No futuro talvez não falemos de homos e heterossexuais, mas dos vários graus de sexualidade segundo os quais é possível classificar uma pessoa. Se a escala proposta por Alfred Kinsey na primeira metade do século passado tivesse sido adotada por todos, hoje estaríamos falando de pessoas de grau 0 a 6, indo de exclusivamente heterossexual até exclusivamente homossexual e considerando todas as etapas intermediárias de comportamento.
Kinsey foi praticamente o primeiro homem a documentar relatos de experiências sexuais. Até publicar seu relatório, sexo era um grande mistério. A sociedade em geral nutria um enorme sentimento de culpa em relação aos desejos sexuais. Após a publicação do Relatório Kinsey muita gente pôde finalmente respirar aliviada: eu sou normal!
Esta história imperdível é mostrada no filme Kinsey, de 2004, disponível em DVD. Se você nunca viu, corra e assista. É um filme imprescindível. A gente fica sabendo, por exemplo, que nas famílias muito católicas do passado era comum amarrar o braço do garoto adolescente durante a noite para evitar que ele se masturbasse (isto é mostrado também no filme alemão A Fita Branca). Kinsey era heterossexual e casado, mas você vai se surpreender com a flexibilidade do sexólogo quando ele e seu assistente dividem um quarto de hotel durante uma viagem, e o assistente o questiona sobre como Kinsey se autoclassificaria na escala de 0 a 6 (mas, convenhamos, com o Peter Sarsgaard até eu perderia a cabeça!):
Eu já assisti a este filme várias vezes. E sempre me emociono muito em uma cena perto do final, quando Kinsey fala com uma desconhecida logo após dar uma palestra. Nesta cena emocionante, Lynn Redgrave (que era tia de Natasha Richardson, esposa de Liam Neeson na época do filme) é uma senhora que confessa um amor lésbico que mudou sua vida depois de ler o Relatório Kinsey.
14 comentários:
De uns artigos que li Kinsey não era um heterossexual convicto. Era um bissexual que escolheu viver formalmente uma relação heterossexual, tendo na vida algumas experiências homossexuais.
Desenhado fica tão mais fácil de entender, né? Incrível.
Também acredito mais na possibilidade de Kinsey se enquadrar no critério de bissexual, segundo o seu próprio relatório.
E só para terminar de ser chato : o filme é de 2004 e não 1994, conforme escrito no seu texto.
No mais, parabéns ao blog ! Adoro ler o " Muque de Peão".
Ah, e o meu número é o 6, com força ! :)
Eu li o Relatório Kinsey há uns anos atrás, achei incrível. Bem, eu sou totalmente 6...
Bj
Incrível, já incluí trocentas vezes esse filme nas minhas listas de férias p/ assistir, mas até agora nunca... Vi alguns trechos numa tv por assinatura, mas como sou chato se não assistir desde o começo p/ mim perde o fio da meada, fico sem saber o porque disso e daquilo, rsrsrs.. Pelos 15 minutos que assisti no canal pago ele era bissexual taradão, isso sim!! Sou 5 devido a eventuais recaídas... rsrsrsrs... De tudo eu gosto um pouco, doces, salgados, frios, massas, rsrsrs...
fatalmente vou assistir.. não conhecia!
otimo final de semana.
Como estudante de biologia sempre tive interesse na historia de Kinsey, o zoologo que virou "sexologo" rs.
E o filme é bem interessante. Acredito na escala Kinsey!
Oi, Fernando
Obrigado pela correção - já corrigi o ano do filme lá no texto.
Abraço,
**
Esse filme é foda!
Legal este estudo do kinsey, acho que foi o melhor e mais completo já feito. Sou o 6 até que a morte me separe...rsrs.
Já assisti esse filme, ele é interessante por causa da pesquisa e do contexto histórico. De resto, o filme deixa a desejar. E quanto à pesquisa, é realmente uma boa teoria de classificação(no caso, de não-classificação). Acho que estou no 5, depende muito do dia...
Me interessei pelo filme após a recomendação aqui do blog ... caralho!!!! Adorei o filme, vi ontem e fique fascinado!!! Vlw pela dica, grande abraço!!!
A sexualidade é algo tão diverso, pena que a gente tenha tanta necessidade de rotular, não é?
E gente, se tem tanto hetero acima do 0, com certeza tem muito gay abaixo de 6, hein.
(Será que eu...?)
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