Uma das grandes dificuldades de qualquer filme é a criação de personagens que convençam como humanos. Esta dúvida não existe em O Discurso do Rei, e talvez seja este um dos maiores trunfos do filme: os personagens são decididamente de carne e osso.
Outro trunfo do filme está no trio excepcional de atores, todos em desempenhos com indicações para Oscar. Colin Firth é o Duque de York que mais tarde se torna Rei George VI, um homem tímido e hesitante que tem um problema seriíssimo de gagueira psicológica, Geoffrey Rush é o terapeuta plebeu que vai tratar o problema do rei e com quem vai desenvolver uma amizade que é o mote principal do filme, e Helena Bonham Carter é Elizabeth, a fiel e compreensiva esposa do rei que atua como o equilíbrio que possibilita a adoção da solução plebeia para o problema real.
Os personagens são facilmente identificáveis no cenário histórico mundial. George VI era o pai da Helen Mirren, oops!, da Rainha Elizabeth II (que aparece criança no filme ao lado da irmã Margaret), e Helena Bonham Carter é a rainha Elizabeth, mãe de Elizabeth II, que foi muito querida pelos ingleses e ficou conhecida como Rainha Mãe depois da coroação da filha, tendo falecido em 2002 aos 101 anos de idade.
O filme tem alguns pequenos detalhes deliciosos: quando estão sozinhos a realeza tem dificuldade até para fechar uma simples porta de elevador (reis não estão acostumados a abrir e fechar portas porque sempre alguém o faz para eles). E Elizabeth tem sempre uma balinha de açúcar na bolsa, o que justifica o fato de ter se tornado a Rainha Mãe roliça que todos viemos a conhecer.
Helena Bonham Carter é a rainha mãe. |
O excelente roteiro, que também recebeu indicação ao Oscar para melhor roteiro original, consegue a proeza de desenvolver uma história cativante envolvendo reis, sucessão e guerras, onde o único vilão é o microfone.
5 comentários:
Belo texto! bjs
Esse eu ainda não vi. Quero ver. Achei o trailer pouco convidativo. Mas trailer é trailer, né?
caro Luciano...
Assisti boa parte dos indicados ao Oscar, apenas Cisne Negro deixei pro fim. Parei na metade por que o senti meio angustiante, mas Natalie Portman é a favorita ao premio, sem duvida alguma.
Achei “o discurso do Rei” um grande filme, porem esperava me emocionar mais. Não há criticas a atuação de Colin Firth e muito menos Geoffrey Rush que em alguns momentos rouba a cena. Esperava mais do roteiro. Talvez tenha lido criticas demais. Não gosto de fazê-lo antes de dar minha opinião, pra não criar essas expectativas que acabam por deixar “mornas” as atuações.
Daria o Oscar a Colin, se não tivesse visto Jeff Bridges, em Bravura Indômita. Perfeito, na medida certa, emocionante, e carismático. Um páreo duro. Mas estou certo que a estatueta vai para Colin. Esses personagens biográficos encantam os que votam na academia. E se ganhar, é mais que merecido.
Esse ano me surpreendeu a boa safra de filmes. Dos 10 indicados, pelo menos 7 são grandes obras...
Abração.
Me casaria com o Colin Firth e seríamos felizes para sempre, amém.
Gosto muito dele como ator e realmente o que vc escreveu é verdade: Poucos atores atuais conseguem representar um homem fragilizado e sensível com a competência e profundidade que ele imprime ao personagem. Achei ele ótimo no filme.
Espero que dessa vez meu futuro marido ganhe a estatueta e que fiquemos bem nas fotos que tirarão de nós na passagem pelo tapete.
Gui.
ainda bem que li seu post, estou com este, entre os outros indicados ao Oscar, já baixados e prontos para assistir, só no aguardo. Mas não tinha muito interesse neste, por saber tão pouco a respeito.
Seu ótimo texto fez com que ele subisse na ordem de preferência, até mesmo passando do Cisne Negro.
Continue!
[j]
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