sábado, 25 de junho de 2011

E do meio do ódio brotou a esperança...


Não poderia haver momento mais emblemático destes novos tempos do que a cena linda do beijo do casal encurralado no meio da violência que tomou conta das ruas de Vancouver na semana passada. Não, a foto não é uma encenação. A história está aqui, e o depoimento do casal está aqui.

Há no ar sinais de que alguma coisa está para acontecer. Algo bom. E justamente aqueles que se autoproclamam arautos de Deus - como o juiz de Goiás que ouve vozes divinas quando tenta proibir as uniões estáveis entre gays em todo o estado - parecem ser os únicos que não estão ouvindo.

Do meio do show de intolerância que foi a marcha religiosa da última quinta-feira brotaram vozes dissonantes que começam a denunciar os sinais de cansaço da ditadura dos bispos de ocasião. A gente ja sabia que quando se aperta demais o parafuso acaba espanando.

Algumas publicações religiosas e jovens evangélicos deixam transparecer que o rumo homofóbico intolerante que os pastores mercenários impingiram a suas igrejas não é compartilhado por todos. Dentre estas vozes discordantes ressalta-se a declaração de d. Jovelina das Cruzes, evangélica, aposentada, 68 anos: "Meu sobrinho é gay e é um rapaz maravilhoso. Ótimo filho, muito educado, muito honesto e estudioso. Já o meu filho é machão e vive batendo na esposa, não respeita ninguém, não para no emprego". Alertada sobre o perigo de sua declaração, continuou: "Igreja é o que não falta por aí. Se me impedirem de ir em uma, vou em outra. Não tem problema." A Parada do Orgulho Gay no próximo domingo deveria preparar uma homenagem para a d. Jovelina.

7 comentários:

Daniel Cassus disse...

Essa foto deveria se chamar "O beijo no asfalto".

Uma Cara Comum disse...

Eu li isso nos seus comentários... E achei a senhora Jovelina das Cruzes muito dinga!!

Abraços!!

Pedro Bitencourt disse...

O amor sempre vale mais...
Sabe o que minha avó, de 77 anos, disse quando soube de minha homossexualidade e do meu relacionamento??

Ela disse ao meu namorado a quase 5 anos atrás:"Você gosta do meu neto? Se você gosta do meu neto eu também gosto de você!!"

Gente... minha avó tem hoje 77 anos... super religiosa... reza o terço todos os dias... e eu sei que sou o 1º por quem ela ora!!

((ADRIANO)) disse...

Durante a marcha para Jesus um grupo de evangélicos de uma determinada igreja quiseram fazer um protesto com faixas contra essa MERCANTILIZAÇÃO DA FÉ,

Sabe o que aconteceu com eles ?

Foram agredidos pelos integrantes da Renascer a chute e pontapés.

As faixas tinham dizeres bem interessantes, a reportagem está no site evangélico GOSPEL PRIME :

http://noticias.gospelprime.com.br/agressoes-marcha-para-jesus-sao-paulo/

Anônimo disse...

Dia 28 de Junho, terça-feira, fazem 42 anos da revolta de Stonewall Inn em NY, marco inicial de todos os movimentos mundiais lgbt que exigem justiça e igualdade desde então. Não nos acovardemos mais, muita gente já morreu vítima de crimes de ódio, se esse ano abriu-se toda essa discussão em relação a gays e lésbicas, que pelo menos possamos colocar todo o terror que passamos diante do monstro chamado preconceito, ele existe sim e está mais vivo e repugnante do que nunca.

Papai Urso do Interior disse...

Essas marchas são manifestações opressivas mesmo, evangélicos marcham não p/ dizer que amam a Cristo, mas p/ provarem que estão organizados e sedentos por impor ao mundo uma única fé, nisso essas marchas são identicas à daquelas pessoas loucas que viviam sob a lavagem cerebral das propagandas de Hitler, que marchavam p/ exibir não apenas o ideal, mas todo o poderio bélico que dispunham. Não há como não traçar esse paralelo, é de uma hediondez medonha, eles me dão calafrios, as coisas que dizem, os termos cheios de determinação "teremos vitória", "esmagaremos nossos inimigos em nome do Senhor", "quem nos vê na prova há de pagar"... são coisas insanas, impensadas e inadequadas para sair da boca de "cristãos", estão mais que surtados, estão em estágio de loucura avançada e isso dá medo porque chegaram em TODOS os segmentos (justiça, política, mídias organizadas), deviam acolher mas ao contrário espantam e segregam as pessoas. Vou a missa e rezo por todos, até p/ quem acha que o que sinto é sem-vergonhice... As coisas não mudam lá fora assim do nada, se eu não buscar conforto em outras coisas que não seja o que vejo (sempre tristeza e ignorância), eu enlouqueço. Otimista sempre.

Lobo disse...

Dona Jovelina infelizmente é exceção. Há de se tornar regra, mas quanto tempo será que leva?