terça-feira, 21 de junho de 2011

O ocaso de uma estrela

Elizabeth Gilbert, autora de Comer, Rezar, Amar, deu uma palestra ótima há dois anos (pode ser vista aqui e é imperdível) sobre o peso da genialidade. Na Grécia Antiga e na Roma Antiga acreditava-se que a genialidade era uma entidade que descia ou saía das paredes e vinha inspirar os artistas. Com o avanço do Humanismo a genialidade passou a ser vista como parte do artista. Os artistas deixaram de TER gênios para SER gênios. E aí apareceu o peso nas costas que muitos não conseguiram suportar. Muitos recorreram ao álcool e às drogas e viveram vidas curtas, muitas vezes tiradas pelas próprias mãos.


A nós, meros mortais não agraciados pelo dom da genialidade, resta o suplício de testemunhar a morte inexorável dos gênios que se entregam aos excessos. Whitney Houston não tem hoje nem um fiapo da voz que tinha no seu auge há não muito tempo atrás, e Amy Winehouse acaba de cancelar toda a turnê europeia ainda no primeiro dia, depois de ser muito vaiada ao subir ao palco cambaleante e completamente alterada em Belgrado. O vídeo é confrangedor e patético e muito, muito triste.

Por outro lado, Barbra Streisand ainda canta maravilhosamente bem aos 69 anos. Para conseguir esta longevidade artística ela viveu, por opção ou imposição, uma vida careta que certamente envolveu muita disciplina e abnegação. Neste ponto talvez Whitney Houston e Amy Winehouse possam se confortar dizendo "pelo menos eu vivi".

15 comentários:

CIELLO disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
CIELLO disse...

é uma pena como uma voz única com Amy se entregue aos excessos... perdemos todos. Em janeiro eu assisti o show e as pessoas daqui pelo menos vibravam quando ela "cheirada" dava pulinhos no palco ou caia no chão... Gosto dela mas com certeza aquela noite de janeiro foi salva pela genialidade de Janelle Monae que espero não seguir um rumo como este... pena...

Dêco disse...

"e não, quando eu morrer, descobrir que não vivi"
sei lá, depende muito do ponto de vista do que é realmente viver. lamento pela amy. muito mesmo.

Dêco disse...

"e não, quando eu morrer, descobrir que não vivi"
sei lá, depende muito do ponto de vista do que é realmente viver. lamento pela amy. muito mesmo.

O Gato de Cheshire disse...

Não acho que a escolha Barbra Streisand significa necessariamente um "não vivi"... Tudo é uma questão de resignificar as coisas, ela pode ter encontrado prazer e ter vivido uma vida brilhante, com feitos e historias incriveis mesmo sem viver tantos excessos.... Na verdade eu acho que é até meio pelo contrario... Fico me perguntando o qto amy e witney n acabaram deixando de viver, quantas vezes nem se quer lembraram no dia seguinte...

Acho lamentável a situação da Amy tb e só acho positivo que pelo menos o público tenha passado a vaiar a decadencia, pk outrora todos aplaudiam a atração... Já vi variosnvideos dela trebada no palco e a cada virada no gargalo o publico vibrando e aplaudindo... Acho que perdeu a graça....

Anfã...
Gostei daki.. rssss...
Beijos...

Anônimo disse...

viver entorpecido é viver? Questionável!

tommie disse...

Achei um ponto de vista maniqueísta, tentando identificar o que seria "bom" e "ruim", o que seria viver com ou sem excessos, aliás, como se excesso fosse um conceito fechado e definido. As histórias das pessoas só se encaixam em conceitos assim quando quem as olha o faz julgando de acordo com os próprios conceitos de vida, o que não significa nem de longe que aquela pessoa pense ou veja a vida assim.

Hugo de Oliveira disse...

que coisa...

André Mans disse...

Concordo completamente com você, toda essa decadência é triste vendo escorrer desperdício em pessoas ultratalentosas, principalmente como Amy Winehouse. Que infelizmente, no meio de seus escândalos, muita gente esqueceu que ali jaz uma garota genial.

Diego Rebouças disse...

Pois é. Mas aí entra uma questão interessante: é isso que é viver? será que elas consideram realmente assim? eu tambem sou do time dos que preferem a disciplina, acho que foi a bailarina Isadora Duncan que disse que disciplina é libertação. Acho um bom ensinamento.

Papai Urso do Interior disse...

Nunca curti esse montão a Amy, mas não vou tacar pedra agora que tá agonizando, isso é covardia... Se pensarmos que primeiro album dela é de 2005, mas só o de 2007 catapultou ela pro estrelato planetário e "inspirou" estilo vocal copiadérrimo até hoje por Duffy, Paloma Faith e congêneres, ela teve auge e queda muito rápidos, lamentável. Ela parecia ter potencial uma vez que inaugurou um jeito de ser e cantar. Daqui pra frente, só Deus sabe o que será dela. Acho que já vi esse filme com Kurt Cobain do Nirvana e não gosto do final. Genialidade às vezes mata.

CriCo disse...

"Se for líquido, beba. Se for sólido, coma. Se for verde, fume. Se for branco, cheire. Se se mexer, transe. Se não se mexer, jogue no caminhão". Anedota de um roadie conhecido meu. Tudo é válido, sem excesso. Excesso é veneno... ¬¬

Uma Cara Comum disse...

Cada um vive a sua maneira... ou deixa de viver a sua maneira... Só a própria pessoa vai saber o real significado de cada experiência sua. Tomara que ela não se arrependa depois...

Abraços!!

marta matui disse...

Não é o peso da fama que faz ela ser drogada. Ela seria drogadaça famosa ou anônima. Ela deve ser depressiva e foge do mal estar que sente nas drogas. Doença. Foda.

beto disse...

ainda bem que o público europeu não ficou pagando pau para quem é incapaz de fazer um show ao vivo... já nos trópicos, muita gente pagou! e isso eu achei mais constrangedor que o vídeo em si.