terça-feira, 31 de maio de 2011

Boys will be boys

O Tony publicou há pouco a explicação sobre o título enigmático do curta Não Gosto dos Meninos (leia aqui) pelo próprio André Matarazzo, idealizador do projeto. A explicação me fez reviver claramente duas fases muito distintas que atravessamos em relação ao sexo oposto.

Quando muito pequenos, antes de qualquer indício de sexualidade, meninos e meninas se comportam como seres de planetas diferentes. Não se misturam. Competem. Raramente brincam juntos. Nesta fase meninos gostam de meninos sem nenhuma conotação sexual.

É depois que crescemos que a coisa muda de figura. Os meninos se juntam para jogar futebol, para falar de azarar meninas, para encher a cara escondidos, para matar aula, e para se gabarem de suas façanhas sexuais que normalmente não passam de histórias inventadas, mas nesta idade a gente acredita em tudo. É nesta fase que o garoto homossexual descobre que não gosta dos meninos. O papo das meninas é mais interessante - elas falam de novela, de artistas de cinema, de romance, de comidas, e também não gostam das brincadeiras violentas e sem graça dos meninos. Nesta fase nascem as grandes amizades do homem gay com a menina que ainda não tem namorado - um suprindo a carência do outro. São geralmente amizades muito fortes que continuam pela vida toda.

14 comentários:

CIELLO disse...

de fato o titulo do video tem gerado muita polemica... mas percebi de algumas pessoas, gays (alguns bem escondidos), também não gostaram do conteúdo! eu não vi nada demais no video nos termos que me foi comentado nas minhas crônicas... de qualquer maneira fomenta a discussão para não gerar apenas um pensamento unilateral e totalitário do assunto.

Ah... fiz uma homenagem em forma de menção a ti e ao blog!!!

bjo...

S.A.M disse...

Essa polêmica do video foi boa ai ó! rs Gerou reflexões bacanas como essa. A análise das etapas de crescimento e descoberta foi fantástica.

Lucas disse...

Well...minha melhor amiga é lésbica, mas desde criança eu nunca tive muita paciência para mulher. Sou a exceção da "regra"? Quando adolescente não gostava dos papos nem dos meninos nem das meninas. Aliás, qdo adolescente eu odiava o mundo haha. Esse ano faço 24 anos e continuo preferindo os papos "de homem". Gays ou héteros. É difícil de explicar sem parecer machista, mas simplesmente não tenho paciência pra mulheres em geral, principalmente quando tem mais de uma e elas não calam a boca.

Felix Madah disse...

Tb estava curioso em relação ao título. Pensei que o título remetesse à fase quando nós passamos a andar mais com a meninas, e os coleguinhas "mascus" iniciam as chacotas homofóbicas que grande parte dos gays vivenciam na infância. Os meninos me atazanam, logo não gosto deles.

TONY GOES disse...

Não precisa aceitar!

Mas corrige o nome aí no post: o diretor que explicou o título do vídeo é o André Matarazzo (o careca que aparece ao lado do namorado barbudo no vídeo).

Gustavo Ferri é o outro diretor, que aliás é hétero.

Luciano disse...

OK, Tony, já corrigido - obrigado!

o idiota feliz disse...

Luciano...
explicado o título do vídeo, descubro que infelizmente não estou "inserido" nesse título. Sempre preferi os papos dos meninos e, depois, dos homens. Sempre joguei futebol, enchi a cara com a turma. Hoje, estou mais flexível: não importa o gênero ou a orientação sexual, importa a pessoa, se legal ou chata, simples assim. Abs.

Alan Fins disse...

Adorei, Lu!

Comigo aconteceu exatamente isso!

Bjo!

CriCo disse...

Eu sempre gostei de brincadeiras mistas, nunca gostei de "guetos" masculinos e femininos. Soltava pipa e jogava bola de gude, mas odiava jogar futebol. Adorava queimado e piques, mas odiava brincar de casinha. A-ma-va pular elástico! O-di-a-va salada-mista... Na adolescência fiquei meio "pária da sociedade", emagreci, fiquei esquisito, me odiava. Transei com mulher aos 15 e com homem aos 17, mas só aceitei a minha condição mesmo aos 21. Hoje não tenho o menor problema com isso e nem faço questão nenhuma de esconder nada. Minha auto-estima alavancou, me tornei independente, agora só falta encontrar o amor e casar... ter um filho e plantar uma árvore... =D

Lobo disse...

Eu também não tinha muita paciência pra mulheres não. A maioria dos meus amigos da época de escola eram homens héteros nerds, e garotas agressivas sem frescurites, que eram as que se misturavam mais facilmente com os meninos.

Papai Urso do Interior disse...

Huahahaha, dito e feito, só fui best friend delas na infancia mesmo, minha única fase 'mulherzinha' ever. Me aproximava delas porque adorava bancar o estilista das Barbies que só era 'coisa de menina', desenhava roupas para todas as bonecas dizia o que ficava melhor com o tipo físico de cada uma, tipo Barbie/Susi era alta-costura, delicadinhas eram vestidinhos meigos e bufantes, bonecas-bebês ganhavam lacinhos ultra fashion e babadores combinando... huahaha... Adolescencia fui 'homenzinho' e perdi vínculo com papos de menina por um tempo, depois cabeça deu nó e fui ver o que tinha debaixo da saia pra ter certeza qual que era a minha... vivi o que tinha de ser vivido, olhando p/ os filhotes hj vejo que tudo valeu a pena... Assim como o CriCo, aguardo meu happy end in love.

Uma Cara Comum disse...

Pois é... eu sempre me identifiquei mais com os meninos, mas gostava tb das meninas. Sempre me senti incomodado quando tinha que escolher de que lado ficar... Pra mim tinha que ficar todo mundo do mesmo lado. Sempre tive mais amigos do sexo masculino, mas tinha amigas também. Gostava dos papos dos dois grupos. Mas confesso que o mundo masculino me causava mais identificação. Apesar disso, sentia que o mundo feminino era tão misterioso que valia a pena explora-lo as vezes... Enfim, eu oscilava de um polo ao outro. Continuo assim até hj... rs

Abraços!!

Thiago disse...

Não gosto das generalizações. Mas a intenção é boa, e é ela que vale.

clodoaldo disse...

Quando criança, eu gostava de coisas de meninos. Brincava de bola-de-gude, briga, era fisurado por vide-game (até hoje) e ficava assistindo os caras jogarem futebol na quadra da escola. Eu gosto de volei também.

as amizades eu não escolho, pode ser homem, mulher, homo, hetero, bi, drag, travesty, o que vale é o caráter e o carisma da pessoa. è a empatia.