segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Bravura indômita


Eu estava cheio de preconceito com Bravura Indômita (True Grit, 2010). Para começar, não gosto muito de faroeste. Além disso, acho o Jeff Bridges chato. E, convenhamos, algo que se chama 'bravura indômita' também não anima muito. Tudo bem que eles tinham que ser fiéis ao título do romance e da versão filmada em 69 com o John Wayne, mas você por acaso já ouviu sua vizinha comentar sobre algum cachorro indômito, por exemplo? Ainda bem que venci o preconceito e fui assistir ao filme, que é empolgante do começo ao fim.

O filme é realmente de Hailee Steinfeld, que interpreta Mattie Ross, a garota de 14 anos que contrata um agente federal e sai pelo Oeste selvagem à procura do assassino de seu pai. Hailee Steinfeld, que tem mesmo 14 anos na vida real, só foi indicada ao Oscar como atriz coadjuvante para que suas chances aumentassem, mas ela é praticamente a única personagem feminina e sem dúvida alguma a grande estrela do filme. É implacável, rápida com as palavras, esperta, sagaz, muito teimosa, e absolutamente destemida. Faz um grande contraste na presença dos homens sujos, bêbados, rudes e sebosos do velho Oeste. Tão sujos e sebosos que Jeff Bridges, Matt Damon e Josh Brolin ficam quase irreconhecíveis.

Em uma cena memorável e muito bem desenvolvida a garota negocia com um banqueiro que ela acredita estar roubando de seu falecido pai. Usando a mesma lógica tortuosa do banqueiro em frases rápidas e certeiras ela consegue levar a melhor na negociação. A perspicácia e a coragem inabalável desta menina de 14 anos em uma terra onde só se vence pela força bruta são a grande graça do filme.


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