tão aflitiva e lancinante que até a Promotoria pediu a absolvição da ré.

Desde muito criança Severina só conheceu o trabalho duro dos canaviais. Aos 9 anos sofreu a primeira tentativa de estupro pelo pai. Uma semana depois conseguiu ser estuprada pelo pai com a ajuda da própria mãe. Durante os 29 anos que se seguiram Severina engravidou 12 vezes e teve 5 filhos do próprio pai, e só resolveu acabar com tudo quando o pai começou a assediar as filhas-netas.

"Eu nunca estudei, nunca tive amiga, nunca arrumei um namorado na vida, nunca saí para ir a uma festa". O restante do relato pode ser lido aqui e é quase um roteiro acabado para um filme triste e pungente. Por mais que a gente tente imaginar até onde se expandem os limites da maldade humana, a realidade sempre encontra uma forma de provar que pode ser ainda muito mais cruel.

6 comentários:

marta matui disse...

Parece A Cor Púrpura ou aquele outro Precious...

Anônimo disse...

Que triste, meu deus... que mãe é essa que diz que filha tem que ser mulher do pai? Que horror! Tremi de medo quando ela disse q as irmãs queriam namorar e ele respondeu falando q já tinha um touro em casa.
Lamentável. Ela aguentou muito tempo nas mãos desse infeliz.

wair de paula disse...

Mais una infeliz prova dos limites elásticos da justica brasileira. O jornalista Pimenta Neves confessou o assassinato da namorada, e ficou 11 anos em liberdade chancelada pela justiça. Esta senhora sofre 29anos de abuso de um animal e não recebe sequer o beneficio de um julgamento mais justo e rápido.

Papai Urso do Interior disse...

O que ela passou não tem tratamento psicologico que reverta em coisas boas, vai morrer com ela, só ela sabe da dor que carrega e nem merecia mesmo ser julgada. Um monstro é sempre um monstro e mesmo morto ainda fica o fantasma...

Uma Cara Comum disse...

E alguns cristãos defendendo a importância da família, do marido "macho" e mulher "fêmea" (e submissa ao marido...).

Como se desse modelo perfeito não surgissem histórias como essa e como se o ser humano não fosse herói e mosntro ao mesmo tempo...

Abraços!!

railer disse...

triste mesmo...