O novo filme do Arnaldo Jabor é chato, mas muito chato mesmo. O que é uma pena. A Suprema Felicidade tem cenas bonitas, reconstituição de época caprichada, bons atores, uma visão idílica do Rio pós Segunda Guerra - mas é impossível assistir a mais de 2 horas de atores declamando na tela em tom teatral numa história formada por fragmentos de memória em ordem não cronológica que a gente não tem a menor ideia para onde está indo.
É mais ou menos como uma coletânea de videoclipes. Alguns são mais interessantes, outros bem menos - mas assistir a uma sequência de videoclipes acaba cansando independente da qualidade. O filme tem uma certa grandiosidade e uma marcação meio amarrada que lembra em muito um grande musical. E faz a gente sair do cinema com a sensação que ficou faltando muita coisa - exatamente como se tivesse visto um grande musical onde ninguém canta.
E tem muita puta. OK, é esperado que nas memórias de um homem haja algum tempo dedicado a prostitutas, mas o filme parece não perder uma oportunidade de colocar uma puta em cena, às vezes muitas putas, às vezes uma multidão de putas. O tempo todo. Quase todas as personagens femininos são putas.
Marco Nanini e Elke Maravilha fazem os avós do personagem principal e conseguem deixar interessantes todas as cenas em que participam. João Miguel (de Estômago) faz um pipoqueiro tarado cujas cenas também conseguem elevar o filme. Foi graças a eles que eu consegui ficar acordado durante a projeção.
8 comentários:
Eu imaginava... exatamente isso...
é assim é?
em tempo: acho João Miguel um ator ótimo!
Tenho trauma de filme assim. Lembro até hoje quando fui ver a pré estreia de "Onde os fracos não tem vez", saí com aquela cara de "wtf!?" total.
Gostou de iníico, meio e fim. Mesmo que o filme comece de trás pra frente.
Tb achei um porre ... aff
bjux
;-)
indico o Nanini pro oscar de ator coadjuvante !!!!
Credo. fiquei a fim não.
[j]
Ainda assim, é melhor que Nosso Lar e seus muitos 'calma, vc já vai entender tudinho...' rsrsrs... Vamos concordar, gente, Jabor teve boa vontade e já previa as críticas de certa forma quando dizia que era o filme mais 'feliz' que já fizera, por isso mesmo muitos não entenderiam nada, pois como trabalho cinematográfico estava bem longe da densidade de tudo que já havia feito antes e mais ainda dos comentários dele como cronista... Realmente ele se distanciou demais de sua verve cronista...
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