quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Convenções sociais prêt-à-porter

O comprimento das camisetas que eu uso termina invariavelmente dois ou três dedos abaixo do cós da calça. Curiosamente, algumas pessoas já me perguntaram onde eu compro camisetas com o comprimento tão adequado à minha altura. Acho incrível que nunca tenha ocorrido a estas pessoas mandar cortar e fazer a barra da camiseta como fazem com as calças. Eu faço isso com todas as camisetas que compro.

Esta introdução é só para chegar ao tema deste texto: a constatação que muita gente segue regras e convenções sociais e se esquece de usar a cabeça para adequá-las às suas necessidades próprias. Vivemos em uma sociedade majoritariamente hétero-cristã, então é normal que as regras e convenções criadas por esta sociedade sigam tendências e influências hétero-cristãs. Que, por isso mesmo, podem não ter nada a ver com você.

Tenho amigos que sofrem muito com relacionamentos em relação aos quais têm expectativas erradas baseadas no que eles acham que é esperado deles.  Eu acredito que em um relacionamento existem três valores fundamentais: amor, respeito e cumplicidade. A partir daí, o casal define as convenções que atendem às suas necessidades e nas quais os dois acreditam, nunca perdendo de vista que existe uma grande diferença entre namorado e bichinho de estimação.

Eu tenho cabeça suficiente para saber o que serve e o que não serve para mim. Eu odeio que tentem me padronizar. E não preciso de padrões hétero-cristãos prêt-à-porter pautando a minha vida. Como no caso das camisetas, eu antes 'corto e faço a barra' em muita convenção social que existe por aí. E olha que tem sobrado muito pano.

5 comentários:

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Odeio qdo me tentam padronizar tb ...

bjux

;-)

marta matui disse...

Eu nunca tinha pensado nisso... mas tem toda razão. Pior que eu sou tão avessa a esses padrões que gosto de camiseta longa e justa, na altura dos quadris. E essa eu não encontro por aqui nem a pau. Aqui no Brasil é obrigatório mostrar o umbigo, coisa que não faço. O certo era a camiseta vir bem comprida, como pernas de calças. E a gente ajustar para o tamanho que mais gosta. E assim exercitar seu próprio estilo, e exercitando o estilo próprio passar a ter uma cabeça própria. Barras de camisa mudariam o mundo...

Augusto Fernandes Sales disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Papai Urso do Interior disse...

Right! O caimento varia bastaaaannte de 1 pessoa p/ outra. Tb percebi isso cedo, não gostava de me sentir 'sabotado' por uma mísera peça, me tornei o melhor amigo da costureira do bairro, já que não existem mais alfaiates no meu interiorrrrr... rsrsrs... Nada como algo talhado p/ a SUA estrutura corporal... Já trazendo essa máxima p/ o pessoal, me frustro todas as vezes, não só não consigo seguir regras, como tb me sinto nojento QD tenho de impo-las, daí acaba tudo e me sinto um destruidor de corações e vidas... Não consigo evitar, amei mulheres e homens, mas coisas como burrice, diferenças de escolaridade e cultura, me irritam a ponto de decretar THE END... Não tem transa boa que resista! Tem coisa pior que conversar todo empolgado e o outro ficar boiando e fazendo cara de inteligente só p/ ñ te desapontar? Pois é, mando logo passear e olha que já gostei forte de 'burrinhos' e 'burrinhas' vida afora e hoje vejo que diferenças desse tipo são uma violência à nossa pessoa... Ai, sou um monstro, um urso mau... Me sinto desprezível. Teus posts me fazem refletir muito ultimamente, valem por uma terapia, thank you...

wair de paula disse...

Ótima analogia!abs